Fanfics Brasil - 127 UNIDAS PELO DESTINO AYA DYC MYC [FINALIZADA]

Fanfic: UNIDAS PELO DESTINO AYA DYC MYC [FINALIZADA]


Capítulo: 127

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Anny: Sim!
Dulce: Poncho, de que a Lupe morreu realmente?
Poncho: Pelo que tudo indica, ela caiu da escada e sofreu algum traumatismo. Mas o resultado oficial mesmo, só amanhã. Eles estavam fazendo todo o exame no corpo.
Dulce: É muito estranho a Lupe ter caído assim da escada. Alguma coisa deve ter acontecido.
Lucrecia: A Guadalupe já era uma senhora idosa. Ela deve ter perdido o equilíbrio. Deve ter batido a cabeça em algum lugar e isso pode ter sido fatal..
Dulce: Não sei.
Anny: Ela pode ter tropeçado em algo. Não sei. Isso é tão difícil de aceitar. Não consigo ver essa casa sem a Lupe.
Poncho: A Lupe sempre esteve nessa casa. Ela cuidava de tudo aqui. – abraçando Anny – Vai ser difícil pra vocês, principalmente para a Mai. Agora vocês devem ficar mais unidas do que nunca.
Lucrecia: Espero que vocês consigam superar tudo isso.
Poncho: Elas vão superar, sim! – beijando a testa de Anny.
Lucrecia: O velório vai ser que horas?
Poncho: Amanhã cedo. Tudo vai estar pronto cedo.

A campainha tocou e Poliana foi atender. Dessa vez era Rodrigo. Ele entrou na casa e cumprimentou a todos. Foi logo em direção à Dulce e lhe deu um abraço.

Rodrigo: Sinto muito! Imagino o quanto você deve estar mal, ainda mais no seu estado. – separando-se do abraço – Está tudo bem com o bebê?
Dulce: Sim! Está tudo bem.
Rodrigo: Mas você tem que tomar cuidado.
Dulce: Não precisa se preocupar. Eu estou bem! – voltando a sentar.
Lucrecia: O Rodrigo tem razão, querida. Tem que ter cuidado com as emoções fortes. Isso pode afetar o seu bebê. Já vi muita criança nascer devido a um choque desses.
Anny: Dul, ta tudo bem? – olhando pra irmã preocupada.
Dulce: Eu to bem, Anny. Não precisa se preocupar.


Anny: É melhor você ir deitar novamente.
Dulce: Daqui a pouco eu vou.
Poncho: Se você sentir algo, nos fale.
Dulce: Pode deixar.

Poliana serviu um café com bolo pra eles. Anny e Dulce quase não comeram, apesar da insistência de Poncho e Rodrigo.
Logo depois chegaram Christopher e Cristian e se juntaram a eles.

Cristian: Cadê a Mai?
Anny: Ta lá em cima. Eu to preocupada com ela.
Cristian: Eu posso ir vê-la?
Dulce: Eu te levo lá. Ela está no meu quarto.

Dulce e Cristian subiram em direção ao quarto de Dulce. Lucrecia ficou observando os dois. Sabia que já tinha visto aquele rapaz ali na casa Bracho, mas não se lembrava em quais ocasiões e nem mesmo porque ele estava presente. Não segurou a curiosidade.

Lucrecia: esse rapaz é amigo de vocês?
Anny arqueou a sobrancelha: sim e também é o namorado da Mai. Por quê? Algum problema?
Lucrecia: problema, problema mesmo, nenhum. É só que ele é meio... esquisitinho.
Anny: não entendi o que a senhora quis dizer com esse esquisitinho, Titia. – fala irônica, olhando não muito amistosa pra Lucrecia.
Lucrecia: ah, sei lá. Não me inspirou muita confiança. Vocês o conhecem suficiente pra Maite estar namorando-o? Qual seu sobrenome?
Anny: por que quer saber seu sobrenome? Quer saber se ele é filho de alguém da alta sociedade Mexicana?
Lucrecia: não exatamente. Mas pelo menos saber se conheço alguém de sua família. Afinal, está namorando com uma de minhas sobrinhas. Tenho que saber se ele é de boa família, se é realmente merecedor dela.
Anny força um sorriso: oh sim! Creio que a senhora conheça alguém de sua família. Apesar de não ser do México...
Lucrecia interrompe Anny: ele não é daqui?
Anny: não! Ele é de Nova York. E pertence a uma das famílias mais ricas do México. Se a sua preocupação é dinheiro, a senhora pode ficar tranqüila. Ele é parente de uma das pessoas mais ricas dessa cidade.
Lucrecia: é mesmo? Bom... pelo menos ele não está atrás de minha sobrinha apenas pelo seu dinheiro. Isso é um bom sinal.


Lucrecia, no fundo, estava querendo saber isso mesmo. Arrumar outra pessoa que estava de olho “em seu dinheiro” a essa altura do campeonato não seria nada bom, pelo contrario, seria péssimo. Nem ela mesma tinha mais idéia de como separar aquelas garotas. Com um homem na jogada que também quisesse aquela herança ficaria ainda mais impossível seu objetivo de tê-la.
Àquela altura, Christopher evitava olhar pra Poncho, senão começaria a rir. Poncho também fazia o mesmo. Sentia a mão de Anny apertando as suas algumas vezes e sabia como aquela conversa estava irritando sua namorada. Não apenas por se tratar de Cristian, mas também pela preocupação fingida de Lucrecia, que todos já haviam percebido.
Rodrigo era o mais sério. Sabia que Cristian era primo de Anny e sabia também que quando Anahí revelasse a verdade a sua mãe, esta iria querer sumir. Pensou em intervir no assunto, mas achou melhor deixar a mãe se entender com Anny. Afinal quem deu a bobeira de tocar no assunto foi ela própria.

