Fanfic: Vizinhos Íntimos-AyA {Finalizada} | Tema: AyA

A atenção da corretora voltou-se para a estradinha.

- Bem, acho melhor seguir meu caminho. Alfonso está chegando. Ele deixou um milhão de mensagens na minha secretária eletrônica e não retornei nenhum dos telefonemas. - Maite entrou no carro e ligou o motor antes mesmo de fechar a porta. - Vou esperar mais alguns dias até que ele se acalme.

- Covarde! - berrou Anahí, acenando para Maite.

- Eu lhe telefono durante a semana, querida - respondeu, sorrindo.

Alfonso só foi avistar o carro da prima quando ela passou ao seu lado na estradinha. Ele virou sua caminhonete para a direita evitando um acidente. Então percebeu quem era a motorista...

- Mas o que... Maite! Maite! Volte aqui! - berrou ele, brecando o carro. - Quero falar com você!

- Agora não, Alfonso! Estou muito ocupada! - Com um aceno e levantando uma nuvem de pó, ela sumiu.

Xingando sem parar, Alfonso estacionou direito a caminhonete e desceu.
- Vamos, garoto!

Wilbur saltou da carroceria e correu para a varanda.

Alfonso deu um passo para segui-lo quando avistou Anahí.
Ele parou. Por um longo instante apenas a fitou, mas a distância o impedia de discernir-lhe as feições. Todavia, as mãos na cintura e sua postura rígida lhe diziam que a ela estava pronta para discutir.

Mas Alfonso não queria saber de conversa. Passara muitas noites em claro tentando imaginar uma solução para se livrar da viúva Puente, mas nada lhe parecia coerente.
Sua mente preferia mostrar-lhe a imagem de quando a vira pela primeira vez, livre e muito feminina. E na escuridão de seu quarto, a fantasia de ter uma mulher como Anahí deitada ao seu lado falava mais alto do que a vontade de mandá-la embora.Mas agora ela parecia diferente, mais uma criança desamparada, não a mulher sensual que descera as escadas da varanda com tanta graça. Anahí o fitava como se soubesse que a imagem o rondaria durante a noite. Mesmo assim, Alfonso não conseguia desviar o olhar.
Ela era tão adorável! Magra, alta, com a quantidade perfeita de curvas. Alfonso imaginou o que encontraria por baixo da calça jeans e da camisa branca.

Anahí permaneceu imóvel, permitindo o minucioso exame, como se quisesse dizer: "Vá em frente, meu senhor, ouse chegar perto!".

Alfonso forçou-se a não sorrir, mesmo sabendo que ela não o enxergava direito.
Anahí não tinha noção de quanto era bonita. Os cabelos loiros moldavam-lhe o rosto oval e caíam-lhe nos ombros. O erguer de seu queixo fez com que Alfonso sentisse vontade de chegar bem mais perto para analisar melhor aqueles olhos tão azuis.
Lembrava-se muito bem deles desde o primeiro encontro, quando chispavam de raiva. Olhos que poderia observar para sempre. Olhos que poderia mergulhar e...

Wilbur lambeu-lhe a mão, fazendo com que as chaves da caminhonete caíssem ao chão. Alfonso abaixou-se para pegá-las e colocou-as no bolso. Já perdera tempo demais com essa mulher e suas filhas. Tinha muito trabalho a fazer.

Alfonso meneou a cabeça. "Não seja mais tolo do que você já está sendo... ".
Sem um gesto ou palavra, se virou e entrou na casa.

Que homem peculiar, pensou Anahí. Nenhum cumprimento, nenhum aceno, apenas uma hostilidade, para ela, sem fundamento.
Anahí devia ter feito mais perguntas para Maite sobre Alfonso. Não que se importasse. Seu instinto lhe dizia que ele fora um homem adorável no passado, bem diferente do que se mostrava agora.

Ficou observando a paisagem por mais alguns momentos, depois entrou em casa.
Contanto que Alfonso não assustasse suas filhas, não teria motivos para perturbá-lo.