Fanfic: UNIDAS PELO DESTINO AYA DYC MYC [FINALIZADA]

Anny escuta a pergunta de Poncho e viaja em seus pensamentos. Tinha chegado ali com a certeza que não aceitaria a herança, mas agora não sabia mais o que fazer. Iria mudar sua vida completamente se aceitasse, mas pelo menos assim, poderia ajudar sua mãe. Sim, sua mãe... A imagem da sua mãe deitada na cama e chorando lhe perseguia. Ela era a pessoa mais importante de sua vida e estava lá, imóvel, precisando da ajuda dela. Por um momento sente seu coração apertado de dor e seus olhos ficam úmidos. Estava completamente perdida, não sabia o que fazer. Mas não tinha mais tempo pra pensar, estavam à espera de sua resposta. Teria que decidir rápido. O que fazer? Seus pensamentos são interrompidos pela voz de Poncho.

Poncho: Senhorita Anahí... É sua vez de dar a resposta.
Lucrecia: Vamos... Pode dizer que vc não aceita, nós iremos entender que vc não quer mudar sua vida por causa dessa herança de meu irmão.
Mai: Vc não irá aceitar? (pergunta espantada e aperta a mão de Lupe) Pense bem.
Dul: Mas ela tem que aceitar, a nossa vida também tá em jogo... Não seja egoísta, não é só vc. Sei que vc não nos conhece, nem nós a conhecemos, mas o que será decidido aqui afetará a nós três.
Poncho: Por favor, gente... Se acalmem... A única que vai dar essa resposta é a Anahí... Só ela pode decidir isso.

Lucrecia: Mas é que nós já sabemos que ela não aceitará – fala toda segura de si – eu também acho que ela não deve desistir da vida dela em Nova York pra vir...
Anny: Eu aceito!!!
Mai: aihhh... Graças a Deus (ela fala aliviada e abraça Lupe)
Lucrecia: O que vc disse?
Anny: Eu disse que aceito a condição pra que eu possa receber a herança
Dul: Até que enfim vc colocou seu cérebro pra funcionar, mas também seria impossível vc recusar toda essa grana, ainda mais vc (fala em tom de deboche).
Anny: O que tem eu?
Dul: Não nada (ela ri irônica, mas também de felicidade por dentro, pelo menos agora sabia que conseguiria se sustentar).
Lucrecia: Mas ela não pode aceitar!!!!
Poncho: Como não pode Lucrecia? Isso é uma decisão dela, só ela tem o direito de falar que aceita ou não.
Lucrecia: Mas - ela ia falando algo, mas vê que se falasse se revelaria – não... É... vc tá certa...vc fez uma ótima escolha (ri falsa)

***Lucrecia: terei que dar um jeito de ficar com essa herança, farei de tudo, mas não irei ficar de mãos abanando...se elas se separarem elas perdem a herança e eu darei um jeito disso acontecer


Poncho: Por favor, Anahí... Assine aqui então (ele a olha bem firme e depois balança a cabeça)


***Poncho: Vejo que me enganei com vc... Acabou se iludindo com tamanha fortuna.

Anny chega até a mesa ainda meio atordoada com a resposta que acabara de dar e assina os papeis. Tinha certeza que poderia se arrepender depois, mas naquela hora, sua mãe era a pessoa que mais lhe importava. Era por ela que estava fazendo isso. Apenas por ela.

Poncho: Bom... Já que vcs já deram suas respostas, irei dar entrada nos papeis ainda hoje... E vcs já devem passar a morar juntas aqui nessa casa.
Anny: Mas eu não trouxe minhas coisas.
Poncho: Vc terá que ir até Nova York pegá-las e voltar até quinta feira porque...
Anny: Mas é pouco tempo, preciso resolver algumas coisas lá (fala irritada)
Poncho: Mas terá que estar aqui na quinta feira, vcs tem uma reunião as 13 horas e a presença de vcs é exigida, porque vcs tomarão a posse da editora.
Anny: Como vc quer que eu volte até quinta feira se eu não deixei nada arrumado e tenho que resolver inúmeras coisas lá?
Poncho: Me desculpe, mas quanto a isso não posso fazer nada senhorita. Se vc já sabia que ia aceitar, já deveria ter vindo com suas coisas resolvidas, ou vc ainda não tinha se decidido?
Anny: Não... É... É claro que já tinha me decidido, mas não pensei que tivesse que vim pra cá tão rápido (responde se embaralhando toda).
Poncho: Pois precisa... Na quinta feira vc deve estar aqui, sem falta... vc me entendeu?
Anny: Tá... Eu entendi - responde grossa – mas agora nem avião pra Nova York uma hora dessas tem mais.
Maite: Vc dorme aqui e amanhã bem cedo vc vai.
Lupe: Isso mesmo... Se vcs quiserem, já que já resolveram tudo aqui, posso levar vcs até onde serão seus quartos.
Dul: Eu quero... Já quero arrumar minhas coisas.
Poncho: Isso mesmo Lupe... Leve elas e lhes mostre a casa.
Lucrecia: Eu vou embora pra minha casa, não tenho mais nada pra fazer aqui...assim que der a titia volta pra visitar vcs (tenta forçar um sorriso).
Mai: Claro Tia... Volte sempre que a senhora quiser.

