Fanfics Brasil - Capítulo 1 - Highlander Perverso Viagem pela Highlander

Fanfic: Viagem pela Highlander | Tema: Naruto


Capítulo: Capítulo 1 - Highlander Perverso

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     1578 - Campo de batalha - Highlander`s


 


 Os gritos e gemidos de sofrimento dos malditos ingleses ecoavam por toda terra Highlander. Súplicas de misericórdia era a sinfonia mais doce por todo o vale naquela tarde. Os malditos tinham saqueado, assassinado e estuprado mulheres e crianças sem dó nem piedade na tentativa de acabar com o clã de seu amigo, e agora, pediam misericórdia? 


 Esquivou-se da afiada lâmina que passou assobiando sobre sua cabeça. Observou ao inglês que o tinha atacado por trás percebendo que o imbecil já estava paralisado de medo só por olhar em seus olhos. Tinha que admitir, o bastardo era corajoso. Mesmo com suas pernas trementes e obviamente pronto para pedir por misericórdia, ele ainda não tinha saído correndo.


 


- Por Deus! - Engasgou o inglês. - Eu... Eu....


 


- Tarde demais - Grunhiu Naruto Uzumaki enquanto elevava sua espada e com a destreza e uma habilidade incomparável, percorria a fina folha direto para garganta do infeliz inglês que teve o azar ao estar em seu caminho. - Fácil demais... – Murmurou decepcionado.


 


Esse era o mal de criar expectativas de uma boa luta contra os ingleses.


  Nunca ficava satisfeito com o combate. 


Com um rugido aterrador, avançou para mais três ingleses que estavam atacando um dos seus homens. Sua perna esquerda com um rasgo considerável ardia rogando por atenção. Os músculos do seu corpo estavam quentes e excitado pela matança, mas ainda assim, não era o suficiente.


 Queria mais.


Mal deu tempo dos ingleses registrarem o que tinha avançado para cima deles quando duas cabeças já estavam no chão. Os olhares mortos de surpresa e terror das duas cabeças só confirmava o que todos já sabiam.


 Ele era um monstro.


 O terceiro homem lhe deu um olhar vacilante e tombou sobre seus próprios pés.


 Não tinha mais de dezoito anos, mal tinha começado a viver.


 Mas isso não importava.


Quando se vem para guerra, tem que estar ciente que pode morrer a qualquer hora. 


 


- Por favor.... Eu me rendo.... - Soluçava o garoto jogando sua espada de lado e erguendo os braços em forma de clemência.


 


 O maldito se rende? Teve uma incontrolável vontade de rir.


 


- Não quero sua rendição. - Disse Naruto entre os dentes. - Quero sua morte.


 


O jovem tentou correr, mas já era tarde demais. Com um belo giro monstruosamente gracioso, apunhalou lhe o coração.


 


 Observava enquanto o inglês se engasgava em seu próprio sangue. Seu rosto apavorado era uma imagem gratificante para o seu outro lado. Ele não tinha piedade, e há tempos não sabia mais o que era isso. Sua maior habilidade era matar. Dizia a si mesmo que só estava fazendo justiça para todos aqueles do clã do seu amigo que não puderam se defender. Mas sabia a verdade. Adorava matar. Talvez não ele, mas sua parte amaldiçoada amava ver o sangue e a vida quando saía das pessoas. 


 Pessoas? Desde quando substitui ingleses por pessoas?


 Não sabia.


 Também não se importava. Riu amargamente quando sentiu a alma do inglês esvair-se da casca temporária que era o corpo humano.


 O seu outro lado estava o dominando lenta e completamente, e como sempre, não conseguia se importar. 


 


- Naruto! – Ouviu o grito do outro lado do campo de batalha. - Atrás de você! 


 


 Mas ele já havia visto. Outra vez tentaram apunhalá-lo pelas costas.


 Que idiotas. Isso nunca iria funcionar. 


 Com grito bestial, um giro que seria impossível para qualquer humano comum distinguir e antes do inglês mesmo piscar, ele já estava atrás do maldito com sua espada cravada em suas costas, atravessando-lhe o peito. 


Jogou o corpo sem vida de lado e foi para o próximo inimigo.


