Fanfic: Vizinhos Íntimos-AyA {Finalizada} | Tema: AyA

Depois de abraçar e beijar as meninas e ouvir as inúmeras histórias que tinham para contar, Anahí abraçou a mãe.

- O que houve, mamãe? O que há de errado?

- Errado? Nada de errado! Seu pai é um maníaco, é isso. Ele me puxou pelo parque como se eu tivesse dezesseis anos de idade. Minhas costas e meus pés estão doendo demais.

Anahí levou-a até a cozinha.
- Sente-se aqui, mamãe. Relaxe. Vou lhe preparar um copo de chá gelado.

Marichelo acomodou-se, mas não deixou de listar suas queixas.
- E eu não dormi um só segundo naquela cama horrorosa do hotel...

Anahí fingiu que prestava atenção enquanto despejava o chá em um copo. Estava prestes a fechar a porta da geladeira quando se lembrou da famosa hortelã.

Foi então que percebeu. Ao colocar uma folha no chá, Anahí decidiu que chegara a hora de se impor. Marichelo estava cansada e vulnerável, e seu subconsciente lhe dizia que teria vantagem na situação...

Aquele era o dia das grandes decisões.

- Mamãe - disse ela, olhando-a nos olhos -, acho que está na hora de vocês voltarem para casa.

Marichelo arregalou os olhos.

- Anahí, eu não estava reclamando por estar aqui. Aquele parque...

- Eu sei, mãe. Isso não tem nada a ver com o passeio. Tem a ver comigo. Você e papai já estão aqui faz mais de um mês. As aulas começarão em breve e eu preciso colocar minha vida em ordem. E não consigo fazer isso com vocês aqui.

- Mas eu achei que seu pai e eu estivéssemos ajudando... com a casa, as meninas...

- E vocês me ajudaram muito! Mas não percebe? Esse é o problema. Necessito de um pouco de liberdade. Foi por isso que me mudei para o campo.

- Mas...

- Mãe, preste atenção. - Ela apertou a mão de Marichelo. - Quero ter a minha própria vida, separada da de vocês dois. Eu os amo muito, mas quero ter meu espaço. E acho que vocês também precisam de um pouco mais de sossego.

- Não sei o que dizer. Se essa é a sua vontade, nós vamos embora.

O tom magoado estava de volta. Anahí pensou um pouco, em busca das palavras mais apropriadas.

- Você se lembra de quando Kuno morreu?

- Sim, é claro. Foi terrível para todos nós. Como eu poderia me esquecer? Você ficou arrasada.

Anahí assentiu.

- Sim, é verdade. E, naquela ocasião, eu precisava do apoio de vocês e dos pais de Kuno. Nunca poderei agradecer-lhes pelo apoio que me deram - Ela fechou os olhos por um segundo, depois voltou a olhar para Marichelo. - Mas a vida continua, mãe, e a que levo com as meninas agora é bem diferente da que eu tinha na cidade. Sou uma nova pessoa e preciso que você respeite a minha decisão.

- Respeito a sua escolha, filha. Já lhe disse alguma vez como me orgulho de você? Você chegou tão longe... *-*

- Sim, mas sou capaz de muito mais. E preciso de espaço para crescer.

Marichelo abriu a boca para dizer algo, mas fechou-a em seguida. Fitou a filha por um longo instante, depois abraçou-a.

- Acho que você tem razão, meu amor. Permaneceram abraçadas por um longo tempo, até que Enrique entrou na cozinha com a mala na mão.

- Onde você quer que eu coloque a mala, Marichelo? - perguntou ele.

- De volta no carro.

Ele sorriu.
- Nós vamos voltar para casa? *-*

- Se você conseguir dirigir até lá.

- É claro que eu consigo.

Enrique e Anahí sorriram um para o outro. Ela sabia que o pai tinha inventado a viagem até o parque por mais de um motivo. Não só queria deixar a filha sozinha, mas também achava que estava na hora de voltar para seu lar.

Assim que o pai colocou a mala no chão, Marichelo correu para abraçá-lo.
- Vamos para casa, Enrique - disse ela, descansando a cabeça em seu peito.

Os olhos de Anahí se encheram de lágrimas ao ver o carinho entre os pais.

E Mais Uma Vez o Pai da Annie Salvando a Pátria *-----8

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