Fanfic: Everything for her [Finalizada] | Tema: Vondy

Assim que Christopher entrou em casa fez o maior cuidado pra não fazer nenhum barulho. Sabia que Dulce já estava acordada essa hora.

-Até parece um adolescente entrando em casa depois de passar a noite fora com medo de levar bronca dos pais. – Dulce falou enquanto descias as escadas e o via entrar pela porta da frente.

-Não vou levar bronca dos meus pais, mas da mãe dos meus filhos... –Forçou um sorriso.

-Eu não vou brigar com ninguém. – Deu de ombros. – A vida é sua, se quiser dormir na casa da mulher no primeiro encontro não é da minha conta. – Foi pra cozinha.

-Normalmente você fica brava. –A seguiu até a cozinha.

-Mas eu não to brava. Você faz o que quiser da sua vida.

-Ta com febre? Acho melhor ficar na cama. –Brincou.

-Engraçadinho. – Cruzou os braços o encarando. – Ta atrasado, e acho melhor ir se arrumar.

-Ok, mas tem certeza que ta se sentindo bem? Posso chamar um médico.

-Eu to ótima.

-Eu te conheço a mais de cinco anos, será que da pra não me tratar igual idiota? Se não ta brava comigo tem alguma coisa acontecendo. –Sentou na bancada da cozinha. – O que foi?

-Eu to brava com você, mas não por você ter passado a noite com essa... Essa mulher.

-Então porque esta brava comigo? – Deu um pequeno sorriso notando o ciúme dela.

-Você disse que voltava, as crianças ficaram te esperando sabia? Não queriam dormir até o papai vir dar boa noite. –Rolou os olhos. – Você sabe que eu consigo fazer o Alexander dormir, mas a Luna só dorme com você do lado.

-Perdão eu esqueci. – Suspirou. – Não fiz por mal.

-Eu sei, mas... –Suspirou também e logo em seguida abaixou a cabeça. – Ta tudo bem, desculpa ter sido grossa com você, é que eu to cansada, a Luna só conseguiu dormir depois da meia noite e eu ainda tinha umas coisas do colégio pra ver, fiquei muito tempo acordada.

-Perdão, eu prometo que não vai acontecer de novo. Prometo voltar pra casa antes da meia noite.

-Não precisa disso, você não pode parar sua vida por causa deles, principalmente por que não é a sua obrigação e...

-Chega Dulce. –Falou irritado. – É a minha obrigação porque eu sou o pai deles.

-Eu não to falando disso Christopher. – Negou com a cabeça e se aproximou dele. – Eu to falando porque ela não vai ser criancinha pra sempre e uma hora ou outra vai ter que se acostumar a dormir sem o beijinho de boa noite do papai.

-Espero que esse dia demore pra chegar, tipo quando ela tiver uns 30 ou 35 anos.

-Só nos seus sonhos. – Riu.

-Eles já levantaram?

-Sim, já estão prontos, deixei eles dormirem mais um pouco por que ainda não fiz o café.

-Então eu vou tomar um banho. – Deu um beijo na cabeça dela. – Volto daqui a pouco pra te ajudar.

-Ah esqueci de te avisar, um cara da sua empresa ligou.

-Quem?

-Não lembro o nome, mas você vive falando com ele no telefone.

-Roberto?

-Ele mesmo.

-E o que ele queria?

-Ele não falou muito, só disse que queria que você ligasse de volta e que... Sei lá, tem alguma coisa haver com o México.

-México?

-É, algum problema?

-Ele quer que eu cuide da empresa de lá.

-E daí?

-Pra isso eu teria que me mudar pra lá. E eu não quero voltar pra lá.

-Christopher, se for por causa do...

-É, é por causa dele sim. –Bufou. – Não vou voltar pra lá, porque se eu cruzar com esse imbecil na rua eu o mato.

-Christopher você sabe o tamanho do México? As chances de você cruzar com ele são mínimas.

-Eu sei, mas não quero arriscar.

-Mas Christopher...