Anny: quanto a isso a senhora pode ficar despreocupada. Ele não está atrás do dinheiro da Mai. Afinal de contas, tudo que a Maite tem, a irmã dela tem em igual parte. Sendo assim, como meu primo, ele não precisaria dar um golpe na minha irmã pra ficar rico. Eu mesmo posso dar a ele tudo que ele precisa. Acho que talvez a senhora não conheça um sentimento que se chama amor. Talvez nunca o tenha vivenciado.

Anny olhou pra Lucrecia e pode perceber que ela estava completamente sem cor. Havia ficado pálida com a revelação. Não sabia onde enfiar sua cara. Tentou falar alguma coisa, mas a única coisa que conseguiu foi gaguejar. Percebendo o desconforto da tia, Anny aproveitou.

Anny: Titia... o dia hoje foi cheio. Estou cansada. Todos estamos precisando ficar um pouco sozinhos. Se a senhora não se incomodar, poderia voltar para sua casa. Se quer acompanhar o velório da Lupe, volte amanhã. Mas hoje precisamos mesmo descansar.


Lucrecia engoliu seco o pedido de Anny para que ela se retirasse da casa. Ficou incomodada com a aspereza na voz da sobrinha. Ainda tentou argumentar que não queria deixá-las sozinhas. Então recebeu uma reprimenda de Rodrigo.

Rodrigo cochicha para a mãe: se ainda lhe resta um pingo de dignidade, a junte e vai embora, mamãe!

Esta olhou pra Rodrigo e finalmente resolveu se retirar. Rodrigo queria ficar, mas Anny acabou por mandá-lo pra casa também. Quando Anny fechou a porta atrás deles, respirou aliviada. Dulce, que descia as escadas olhou pra irmã, sem entender.

Dulce: ue... Eles já foram? Achei que teríamos que agüenta-los aqui a noite toda.
Poncho: se sua tia ainda ficasse aqui depois de sua irmã tê-la praticamente colocado pra fora, diria que ela é muito cara de pau. (rs)
Dulce: eu ainda viro tua fã, Anny! – fala passando o braço pelo ombro da irmã.
Anny: aquela mulher estava me irritando. Não via a hora de ter um pretexto pra mandar que ela voltasse pra sua linda casa. – Anny senta no sofá, ao lado de Poncho e Dulce acaba sentando ao lado de Chris. – Como está a Mai?
Dulce: não sei. Não entrei no quarto com o Crist. Achei melhor deixá-lo a sós com ela.
Chris: e você? Como está? Não está sentindo nada?
Dulce: só um pouco atordoada com tudo que aconteceu, mas to bem. Nossa filha também está bem. – acrescentou ao ver a preocupação evidente nos olhos dele.
Anny: porque você não vai descansar um pouco, Dulce?
Dulce: eu vou. Minha cabeça está a mil. Eu ainda não to acreditando que isso aconteceu.


Chris: isso é muito ruim. Vai ser difícil até vocês se acostumarem.
Anny: você não quer que o Chris te faça companhia um pouco, Dul?
Dulce: eu não quero incomodar.
Chris: não será incomodo nenhum. Eu fico com você um pouco. Se quiser conversar ou apenas ficar em silêncio.

Dulce olhou para Chris e sorriu. Não podia negar que gostaria de ter alguém ao seu lado naquele momento, mesmo que fosse pra ficar em silêncio. Ficar sozinha em um quarto lhe daria a sensação de vazio e isso lhe traria ainda mais sofrimento. Os dois subiram e foram pro quarto de Anny, já que Maite e Cristian estavam no quarto de Dulce.

*!*

Cristian observou a namorada deitada na cama. Ela parecia estar adormecida, mas pode ouvir alguns pequenos murmúrios que denunciavam o choro. Se aproximou lentamente da cama e sentou ao lado dela. Maite estava com o rosto coberto com o travesseiro e achando que era uma das irmãs não o tirou. Cristian ficou alguns segundos em silêncio e em seguida começou a acariciar os cabelos de Maite. Quando ela sentiu o toque das mãos dele em seu braço, tirou o travesseiro e o mirou. Os olhos completamente vermelhos fizeram o coração de Cristian se apertar. Pode ver o quanto ela sofria.

Sem dizer nada, ela procurou os braços do namorado e chorou. Era a única coisa que ela conseguia fazer nas ultimas horas. Estava doendo muito e sentia como se algo a estivesse engasgando e a única coisa que conseguia aliviar isso eram as lágrimas. Cristian sabia como era isso. Ele entendia daquela dor e a incentivou a chorar. Nem ele mesmo conseguiu segurar as lágrimas. Ver sua amada em seus braços chorando estava lhe partindo o coração, ainda mais por saber que estava fora de seu alcance fazer com que aquelas lágrimas cessassem.


Ficaram em silêncio por um bom tempo. Apesar das lágrimas não serem constantes, elas ainda rolavam. Era como se Maite retomasse em sua mente alguma lembrança e essa lembrança a trouxesse dor. A lembrança a trazia a realidade que tinha acabado. Lupe realmente estava morta e isso doía. Maite foi a primeira a quebrar o silêncio.