 Estava frustrado. Nenhuma morte conseguia lhe satisfazer.


Matou mais dois homens facilmente, enquanto corria para um terceiro que estava sentado com as mãos na cabeça como se tentasse acordar de um terrível pesadelo.


  Outra criança. 


 Esse com não mais de quinze anos. Mas quem se importava? O infeliz tinha que morrer. Era um inglês, e era isso que todos eles mereciam. 


 


- Não, Naruto! Esse se rendeu! - Gritou seu amigo Sasuke Uchiha do meio do campo. Amigo... Isso o fazia lembrar de quando se conheceram e quando Sasuke salvou o seu rabo.


 Estava quase morrendo quando o tinha encontrado amaldiçoado por aquela maldita bruxa.


 


 Só a desagradável lembrança fez que seu corpo revivesse através da ira e ódio. Por mais que tivesse procurado a deplorável mulher que lhe havia condenado, jamais a encontrou. Depois de um tempo, ao invés de procurar somente a bruxa da maldição, procurou mais outras que pudessem lhe retirar a mesma. Só para acabar frustrado e com mais cabeças de bruxa do que pretendia.


 Apertou a espada em sua mão. O intenso desejo de matar já não tinha mais cura. Kaleb já não tinha mais salvação.


 


 “E assim permanecerá, até que encontre sua salvação e a morte pela sua absorção”


 


As últimas palavras daquela noite de inverno lançadas pela bruxa lhe vieram à mente mais uma vez. Estava enganada. Ou, muito provável, alimentou sua nula esperança para no fim se tornar a desgraça que é hoje.


 Uma onda de fúria desencadeou-se pelo seu corpo. Se não fosse pela a bruxa inglesa isso jamais teria lhe acontecido. Jamais seria o monstro que é hoje.


 


- Não me importo. - Retrucou Naruto enquanto avançava com passos firmes e determinados em direção ao garoto. 


 


- Merda! É uma maldita criança! - Sasuke grunhiu enquanto tentava se desfazer dos ingleses em seu caminho na escassa tentativa de impedir Naruto. 


 


 A criança que a todo momento estava com a cabeça baixa, sentiu que vinham por ele. Viu como os olhos do jovem se arregalavam de medo ao encontrar com executor do seu destino e isso o excitou. Adorava quando seus inimigos o olhavam assim. A sensação de poder em suas mãos era o que mais gostava.


 


- Corre criança. - Disse em um tom bestial. 


 Sasuke nunca iria chegar a tempo de pará-lo. Ainda tinham muitos ingleses para matar.


 


 O garoto piscou surpreso e confuso por um momento, mas não perdeu tempo e correu para a floresta como se o diabo o perseguisse.


 Bom. A criança não era um completo bastardo que ficaria lá tremendo e mijando de medo pedindo por piedade.


 Até que era bem esperto para um inglês.


Riu sem humor. Teria sorte se fosse o diabo a correr atrás dele.


  Deixou a criança correr a uma distância considerável mas ainda era lento demais para a paciência que não possuía. O garoto tinha uma ferida que mostrava-se séria no ombro esquerdo, por isso não tinha tanta velocidade. Riu novamente sem humor. 


 Mal ele sabe....


 


- Que a minha temporada de caça e aos ingleses acabou de começar... – Mais besta do que homem, ergueu sua espada lubrificada de sangue correu atrás de sua presa.


 


 


 


 


Capítulo 1


 


      2012 - Nova York


 


- Ele fez o que?! – Exclamou Sakura totalmente perplexa.


 


- Me expulsou. – Disse a jovem à contra gosto. – Disse que eu não era “mais bem-vinda na turma dele”. – Sinalizou sarcasticamente com as mãos.


 


 Aquele filho da puta.


 


- Mas como... Quando... Mas por que porra ele te expulsou Hina? Você é simplesmente a melhor da turma dele!


 


- Era – Murmurou Hinata sem vontade. – A verdade é que o muito filho da puta não gosta de levar um fora. – Explicou olhando para o céu.


 Era uma tarde chuvosa. Como as outras duas passadas tardes chuvosas de sua cidade no estado de Luisiana.


