Fanfic: O Caçador de Vampiros | Tema: Original
Se, por acaso, seu sonho é caçar vampiros ou algo do tipo, eu logo aviso, não é a melhor coisa que há nessa vida, pois você pode se dar muito mal...
Oi! Eu sou Fubuki Kido, vou fazer 15 anos e começarei o 1° ano do colegial...
Não sou dos melhores alunos que existem nesse planeta, mas me garanto o ano todo apenas fazendo o que chamam de ‘básico’. Tenho muitos amigos e sou, às vezes, brincalhão. Briga? É comigo mesmo. Não que eu arrume sempre, mas infelizmente – ou felizmente – sou um dos alvos mais conhecidos entre os valentões. Se apanho? Nunca. Como tenho amigos eu fico em extrema defesa – isso é uma coisa que me chateia muito, pois nunca consegui demonstrar que não sou tão fraco como pensam.
Mas isso era na antiga escola...
Mudei-me para Tóquio ontem (domingo), ou seja, sou novo aqui. Hoje é meu primeiro dia de aula e admito: não estou nem um pouco entusiasmado.
O som do despertador me acordou às 7h00. Levantei, escovei os dentes e vesti o uniforme da minha nova escola. Desci e fui até a cozinha.
Minha mãe, Sanae, estava acabando de fazer o café. Ela era uma mulher muito simpática e bonita. Costumava ser calma e compreensiva, brigando comigo apenas quando realmente era necessário.
Sentei-me à mesa.
- Está ansioso, Fubuki? – ela perguntou, com seu belo sorriso.
- Ah, claro que sim – menti.
Percebi que ela sabia que eu não estava falando a verdade. Então tentou outra:
- Tenho certeza de que você irá fazer muitos amigos.
- Só espero que não queiram me bater – falei ironicamente.
- Não se preocupe, eu sei que vão gostar de você.
- Hã-ham! Assim como os valentões da outra escola?
- Não. Assim como seus amigos da outra escola!
Eu senti uma certa tristeza quando lembrei dos meus colegas. Eu os conhecia desde a infância, e agora...
Minha mãe me serviu com café e torradas e também se sentou.
- Filho, eu sei que você sente falta dos seus amigos e queria ficar lá...
- Então por que nos mudamos?! – a interrompi em tom de grito, deixando minha mãe se sentindo um pouco culpada. Mas percebi que fui duro demais com ela, então falei mais calmo: - Nós estávamos tão felizes em Okinawa, não entendo o porquê de sairmos de lá.
- Fubuki, eu já lhe expliquei mil vezes que seu pai está aqui a negócios.
- Mas precisava mudar a família toda? – mordi uma torrada. – Esses negócios não devem ser tão longos assim.
- Nós não sabemos.
Eu não sabia do que meu pai trabalhava, pois minha mãe nunca me falou nada – isso se ela também soubesse. Nós éramos muito próximos um do outro, e ele vinha uma ou duas vezes por mês para nos visitar. Eu já estava com muitas saudades dele, não o via já fazia mais de um mês.
Comemos o resto do café da manhã em silêncio.
Quando deu 7h30 eu peguei minha mochila, me despedi da minha mãe e fui para a escola. Eu adoro andar, por isso fui a pé. Eu sei que ficava a quase um quilômetro da minha casa, mas queria conhecer um pouco a cidade, a vizinhança, as pessoas...
Cheguei cedo na escola Matsumoto.
Era um lugar bem bonito.
A entrada ficava no belo campus, cheio de árvores e jardins verdes, onde tinha uma praça, e ao lado do colégio havia uma movimentada avenida. A escola era enorme, tanto de altura, quanto de largura e comprimento. Tinha quatro andares. Pelo menos não parecia uma prisão, como tantas outras. Na verdade, até parecia um lugar agradável, com aberturas em bons lugares para a entrada da luz do dia e do ar. Resumindo: o colégio Matsumoto era ótimo.
Muitos alunos esperavam nos bancos – ou em pé – do campus, aguardando o portão da escola abrir, todos uniformizados. Eu me sentia sozinho, e fiquei do lado de uma árvore da praça (que ficava na frente do prédio da escola), observando as pessoas conversando entre si, todas se divertindo e rindo muito. Eu era apenas um solitário desconhecido. Parecia que eu estava invisível, pois ninguém me notava, e isso me deixava muito triste.
