Fanfic: Everything for her [Finalizada] | Tema: Vondy

Eles nunca tiveram uma semana tão agitada como essa, terça feira, dia que Luna saiu do hospital, Christopher não foi trabalhar pra ficar com os filhos e Dulce ficou o dia todo fazendo tudo que os filhos queriam. Então resumindo essa tarde eles passaram comendo porcarias em frente a TV enquanto Luna e Alexander discutiam qual filminho queriam ver.

O resto da semana foi resumido em Christopher no trabalho tentando remarcar a reunião com a empresa do Alfonso e Dulce em casa a semana toda preocupada e cuidando de Luna e Alexander.

Christopher falou com os pais de Dulce, remarcaram o jantar, mas apenas pra próxima semana, Christopher queria que tudo se acalmasse primeiro pra depois conversar com eles, não queria Dulce passando mais nervoso do que já estava passando.

Christopher e Dulce nem tiveram tempo pra ficarem juntos, com exceção de alguns beijos, mas nada alem disso, Christopher dormiu todas as noites com Luna. E Dulce também não queria ficar com ele enquanto não esclarecesse as coisas com Ilza, ele já tinha conversado com ela por telefone, mas até agora não tinha se encontrado pra conversar melhor.

E hoje, quinta feira, era o dia que Christopher mais queria ter evitado em toda sua vida. Reunião com Alfonso.

-Bom dia. – Christopher disse assim que entrou na sala de reuniões e viu que todas as cadeiras já estavam ocupadas. – Antes de começar eu queria me desculpar por ter faltado na ultima reunião, tive problemas familiares, minha filha foi parar no hospital e... –Parou de falar e ficou em frente a todos. – Enfim, não pude comparecer por problemas pessoais.

-Quem diria não. – Ele ouviu a voz que menos queria ouvir na sala. – Christopher Uckermann é pai. – Levantou ficando de frente pra ele. – Parece que as coisas mudam mesmo.

Christopher respirou fundo antes de começar a gritar, tinha que se controlar, não poderia simplesmente surtar agora.

-Pois é senhor Herrera, as coisas mudam. Mas não vim aqui pra falar da minha família, vim falar de negócios. – Sentou em sua cadeira. – Sente-se.

Alfonso estranhou a atitude dele, não esperava que ele fosse responder assim, mas ele estava certo, estavam em um ambiente de trabalho e não poderiam agir como velhos amigos, por isso logo sentou na cadeira. A reunião durou um pouco mais de duas horas, tudo correu bem, as duas empresas queriam isso então logo entraram em um acordo e fizeram novos projetos. Assim que a reunião terminou todos saíram, ficando apenas Christopher que arrumava os papeis na mesa, e Alfonso que queria falar com ele.

-E ai cara, quanto tempo hein. – Parou em frente a Christopher e o viu respirar fundo.

-Quatro anos e cinco meses. – Sussurrou e logo em seguida bufou. – É muito tempo mesmo.

-O que acha de almoçarmos juntos? – Olhou o relógio de pulso. – Já são 13h30min, mas como ninguém aqui tinha almoçado então acho que...

-Não.

-Tem algum compromisso?

-Não.

-Então...

-Olha Alfonso, não vou ser grosso e ignorante no meu local de trabalho, mas se você quer que eu deixe bem claro é isso que eu vou fazer. – Ficou de pé ficando de frente pra ele. – A única coisa que eu quero saber relacionada a você é negócios, nada alem disse. Ficou claro? Fora dessa empresa eu não quero te ver nem por um segundo.

-E eu posso saber por que disso tudo? – Cruzou os braços não entendendo nada.

-Claro. – Deu um sorriso irônico. – Se eu te ver fora dessa empresa, eu vou acabar com você. – Pegou os papeis que estava na mesa e o olhou novamente. – Ficou claro isso ou vai precisar que eu demonstre? – Quando viu que ele não falaria nada saiu da sala batendo a porta com força.

Alfonso não entendia nada, antes achou que era puro profissionalismo, mas agora sabia que tinha algo mais alem disso. Christopher não queria falar com ele por algum motivo, só não sabia qual. Acabou encontrando com ele na garagem assim que saia da empresa e foi falar com ele.

