Fanfic: Digital World - O mundo dos sonhos | Tema: Digimon, universo paralelo, suspense, realidade, comédia
CAPÍTULO – III
JONAS TEM UMA NAMORADA? O QUÊ, UM DIGIMON!?
–AAAAAAAAAHN? Como assim, viu um Digimon? T-tá ficando doido?
– Shiu! Fala baixo... Quer que fiquem me chamando de doido, por acaso?
– Eu acabei de chamar você de doido se não percebeu. Não tem como não chamar. Quer dizer, isso se você estiver falando de um Digimon de verdade, o que seria impossível. Então diria que você está ficando doido, porque é impossível! Digimons não existem, seria impossível você ver um. É IMPOSSÍVEL!
– Calma cara! Tá parecendo até que foi contigo. Tu também é todo dramático né? Nem comecei a falar e já fica ai dando piti.
– EU? DANDO PITI? Tu chega desesperado na porta da minha casa, atrapalha minha concentração e quando eu abro você vem me dizer que confundiu uma droga de um sonho com realidade porque é muito tapado pra diferenciar e quer que eu leve a sério? – Falei com firmeza, mas sem poder olhar diretamente para ele. -
Eu não sabia se devia contar a ele o que vi ou tudo pelo que passei. Até porque não sabia até onde poderia ser verdade o que ele estava dizendo. Ele poderia facilmente ter sonhado, ou imaginado coisas por causa de alguma situação. Ele tinha olheiras imensas abaixo dos olhos que mais pareciam bolsas e estava com os olhos vermelhos. Quem sabe não estava começando amizades erradas e começou a beber... Ou algo pior... Parte de mim implorava para aceitar de peito aberto tudo o que Jonas tinha a me dizer, primeiro porque confiava nele e conhecia sua índole, segundo por que seria mais uma prova de que o acontecido da semana anterior não teria sido fruto de alucinações provenientes dos remédios. Mas uma parte de mim, talvez a mais madura e racional, entendia a irrealidade dos fatos e me pedia para não compartilhar o que aconteceu nem dar corda ao que Jonas dissesse.
– Quer ouvir ou não?
– Sei lá cara... Tu tá doidão aí. Conta.
– Ainda bem, eu não podia guardar isso só pra mim. Vei, não sei se eu tava com muito sono, ou se estava tudo escuro demais, ou os dois juntos, mas eu com certeza não criei essas memórias. Existem teorias de pessoas que criaram uma vida inteira pra si, mas era porque não gostavam da delas. Eu simplesmente não me importo. Não criaria lembranças soltas pra tentar deixar minha vida mais interessante e...
– Fala logo vei! Que embolação. – Interrompi grosseiramente, precisava saber o que havia acontecido. –
– Calma, vou falar. É o seguinte: Eu saí daqui ontem era umas 18:30 pra 19:00 certo?
– Aham. – Procurei parecer desinteressado. –
– Então. Já saí daqui arrumado pra poder ir pro encontro e...
– Encontro? Tu, o travadão?
– É vei, saí com uma menina aí. Se der certo eu te conto. Mas deixa eu continuar.
– Tá, vai. Mas depois que tu contar tua maluquice, me fala sobre ela.
– Beleza, mas presta atenção. Eu tava com ela numa pizzaria que tem na praça, tava indo tudo ótimo. Eu já tinha quase certeza de que tudo ia ficar bem porque ela parecia gostar de mim, eu gostava dela então a noite foi ótima. Eu ia chegar em casa no horário certo, mas o pai dela não apareceu pra buscar a gente... – Interrompi de novo. –
– Pera aí, o pai dela ia buscar vocês dois? Cê já é assim com a família dela e eu nem conheço ela?
– Éeee vei. É porque eu não tinha certeza ainda do que ia acontecer então não queria sair espalhando nada por aí. O pessoal da família dela me conhece e tal. Mas não vamos mudar de assunto. Eu tive que vir pra casa andando com ela. O caminho da casa dela até mais ou menos a metade é o mesmo da minha, então eu decidi deixar ela na porta de casa pra ela não ir sozinha e pra pegar uma moral com a família dela, né?
– Safadheeeenhoooo.
– Continuando, eu fiz um caminho quase dobrado porque tive que voltar todo o caminho da casa dela e continuar o meu. Fui ver o horário e já era umas 11 e pouca vei. Minha mãe ia me matar assim que eu chegasse. Fui andando mais rápido e dei até uma corridinha pra adiantar só que aquele problema de respiração não me deixou correr muito.