As aulas começaram há uma semana, mas, como sou novo na cidade, começo hoje. Para ser específico, era o quarto dia de aula para os alunos, menos para mim.
Algo me chamou a atenção. Um pouco distante, percebi três garotos grandalhões me olhando. Pareciam estar me observando há muito tempo, como se quisessem algo de mim.
Estranhei.
Finalmente o portão abriu.
Entrei, passei pelo pátio principal e subi as escadas, onde fiquei perdido no corredor – não sabia onde era a minha sala! A única coisa que sabia era que minha sala ficava no segundo andar, pois todos os primeiros anos se situavam ali. Mas muitos passavam por mim e entravam em suas salas, sem nem sequer me dar atenção. Foi aí que uma menina apareceu:
- Está perdido? – me perguntou, com um belo sorriso.
Ela era linda...
Tinha cabelos lisos escuros até um palmo abaixo dos ombros, pele branca e macia e olhos encantadores. Seu corpo era muito bonito e ela tinha um jeito doce de falar. Fiquei tão fascinado com sua beleza que gaguejei:
- É… eu…
- Não sabe qual é a sua sala – ela adivinhou, me olhando com ironia.
- Isso. Sou novo nessa escola.
- Pode deixar que eu te ajudo – ela sorriu.
Pegou o papel que estava na minha mão e leu. Depois disse:
- Que coincidência! É a mesma sala que a minha!
- Legal – senti que fiquei vermelho.
Ela me explicou o caminho e falou:
- Te encontro lá, hein? Dentro de alguns minutos vai começar a aula – e quando já estava saindo ainda acrescentou: - E cuidado para não se perder por aí, Fubuki – sorriu e entrou no outro corredor, à direita.
Eu fiquei a observando enquanto ela estava indo. “Que garota linda!”, pensei. E ela gravou meu nome, que estava no papel!
De repente senti um estranho arrepio.
- Você é um cara de sorte – falou uma voz ao meu lado.
Era um garoto da minha idade, provavelmente com o mesmo peso e altura que tenho. Admito que ele era bonito, e parecia bem humorado.
Eu olhei para ele e percebi algo amarelo em seus olhos, como se fosse um brilho.
Perguntei:
- De sorte? Por quê?
- A Shimizu é muito popular entre os alunos, além de ser extremamente certinha.
Shimizu, esse era o nome dela…
- E o que isso tem a ver? – perguntei.
- Ela simplesmente é uma garota que não dá bola tão fácil aos garotos.
- Então você quer dizer que...
- Ela gostou de você.
- Bobagem – falei. – Eu me chamo Fubuki, Fubuki Kido – estendi a mão.
- Meu nome é Natsuno Kogori, prazer!!! – ele a apertou e sorriu; logo vi que Natsuno era um cara legal.
- Bom, agora eu vou para a minha sala.
- Sua sala é a 2, não é?
- Sim – respondi. – Por quê?
- É a minha também. Vamos?
- Vamos.
Então fomos para nossa sala, que ficava no final do corredor à direita
Natsuno conhecia muita gente, então as cumprimentou. Eu só me sentei num lugar perto da janela e fiquei olhando para fora, a linda praça que ficava no campus, em frente ao prédio da escola.
Natsuno sentou na carteira em frente a minha.
Não houve muita lição devido ao começo da segunda semana (e quarto dia de aula), por isso Natsuno e eu ficamos conversando sobre nossos passados.
Ele falou pouco de sua vida. Disse apenas que seu pai era policial, e que ele morava com a avó – percebi que seu rosto estava triste enquanto falava dessa parte. Depois ele voltou a ficar animado, quando falou sobre o time de futebol da sala, das belas garotas da escola, etc.
Chegou a hora do intervalo e lanchamos. Era incrível o numero de alunos que faziam parte do nosso intervalo. Mas ainda assim eu me sentia infeliz.
Natsuno e eu nos sentamos numa mesa no canto do refeitório. Percebi, no meio dos alunos, uma senhora muito feia: era gorda, tinha cabelos curtos em rabo de cavalo, usava óculos enormes e tinha uma feição horrível. Até me assustei.
- Essa é a Kobi – falou Natsuno, apontando para a senhora, que vagava pelo refeitório, aparentemente vendo se estava tudo tranquilo. – É a inspetora da escola há mais de vinte anos – me surpreendi. – É também uma velha muito rabugenta – Natsuno e eu rimos na hora.
O resto das aulas ficamos sem fazer nada, apenas ouvindo explicações e tutoriais dos professores, uma chatice...