Maite: ta doendo, Crist! Doendo muito. – fala com a voz entrecortada.
Cristian: eu sei, minha linda. E sinto muito por tudo que aconteceu. Sinto mais ainda por saber que não há nada que eu possa fazer pra aliviar a sua dor.
Maite: eu quero a minha Lupe de volta, Crist. Ela não pode me abandonar. Eu preciso dela!! – as lágrimas invadiram mais uma vez sua face.
Cristian: sihhh!! Fica calma, lindinha. Infelizmente ela não pode mais voltar.
Maite: por que ela, Crist? Por que a tiraram de mim?
Cristian: há certas coisas que não sabemos explicar. A morte é uma delas. Às vezes ela vem de repente e nos pega de surpresa, levando pessoas que são muito especiais pra gente. Pessoas que nós amamos.
Maite: ela era tudo pra mim. – fala já sentindo um nó se formar em sua garganta. – Me criou desde que nasci. Era como se fosse a minha mãe!
Cristian: eu sei o quanto você a amava e pode ter certeza que ela também a amava na mesma intensidade. E apesar dela não estar aqui ao seu lado a partir de agora, ela vai permanecer viva pra sempre aqui dentro. – ele afasta Maite e pousa a mão em seu peito, no rumo do coração, enquanto a fitava.
Maite: não queria tê-la apenas aqui, entende? Eu queria que ela estivesse comigo sempre.
Cristian: um dia isso iria acontecer. Pena que ela foi tirada de você tão rápido.
Maite: sabe, quando meu pai morreu, doeu. Mas a dor que eu sinto agora com a perda da Lupe é muito maior. Isso demora a passar?


Cristian: ô lindinha! A dor nunca vai embora completamente, porque nesses casos a saudade traz consigo a dor. Com o tempo, você vai aprendendo a viver sem a presença dela. Vai se acostumando com o fato dela não estar mais aqui entre nós. Aí passa para a fase das lembranças, da saudade.


Cristian termina de falar e sente um nó em sua garganta. Era a sua própria dor lhe invadindo. Foi inevitável lembrar de seus pais naquele momento. A dor vista nos olhos de Maite o remetia para a sua própria dor quando os perdeu. Tinha apenas 14 anos quando eles foram tirados brutamente de seu convívio em um acidente de avião. Naquela época talvez não tivesse entendido o quão doloroso seria aquela perda e só se deu conta disso à medida que os dias iam passando e ele precisava de seus pais.

Foi difícil superar, foi difícil deixar de sofrer, mas assim como disse a Maite, a dor nunca acabava. Apenas ia diminuindo e vinha acompanhada com as lembranças e com a saudade. Puxou novamente a namorada para seus braços e tentou a confortar. Ela precisava descansar. Por mais que fosse difícil, precisava descansar o corpo e também a mente. Os piores momentos ainda estavam por vir.


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Assim que Dulce e Chris subiram, Anny se aconchegou nos braços de Poncho. Este ficou acariciando os cabelos dela.


Anny: eu to preocupada com a Dulce. E se acontecer algo com o bebê?
Poncho: ela ta bem, pequena. Se ela estivesse sentindo algo ela teria avisado a gente. Ela só está um pouco abalada com tudo isso. É normal.
Anny: a Mai. Tadinha! Está inconsolável. Não sei o que fazer.


Poncho: será difícil pra Mai. A Lupe era como sua mãe. Cuidou dela desde que nasceu.
Anny sente que uma lágrima ia cair de seus olhos e logo passa a mão nos olhos: ainda não consigo acreditar que isso aconteceu.
Poncho se afasta de Anny e segura seu rosto, a fazendo encará-lo: Anny... Deixe de se fazer de forte. Eu sei o quanto isso está te afetando também. Não fique reprimindo seus sentimentos, senão quando eles vierem à tona, você irá desabar.
Anny: eu to bem. – mas ao falar isso sente a visão ficar turva. – Eu tenho que estar bem pra ajudar minhas irmãs.
Poncho: mas de nada vai adiantar reprimir essa dor ai dentro de você. Chore! Eu sei que é isso que você quer fazer. A Mai está com o Crist e ela vai achar apoio nele. Dulce está com Chris e se precisar de algo, ele estará lá. Você já segurou essa barra o dia todo. Até quando você acha que conseguirá?
Anny fecha os olhos e sente as lágrimas caírem grossas por sua face: não consigo mais. Já não consigo mais! Ta doendo, Poncho. Doendo muito.
Poncho a puxa e a abraça: isso! Chora. Você vai ver que assim se sentirá mais aliviada. Eu sei que está sofrendo com a morte da Lupe. Todos estão. E reprimir sentimentos nesse caso ou ficar se fazendo de forte para ajudar suas irmãs não ira lhe ajudar muito.
Anny: eu falei com a minha mãe hoje. Achei que estivesse tudo bem. Mas não está! Não vai ficar bem. A Lupe se foi, Poncho. Ela se foi!!


Poncho a segurou em seus braços com mais força. Deixou que Anny desabafasse em seus braços. Ela estava precisando. Segurou seus próprios sentimentos desde que haviam encontrado o corpo de Lupe. E ele sabia que ela não iria se segurar por muito mais tempo e ia desabar. Queria mostrar a Anny que estaria a seu lado sempre que ela precisasse. E não a deixaria cair e daria força pra ajudar as irmãs.