-Não ficou claro o que eu disse lá dentro? –Christopher perguntou sem paciência nenhuma, não queria mesmo ver Alfonso.

-Não, não ficou eu quero saber por quê. Não entendo.

-Não precisa entender. Apenas fazer o que eu disse. – Foi pro carro. – Fica longe de mim.

-Cara a gente era melhores amigos.

-Não. – Parou no meio do caminho. – Nunca fomos amigos. Você ficava com a garota que eu amava, então nunca fomos amigos. – Christopher falou irritado tentando não gritar, afinal, ainda estavam na empresa.

-Fala pela Dulce? Eu te perguntei mais de uma vez se você queria que eu terminasse com ela e você sempre dava a mesma desculpa. “Ela é feliz com você”. Eu não tenho culpa.

-É melhor eu ir embora antes que eu arrebente a sua cara. – Bufou voltando pro carro.

-Espera. É por isso que não quer falar comigo?

-Não, você sabe exatamente porque não quero falar com você.

-Não, eu não sei.

-Ficar se fazendo de desentendido vai ser pior pra você ok? – Bufou se aproximando de Alfonso. – To te dando a chance, vai embora.

-Ok, não vou insistir. – Deu de ombros. – Não sei por que toda essa raiva, mas ok.

-Ótimo. – Sorriu irônico. – Pode ir.

-Você ainda tem contato com a Dulce? – Ia sair, mas lembrou de falar algo.

-Pra que quer saber?

-Se tiver avisa pra ela que amanha eu vou visita-la.

-Visita-la? – Fechou o punho tentando se controlar.

-É, eu a vi entrando outro dia em uma escolinha, perto da minha casa, acho que ela é professora, estava com uns caderninhos. – Deu de ombros. – Não pude falar com ela porque estava atrasado, mas amanha eu passo lá pra conversar com ela. –Deu um pequeno sorriso.

Que se foda a empresa, não se importava mais, ouvir aquilo foi a gota d’água pra ele, jogou todos as pastas e folhas que tinha na mão no chão e foi até Alfonso o segurando pela gola da camisa.

-Se chegar perto da Dulce eu te mato ouviu? Não quero você perto dela.

-E quem você acha que é pra me impedir? – Tirou as mãos de Christopher de si. – Não quer contato comigo fora dessa maldita empresa? Ótimo! Mas não vai proibir a Dulce de me ver.

-Ela não quer te ver. – Deu ênfase na palavra “Ela”. – Não depois de tudo que você fez com ela.

-Isso quem vai ter que decidir é ela não acha? – Perguntou irônico. – Você decidi por si mesmo, mas ela que vai escolher se quer ou não falar comigo.

-Já esta avisado, se você se aproximar dela eu te mato.

-Você sempre pensou que tem o direito de escolher por ela né? – Perguntou irônico se aproximando dele. – Dulce já é adulta agora, se ela quiser ela vai falar comigo. E eu vou sim amanha falar com ela. A final, o ex-namorado seu eu não é?

Essa sim tinha sido a gota d’água para Christopher, depois dessa frase as únicas coisas que se ouviram foi um barulho de soco, um gemido de dor e Alfonso batendo na lataria de algum carro importado que estava na garagem da empresa. Alfonso colocou a cabeça pra trás com a mão na boca gemendo de dor, esse tinha sido um golpe e tanto, já tinha brigado muitas vezes com Christopher, mas dessa vez era diferente.

Depois desse soco a única coisa que Christopher queria fazer era socar mais e mais a cara de Alfonso até ele ficar deformado, agora que tinha começado não queria parar. Assim que Alfonso levantou a cabeça e parou de gemer de dor Christopher acertou outro soco na cara dele, só que dessa vez no olho.

-O que te deu Christopher? – Alfonso gritou irritado com a mão no olho.

-É uma amostra, se você se aproximar dela vai ter muito mais disso.

Christopher não esperou nem mais um segundo naquela garagem, se ficasse acabaria com Alfonso o socaria até ele desmaiar, ele com certeza tinha passado dos limites.

Apesar de Christopher ter saído apenas pra almoçar ele foi direto pra casa, não voltaria pro trabalho hoje, ficaria em casa pra tentar se acalmar.

-Já chegou em casa? – Dulce perguntou assim que o viu entrar e fechar a porta com força. – O que foi?