-Deixa isso pra lá, nem sabemos o que ele quer ainda, vou conversar com ele e depois te conto. – Deu um beijo na cabeça dela.

-Quando ele falar o que é não toma nenhuma decisão sem me falar ok? Sabe que eu não gosto de me meter nos seus assuntos de trabalho, mas isso eu não...

-Eu sei o que eu faço, e se ele falar pra eu ir pro México eu vou recusar, sem discussões.

-Christopher você muito cabeça dura.

-Muita convivência com você fez com que eu pegasse algumas manias suas. – Brincou. – Eu vou me arrumar se não vou me atrasar.

-Pensa direito ok?

-Não tenho o que pensar, não vou voltar pro México simplesmente porque não quero virar um assassino. – Subiu as escadas e foi pro quarto.

Dulce sabia a raiva que Christopher sentia de Alfonso, e se sentia extremamente culpada. Não gostaria de reencontrar Alfonso simplesmente por não saber o que falar, não sabia como contaria pra ele que tem dois filhos com ela. Também não queria voltar pro México, mas sabia que essa era uma oportunidade incrível pra Christopher e que ele não poderia negar por uma idiotice. Iria fazer de tudo pra que ele aceitasse a oferta e ira com ele pro México, já não era mais uma adolescente, não fugiria mais.

As possibilidades de encontrar Alfonso eram mínimas, mas se o encontrasse não fugiria, contaria tudo pra ele e a única solução seria esperar que ele entendesse tudo e não a odiasse.

Ouviu a risada dos filhos vinda lá de cima e sorriu, ouviu a correria pela casa e os dois pequenos chegando até a cozinha, ofegantes e com um sorriso no rosto.

-Se esconder atrás da mamãe não vale. – Christopher entrou na cozinha rindo.

-Que correria é essa? – Dulce perguntou sorrindo, adorava ver Christopher brincando com os dois.

-O papai quer fazer cosegas na gente. – Alexander falou se escondendo atrás de Dulce.

-E por quê?

-Porque a gente não quelia acorda.

-Bom, agora que já acordaram. (pegou Alexander no colo e o sentou na cadeira) Vamos comer se não nos atrasamos pro colégio.

Quase todas as manhãs eram assim, Christopher brincando com as crianças, Dulce tentando ser um pouco mais responsável que ele, já que ele virava uma criança perto de Luna e Alexander. Se arrumavam e iam pra colégio e o trabalho, era uma rotina, mas uma rotina que não os deixava cansados ou entediados. Gostavam da vida que levavam e não gostariam de mudar.

-E ai como foi lá? Ele deu mesmo a proposta pra você ir pro México? – Dulce perguntou assim que Christopher entrou em casa

-Sim. –Suspirou e sentou no sofá.

-E você recusou?

-Não, eu queria recusar, mas a proposta foi... Irrecusável.

-Então você já aceitou?

-Também não, disse que queria pensar um pouco.

-Qual foi a proposta?

-Que se eu aceitasse eu ficaria com a empresa de lá, 100% minha e 90% daqui seria minha também.

-Isso é ótimo Christopher, não tem porque negar. Você tem que aceitar.

-Eu não sei Dulce, você sabe o porquê eu não quero voltar pro México.

-Você já viu o tamanho do México? Vai ser quase impossível encontrar o Alfonso.

-Não, a gente vai encontrar com ele. –Suspirou. –Se eu aceitar, a empresa dele vai ser a primeira com que eu vou ter que fechar contrato.

Dulce suspirou sentando ao lado dele, droga, agora sim não tinha como fugir.

-Aceita. Você tem que aceitar isso é uma oportunidade incrível.

- Eu não quero que você volte a vê-lo, não depois de tudo que ele te fez passar. –Sentou de frente pra ela. – Se eu o vir eu vou querer matá-lo.

-É só se controlar, não é você que diz que negócios e vida pessoal não se misturam? Esquece tudo que já aconteceu e fecha logo esse negocio, é o melhor pra você.

-Eu tenho medo de como você vai reagir.