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Chris: Deita um pouco. Você comeu algo? – fazendo com que ela deitasse na cama.
Dulce: Eu não consigo comer nada. Não desce. – abraçando-se ao travesseiro.
Chris: Mas você não pode ficar assim, Dul. Por você, pelo nosso bebê.
Dulce: Não dá. Eu to sentindo um vazio. Um vazio muito grande aqui dentro. – fala apontando para o coração – É tão estranho isso. Eu sai daqui hoje e a Lupe estava bem. Ela queria saber se o nosso filho era menino ou menina. Estava alegre. Pediu que eu ligasse pra ela pra contar. E agora... – fala limpando uma lágrima que caia – agora ela está morta. Eu liguei, Chris. Mas ela não atendeu. Eu prometi a ela que ligaria. Eu demorei demais.
Chris: Hei! – fala aproximando-se dela e acariciando os seus cabelos – Foi tudo muito de repente. Ninguém poderia adivinhar que isso iria acontecer.
Dulce: Isso tudo me parece tão estranho. Eu ainda não consigo acreditar. Não entendo como tudo isso foi acontecer.
Chris: Tem coisas que são inexplicáveis, apenas acontecem. A Lupe se foi. Sei o quanto ela é importante pra vocês. Mas já não se pode fazer mais nada.
Dulce: Sabe, eu sei que foi pouco tempo de convivência. Chegamos nessa casa há alguns meses. Mas desde o inicio eu gostei da Lupe. Ela com aquele jeitinho dela. Era como se fosse uma mãe para todas nós, não só pra Mai. Ela acolheu a mim e a Anny. Sempre carinhosa, atenciosa, até na hora de reclamar ou brigar, ela tinha aquele jeitinho especial... Nos conquistou. Ta doendo muito. É como se eu tivesse perdendo alguém da minha família. Nós éramos uma família.
Chris: Vocês são uma família. Vocês perderam a Lupe, mas ainda têm umas as outras.


Dulce: A Lupe foi uma das grandes responsáveis por nós estarmos unidas hoje. E perde-la... – ela não consegue terminar de falar e se abraça mais ainda ao travesseiro, se encolhendo na cama.


Para Chris, ver Dulce daquele jeito, era de certa forma inesperado. Ela sempre se mostrara tão forte. Muitas vezes sentia que ela “usava uma capa” para esconder suas fraquezas. Mas naquele momento, ela não conseguia. Estava ali, frágil, sensível, permitindo-se sentir a sua dor, permitindo-se chorar, sendo ela mesma. Sem medo, nem receio de expressar o que verdadeiramente estava sentindo.

Queria se aproximar mais dela, lhe colocar no “colo”, tentar acalentar aquele coração que estava tão dolorido. Porém por mais que Dulce se apresentasse daquela forma, tinha receio de que ela o rejeitasse, que ela o entendesse mal. Quem poderia entender aquela mulher? Ela era um enigma que ele não sabia se estava pronto para decifrar.

Ficou observando Dulce. As lágrimas silenciosas não cessavam. Ele foi com a mão até os cabelos dela novamente, porém a afastou. Não conseguiu se conter por muito tempo e voltou a acariciar os cabelos dela novamente.


Chris: Vai ficar tudo bem!


Dulce levantou-se e sentou na cama. Não queria se mostrar assim para os outros, porém ela não conseguia se fazer de forte. Tentou conter as lágrimas, limpando o rosto, mas foi em vão. Chris não agüentava mais ver o sofrimento nos olhos dela, e no impulso a abraçou. De imediato, Dulce não reagiu. Aquilo a pegou de surpresa e pensou na possibilidade de afastá-lo. No entanto, não encontrou forças para fazê-lo. Deixou-se abraçar por ele, e se entregou ainda mais às lágrimas.


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O dia nem bem amanhecera e Maite já estava acordada. Na verdade, não havia conseguido dormir muito bem. Acordara várias vezes assustada. Ficava pensando em tudo o que havia acontecido e aquilo era angustiante. Cristian passara a noite toda ao lado dela. Consolando-a e dando-lhe todo o seu apoio.


Maite: Eu quero tomar um banho antes de ir. – fala levantando-se da cama – Minha cabeça parece que vai explodir.
Cristian: Toma alguma coisa, Mai. Toma um banho, come algo e toma um remédio pra dor de cabeça.
Maite: Não to com fome. Não consigo engolir nada.
Cristian: Aposto que você ta sem comer nada desde ontem.
Maite: Eu não consigo engolir.
Cristian: Eu vou ver se alguém já acordou e vou pedir que faça um café pra você.
Maite: A Poliana já deve ter levantado.


Cristian se levantou e saiu do quarto. Maite foi até o closet, escolheu uma roupa e foi até o banheiro tomar um banho.

Ao descer as escadas, Cristian encontrou-se com a prima.


Cristia: Bom dia! – dando um beijo na testa dela.
Anny: Como está a Mai?
Cristian: Foi tomar banho. Ela tem que comer algo, Anny. Você também.
Anny: A Poliana está fazendo algo pra gente. Não sei até que horas ficaremos naquele cemitério.
Cristian: Eu queria ir em casa trocar de roupa e tomar um banho. Tenho que pegar a tia Mari, também. Ela disse que queria ir.
Anny: Pode ir então!
Cristian: Não, eu quero ir com a Mai no cemitério antes. De lá eu vou em casa. Não quero deixá-la sozinha. Imagino que vá ser difícil pra ela.
Anny: Brigada! – abraçando ele – Brigada por estar aqui comigo, obrigada por estar com a Mai. Ela precisa tanto da gente agora.