Bateu o sinal: hora de voltar para casa.
Despedi-me de Natsuno e, quando disse tchau à Shimizu, ela ironizou meu jeito – eu estava completamente envergonhado.
Depois fui embora… a pé.
Eu realmente estava satisfeito com o meu primeiro dia. Conheci uma garota muito bonita e fiz um amigo. Eu sei que ainda é cedo para chamá-lo de amigo, mas senti que confiava muito nele.
Eu estava andando perto da entrada da floresta, já na metade do caminho, quando, de repente, vi alguma coisa se mexendo no mato. Parei por um momento para ver o que era, mas a “coisa” parou.
Estranhei.
Senti um arrepio diferente, como se já o tivesse sentido antes.
Ignorei e fui embora.
Chegando em casa minha mãe estava fazendo o almoço. Avisei a ela que eu tinha chegado e fui direto para o meu quarto. Deitei na minha cama sem tirar a roupa e liguei a TV.
Estava passando algo no noticiário sobre pessoas morrerem misteriosamente dentro de seu próprio quarto à noite, mas eu estava pensando mesmo era no que havia visto naquela floresta. Eu sei que poderia ser qualquer coisa como um gato ou outro animal, ou até o vento, mas sentia que era algo diferente, algo muito diferente...
Não sai para a rua o resto do dia.
Aquele era um lugar meio que calmo, apesar das muitas casas que havia no meu bairro. E também havia uma floresta atrás de minha casa. Esse é o tipo de lugar que eu odeio! Eu sou do tipo de cara acostumado à agitação e aventura, não suporto ficar num lugar sem fazer nada, mas percebi que minha vida dali em diante seria assim.
Anoiteceu.
Tomei um banho quente e desci apenas para jantar, depois voltei ao meu quarto.
Escovei os dentes e fui para a cama.
Uma coisa que eu não gosto é de dormir cedo, mas não tinha mais nada a fazer mesmo...
Tentei dormir, mas não consegui. Alguma coisa me perturbava, eu só não sabia o que era.
Fiquei pensando no que tinha visto, ou melhor, no que não tinha visto. Imaginei o que seria, mas nenhum resultado. Aquilo de certo modo me abalava.
Desviei meus pensamentos para outra coisa... Shimizu.
Nunca imaginei que havia uma garota tão bonita quanto ela. Em Okinawa havia algumas que chegavam perto, mas todas rudes e mimadas.
Shimizu não. Ela era diferente, especial. Não foi só sua beleza que me atraiu, mas também sua doçura, seu jeito.
Eu estaria apaixonado?
Acho que sim…
Adormeci.
Eu sonhei que tinha acordado no meio da noite.
A janela estava aberta, a mesma que dava visão à floresta. Não sai da cama, mas vi que o céu estava estrelado e havia poucas nuvens. Estava frio, e um vento passou por mim, me deixando arrepiado.
Ouvi um barulho.
Não sei distinguir o que era, mas senti que já havia ouvido isso antes.
Foi aí que vi alguém.
Esse alguém estava longe, do lado de fora, se aproximando rapidamente. Meu coração estava em disparada: 110, 120, 130, 150, 200 batidas por minuto! Entrei em desespero. A coisa se aproximava, me deixando ainda mais com medo! Estava se aproximando muito depressa, muito depressa mesmo! Era assustador. Eu nunca vi algo do tipo antes. Eu não sabia o que fazer! Estava em completo desespero, sem conseguir me mover! A coisa se aproximava mais e mais... Mais e mais! Estava vindo da floresta, aparentemente voando. Vi que era uma sombra de olhos vermelhos! E quando chegou perto da janela, bem perto mesmo... eu acordei.
Me aliviei quando vi que era apenas um pesadelo.
Olhei para a janela, e estava aberta. Fazia muito frio, então levantei para fechá-la.
Olhei para baixo, na floresta, e vi alguma coisa se mexendo no mato.
Me estremeci por completo.
Fechei a janela e voltei a dormir, mas dessa vez tranquilamente.
Que pesadelo estranho! Por que será que o tive? É alguma mensagem oculta ou algo do tipo? E o que era a sombra misteriosa? Ah, isso tudo está muito estranho! Quer saber o que mais vai acontecer? Descubra nos próximos capítulos de “O Caçador de Vampiros”.
Você não pode perder!
Acompanhem!!! ^^
Autor(a): wesleybayherd
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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