Fanfic: Vizinhos Íntimos-AyA {Finalizada} | Tema: AyA

Alfonso observou o cão latir.
- O que foi, Wilbur? - perguntou, afastando-se da banqueta de trabalho. Dirigiu-se até a porta.

A resposta foi um rostinho sério, feminino, com um nariz levemente arrebitado. A pequena de cabelos castanho-claros o olhava pela janela.

Então ela sorriu.
- Olá. Meu nome é Clara. E o seu?

Sem nem sequer abrir a boca, Alfonso voltou para o trabalho. Pegou a lixa e continuou a passá-la sobre o pé da mesa para dar os toques finais.
A primeira idéia foi afugentá-la dali, mas não tivera sucesso da última vez. Só conseguira atrair a mãe furiosa. E a última coisa que desejava era um novo encontro com a viúva Puente. Não queria perder mais uma noite de sono.
Talvez se a ignorasse, a menina fosse embora.

- O cachorro é bravo? Não gosto de cachorros bravos. Quando eu era pequena, quase fui mordida por um. Ele se chama Wilbur, não? Que simpático! Olhe, está olhando para mim. - Clara acenou. - Olá, Wilbur!

O cão latiu ao escutar seu nome.

- Quieto - ordenou Alfonso.

O cachorro, pronto para se levantar, mudou de idéia ao ver a expressão do dono.

- Deixe-o sair para brincar comigo. Tenho uma irmã, mas ela prefere ficar olhando livros. Não gosto de livros velhos. Mamãe quer que eu a ajude na cozinha. Também não quero. Prefiro brincar no jardim. Wilbur não sabe pegar tocos de madeira?
- Não - respondeu Alfonso com firmeza, achando que conseguiria afastá-la.

- Então posso brincar aqui com ele? Poderia fazer cafuné no pêlo dele. Está bem?

- Não.

- Porque não?

- Porque não.

- Você fala isso toda hora, mas a mamãe diz que não resposta.

- É a única que tenho.

- O que você está fazendo? - insistiu Clara.

- Trabalhando.

Antes de Alfonso se dar conta do que acontecia, a menina entrou na casa e colocou-se a seu lado.

- O que é isso?

Alfonso a olhou com atenção. Era uma linda garotinha. Não teria mais de cinco anos.
- O pé de uma mesa.

- Posso pôr a mão?

- Vá em frente.

Clara tocou a madeira e sorriu.
- É lindo.

- Obrigado.

- Por nada. - A pequena se abaixou e começou a acariciar o animal. -Mamãe falou que você não é um homem-monstro. Você não é, mesmo?

- Não - respondeu Alfonso, quase sorrindo.

- Eu sabia. Mamãe nunca mente. Ela disse que você não é malvado e que está arrependido por ter nos assustado. É verdade?

-Sim.

- Ela também nos contou que você é um herói...

- E?

- E que você é um homem triste. Falou também sobre o acidente.

Alfonso deixou o trabalho de lado. Colocou o pé da mesa em cima das coxas e olhou para a pequena.
- O que mais mamãe falou?

- Ela disse que você se machucou em um terrível acidente. - Clara levou as mãos à cabeça, depois as abaixou para continuar afagando Wilbur. - É verdade?

- Sim?

- Houve um incêndio?

-Sim.

- Você se queimou?

-Sim.

- Doeu?

-Sim.

- Mamãe tinha razão. Pediu que fôssemos boazinhas e não nos assustássemos com você. E que deveríamos sentir pena por você.

- Bem, garota, Você pode falar para a mamãe que eu não preciso...

- Clara!

A menina correu até a porta e olhou para fora.
- Lá vem mamãe! Preciso ir. - Clara parou e franziu o cenho. - Mamãe o chama de Sr. Herrera, mas eu acho muito comprido.

- Poncho.

- Até mais, Poncho. Adeus, Wilbur - despediu-se Clara fazendo um afago na cabeça do cão.

A porta de tela bateu após sua passagem, e a menina saiu correndo. Alfonso pegou o pé da mesa e voltou a lixá-la. Viu Clara acenando e gesticulando para a irmã, que a esperava do outro lado do gramado.

Luana:é Muito Lindo msm *----* Me apaixonei pelo livro.Rs  Vi que vc voltou a postar nas suas webs vou me atualizar e comentar Okay :D