Cristian: Eu amo você, prima! Você sabe que sempre estarei ao seu lado. E também amo a Mai. Ela se tornou muito importante pra mim. Nem eu sei o quanto.
Anny: Fico feliz por vocês dois. – dando um beijo na bochecha dele – Vem! – pegando em sua mão – Vamos tomar um café. Eu acho que estou precisando de um litro de café.


Os dois foram até a cozinha e encontraram Poliana terminando de arrumar a mesa. Poncho estava ao telefone segurando uma xícara de café. Estava falando com a sua secretária, pedindo-lhe que cancelasse todos os compromissos daquele dia. Anny e Cristian sentaram-se a mesa e se serviram de uma xícara de café. Logo Poncho terminou a ligação e sentou-se junto a ela.


Poncho: Já está tudo resolvido. Bom dia! – cumprimentando Cristian.
Cristian: Bom dia!


Os três ficaram conversando na cozinha enquanto os outros desciam. Maite, assim que tomou seu banho desceu e se juntou a eles.


Anny: Bom dia Mai! – levantando-se e indo até a irmã dando-lhe um abraço.
Maite: Bom dia!
Anny: Vem comer alguma coisa, vem. – guiando a irmã até uma cadeira.
Maite: Não tenho fome.
Poncho: Você tem que comer, Mai. Não pode ficar assim sem comer nada.
Cristian: Toma pelo menos um copo de leite com uns biscoitos. Você não pode sair assim.
Maite: Não consigo!
Anny: Um suco, Mai. – servindo a irmã com um suco de laranja.


Maite pegou o copo e tomou um gole do suco.


Maite: Cadê a Dul?
Anny: Ainda não desceu.
Maite: Será que ta tudo bem? Fico preocupada com ela e com o bebê.
Anny: Ela ta lá em cima com o Chris.
Maite: O Chris ta aqui?
Anny: Está sim! Ele ficou a noite toda com ela. Deve estar tudo bem, ela não o jogou pela janela.


Mai deu um leve sorriso devido ao comentário de Anny.


Maite: Só você mesmo.
Anny: Pelo menos te fiz sorrir um pouquinho. – acariciando o rosto da irmã.
Poncho: Não é melhor ir chamar os dois não? Daqui a pouco temos que ir.
Anny: Eu vou lá em cima acordar a Maria.


Ela levantou-se e foi até o quarto onde Dulce e Chris estavam. Este já estava abrindo a porta pra sair.


Anny: Bom dia!
Chris: Bom dia!
Anny: Como ela está? Conseguiu dormir?
Chris: Não! Passou a noite quase toda em claro. Foi dormir já eram umas quatro horas da manhã, mas logo acordou. Não dormiu nem umas duas horas direito. Agora foi tomar um banho.
Anny: Eu vou falar com ela. Desce e come alguma coisa. Você também passou a noite toda em claro, não foi?
Chris: Eu to moído! – fala esticando os baços.
Anny: Tadinho! – dando um beijo na bochecha dele. - Vai lá embaixo. Ta todo mundo na cozinha. Vou ver a Maria.


Chris desceu e Anny entrou no quarto e foi até o banheiro onde a irmã estava.


Anny: Dulce!
Dulce: Oi! – terminando de se enxaguar.
Anny: você está bem?
Dulce: Humrum.


Dulce enrola-se numa toalha e sai do box.


Anny: Ta tudo bem mesmo?
Dulce: Ta! – escovando os cabelos – Eu to cansada. Não preguei o olho a noite toda.
Anny: Eu também to cansada, quase não dormi.
Dulce: A Mai já acordou?
Anny: Está lá embaixo. Vamos descer e comer alguma coisa.
Dulce: Eu to com o estômago embrulhado. – ela sai do banheiro e vai até o closet pegar uma roupa.


Anny: Tem que comer dona Maria! – seguindo Dulce – Você tem que alimentar a minha sobrinha.
Dulce veste uma roupa e depois se vira para Anny, com os olhos cheios d’água.: Como vai ser daqui pra frente?
Anny: Não sei! – fala abraçando a irmã – Só sei que temos que ficar juntas.
Dulce: Vai ser tão estranho essa casa sem a Lupe.
Anny: Sim! Mas a gente tem que ser forte. Logo esse bebê vai nascer. – alisando a barriga de Dulce – E você tem que ficar firme.
Dulce: Irei ficar.
Anny: Vamos descer, vamos! – dando um beijo no roto dela – Minha sobrinha tem que comer algo.
Dulce: Vamos Barbie! – retribuindo o beijo da irmã – Hoje o dia vai ser cheio. – suspirando.


As duas descem juntas e vão até a cozinha. Dulce vai até Mai e lhe dá um beijo entre os cabelos. Senta-se com os outros a mesa e serve-se de um suco.

Eles ficam conversando um pouco e depois terminam de se arrumar para irem ao velório. Chris resolveu dar uma passada em casa pra tomar um banho e trocar de roupa. Dulce foi com Anny e Poncho num mesmo carro, e Maite foi com Cristian. Assim que chegaram ao cemitério, eles desceram do carro e seguiram para a capela onde estava o corpo. Já tinha algumas pessoas ali. Eram as amigas de Lupe e alguns empregados das Brachos.

