Fanfic: Vizinhos Íntimos-AyA {Finalizada} | Tema: AyA

- Entre, Anahí! Estou na cozinha! - gritou ele.

Ela entrou e caminhou devagar até lá. Alfonso guardava as compras e quase nem a olhou.
- Como vai? - perguntou ele, demonstrando-se casual.

- Tudo bem. Meus pais levaram as meninas para um parque de diversões.

- Que legal!

- Sim, aposto que elas estão se divertindo muito. Eles foram hoje cedo.

- E o que você fez esse tempo todo? - perguntou, abrindo a porta da geladeira.

- Fiquei me preparando.

- Para?

- Para conhecer sua casa.

- O quê?

Anahí encostou-se, provocante, no batente da porta.
- Eu esperava que o convite ainda estivesse de pé. E então?

Alfonso suspirou.
- É lógico que está de pé. Quando você gostaria de ir?

- Que tal agora?

Alfonso piscou, e então olhou para ela.

- Agora - disse ele, assentindo com a cabeça.

-Sim.

Sem pensar duas vezes, Alfonso colocou a caixa de leite que tinha nas mãos dentro da geladeira e fechou-a. Virou-se para encarar Anahí, encostando-se no balcão.
Anahí tinha de saber o que fazia. Eles haviam brincado sobre o assunto, e Alfonso entendera muito bem o que ela queria dizer.

O andar de cima. Seu quarto.

Sua cama.

Ele olhou para Anahí. Ela também o encarava sem piscar.
Anahí tinha de saber.

Alfonso começou a ter mil idéias. Ela estava muito sedutora. Jamais usaria essa palavra para descrever Anahí Puente, mas, parada ali, descalça e usando apenas o vestido amarelo, tornara-se mais bela do que nunca.

Será que era uma brincadeira? Um teste? Será que ela queria enlouquecê-lo? Anahí também tinha de saber que não demoraria muito para Alfonso se excitar, era só lembrar da tarde anterior. Tinha tido uma péssima noite, virando de um lado para o outro na cama, torcendo para que o dia amanhecesse e pudesse se levantar e encontrar alguma coisa para se distrair.

"Ah, Anahí ... Você tem de saber ... "

E agora ela estava ali, provocando-o a ponto de fazê-lo perder o controle.

"Bem, vamos ver aonde isso vai dar."

Alfonso deu um passo para a frente, depois outro. Olhou para baixo. As mãos dela estavam trêmulas. Sorriu ao perceber que Anahí não estava tão calma quanto queria demonstrar ..

- Você tem certeza de que está preparada?

- Sim, absoluta. A não ser que você não queira.

Alfonso parou a um passo dela, tão perto que podia sentir o calor do corpo feminino, distante o suficiente para não tocá-la.

- Se você pode, eu também posso - disse ele, com delicadeza.
Anahí umedeceu os lábios.

- Sim, eu quero ... ver a casa.

- Então, por favor. - Alfonso estendeu-lhe a mão para mostrar-lhe o caminho.Anahí passou ao lado de Alfonso, torcendo para que ele não escutasse as batidas de seu coração disparado. Ela caminhou na frente, deliciando-se com a sensação da palma da mão contra as suas costas. Subiu os dois degraus que os levariam até a sala de jantar.

Mobiliada com uma mesa de carvalho para seis pessoas, uma bela cristaleira e algumas plantas, o ambiente não era grande, mas arejado e claro. Também era tão imaculado que Anahí teve certeza de que Alfonso jamais usara a sala para fazer suas refeições ou para receber alguém.

O cômodo seguinte era tão convencional quanto o primeiro. Anahí passou a mão pelos móveis enquanto se movimentava pela bela sala de estar. Havia janelas em abundância. As paredes, de um verde claro, eram um contraste calmante com o sofá de couro marrom-acinzentado, a namoradeira e as poltronas.

- Você ainda não disse uma só palavra - comentou Alfonso, enquanto a acompanhava até a escada que os levaria até o segundo andar. - O que está achando?

- Uma graça.

- Mas...

Anahí olhou para ele.

- Mas um pouco solitária, eu acho. Você não usa muito essas salas, não é?

- Para ser bem sincero, nunca as uso.

Anahí queria perguntar o porquê, mas achava saber. Alfonso gostava de ser assim. Apreciava sua privacidade, a vida solitária, o isolamento. A grande dúvida era: para que construir uma casa tão grande se nunca tivera a intenção de enchê-la de gente? Ao mesmo tempo que era bonita, era impessoal.

"Bem, vamos ver o andar de cima", pensou ela.

A sala de televisão era grande e cheia de vida. De um lado, havia um grande e moderno aparelho de som, enquanto a outra parede abrigava uma enorme televisão, o videocassete, videogames e muito mais. A um dos cantos, avistou uma bela espreguiçadeira e vários livros na estante ao lado. Um canto para leitura. Ao lado, uma bonita luminária.