-Ele vai fechar contrato com a sua empresa, isso não significa que eu vá vê-lo.

-Acho que vai vê-lo sim. – Suspirou – Vai ter a festa de inauguração da empresa e todos os sócios vão ser convidados. E você sempre esta nessas festas comigo.

-Acho que posso vê-lo por algumas horas. – Deu de ombros. – Não vai fazer mal algum.

-Ta. – Respirou fundo. – Eu vou aceitar.

-Você não quer isso Christopher?

-Claro que eu quero, é uma oportunidade incrível.

-Então o que ta te incomodando?

-Eu só não quero você perto desse cara Dulce. – Passou a mão pelo rosto tentando se acalmar. – Não quero você de novo com aqueles sonhos ridículos que vocês foram feitos um pro outro e que vão se casar e não sei mais quanta merda.

-Esse é seu medo? – Sorriu. – Tem medo que eu volte a me apaixonar por ele?

Esse era o maior medo dele, não conseguia imaginar Dulce novamente nos braços de Alfonso, não gostava nem de pensar, se visse isso acontecer mesmo, morreria.

-Eu não sinto mais nada por ele. Isso não vai acontecer Christopher.

-Eu não teria tanta certeza disso.

-Christopher eu já superei ele ok? Não sinto nada por ele. Nada mesmo, não vou querer voltar com ele, não vou querer nada com ele. Principalmente porque ele já deve ter se casado com a Anahí.

-Eu só fico preocupado. –Acariciou o rosto dela. – Não quero ver você sofrendo outra vez por esse babaca.

-Não vai acontecer. – Deu um sorriso torto. – Eu prometo.

Christopher suspirou e a abraçou, como sempre controlando a vontade de tomar os lábios dela em um beijo perfeito. Sempre que a abraçava se controlava pra não fazê-lo, se controlava para não beija-la, sabia que ela não gostaria, ou se zangaria.

-Cadê as crianças?

-Brincando lá em cima. Eu ia pedir alguma coisa pra gente comer.

-Que bom. Porque eu to morrendo de fome. –Passou a mão pela barriga.

-Escuta, onde você estava essa tarde? – Perguntou antes de levantar do sofá. – Te liguei e a sua secretaria disse que você não poderia atender por que não estava, ou estava ocupado demais. Não entendi muito bem, ela se perdeu nas palavras.

-E porque me ligou? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou um pouco preocupado

-Não eu só queria saber da proposta, se você tinha aceitado ou não.

-Ah.

-Então, onde você tava?

-Na minha sala. – Sorriu safado. – Com a Ilza.

-Eu não acredito nisso Christopher. – Jogou uma almofada nele. – Você ficou com ela no seu escritório?

-Ela foi lá, eu tava sozinho. – Deu de ombros com um sorriso maior. – Aconteceu ué.

-Você é um tarado sabia?

-E a secretaria deve ter ouvido, por isso não falou nada e se perdeu nas palavras, ela acha que eu e você somos casados.

-Se você e eu fossemos casados mesmo eu já teria te jogado na rua por ser um tarado.

-Se você e eu fossemos casados... – Levantou do sofá se aproximando dela e a puxando pela cintura pra perto de seu corpo. – Você que teria passado à tarde no escritório comigo.

Dulce o encarou por alguns segundos antes de se afastar e soltar um risinho.

-Tarado. Eu nunca ficaria com você no seu escritório, principalmente pra todos ouvirem.

-Você não resistiria a mim. –A puxou pela cintura novamente. – E aposto que até quem tivesse do lado de fora do prédio ouviria seus gritos pedindo por mim. – Sussurrou no ouvido dela. – Gritando por mim.

-Pode parar com as suas safadezas. – O empurrou com o rosto vermelho de vergonha.

-Você fica linda vermelhinha sabia? –Riu.

-Eu vou pedir a comida. – Negou com a cabeça ainda rindo.

-É melhor mesmo, antes que eu te coma.

Dulce arregalou os olhos e ele caiu na gargalhada.