Ao se deparar com o caixão, Maite não conseguiu se controlar. A dor era imensa, e ver Lupe ali deitada, machucava ainda mais. As lágrimas não eram contidas. Elas banhavam a face das três. Maite não conseguia se mexer. Ficou parada na porta da capela. Suas pernas tremiam, não obedeciam a ela. Abraçou-se a Cristian e enterrou seu rosto no tórax dele. Anny e Dulce se aproximaram do caixão, acompanhadas por Poncho. Dulce foi até o corpo e fez um carinho no rosto de Lupe. Não conseguia acreditar naquilo. Não conseguia acreditar que alguém dinâmica, ativa, estava ali morta na frente dela.


Anny também se aproximou e abraçou a irmã, de lado. Ninguém conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. Foi tudo muito rápido, muito de repente. Ficaram ali por alguns instantes contemplando o corpo. Lupe parecia estar dormindo. Serena e plácida. Algumas pessoas foram até elas darem os pêsames e falar-lhes palavras de consolo. Elas agradeceram e depois foram se juntar à irmã, que continuava parada na porta.


Anny: Vem, Mai! – pegando na mão dela – Vamos!
Maite: Eu não quero! Não agora! – fala limpando as lágrimas que não paravam de cair.


As pessoas também foram até Maite prestar os pêsames. Todos sabiam como Lupe a adorava e como dedicara sua vida àquela garota. Como ela mesma costumava dizer, Maite era a sua menina. As pessoas sabiam o elo que as duas tinham, afinal, Lupe a criara desde que nascera. Ela havia ajudado a colocar Maite no mundo, e com a morte da mãe dela, Lupe cuidara dela desde o primeiro momento de vida.

Poncho e Cristian fizeram com que Maite se sentasse em umas das cadeiras que tinham ali. Anny e Dulce estavam sempre ao seu lado.

Lucrecia e Rodrigo chegaram pouco tempo depois. Cumprimentaram as meninas e se aproximaram do corpo. À esquerda de Lucrecia, num canto, estava Poliana conversando com o jardineiro da casa. As duas trocaram olhares, mas nada que fosse revelador. Lucrécia colocou seus óculos escuros e juntou-se a algumas pessoas que ela reconheceu por ali. Estava evitando chegar perto das sobrinhas, principalmente de Anny.


Rodrigo, ao contrário da mãe. Foi direto falar com as primas. Deu um beijo confortante em Maite e depois se sentou perto de Dulce. Pegou em sua mão e ficou conversando com ela.

Cristian deixou Mai com as irmãs e com Poncho e resolveu ir em casa pegar a tia. Enquanto isso, quem chegava àquele local era Christopher. Assim que chegou à capela procurou Dulce com os olhos e a encontrou junto a Rodrigo. Foi em direção à Anny e Poncho e ficou com os mesmos.

O clima ali na capela era muito pesado. As pessoas falavam quase que sussurrando. Cristian chegou um tempo mais tarde com Mari. Esta foi levada direto até a filha, a quem abraçou fortemente. Falou também com Dulce e Maite, despertando a curiosidade de Lucrecia, que logo se aproximou das sobrinhas.


Lucrecia: Enfim poderei conhecer sua mãe, querida! Não é o local nem o momento apropriado. Mas, prazer em conhecê-la. – cumprimentando Marichello – Lucrecia Bracho, sou a tia da Anahí.
Mari: Prazer. – cumprimentando-a.
Lucrecia: Tinha muita vontade em conhecê-la.


Anny olhava para Lucrecia com cara de poucos amigos, mas não iria falar nada para a tia ali.


Lucrecia: Oh querida! – aproximando-se de Maite e a abraçando – Não fique assim. Sei o quanto você gostava da Guadalupe. Eu já lhe disse que você tem a mim. Minha sobrinha querida. – dando-lhe um beijo na testa.


Dulce também olhava a tia de soslaio. Nunca fora muito com a cara dela, e aquilo lhe soava falsidade.


Maite se libertou do abraço da tia e caminhou até o caixão. Aquilo tudo já estava lhe sufocando. Não agüentava mais. Há menos de um ano tinha sofrido a perda do pai. E estava passando por tudo aquilo de novo. Só que dessa vez, a dor era maior. Era a sua Lupe que estava ali. A pessoa que sempre cuidou dela e que sempre esteve ao seu lado em todos os seus momentos. Debruçou-se sobre o corpo e chorou. Dulce e Anny foram até a irmã e se puseram ao seu lado tentando de alguma forma consolá-la. Maite levantou o rosto e pediu que terminassem logo com tudo aquilo. Poncho pediu aos funcionários do cemitério que preparassem logo tudo para o sepultamento. Estes logo atenderam ao pedido. O caixão foi fechado e todos seguiram em cortejo até o tumulo. O padre disse algumas palavras e o caixão era colocado no túmulo. As três irmãs se abraçaram. Aquele era mais um percalço que elas estavam passando. Tinham que seguir em frente, e seguir unidas, pelo menos até o término daquele ano.

O corpo foi sepultado. As pessoas iam saindo aos poucos. Cristian abraçou Mai e a tirou dali. O mesmo fez Poncho, levando consigo Anny e Marichello. Dulce olhava tudo em volta e ainda não conseguia acreditar. Lucrecia e Rodrigo falaram com ela e a chamaram para que saísse dali, mas ela não foi. Lucrecia então chamou o filho e os dois saíram. Christopher se aproximou de Dulce e a abraçou. Ela deixou ser abraçada.


Dulce: Eu ainda não consigo acreditar em tudo isso.
Chris: Infelizmente é verdade.
Dulce: Por que as pessoas que nós amamos acabam se afastando da gente?