 


- O que?! – Gritou Sakura novamente com uma abrupta parada. – Está me dizendo que o bastardo te expulsou por que você não quis ir pra cama com ele? – Perguntou ainda mais perplexa do que estava.


 Seu cabelo rosa com aqueles ondas sedosas estavam amarrado em um coque. A nova cor dos seus cabelos realçavam a intensidade dos seus olhos verde-mar e faziam uma beleza com a sua pele pálida.


 Parecia uma boneca.


 


- Sabe, você fazendo o “o que”, parece mais boneca do que já é. – Disse olhando nos olhos de sua amiga. – Estou te falando garota, tanta maquiagem assim, não é bom para o seu rosto. Já tem até uma espinha! – Completou Hinata, apontando para sua testa.


 


- Espinha? – A palidez que adquiriu o seu rosto era notável. – Sabe que eu mal uso maquiagem e oh meu Deus, você disse espinha? – Falou Sakura rápido demais enquanto afundava-se em sua bolsa a procura de um espelho.


 Se ela não estivesse tão tensa com a possibilidade de uma terrível espinha em sua testa, Hinata teria rido. É cômico como ela pode se apavorar com a possibilidade de uma acne no rosto.


 


– Sua vaca. – Disse depois de um tempo. - Isso é cruel, mentir sobre espinhas. – Disse jogando o espelho de volta na bolsa. – Agora, me conta. O que aconteceu? – Perguntou arqueando uma perfeita sobrancelha, voltando ao assunto principal.


 


 Não queria assustar sua tão querida amiga, mas o assunto da sua expulsão já estava lhe dando nos nervos, ainda mais por ela saber que Sakura à algum tempo atrás tinha uma queda pelo Trevor, seu treinador de esgrima.


 Trevor sempre foi muito confiante em relação a si, mesmo sendo coroa, ele era aquele tipo de coroa gostoso. Não que para Hinata fizesse diferença. Nunca ia sair com ele. Ainda mais pela fama que o cara tinha. Estava até rolando um boato pelo seu grupo de esgrima que ele já havia pegado todas de lá, menos Hinata. O que era muito provável dando em conta o jeito que ele interceptou-a essa manhã depois do treino.


 


- Hey, Hina! – Aproximou-se dela com uma toalhinha de rosto branca na mão. – Você estava espetacular hoje! Até agora não acredito que conseguiu me vencer – Disse sacudindo a cabeça sem graça.


 


- Você me deixou vencer treinador. – Murmurou Hinata.


 


- Ah, você percebeu. Não diga as outras, Podem ficar com ciúmes. – Deu-lhe uma piscada.


 


- Claro que não. - Riu sem humor. O muito imbeciu sabia que ela tinha lhe dado uma surra. Hinata só não o humilhou porque estava na frente de toda a turma e porque via como Trevor lutava pra manter sua compostura na luta de esgrima enquanto ela mal perdia o fôlego.


 Trevor pigarreou pedindo por atenção.


 


- Estava querendo falar com você há algum tempo... – Disse lhe jogando a toalha.


 


- Ah é? – Respondeu-lhe enquanto pegava a toalhinha e secava o suor do rosto.


 


Esse maldito conjunto de roupa realmente faz suar. Pensou, enquanto guardava suas coisas na enorme bolsa de treino. Sempre era a última a sair do clube por conta de tanta tralha que levava.


 


- É. – Disse Trevor com aquele sorriso que dizia “hoje-quero-te-comer” estampado na cara. Já havia visto Trevor dar em cima de outras garotas do grupo de esgrima, mas nunca nela. Ele conhecia bem seu temperamento agressivo. Não era à toa que era a primeira colocada em todo o clube de esgrima.


 


- Então... – Isso não vai dar boa coisa, pensou. – Fale-me homem. Já estou atrasada para encontrar com minha amiga.


 


- Er... Sakura, não é mesmo? Bom, não importa. Estive observando você há algum tempo, não só nas aulas como também em outros lugares, você percebeu que nossos olhares sempre se encontram? – Riu maliciosamente.


