Fanfic: # 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você | Tema: Laliter

Peter prendeu a respiração. Enquanto eu o observava, balançando a cabeça negativamente, o desaprovando. Encostada na mesa, no mesmo lugar onde antes ele tinha me colocado sentada. Não sei se ele estava pensando a mesma coisa que eu, porque ele simplesmente não me encarava. Andei até o armário. Sentindo os olhos dele me acompanharem. Quando voltei a me virar, eles me atingiram. Cheios de tesão e desejo novamente. Como se pudessem, com um simples olhar, me devorar.
Será possível que ele ainda não tinha entendido nada? Impossível conter a minha raiva.

- Peter, você está proibido de me olhar desse jeito!

Foi a mesma coisa que não ter dito nada. Ele se aproximou. Insinuante, sedutor, insistente demais.

- Tô proibido de te desejar?

- Não. Está proibido de demonstrar!

Não consegui deixar de completar:

- Durante o horário de trabalho..

Peter sorriu. Um sorriso cafajeste, canalha, vulgar. Com uma satisfação indescritível no olhar. Como se nada tivesse acontecido, cortei a energia sensual que já nos envolvia bem rápido.

- Toma. Pega isso. - Disse, estendendo pra ele as chaves do meu carro. Ele me olhou sem entender nada.

- As roupas que compramos para você ontem estão no porta-malas. Pega uma, troca de roupa e traz de volta as chaves. Rápido!

Ele pegou as chaves da minha mão, fazendo questão de fazer com que as peles se encostassem. Ficou me olhando com um sorriso safado. E eu, fechei a cara.

- Anda, Peter. Eu disse rápido!

O sorriso dele aumentou significativamente. Então, ele se virou, e saiu lentamente da sala. Numa provocação clara.

Deixei escapar um suspiro e logo depois, uma risada incontrolável. O dia passou sem outros incidentes. Pra mim, é claro. Peter devolveu as chaves sem dizer uma palavra. O mandei retornar para a própria sala. A reunião - como sempre - foi enfadonha, monótona, interminável. As amebas que eu tinha como funcionários sem acrescentarem nada. Peter foi extremamente eficiente. Não falou sem ser perguntado. Não tentou dar sugestões. Apresentou os relatórios que eu tinha pedido com clareza, competência, criatividade. Realmente admirável. Em nenhum momento me olhou de um jeito que não fosse absolutamente profissional. Nem quando mandei que ele me servisse café. Muito menos quando o fiz voltar com o café cheio de açúcar e servir outro com adoçante. Nem mesmo quando o obriguei a abrir a porta para mim e carregar a minha pasta. Parecia estar ficando quase domado. Quando o expediente acabou, dispensei Cande e chamei Peter em minha sala. Sentada na minha cadeira, sorrindo de antecipação, respondi às batidas em minha porta.

- Pode entrar...