Lucrecia se despede de todos e vai embora. Ela estava bufando de ódio por Anny ter aceitado e já tentava planejar algo pra poder fazer elas se separarem e perderem o direito a herança.

Anny: Então... Será que pode me mostrar onde vou ficar? Estou muito cansada da viagem
Lupe: Claro senhorita... Pode vim comigo (fala toda educada).
Dul: Eu também vou com vcs...quero ver onde será meu quarto.
Lupe: Venham comigo.
Poncho: À noite eu venho aqui pra gente poder resolver mais algumas coisas, conversarmos e esclarecer algumas dúvidas.
Dul e Anny: Tá bom

Lupe levou Anny e Dulce para os seus respectivos quartos. Mai ficou no escritório com Poncho. Queria ter mais uma conversa com ele.

Maite: Pensei que ela iria desistir de tudo.
Poncho: Eu também pensei. Ela estava tão decidida da vez que esteve aqui.
Maite: Mas no fundo, no fundo, eu tinha a esperança que ela não fosse recusar. Ela tem cara de quem gosta de dinheiro. Toda arrumadinha... Toda cheia de não me toques... Toda Barbie... (rs) Mas que me deu medo, me deu.
Poncho: Mas ainda bem que agora está tudo resolvido. Enfim vcs vão poder tomar conta dos bens de seu pai.
Maite: Só não sei como iremos viver juntas aqui. Nós somos tão diferentes umas das outras. Não sei se isso vai dar muito certo não.
Poncho: Se vcs querem realmente essa herança, isso tem que dar certo. Porque senão tudo vai parar nas mãos da sua tia.
Lupe: Eu não deixarei isso acontecer. Agora que a Loirinha aceitou, não deixarei isso correr das minhas mãos não. Iremos agüentar as três juntas até o final deste ano.
Poncho: Mas tome cuidado com as duas. Sinto que a convivência entre elas, principalmente, não será tão harmoniosa assim não.
Maite: Eu sei. Daquelas duas só faltam sair fumaça quando estão juntas.

Poncho: Pois é... Elas podem vir a ter uma briga ou uma discussão. Pelo que vi a Dulce Maria não foi muito com a cara da Loirinha não.
Maite: Vamos ver no que isso vai dar. Na verdade, nem eu tô muito preparada pra essa convivência diária.
Poncho: Viver com pessoas que vc nem conhece vai ser difícil.
Maite: Pelo menos eu tenho a Lupe aqui comigo.
Poncho: Bom Mai! Tenho que ir agora. Tenho que dar uma passada no fórum ainda pra legitimar esses documentos.
Maite: Muito obrigada Poncho! Vc está sendo um amigo e tanto. Ainda bem que meu pai deixou tudo em suas mãos.
Poncho: Não há de que princesa. Precisando é só falar. E não se esqueça da reunião na quinta-feira.
Maite: Ainda bem que vc já está arrumando tudo. Na verdade eu não tenho a mínima idéia de como começar tudo isso.
Poncho: Pode deixar que eu vou preparar tudo. Todos já estão ansiosos para conhecer as herdeiras de Daniel Bracho.

Poncho se despediu de Mai e foi até seu carro. Deu a partida e foi até o fórum levar os papéis do testamento. Ela olhou mais uma vez para a foto de seu pai...

Maite: Como sempre... Vc conseguiu o que queria. Sempre manipulando a tudo e a todos.

Saiu do escritório e foi em direção ao seu quarto. Encontrou Lupe descendo as escadas.

Maite: E aí?
Lupe: Já acomodei as duas em seus quartos. Deixei tudo muito bem arrumado.
Maite: Obrigada Lupe!
Lupe: E vc minha menina?
Maite: Eu vou pro meu quarto agora. Preciso de um banho, preciso lavar minha cabeça. Parece que ela vai explodir.
Lupe: Quer um remédio?
Maite: Não Lupe. Eu vou tentar descansar um pouco. (subindo as escadas)

Mai entrou no seu quarto e fechou a porta e ficou recostada junto a ela. Colocou as mãos no rosto. Algumas lágrimas caiam... Sentou-se no chão e se pôs a chorar. Depois de uns 15 minutos, ela levantou e seguiu para o banheiro. Seu rosto estava marcado pela dor que sentia no coração. Estava confusa... Naquele momento, a única coisa que sentia era que já não pertencia mais àquele lugar. Aquela já não era mais a sua casa, já não era mais seu mundo. Desde que seu pai se fora, tentava se manter forte, mas já não agüentava mais. Tinha que desabafar... Tinha que se deixar chorar... Precisava chorar mais... Parecia que aquela dor estava engasgada... Tirou a roupa, ligou o chuveiro e deixou a água escorrer pelo seu corpo. Junto com ela, as lágrimas que a muito estavam sufocadas...

Saiu do banho, se enxugou, foi até seu closet e pegou uma camisola de algodão. Queria deitar, queria descansar um pouco. Aqueles dias foram de martírio para ela. Aquela ansiedade de saber em que tudo ia dar a estava matando. Tomou um comprimido e deitou-se. Tinha que relaxar... Tinha que tentar descansar.