Fanfic: Vizinhos Íntimos-AyA {Finalizada} | Tema: AyA

- Como vão os preparativos do casamento, Guido? - perguntou Anahí, dando uma mordida no sanduíche.

- Muito bem - respondeu, olhando de soslaio para Alfonso.

- Está tudo certo, Guido. Anahí já conversou comigo.

- Conversou sobre o quê? - intrometeu-se Marichelo.

- Minha prima Maite e Guido se casarão em setembro. Eles pediram que eu cedesse a casa para a recepção.

Alfonso fitou Marichelo, que não desviou o olhar.
"Está melhorando", ele pensou.

- Que idéia adorável - elogiou ela.

- Eu ainda não disse sim - acrescentou Alfonso.

- E por que não? - continuou Marichelo.

- Alfonso não gosta de multidões, mãe.

Alfonso não respondeu à provocação, mas olhou-a, irritado. Anahí sorriu e bebeu um gole do chá gelado. Ninguém se atreveu a dizer mais nada, e o assunto foi posto de lado. Guido parecia aliviado. Anahí não se surpreenderia se Maite tivesse mandando o noivo para saber algo sobre o tema. O dia do casamento se aproximava depressa, e, a julgar pela voz da corretora na última conversa por telefone, Anahí podia afirmar que Maite já tinha os convites prontos para enviar.Distraída com o casamento, Anahí nem percebeu que Guido comentava sobre uma feira de móveis que visitara na semana passada e sobre Alfonso ir para algum lugar.

- Aonde Alfonso vai? - interrompeu ela.

- Comprar madeira - respondeu Guido. - Alfonso sempre refaz seu estoque nesta época do ano. - Eles se olharam e sorriram. - Ele detesta quando chega perto da data.

- Que data?

- Nenhuma, Anahí. Apenas preciso fazer umas compras de madeira para os novos projetos que Guido me trouxe.

- Quanto tempo você pretende ficar fora? - ela perguntou, sabendo que todos a olhavam, mas não conseguindo afastar a curiosidade. Sabia que, do jeito que as coisas caminhavam, nunca mais teria a oportunidade de conversar a sós com Alfonso.

- Uma semana ... Talvez duas. Ainda não sei direito - disse ele, sem tirar os olhos de Anahí, que parecia aborrecida. Por que seria?, pensou Alfonso. Teria medo de ficar sozinha com as filhas? Não, pois estava acompanha dos pais. - Será que você poderia me fazer o grande favor de cuidar de Wilbur? - Quando percebeu o olhar confuso, preocupou-se. - Há algo errado, Anahí?

- Não. É claro que não - respondeu ela, recostando-se na cadeira e forçando um sorriso. - As meninas adorarão ter a companhia de Wilbur o dia todo.

Alfonso a analisou com cuidado. O que haveria de errado?

Pelo que sabia, Anahí não ficaria sozinha. Devia existir um outro motivo para aborrecê-la de tal maneira.
A menos que ela fosse... sentir sua falta. A idéia o arrepiou da cabeça aos pés.
Seus olhares se encontraram, e o que Alfonso viu nos olhos dela agradou-lhe o coração. Não, não podia ser possível. Havia outro problema com Anahí. Procurou acalmar-se. Alfonso enxergava algo que não existia. E por que se surpreendeu? Já não sabia mais como agir com mulheres, muito menos ler-lhes a mente. Alfonso sorriu no intuito de minimizar a tensão dela- Quando você partirá?

- Hoje à tarde, depois de deixar Guido na cidade. Eu queria consertar a cerca antes de partir.

- Já está pronta.

- Sim. - Ele deu um tapinha nas costas de Guido e de Enrique. - Eles me ajudaram bastante.

- Bem, faça uma boa viagem - desejou ela, fingindo entusiasmo. - Solte Wilbur quando você sair. Mais tarde cuidarei dele.

- Obrigado. Deixarei a comida em uma sacola na varanda.

Anahí sorriu. Alfonso também. Enrique serviu-se de salada de batata e mudou de assunto. Anahí não prestava atenção a nada. Empurrou o prato para a frente e limpou os lábios com o guardanapo. O lanche tinha terminado. Pelo menos para ela, pois perdera o apetite.

Depois do café, Marichelo e as gêmeas limparam a mesa, enquanto Enrique e Anahí acompanharam Alfonso e Guido até a porta. Ela despediu-se, mas não saiu do lugar nem mesmo quando Alfonso entrou em casa.
Sentiu o braço do pai em seu ombros.

- Obrigada por ter ajudado com a cerca, papai, mas acho que mamãe ainda mostrará sua zanga por causa das suas costas.

- Eu cuido dela, querida. É você quem me preocupa.

-Eu?

- Sim, você. Eu soube como a cerca quebrou.

- Ah, pai, foi uma brincadeira idiota em que nós perdemos o controle.

- Só isso? Uma brincadeira?

- Sim, é óbvio. Por que a pergunta?

Enrique passou a mão na testa da filha.
- Querida, eu a conheço e não é de hoje. Toda a vez que algo a incomoda, você franze o cenho. Como agora.

- O que poderia estar me aborrecendo? - perguntou ela, procurando demonstrar naturalidade.