 


- Uh... Se encontram. – O cinismo em sua voz era claro. Ela sabia que era verdade. Não que ela procurasse. Não mesmo. Ela não o procurava. Mas sempre que se sentia sendo observada, procurava o culpado por tal incômodo e sempre se deparava com ele. Trevor, que tinha aquela coisa de cutucar com os olhos. Era irritante.


 


- Sim. E você sabe disso. – Respondeu com o ar de satisfação. – E sabe o que? – Perguntou elevando uma sobrancelha sedutoramente. Ou o que ele achava ser sedutor.


 


- O que? – Sério? Pensou ela. Elevar a sobrancelha? A Altura do campeonato o cara vem querendo me seduzir com elevação de sobrancelha?


 Sua vaca interior estava jogada no chão de sua mente às gargalhadas. A muito cadela até mesmo dava tapas no chão de tão engraçado que era a situação. Mesmo querendo gargalhar com sua vaca interior, Hinata manteve sua postura. Ainda assombrava-lhe o modo que tinha mudado ao sair de Konoha e embarcar na loucura que eram os Estados Unidos.


 Há dois anos atrás, estaria mais que encabulada com a situação. Hoje em dia, estava acostumada a cantadas e flertes dos homens americanos. Diziam que era linda e blá, blá,blá. Era sempre a mesma ladainha no intuito de leva-la para cama.


 


- Que nos desejamos, Hinata. – Disse com a voz rouca. Que acabava sendo rouca demais, chegando a ser esquisita. – Não negue. – Completou com aquele mesmo tom, aproximando-se até que estava à dois palmos de distância.


 


- Olha – Explicou Hinata – Não sei o que você pensa que tem em relação a “nós”. Não tem nenhum nós. Desculpe se dei a impressão errada, mas não te desejo, treinador. E se nossos olhares se cruzavam, é porque você ficava olhando tanto que eu lhe sentia no fundo do meu crânio. – Disse afastando um passo e dando de ombros.


 


- Oh, não seja assim docinho. – Aproximou-se novamente. – Sei que você quer. – Disse acariciando o rosto dela.


 


- Oh cara... – Bufou exageradamente -  Você tá tão totalmente fora de si. – Riu amargamente. – Bom, eu vou embora. Como já disse, estou atrasada. Adeus treinador. – Deu um rápido aceno, mas antes mesmo que pudesse dar o primeiro passo, ele já estava lá, segurando-a no lugar.


 


- Não seja uma vaca Hinata. Me quer. Admita. – Disse sacudindo-a de leve. – Qual é, não seja assim. É uma simples transa. Nada demais, eu juro. – Disse aproximando sua boca da dela.


 


- Desculpa, mais... – virou o rosto de lado para impedir o iminente beijo. – Existe uma pequena diferença de idade entre nós. – Disse se separando dele.


 


- Merda mulher, é só uma fodida! Não é como você não gostasse de ser fodida. – Sorriu maliciosamente.


 


- Vai pro inferno Trevor. – Disse pegando sua bolsa e afastando-se. Filho da puta, pensou, jogando a toalhinha em seu rosto.


 O bastardo somente riu.


 


- Porque você não fode com caras mais velhos? – Perguntou curioso, fazendo-a parar na porta de saída.


 


 Sorrindo maliciosamente, jogou seus azulados cabelos pelos ombros.


 – Porque não quero pensar que transo com meu pai. – Jogou os ombros e suspirou pesado.


 


O nojento sorriso de superioridade logo morreu do rosto de Trevor.


 


- Puta! – Gritou enquanto Hinata saía. – Não se atreva a voltar, tá me ouvindo? – Berrou de trás.


 


 Ela somente lhe respondeu com um gesto obsceno de dedo.


 


 


- Eu não acredito que ele fez isso! – Berrou Sakura ao final da história. – Como ele pôde! Isso é assédio! Você vai denunciar o canalha né?


 


 Hinata olhou aos olhos alarmados de sua melhor amiga. Sabia que era o certo denunciar Trevor as autoridades, mas não sabia se queria fazer isso.


 


- Não sei... – Disse depois de um tempo.


 


- Como assim não sabe? – Perguntou aflita. – É claro que você vai denunciá-lo. – Disse a arrastando para dentro do carro. – Vamos!