– Ahhh, sei. Aquela parada que dói teu peito né?
–É, isso mesmo...
– Hum, continue.
– Sim. Chegou uma hora que só tinha eu andando na rua, e umas duas pessoas assim na frente de casa. Essa galera entrou e eu fiquei realmente sozinho. O lugar que eu tava andando é meio perigoso esse horário porque dá entrada pra um lugar que o pessoal diz que é um tipo de boca de fumo ou algo do tipo. Vei, nessa hora eu meio que tremi na base porque tava sozinho e se tentasse correr eu não ia conseguir. Ai, eu apertei o passo pra poder chegar logo em casa, mas comecei a achar que tava sendo seguido, só que eu pensei um pouco e decidi usar a lógica de que o meio no qual eu me encontrava e a situação que eu tava vivendo, fazia eu me preocupar instintivamente com o que acontecia ao meu redor e minha mente criou um perigo eminente pra eu poder ficar atento.
– Você ainda vai ficar doido racionalizando tudo desse jeito. Pode ter sido um bicho que passou, uma planta se mexendo... Um SkullSatamon raivoso sedento pelo sangue...
– O que?
– Disse que não seria bom se aparecesse uma gangue. – Adoro pensar rápido. -
– Sim, seria catastrófico. Mas as coisas ficam muito mais fáceis de conceber quando têm uma explicação lógica. Continuando... Não tava fazendo vento nenhum, nem frio nem nada só que eu tenho certeza absoluta e concreta que uma corrente de ar sem ligação alguma com nenhuma outra passou bem na minha frente. Eu pesquisei em casa e não tem nenhuma massa de ar que se comporte como a que passou por mim. A corrente foi tão forte que me derrubou no chão. Eu fiquei um pouco confuso por um tempo, mas aí eu olhei pra trás querendo ver se enxergava alguém ou alguma coisa. Eu apertei bem o olho e consegui ver de longe um vulto de um homem alto e forte que tava se escondendo atrás de um muro.
– Vish man, não vai me dizer que tu foi estuprado? – Perguntei rindo. -
– Sai pra lá veeei! E concentra aqui!!
Eu não podia demonstrar, mas estava nervoso. Eu não sabia o que concluir das coisas que ele me dizia nem sabia se deveria usar como placebo para minhas aspirações. Ele parecia meio assustado e tinha uma feição confusa, difícil de ser encontrada no seu rosto. Ele continuou contando a história, e ficava cada vez mais parecida com o que havia me acontecido.
Depois de olhar fixamente para o muro onde notara a presença de alguém, Jonas direcionou sua visão para a frente e deu de cara com uma criatura enorme ( talvez umas 3 ou 4 vezes maior do que ele, segundo seus cálculos) que grunhia para ele. “-Grunhidos?” Jonas pensou alto demais e acabou recebendo uma resposta para a sua pergunta: “- Sim, e serão os últimos sons que você vai escutar!” Jonas já não sabia mais o que pensar. O homem parado a sua frente sonorizava como um animal, mas falava como humano.
Mesmo após sua frase de efeito o homem não havia se movido do lugar, então Jonas tentou dar um passo para trás, mas pisou em falso no calçamento e voltou ao chão. Ele não era dos mais corajosos e já começava a perder o ar com aquela situação de pura pressão. Mesmo nessa situação, não deixou de observar que os pés daquele homem eram muito maiores do que qualquer pé que ele já tinha visto, fora o fato de suas unhas parecerem mais com garras.
Jonas não sabia o que fazer e sabia que aquele gigante estava decidido a exterminá-lo. Então a criatura fez seu primeiro movimento, abaixando para tentar agarrá-lo com suas enormes mãos alaranjadas. A fração de segundos foi o bastante para Jonas pensar em escorregar por debaixo das pernas do grandão e passar livremente. Qual foi sua surpresa quando no meio do caminho se deparou com uma cauda! Sim, uma cauda dependurada entre as pernas do gigante laranja quando ele começa a ligar os pontos: “Pera ai! Gigante, laranja, garras, grunhido e cauda? Isso é logicamente impossível, mas tudo são probabilidades”.
O medo que sentia não o ajudava a pensar e muito menos a ligar os pontos. Jonas queria perder as esperanças e simplesmente se entregar àquele estranho que tanto o queria morto. Jonas não compreende a importância da própria existência o que o torna muito desleixado com sua vida. Mas a vontade de decifrar os acontecimentos e entender aquele gigante o fez correr pela continuidade da sua vivência.
