Fanfic: Vizinhos Íntimos-AyA {Finalizada} | Tema: AyA

Talvez Marichelo estivesse lendo seus pensamentos, sabendo aonde queria ir. Durante a conversar, Anahí pensou em várias maneiras de dizer que iria sair para tomar um pouco de ar. Chegara a ir até a porta, mas Marichelo ofereceu-se para acompanhá-la. Ela mudou de idéia na hora, alegando que a chuva estava muito forte.

Olhou para o roupão. Com ou sem roupa? Viu o short de Alfonso na grama, indicando que ele estava nu. Seu coração disparou. Anahí usava apenas a calcinha sob o roupão.

"Hora de se decidir, Anahí."

Se nadasse nua até Alfonso, a mensagem seria clara e certeira. Sabia o que aconteceria depois.
Mas estava preparada para ir tão longe?

Anahí pensava nisso desde o nascimento das gêmeas. Embora não tivesse planos de se atirar nos braços do primeiro homem que encontrasse pela frente, torcia para algum dia encontrar alguém que a desejasse. Tinha até se preparado para esse dia, concordando quando o ginecologista lhe recomendara um método anticoncepcional. Mas o sexo acabou se tornando uma lembrança que se esvaiu com o tempo. E agora estava cara a cara com a realidade de uma situação que tinha lhe parecido apenas uma remota possibilidade.

Alfonso estava na jangada, sozinho.
Tudo o que tinha de fazer era ir até lá encontrá-la. Seus batimentos cardíacos eram tão rápidos que nem conseguia pensar. Desamarrou o roupão com as mãos trêmulas, mas decididas.

"Tente ser um pouco racional, Anahí Puente."

Todo o seu corpo tremia agora. Não sabia se teria condições de nadar até a jangada.
Fechou os olhos e mergulhou na água.

Alfonso apenas escutava o som dos trovões. A chuva estava bem sobre ele, assustando-o com sua força e gloriosa fúria. Deixou que o vento levasse todas as suas frustrações, seus medos e desapontamentos embora.- Ajude-me...

Alfonso abriu os olhos, achando ter escutado algo diferente. Mais um relâmpago, mais um trovão. Chovia forte.

- Ajude-me...

Era uma súplica, um som real. Alfonso se apoiou nos cotovelos e olhou em volta. Um pássaro talvez.

- Alfonso, por favor...

Inclinando-se sobre a jangada, ele a viu.
- Pelo amor de Deus ...

Alfonso ajudou-a a subir. Os dois se encararam.
- O que você está ... - Só então percebeu que Anahí estava nua.

Os raios iluminavam o céu, evidenciando-lhe o rosto, os olhos azuis que contrastavam com a cútis branca. Um trovão foi o suficiente para afogar todos os pensamentos de Alfonso.

Mas não havia palavras, não sabia o que dizer. Era como uma dádiva. Inclinou-se e beijou-a com ardor. Anahí correspondeu com a mesma intensidade, entregando tudo o que tinha a oferecer e até mais.

Acariciou as costas de Alfonso, o peito, depois desceu as mãos. Seus dedos estavam úmidos, sua pele, ardente. Devagar, continuou os carinhos até tocá-lo de modo mais íntimo. Alfonso estava pronto para recebê-la, pulsando e totalmente ereto.

Ele cerrou os olhos e abraçou-a. Os corpos se tocaram. Molhados e escorregadios, eles deslizavam suas mãos para cima e para baixo. Os mamilos túrgidos roçavam-lhe o peito. Anahí o esfriava com seu corpo.
Alfonso estava incapaz de se mexer, de pensar, de agir, só conseguia sentir. Ficaram abraçados por um longo tempo, apenas deixando que os corações se comunicassem. Quando não agüentou mais, puxou-a para baixo, deitando-a na jangada.

A intensidade da chuva aumentou. Alfonso tentou protegê-la com seu corpo. Anahí procurou acomodá-lo abrindo suas pernas, oferecendo-se nesse altar flutuante como jamais fizera antes.

Por um longo instante, eles apenas se olharam. Depois Alfonso tirou-lhe os cabelos do rosto.

- Você tem certeza?