 


- E você? – Perguntou como se não desse importância.


 


- Eu o que? – Respondeu ela colocando o cindo de segurança.


 


- Qual é Sakura, você gostava dele! Não finja que não está afetada pelo que eu te disse. – Ligou o carro e arrumou a marcha.


 


- Gostava. – Por um momento podia jurar que tinha visto certa vulnerabilidade no rosto de sua amiga. Mas desapareceu tão rápido como havia aparecido. – É passado. Vamos para a delegacia. Agora! – Disse determinada.


 


- Se você tem certeza... – Disse ao final.


 


 Não queria vê-la triste. Graças a Deus que ela já havia superado essa queda maluca por caras mais velhos. Desde sempre essa sua estranha preferência a perseguia. Dizia ela que garotos da mesma idade ou coisa parecida não servia pra namorar ou ter algum lance mais sério.


 Nenhum deles tem mentalidade ou responsabilidade pra levar uma vida a dois a sério, dizia-a sempre quando Hinata entrava nessa questão, mesmo quando tentava colocar na cabeça de vento da sua querida amiga que nem todos os caras novos eram assim tão irresponsáveis e Sakura sempre lhe vinha com uma boa resposta esperta de que depois de tudo, os mais velhos, eram mais sexys.


 Mas velho, quando ela diz, na base dos trinta e pouco, que ainda é muito para os seus vinte e dois anos.


 Sakura olhou determinada para Hinata e sorriu. Mesmo Hinata sendo dois anos mais nova que sua amiga, ninguém diria que Sakura com seu doce sorriso de te-conquisto-fácil seria mais velha que Hinata. Sakura sempre pareceu muito uma delicada aos olhos de todos. Mas Mayra não se enganava com tal expressão de fragilidade e inocência. Só ela conhecia a peste que era sua melhor amiga.


 


- Vamos – Completou enquanto dava a marcha ré e seguia para delegacia.


 


                                                          ****


 


- Por Deus, estou morta. – Resmungou Hinata no assento de seu carro enquanto esperava o semáforo abrir. A pequena viagem à delegacia tinha sido mais cansativa do que esperava e seus nervos, novamente, estavam à flor da pele. Sua cabeça latejava como se gigantescos tambores de olodum tivesses ressonando pelos seus sensíveis ouvidos. Estava assim desde o momento que havia entrado na delegacia. Não sabia se realmente queria denunciar Trevor, por mais que merecesse, o muito filho da mãe só era um galinha. Duvidava que ele fosse abusar dela ou coisa parecida.


 Maior parte de sua hesitação era por Sakura, que parecia um pouco abalada por tudo, mas final, as preocupações de Hinata foram em vão. Acabaram por denunciar Trevor e se antes pensava que Sakura estava balanceada por isso, agora já tinha dúvidas. Sua amiga tinha passado a maior parte da ocorrência de denúncia conversando e flertando com um muito bonito policial que estava as atendendo. Hinata fez vista grossa durante todo o momento, estava preocupada com sua amiga. Não tinha certeza como ela estava lidando com os fatos e ainda se perguntava se tinha sido uma boa ideia trazê-la junto. Quando saíram da delegacia Hinata a questionou sobre seu comportamento minutos atrás e a muito filha da mãe disse que estava se preocupando à toa. Que já tinha esquecido Trevor a tempos e que só ficou inicialmente abalada com a notícia. Disse também que conseguiu o número do policial bonito e que iriam sair essa noite para se conhecer melhor, de modo que Hinata há uns minutos atrás despediu-se de sua amiga e agora seguia para casa.


 Hinata franziu as sobrancelhas com o rumo da história.


Não se preocupava por Sakura. As duas sabiam se cuidar muito bem. Muito tempo de jiu-jitsu e uma faixa pretas certificam-se disso, apesar dela não ter se saído tão bem quanto Sakura.


 Tinha pena mesmo do policial, que se já não tinha caído apaixonado pela sua amiga, não restava dúvidas que esse era o futuro muito próximo que lhe aguardava.


 


- Tomara que ela tome um jeito agora. – Murmurou pra si mesma, engatando a marcha. – Merece ser feliz. – E não maltratada por um pai violento e um mãe ausente.