Ele estava com muito medo, cansado, e com a mente fervilhando de angústia e curiosidade. Não desistiria até encontrar uma única resposta lógica que fosse, para o que acontecia. Então deu uma ultima olhada para trás e parou de correr do gigante, terminando de constatar sua teoria primária.
Com ar de sábio, e a uns 10 metros de distância do ser estranho, Jonas enche seu peito de confiança e lança sua descoberta aos ouvidos de seu perseguidor como um arqueiro bem treinado acerta seu alvo mesmo em movimento: “- Seu nome é Leomon!!”. Como num golpe de misericórdia, Leomon tenta dar um salto diretamente sobre Jonas com suas garras afiadíssimas e solta um rugido tão forte que, segundo Jonas, eu poderia ter escutado de casa se estivesse acordado. Jonas então continuou andando para casa com o coração na mão e milhões de duvidas com possíveis explicações para o que havia acabado de acontecer.
– Eu tive certeza quando olhei na cintura e tinha uma espada embainhada e no pescoço, tinha um colar vermelho.
– Jhou, você bebeu o que enquanto comia a pizza com a garota?
– Refrigerante. Eu não bebo, você sabe disso. E a bebida não causa ventania ao seu redor!
– Mas te deixa tonto e te faz imaginar um monte de coisas...
– Eu não bebi. Eu não bebo. Já disse. E eu também não conseguiria materializar um Digimon na minha frente. Foi um. Não sei como, nem por que. Mas foi.
– Vei, não que eu esteja duvidando de você, mas chegar aqui e contar uma história não vai ser o suficiente pra eu enlouquecer contigo e começar a me preocupar com aparições de seres digitais! Olha o que tu tá absorvendo como verdade Jonas!
– Você acha que eu não sei que é loucura?
– Vai que cê tava com muito sono ou colocaram algum troço estranho no teu refri. Pode ter comido algo estragado também.
– Comida estragada e veneno não tentam me matar.
– Mas chegam muito perto. Vai que dá uma infecção intestinal ou coisa assim.
– Sério cara. Eu não consigo entender o que foi que aconteceu.
– É melhor nem tentar, se tivesse acontecido alguma coisa assim comigo acho que eu nem ia procurar uma explicação como embriaguez nem nada. Simplesmente deixaria passar.
Obviamente que não era verdade, nada me faria esquecer o meu “momento íntimo” com aquele esqueleto satânico. Depois de uma semana inteira, já estava começando a duvidar se tinha sido mesmo um sonho ou não. Jonas não deveria ter vindo até mim para contar isso. Eu não teria contado a ninguém. Bem como não contei nem a ele. É algo que se você contar para as pessoas erradas, pode acabar parando num hospital psiquiátrico.
– E vem cá... Porque cê tá com essas olheiras enormes e o olho todo vermelho se não tá de ressaca?
– Parece que você não me conhece. Eu não consegui dormir a noite toda pensando naquilo. Procurei qualquer tipo de relato parecido na internet, mas pesquisar sobre Digimon é difícil porque tem animes, jogos, mangás então vem muita coisa fictícia. Não da pra filtrar a quantidade de informação que tem na rede e achar o que precisa em tão pouco tempo. Por isso te contei... Eu preciso da tua ajuda.
– Ahn? Minha ajuda? Como? O que eu posso fazer?
– Não tem ninguém melhor aqui pra fazer pesquisas na internet do que você. Se tu pesquisar aqui e eu em casa, a gente pode cobrir uma área muito maior na rede e quem sabe acha alguma coisa?
– Cara, cê ta levando isso a sério de mais. Por favor, Jhou, vai com calma.
– EU NÃO POSSO IR COM CALMA!
Jonas sempre foi um cara muito tranquilo. Nunca o vi alterar a voz para ninguém... Até aquele momento. Parecia que ele havia guardado toda a sua raiva e estourado como um vulcão espalhando todas as suas dúvidas pela sala e corroendo sua cabeça como lava fervente. Precisava fazer alguma coisa senão meu primo iria enlouquecer.
– Man, é o seguinte. Eu te ajudo. Eu topo te ajudar, mas só com uma condição.
– O que você quer?
– Que você relaxe.
– Só isso?
– Não, não é SÓ isso. É TUDO isso. Tudo isso que você viu deve ter sido complicado e eu não duvido que você tenha passado por essa situação. Eu tô vendo como você tá e não é nada bonito. Mas não adianta se martirizar e pirar de vez porque não vai te trazer resposta alguma.
