Fanfic: Vizinhos Íntimos-AyA {Finalizada} | Tema: AyA

Ao acordar, achou o dia maravilhoso; o céu estava mais azul, o ar, mais limpo, e seu coração, mais contente.
Como deveria reagir quando o visse? Um beijo? Não, não se a mãe estivesse por perto. Um abraço, talvez. Sim, um amigável aperto de mão seguido por um abraço de boas-vindas. Ela levaria Wilbur até seu dono e então conversariam sobre a viagem. Talvez depois, à noite, pudessem se encontrar na varanda, até subir as escadas e...

- Um dólar por seus pensamentos.

Anahí olhou para cima.
- Olá, papai.

- Você quer companhia?

- É lógico. Onde está mamãe?

- Deitada. Sente um pouco de dor de cabeça. Por que você não sobe e também descansa um pouco? Eu cuido das meninas.

- Mais tarde - disse ela, apontando para a cadeira a seu lado.

Enrique acomodou-se.
- Vi a caminhonete sair da rodovia faz algum tempo. - Virou-se para a filha e viu o brilho em seus olhos. - Parece-me que Alfonso está de volta.

O coração dela disparou.
- Verdade? - Anahí tentava parecer desinteressada, sem sucesso. - Como será que foi a viagem?

- Por que não vai até lá e pergunta?

- Não, ele deve estar ocupado; caso contrário teria vindo buscar Wilbur.

Enrique observou o animal brincar com as meninas ao lado da piscina.
- Pelo visto, Wilbur não pretende voltar para casa tão cedo. Por que não avisa Alfonso que está tudo bem com o cachorro?

Anahí virou-se para Enrique.
- Papai, você está me dando permissão para ir atrás de Alfonso?

- Eu só quero que você faça o que tem vontade.

- E qual é a minha vontade?

- Ir atrás de Alfonso.

Os dois riram muito.

- Você é demais, pai - disse ela, inclinando-se para beijar-lhe o rosto. - Obrigada.

Levantou-se e começou a caminhar até a casa de Alfonso, sentindo o olhar do pai às suas costas. Consumida pela impaciência, Anahí começou a correr, e quase deu de cara com Alfonso.

- Ei! - exclamou ele, segurando-a pelo braço.

-Oh!

Alfonso amparou-a, impedindo que Anahí fosse ao chão. E então ele soltou-a e os dois ficaram a se olhar por um longo e interminável momento.
Se os olhos pudessem falar...

Anahí analisou Alfonso e imaginou o que se passava pela sua cabeça. Será que Alfonso quisera saber como ela passara esses dias? Será que tinha idéia do quando sentira sua falta? A chegada dele despertou-lhe todas as emoções.
Ela olhou para o peito de Alfonso, à mostra sob uma camisa branca desabotoada. Como queria tocá-lo!

"Por favor, meu Deus, me ajude!"

Anahí sentiu o rosto queimar com o rumo que seus pensamentos tomavam.
As mãos de Alfonso escorregaram pelos braços dela. Anahí sustentou o olhar e não se afastou.
- Bem-vindo de volta - disse ela.

- Obrigado.

Alfonso estudou-a por alguns instantes. Não tinha imaginado que sentiria tanta saudade de uma pessoa. Sentia uma angústia grande no peito e não via a hora de poder voltar para casa e reencontrar-se com Anahí.
E agora ela estava ali, encarando-o com seus lindos olhos azuis. Alfonso respirou fundo, tentando afastar o medo que começava a consumi-lo.

"Pare de ser idiota e irracional!"

Por Deus, como queria beijá-la! Queria esquecer quem era e puxá-la de encontro ao peito, abraçá-la, possuir aqueles lábios úmidos...

- Como foi a viagem?

"Eu te quero tanto, Alfonso."

- Satisfatória. Consegui comprar tudo o que precisava - respondeu ele, surpreendendo-se com o tom natural de voz.

"Eu quero abraçá-la, beijá-la ..."