 


 Pensar na triste história de Sakura fazia-lhe arder os olhos. Sua amiga sempre sofreu muito desde pequena pela morte de sua mãe causada pelo seu nascimento prematuro. Depois da triste morte, seu pai tornou-se um homem frio, calculista e violento. Sakura fugiu de casa ao quinze anos e nunca mais voltou. Encontraram-se na sua primeira aula de Jiu-Jitsu já nos Estados Unidos a quatro anos atrás, surpreendendo-se ao revelarem suas origens e desde então são melhores amigas.


 


 Porcaria. Se não acabasse com o pensamento triste da infância de sua amiga ia entrar em depressão. A história de vida de Sakura era comovente.


 


 Mayra fungou o nariz e se acomodou no banco. Não iria dormir bem hoje. Não sabia bem o porquê. Sakura estava bem, não estava triste e até mesmo tinha arrumado um encontro para hoje, então por quê...


 


- Puta merda! – Xingou alto. Acabava de lembrar-se do trabalho da faculdade que tinha esquecido de fazer – Ah, droga... – Bravejou novamente. Se não entregasse o trabalho amanhã, era reprovação certa. Olhou ao relógio de pulso e viu que ainda tinha trinta minutos antes da biblioteca fechar. – Droga, droga, droga! – Desviou do caminho de casa e entrou na rua que estava a quase três quarteirões da Biblioteca. Acelerou a velocidade e rezou silenciosamente para que chegasse a tempo. O trabalho tinha sido desenvolvido em vários temas atuais e antigos que giravam em torno da cultura, tecnologia, comida, esporte, e etc. A maioria não sabia muito bem a qual país escolher, a final, as coisas antigamente eram bem diferentes do mundo atual. O trabalho era sobre a Europa e a maioria optou po lugares conhecidos como Inglaterra e País de Gales. Ela optou pela Escócia. Mayra simplesmente amava história escocesas que envolviam ferozes guerreiros e suas espadas, com formosos kilts, tartãns e todas as suas cores. Tinha vários livros em seu apartamento sobre as Highlander´s e sempre se fascinou fácil pelas histórias e contos românticos daquela época.


 Chegou à Biblioteca dez minutos antes dela fechar. Não tinha muito tempo pra caçar um bom livro para o seu trabalho, de modo que percorreu rapidamente as prateleiras com esperança de encontrar algo de interessante.


 Percorreu rapidamente a sessão de história antiga passando as mãos pelos livros e lendo alguns títulos na esperança de uma boa história para o trabalho.


 Quando olhou ao relógio novamente percebeu que havia somente mais dois minutos. Correu mais uma sessão e frustrou-se quando não encontrou nada que chamasse sua atenção de imediato.


 Ouviu o oco barulho de algo caindo à sua esquerda. Provavelmente o guarda havia vindo busca-la. Andou mais um pouco pela sessão do Séc. XV e ouviu novamente o barulho. Percebeu que vinha da sessão Séc. XVI, que, estranhamente, estava cercado por uma corrente de restrição que impedia as demais pessoas de ingressar naquele corredor.


 


- Olá? – Perguntou receosa. O som da sua voz ecoou pelo corredor até que finalmente morreu. Ninguém lhe respondeu. – Fala sério... Murmurou pra si mesma passando por cima das correntes de restrição. – Isso não tem graça, idiota. – Disse ao mesmo tempo que andava e tropeçava em alguma coisa. Estava pronta para amaldiçoar o que a tinha tropeçado quando percebeu que era um livro. – Idiota... –Murmurou pra si mesmo. – É só um livro – Disse abrindo um largo sorriso a altura que pode ler a capa do velho livro surrado. – Viagem pela Highlander. – Sussurrou distraída. Logo que pôde processar o que tinha acabado de ler, todo seu sorriso desapareceu, logo seu corpo tinha se posto tenso e tremente. – Não acredito... – Arfou com falta de ar. Seu coração estava tão acelerado que podia sentir a dor das batidas erráticas que saíam do ritmo. Um nó se formou no fundo de sua garganta e sua visão, por alguns instantes ficou turva. Estava se descontrolando, isso não eram um bom sinal. As coisas não funcionam bem quando não se tem a mente clara.