– Tá, entendi. Se você prometer me ajudar, eu me comprometo também a ir com calma. Mas a gente precisa achar um caminho pra raciocinar isso.
– Talvez simplesmente não dê pra racionalizar isso, Jhou. É o que eu tô tentando dizer.
– Pode ser que a gente ainda não consiga compreender como aconteceu, mas se aconteceu, tem uma explicação. Tudo tem.
– Entendo o que você tá dizendo. Eu acho que...
– Mas tem uma duvida monstruosa que não sai da minha cabeça.
– O que é?
– Porque tudo isso aconteceu comigo, e não com você ou pelo menos também com você?
Fiquei calado. Nem olhei para ele. Não tinha coragem o bastante para dividir o que aconteceu e achei melhor não dar corda aos pensamentos dele enquanto não tivesse se acalmado. A única maneira de ajudá-lo naquele momento era pesquisando evidências de acontecimentos parecidos na internet para tentar comparar os dados.
O problema da quantidade de informações sobre o assunto continuava e se atrelava ao fato de que só podíamos pesquisar acontecimentos parecidos em nossa própria língua e “arriscar” um pouco de inglês. O último questionamento de Jonas pairava no ar de forma silenciosa, mas dentro da minha cabeça, a dúvida latejava e buzinava loucamente querendo partilhar o estranho acontecido e acalmar os nervos dele enquanto, ao mesmo tempo, se escondia nas sombras do medo de fixar mais ainda aquela ideia que parecia irreal, ou melhor, surreal para mim.
Acredito que estava com mais medo de me convencer que aquilo tudo tinha realmente acontecido do que de acabar alimentando a quase psicose de Jonas.
– Em? Essa coisa de ter visto um Digimon. É estranha porque eu nem gosto tanto assim... Então levando em consideração que foi algum tipo de alucinação inexplicável, porque eu alucinaria com Digimon? Eu teria visto era o Dr. Who ou alguma das viajantes que vão com ele. Quem deveria ver Digimons por aí era tu ou Lucas e não eu.
– Não sei cara... É estranho mesmo. Geralmente quando alguém imagina alguma coisa é mais relacionada ao que se gosta né? Entendo tua dúvida. Mas tu pode só ter imaginado um homem com cabeça de leão, por exemplo.
– Não há possibilidades. Tudo bem que um Leomon é basicamente isso, mas eu vi todos os detalhes que ele tem. Eu te falei do colar e da...
– Da espada, sim. Eu ouvi!
– Então você concorda ou não comigo que era um Digimon?
– Eu concordo que VOCÊ viu um Digimon. Tenha sido ele real ou não.
– É o bastante pra me ajudar, né?
– É, Jonas.
– Então comecemos! Vai pra o seu note que eu fico no PC.
– Beleza.
E assim foi. Todo o tempo que ele passou na minha casa foi procurando provas ou evidências de qualquer tipo de aparição estranha. Eu procurei também inicialmente, mas não queria encontrar nada. Ao mesmo tempo em que sentia vontade de estar acontecendo, o meu medo de uma possível invasão ou que algum colapso interdimensional estivesse prestes a acontecer, freiava minhas emoções. Porque era o que eu tinha em mãos: fortes sentimentos por um sonho inalcançável pautado numa imagem bela e pura de uma situação, que trazida para o mundo real, possivelmente seria catastrófica.
Não tinha parado para me ater a detalhes relacionados ao lado ruim da hipotética existência de Digimons até aquele momento, até porque quando se sonha com algo, geralmente não é anexado no sonho os contras de sua realização.
Eu não sabia como me sentir. A verdade era essa. E essa sensação de estar perdido me assustava mais que a própria aparição do SkullSatamon e eu precisava me concentrar para não transparecer isso nem para Jonas, nem para mais ninguém ao meu redor. Minha mãe ainda se preocupava com o que havia acontecido na semana anterior e se me visse estranho, acabaria me levando para o hospital mais próximo, e eu precisava esconder essas dúvidas muito bem de Lucas porque ele era muito observador, além de me conhecer muito bem.
A única opção era tentar esquecer essas estranhas aparições (o que Jonas não me deixava fazer), ou caminhar no ritmo que as pesquisas dele iam. O que me daria um bom tempo para organizar as ideias, já que não havíamos encontrado nada concreto mesmo depois de dois longos dias de pesquisas ininterruptas na internet nas mais variadas fontes.
