Fanfic: Contos de Tamriel - Brave Hearts | Tema: The Elder Scrolls

Já era quase manhã quando eles chegam à entrada de “O Reach”, uma região ao oeste de Skyrim, constituída de montanhas e pequenos cânions.

- Ouvi dizer que estas estradas são saqueadas pelos Renegados. – Observou Dakut.

- Sim. Eu já encontrei alguns em minhas viagens. Eles são bem habilidosos, mas não o bastante... – Wudhagh da uma leve risada após seu comentário.

Os Renegados são famosos por atormentar viajantes nesta área de Skyrim. Sempre em grupos, eles saqueiam tudo de valor e raramente deixam testemunhas.

- Aquele feitiço que usou na minha presa, por quanto tempo vai durar? – Pergunta o Orc enquanto verifica a corda ao qual o bandido está amarrado.

- Ah, aquela magia... – Dakut desvia o olhar do mercenário e continua. – Eu... Eu não sei. Eu ainda não a dominei, na verdade é a primeira vez que dura tanto tempo.

A gargalhada de Wudhagh ecoa pelos vales e cânions do local.

- Ótimo! Agora tenho que cuidar de loucos que vivem nas montanhas enquanto me preocupo com a fuga de minha presa. – Exclama Wudhagh de forma sarcástica.

O Elfo Negro não responde, apenas segue cavalgando ao lado da sua escolta à medida que observa as grandes formações rochosas que os cercam.

A viajem segue mais algumas horas em silêncio enquanto eles penetram cada vez mais em “O Reach”. E então Wudhagh quebra o silêncio.

- Não se vire e continue seguindo a estrada.

- Oque? Por quê?

- Eles estão aqui.

- Eles...? – Dakut pensa por um tempo e exclama. – Os Renegados!

- Não fale muito alto! Eles ainda não sabem que percebemos eles.

- E oque nós vamos fazer?

- Eu consegui ver oito, mas deve haver mais, nem eu consigo enfrentar todos eles sozinho. – Wudhagh acelera o passo do cavalo. – Por enquanto apenas siga em frente e não fale nada.

Dakut obedece. Eles ficam dessa forma por alguns minutos, até que Wudhagh vê uma caverna perto da estrada.

- Ali está nossa rota de fuga. – Ele aponta para a caverna. – Pare o cavalo em frente a ela e desça.

Eles descem do cavalo mantendo sempre os olhos atentos, no caso de algum Renegado atacar.

- Mas se entrarmos ai, ele vão roubar nossos cavalos. – Diz Dakut confuso.

O Mercenário coloca o bandido nos ombros e responde:

- Cavalos de bandidos geralmente são treinados a identificar ordens por assovios. Eu treinei o meu da mesma forma. – Ele levemente apalpa a crina de seu cavalo negro. – Assim que eu der o sinal à eles, corra o máximo que puder para dentro da caverna e se esconda.

- Correr?! – Exclama Dakut ainda mais confuso.

O Orc o ignora e assovia três vezes, fazendo os cavalos correrem em direção à estrada.

Dakut então entende a ordem anterior enquanto vê várias pessoas usando peles de animais descendo as montanhas. Ele se vira e corre com toda sua força para a escuridão da caverna. Dakut nunca foi um bom corredor, então após algum tempo ele se cansa.

Ofegante, ele olha para os lados em busca de algum local para se esconder, mas apenas encontra madeiras de sustentação, indicando que aquela caverna é uma mina. Sem escolha, o Elfo segue em frente andando.

A luz fica cada vez mais escassa enquanto ele adentra o túnel. Chega um momento que tudo oque Dakut consegue ver é uma pequena luz azul a vários metros de distancia. Ele estranhamente se sente atraído por ela e sem nenhuma precaução, vai à busca daquela pequena luz parada no fim do túnel.

- Cuidado! – Uma mão grande e verde segura o ombro de Dakut, fazendo com que ele voltasse a si e percebesse o grande buraco a sua frente.

Assustado, o Elfo se vira e vê Wudhagh com sangue em seus braços e elmo.

- Quer se matar? Esquece-se de que ainda me deve 500 moedas?

- Estava escuro e tem uma luz... – Dakut se vira para apontar para a luz, mas não vê nada além de mais túneis.

- Escuro? Tem mais tochas aqui que velas em um templo!

O Elfo Negro então se lembra do porque de estar naquele túnel.

- E os Renegados? Você os matou?

- Apenas seis. O resto resolveu ficar esperando fora do túnel, mas devem chegar logo.

- Você não pode matar eles?

- Todos eles? Juntos? – O Orc da uma leve risada. – Eu não sou um Deus, garoto.

- Mas e individualmente? Você consegue matar um por um?

- Suponho que sim. – Responde o mercenário enquanto tenta tirar o sangue do corpo.

“Não podemos avançar, pois temos esse buraco em nossa frente, e nem podemos voltar.” Dakut pensa por alguns minutos.

- É melhor você se apressar, eles já devem estar perto. – Diz Wudhagh sentado no chão afiando o machado com uma pedra.

- Eu acho que tive uma ideia. Eu posso conjurar uma magia que fará eles enlouquecerem de fúria.

- E de que utilidade isso teria?

- Homens furiosos não ligam para quem eles ataquem desde que ataquem.

- Hm... Então use seus feitiços. Eu preciso de um descanso... – Wudhagh é interrompido por Dakut.

- ... Eu vou precisar de sua ajuda. A minha magia requere tempo e é preciso proximidade para funcionar.

- Claro que precisa. – Retruca Wudhagh enquanto se levanta. – Oque você quer que eu faça?

- Apague as tochas e fique em silêncio. – O Elfo fecha os olhos e começa a dizer algumas palavras em uma língua desconhecida para o mercenário Orc.

Wudhagh apaga todas as tochas e mesmo sem enxergar, espera em silêncio uma ação de seu contratador.