 Fechou os olhos e respirou alguns instantes tentando acalmar o alvoroço de sua pulsação. Não faria nenhum bem se desmaiasse ali agora. Ainda mais por não ter mais tempo na biblioteca. Quando percebeu que estava menos tensa, abriu os olhos e olhou receosamente ao livro em suas mãos. Por um momento não pôde falar nada. A emoção de estar finalmente junto do que sempre lhe pertenceu a afligia.


 – Não acredito que eu finalmente te encontrei bebê. – Sorriu por fim, passando carinhosamente a mão pela sensível capa surrada.


 Por anos procurava aquele livro. Acreditava que nunca mais fosse vê-lo depois que roubaram sua casa em Konoha quando não tinha mais que sete anos. O livro era volume único, e com o pouco que podia lembrar-se, sabia que não tinha começado a ler. Pensou no estranho que havia lhe entregado naquela época. Tinha ficado assustada de início, nunca ninguém oferecia alguma coisa se não quisesse outra em troca, mas o estranho só lhe disse que estava destinada a recebe-lo e que não poderia recusar-lhe. De início ela bem que tentou, mas o homem só tinha entregue o livro em suas mãos e sumido no intervalo de segundos em que ela lia a capa. Diante disso, não teve escolha a não ser levar o livro pra casa. Deixou-o em cima da prateleira e no dia seguinte quando ela estava na escola e seus pais trabalhando, foram assaltados. Quando voltaram para casa, assustaram-se com o local revirado mas deram conta que nada havia sido roubado.


 Exceto o livro.


Lembrava de ter se sentido tão triste que não saiu da cama por quase uma semana. Seus pais achavam que ela havia pegado algum tido de virose perigosa, dado que sua febre não baixava, mas ela sabia a verdade. Perder o livro era como se metade de sua alma tivesse sido corroída.


 Nunca entendeu sua reação à perda do livro, era absurdo adoecer por um livro. Ainda mais por um livro que nem ao menos tinha sido lido por ela. Mas agora, com o livro em mãos novamente, parecia que finalmente depois de todo esse tempo podia respirar.


 Ouviu pesados passos vindos de longe que se aproximavam cada vez mais e mais, e a próxima coisa que soube, é que estava colocando o livro por baixo de seu casaco e saindo o mais rápido que pôde da sessão restrita.


  Sua respiração estava pesada e sua cabeça estava um completo caos, podia ouvir o retumbar do seu coração nos seus ouvidos cada vez mais alto e sua respiração tremente não facilitava.


 Mas que diabos ela estava fazendo? Roubando um livro? Sério?


Mas não era qualquer livro. Esse era o livro dela! Dela! Então ela não estava roubando certo? Estava, somente, pegando de volta.


 


- Ei, você. – Ecoou uma voz no final do corredor. Estamos fechando. Por favor, preciso que se retire. – Completou o guarda indo em sua direção.


 


- Eu, uh, é claro. Eu só tenho que... – Elevou uma mão e pegou qualquer livro da prateleira sem ao menos ler a capa. - Prontinho. Só tinha que pegar esse livro e pronto. Você sabe né? Trabalho de escola e tudo mais. É só esse livro mesmo. – Ótimo, pensou ela se calando, agora estou balbuciando.


 


 O guarda só enrugou a testa e bufou alguma coisa sobre os jovens estranhos de hoje em dia enquanto a acompanhava para cadastrar ao livro muito interessante, que ela provavelmente não iria ler.


 


                                                               *******


 


 Finalmente... Pensou o homem disfarçado de guarda. Finalmente, pequena Hina. Irá cumprir com seu destino...


 Desprendeu seus cabelos brancos emaranhados da boina de guarda enquanto observava Hinata entrar em seu carro e desaparecer ao final do quarteirão. Sorriu tão aliviado como não sentia-se em anos. 


 



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Autor(a): vaniapsk

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • isabellacarolline1 Postado em 26/02/2013 - 20:14:46

    Amei , principalmente o casal principal KK , continua logo ;c


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


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