Assistimos vídeos de entrevistas com ufologistas, encaramos por horas várias imagens de vultos estranhos e silhuetas não humanas espalhadas pelo mundo. Muitos deles se mostravam falsos depois de análises mais profundas e outros nos intrigaram bastante como um vídeo que mostrava um animal que foi catalogado como um bicho preguiça, mas era muito maior e não tinha pelos em seu corpo (mas estava morto), um vídeo amador de um coelho com dimensões fora dos padrões correndo atrás de uma bola branca e uma imagem num site francês que mostrava algo como uma ave fotografada do chão, então não se viam muitos detalhes.
Poderíamos até ter encontrado alguma evidência que provasse o que Jonas passou (e que eu também passei, escondidamente), mas já estávamos exaustos de tanto procurar então mesmo que a resposta estivesse abaixo de nossos narizes, não teríamos conseguido enxergar.
– Cara, cansei! A gente procurou o final de semana todo e não achou nada concreto!!
– Tu acha que pesquisa é rápida é? Tem que correr atrás, procurar em cada cantinho e usar cada brechinha, cada pontinha que conseguir encontrar como caminho pra mais pesquisa ainda!
– Tá doido!? Pode continuar sozinho! Já cumpri minha promessa... Passei um final de semana inteiro só procurando essas coisas contigo. Tô mortão aqui. Eu acho que vou passar uma semana sem ir pra o computador, tô traumatizado!
– Ah, bicho fraco! Eu ficaria pesquisando mais se você ficasse também. E se não fosse domingo e eu tivesse que ficar com Karen em casa.
– E tua mãe?
– Foi visitar minha vó.
– Oh, sim. Mas já são 5 horas... Se você tiver que ir, é melhor ir logo!
– Então tá Ike. Valeu pela ajuda, e saiba que eu vou continuar isso em casa.
– Boa sorte pra você. E vê se relaxa mais a partir de agora.
– Falou. Tchau cara. Tchau Lucas! Lucas? Cara, cadê Lucas? Eu não vi ele o final de semana todo!
– Vai que ele foi abduzido por um Vademon.
– Ahn?
– Um Digimon alien. Ver tanto círculo em plantação no computador só me fez lembrar ele... Mas é uma ótima pergunta. Cadê Lucas?
– Quando descobrir me manda mensagem, tenho que ir antes que minha mãe arranque meu couro. Tchau!
– Tchau, até mais. Ô mãaaaaaaae!!!
– Que foi, filho?
– Cadê Lucas?
– Ah, agora que você veio notar a falta do seu irmão?
– É... Tava concentrado esses tempos.
– Ele tá na casa do seu pai. Volta hoje. E por falar em se concentrar, só vi você no computador. Esqueceu que sua prova da autoescola é amanhã?
– CARAMBA! Me esqueci completamente! Fui cair nas histórias de Jonas... Vou tomar um banho e vou pro quarto estudar mãe. Qualquer coisa bate.
– Tudo bem, filho.
E lá estava eu, novamente navegando num mar de ideias e suposições, cautelosamente para não ficar à deriva ou acabar afundando qual o peso das minhas dúvidas. Àquele momento eu já havia equilibrado ambas as verdades em minha mente: poderíamos, eu e Jonas, estar passando por algum momento difícil ou estranhando a transição da adolescência pra o inicio da fase adulta e o nosso subconsciente estar usando a imagem de algo que marcou nossa infância pra nos prender ao mundo no qual tínhamos menos responsabilidades, ou estávamos presenciando o improvável fenômeno da existência dos Digimons.
Para ter certeza disso, precisava de mais provas, mais acontecimentos, qualquer coisa que ajudasse a concretizar qualquer um dos dois lados dessa situação. Pedi. Não sei a quem, não compreendo o porquê, mas pedi em voz alta para que minha dúvida fosse sanada: “Por favor, preciso de uma confirmação. Qualquer coisa que tire essa ideia idiota da minha cabeça ou que me prove que fui idiota em não acreditar nessa ideia.” Não sei se foi graças ao meu pedido, mas a resposta tocaria a campainha da minha casa no dia seguinte.
Autor(a): Junior Brito
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
CAPÍTULO – IV O ESTRANHO PESADELO, O PRESENTE INESPERADO E MAIS UM BAQUE Não podia classificar aquela noite como momento de descanso. Mesmo não tendo me movido do lugar, acordara completamente exaustado, transpirando como um atleta em pleno movimento e acima de tudo, assustado com o que havia “visto” durante o sono. ...
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