Chris: Por vontade de Deus. Mas nem todas as pessoas que amamos se afastam por causa dele. Muitas a gente mesmo afasta. E outras tantas estão ao nosso lado para nos ajudar a seguir.
Dulce: Parece que todo mundo que eu gosto ou que gosta de mim, acaba indo embora.
Chris: Você tem outras pessoas ao seu lado, que sempre estarão prontas a ficar com você. É só olhar em volta.
Dulce: Pode ser. Mais dia, menos dia, elas acabam indo embora.
Chris: é disso que você tem medo? – fala levantando o rosto dela.
Dulce: Não sei do que você está falando. – desviando o olhar – É melhor irmos embora.


Ela separa-se do abraço dele e sai andando. Chris continua em seu lugar, observando-a. Dulce olha pra trás e vê ele parado.


Dulce: Não vem? – estendendo a mão pra ele.


Chris vai até ela e pega em sua mão. Os dois saem juntos do cemitério.


Apenas uma pessoa fica junto ao túmulo de Lupe. Ela coloca uma derradeira flor na lápide e faz um sinal da cruz.


Poliana: Vou sentir muita falta da senhora, dona Lupe. Que pena que a senhora se foi.


Ela vira as costas e segue andando entre as alamedas do cemitério.


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Anny fecha a porta atrás de si e escora na mesma. Quando levanta o olhar encontra Dulce parada perto da escada.


Anny: tá tudo bem? – perguntou assim que chegou ao seu lado.
Dulce vira sua atenção pra irmã: humrum. Todos já foram embora?
Anny: sim.
Dulce: Anny…
Anny: o que foi?
Dulce: como será agora? – pergunta e sente a visão ficar turva.


Anny passa as mãos pelo cabelo da irmã: não sei. Mas nós vamos conseguir passar por isso. As três juntas. Palavra de irmã mais velha. – ela dá um sorriso e acaba deixando algumas lágrimas cair.
Dulce sorri ao ouvir as palavras da irmã: vamos ficar um pouquinho com a Mai?
Anny: ela disse que queria ficar um pouco sozinha.
Dulce: ela não irá se importar quando a gente aparecer lá.
Anny pega na mão de Dulce: vamos!


Anny decidiu ir por Dulce. Pode ver em seus olhos que ela tinha vontade de ficar na companhia das duas irmãs. Ela também queria. Era como se ao lado das irmãs se tornasse mais forte.

As duas subiram as escadas e foram até o quarto de Maite. Entraram no mesmo e viram que a irmã estava deitada na cama. Dulce fechou a porta atrás de si e então pode notar que a irmã chorava. Ambas ficaram olhando pra ela, em silêncio. Por mais que as duas estivessem sofrendo, sabiam o quão maior era o sofrimento de Maite e isso as sensibilizava.

Maite percebeu a presença delas e levantou o rosto, mirando as duas. Sem dizer nenhuma palavra, Anny se aproximou da cama, deitou ao lado de Maite e passou a mão por sua cintura. Nesse mesmo instante já começou a sentir as lágrimas quentes voltar a rolar por sua face. Maite levou uma das mãos de encontro a de Anny e a apertou com força.

Dulce ficou observando as irmãs por alguns segundos. Depois deu a volta na cama e deitou, de costas, do outro lado de Maite. Anny e Maite levantaram as mãos, que estavam entrelaçadas, e as colocou sobre o braço de Dulce. Esta levantou sua mão e juntou as delas. Aos poucos não segurou mais as lágrimas e chorou.

Assim elas ficaram e o silêncio reinou completamente. Não era preciso que nenhuma palavra fosse dita. Já sabiam o quanto aquilo doía. Só precisavam e queriam dar força uma a outra e demonstrar que estariam ali caso alguma delas precisasse.


As lágrimas só foram cessadas quando as três acabaram pegando no sono. Dormiram as três ali, abraçadas. Por incrível que pareça, quando amanheceu as mãos delas ainda estavam juntas. Não se desgrudaram nem por um minuto sequer. Aquilo sem dúvida era a prova de que estavam juntas e seria juntas que conseguiriam continuar a vida.

Seria muito difícil, afinal Lupe era uma pessoa muito importante na vida delas. Mas elas precisavam seguir em frente. A vida não poderia parar. E a vida das três seguiria um único caminho. Caminho o qual as três caminhavam lado a lado.


X*x*x*x*x*x*x*x*x*x*x*x*x*x


Duas semanas passaram desde a morte de Lupe. As irmãs Bracho tentavam recuperar a sua rotina, mas estava sendo um pouco difícil superar tudo aquilo. Elas apoiavam umas as outras, tentavam ficar juntas, principalmente por Maite que fora a que ficou mais abalada com tudo aquilo.

O resultado da perícia foi que Lupe havia sofrido um infarto e um traumatismo, devido a uma pancada que sofrera na cabeça. Deduziram então que ela, na queda, havia batido a cabeça no batente ou no corrimão da escada. A pancada sem dúvida fora muito forte, levando-a assim a óbito. Uma fatalidade. Era difícil de acreditar ainda. Mas era o que tudo indicava.

O mais difícil ainda era ficar o tempo todo naquela casa cheia de lembranças. As recordações eram muito vivas e estavam ainda muito presentes ali. Era complicado para elas permanecerem naquela casa. Ficaram uns dois dias sem irem à empresa, por razão do luto, mas nenhuma delas já estava agüentando mais. Anny e Dulce tentavam de alguma forma distrair a irmã. Porém, nem elas mesmas sabiam o que fazer direito, pois também sentiam aquela perda. A própria Maite, já não agüentava mais ficar em casa, decidira voltar ao trabalho. Maite não agüentava mais passar o dia todo em casa, recordando os momentos que passara ali com Lupe, pensando em como aquela casa iria funcionar sem ela, e no que elas deveriam fazer.