Christopher não respondeu, apenas subiu as escadas rapidamente, não queria falar com ela agora, estava muito irritado e não queria brigar.

-Ei o que foi? –Gritou perguntando e foi atrás dele.  –O que aconteceu Christopher.

-Nada. Só me deixa sozinho. – Entrou no quarto batendo a porta.

-Não, eu não vou te deixar sozinho. –Entrou no quarto dele sem se importar. – Me diz o que houve.

-Cadê as crianças? – Suspirou tentando mudar de assunto.

-Na casa dos seus pais, eles queriam passar uma tarde com os netos e eu não vi problema algum. – Deu de ombros. – Seus pais sabem cuidar deles então não estou preocupada. – Ouviu apenas um grunhido de Christopher concordando e o encarou. – Não muda de assunto, o que aconteceu?

-Hoje teve a reunião com o Alfonso. – Passou a mão pelo rosto.

-Ai meu Deus. – Arregalou os olhos e se aproximou segurando a mão dele. – O que aconteceu Christopher? – Se referiu ao machucado da mão dele. – Ta sangrando. – Aparentemente ela não tinha ouvido o que ele disse, apenas visto a mão dele. – Como você fez isso?

-Batendo no Alfonso. – Falou baixo sabendo o que vinha logo em seguida.

-O que? – Gritou indignada. – Você bateu nele?

-É, bati.

-O que te deu na cabeça? – Perguntou irritada soltando a mão dele.

-O que me deu é que eu achei que ele tinha que pagar de alguma forma o que fez com você. E advinha, a divida ainda não foi paga. – Falou com ironia.

-Se a sua mão ficou assim imagina o rosto dele. Deve ter machucado muito ele.

-É nossa coitadinho, nem pensei nisso. – Falou irônico tentando controlar a raiva. – Para de defender ele. Ele merece muito mais que isso.

-Não ele não merece isso. Porque fez isso hein? – Deu um soco no peito dele. –Idiota.

-Dulce na boa se você vai ficar defendendo esse imbecil sai daqui ok? Sai daqui e não vem falar comigo até perceber que eu to certo.

-Ótimo, então a gente nunca mais se fala. – Levantou da cama. – Você ta totalmente errado. – Foi saindo do quarto, mas Christopher falou algo fazendo ela parar no meio do caminho.

-E se te serve de consolo os socos que eu dei nele não serviram nem pra apagar metade de tudo que ele fez com você.

-Socos? – Virou o encarando irritada. – Quantas vezes você bateu nele.

-Duas, mas não se preocupa, na próxima vez que eu o vir com certeza vai ser dezenas. – Sorriu irônico indo até o banheiro pra lavar a mão no machucado.

-Você não tinha o porquê fazer isso. – Gritou irritada o seguindo até o banheiro.

-Eu tava te defendendo ok? Esse imbecil te enganou e te abandonou, não acha que isso é pouco pro que ele fez?

-Novidades pra você, eu tenho 22 anos, sou bem grandinha pra poder me defender sozinha, eu sei o que faço e principalmente sei quem me deve ou não alguma coisa, então para de agir como um super herói, eu sei me defender sozinha. – Repetiu a ultima frase pra que ficasse claro pra ele.

-Ele disse que amanha ia no colégio pra te ver, duvido muito que ele vá depois da surra que ele dei nele avisando pra não ir, mas se ele for eu espero que não fale com ele.

-Já disse, sou bem grandinha pra tomar minhas decisões sozinhas, eu decido com quem eu vou ou não falar. Eu vou conversar com ele você goste ou não.

-Se fizer isso saiba que vai estar matando uma parte de mim. – Falou baixinho. –Todos esses anos o que eu mais fiz foi proteger você desse cara, querendo você longe dele, recusei mil propostas de emprego aqui apenas pra que você não pudesse ver ele. –A olhou e se aproximou um pouco. –Se voltar a falar com ele é como se dissesse que tudo que eu fiz por você não valeu a pena.

-Eu agradeço por tudo que você fez por mim, mas eu já cansei de te dizer, você não tem que me proteger de nada, é a minha vida, quem cuida dela, sou eu. – O encarou por mais um tempo e saiu do quarto batendo a porta.