As meninas de imediato acharam melhor ela ficar mais uns dias em casa, mas acabaram se convencendo que seria melhor ela voltar a trabalhar. Pelo menos ela se ocuparia com outra coisa, não pensaria tanto naquilo tudo. Voltar ao trabalho também seria bom para elas. Passar uma parte do dia longe daquela casa iria lhes ajudar naquilo tudo. Não poderiam fugir da dor, mas pelo menos ocupariam uma boa parte do tempo delas.

Tentavam se concentrar no trabalho, continuar com as suas vidas, porém nada mais seria como antes. Pois toda vez que voltavam para casa, sentiam um vazio enorme.

Dulce e Maite ainda iam para a faculdade à noite e quando chegavam iam direto para a cama devido ao cansaço do dia-a-dia. Para Anny ainda era um pouco mais complicado, pois a noite muitas vezes se encontrava sozinha naquela casa enorme. Quando Poncho ia ficar com ela era bom, mas nem sempre o namorado podia. Muitas foram às vezes que ela resolvera ir pra casa da mãe, e só voltar pra casa na hora em que as irmãs voltavam da faculdade.

Marichello também fora uma peça chave para que as garotas continuassem tentando seguir suas vidas. A mãe de Anny acabara se aproximando mais ainda da filha. Ela vira como a filha havia ficado abalada com tudo aquilo, e devido à preocupação de mãe passara a estar mais perto dela. Ia à casa com mais freqüência e as ajudava a gerenciar tudo ali. Por conseqüência disso, acabara se aproximando também de Dulce e Maite.

Marichello também continuava com o seu tratamento. As fisioterapias já estavam começando a surtir efeito. Pelo menos alguma coisa boa acontecia em meio a tantas perdas.

A relação de Anny e Poncho, a cada dia que passava se solidificava mais. Poncho que resolvera tudo em relação à morte de Lupe e as apoiou no que pôde. Foi nos braços dele que Anny se mostrou fraca, foi com ele que ela chorou as suas dores.


Maite e Cristian também acabaram se aproximando mais. O carinho que ele demonstrou por ela, fez com que a moça se entregasse mais àquela relação. Enfim ela se sentia confiante e amada por um homem. As inseguranças e os medos estavam quase que dissipados. Acreditava no amor dele, acreditava que enfim tinha alguém que a amava e que ela amava do lado. Naqueles dias, ela muitas vezes se sentiu perdida, e Cristian foi o seu porto.

Já Dulce e Christopher levavam uma relação amistosa. Ele estava sempre atento a ela e à sua filha, queria ter a certeza que tudo estava correndo bem. Se preocupara muito com Dulce, afinal, o choque havia sido muito grande e tinha receio que ela sofresse alguma coisa. Os dois se falavam com mais freqüência sempre com a desculpa da filha. Mas Dulce não podia negar que estava aos poucos se aproximando dele novamente. Mesmo relutando, indo contra o que as irmãs falavam, mas a filha estava os unindo.
Rodrigo tentava se aproximar de Dulce. Ela não via mal nenhum naquilo. Não tinha nada contra o primo, só não entendia como ele ainda queria algo com ela depois de tudo o que acontecera. Achava graça nas indiretas dele e nas tentativas frustradas dele conquistá-la.

Enquanto Rodrigo persistia com a prima, Lucrecia não as dava descanso. Vez ou outra se instalava na casa delas com a desculpa de que estava ali para ajudá-las, que queria estar mais perto delas naquele momento tão difícil. Nenhuma das três engolia muito bem aquela história. Elas não iam muito com a cara da tia. Não tinham nenhum afeto pela mesma, inclusive Maite. Já que Lucrecia nunca fora uma tia devota como queria lhes demonstrar agora.

A vida tinha que seguir em frente. Elas não podiam parar. Tinham que tentar superar aquilo tudo e serem fortes. Coisa que Lupe com certeza as aconselharia.


X*x*x*x*x*x*x*x*x*x*x*x


Chris tinha acabado de fazer uma entrevista com o ator que estaria na capa da próxima edição da revista Estilo e estava voltando para a editora. Estava distraído cantarolando a musica que tocava no radio. Quando parou no semáforo, voltou a atenção para a rua. Observou o movimento da cidade. Quando viu um homem passar pela faixa entre os outros pedestres firmou as vistas. Parecia não acreditar no que seus olhos estavam vendo a sua frente.

O homem atravessava calmamente a rua. Chris o acompanhou com os olhos. Quando se deu conta, os carros atrás dele já buzinavam porque o sinal estava verde. Ele saiu com o carro, mas mudou de trajeto. Foi para a direção onde o homem havia ido. Quando achou um lugar vago para estacionar o fez e saiu correndo do carro, indo ao encontro dele.


Chris pega com força no braço dele, o fazendo se virar e encará-lo: Felipe!! Quanto tempo!
Felipe fica pálido quando vê a imagem de Chris: C... Christo... Christopher. – ele mal conseguia falar.
Chris dá um sorriso ao ver o nervosismo dele: Como está, meu amigo? Você andou sumido.
Felipe força um sorriso, mas não conseguia esconder o nervosismo, que ficava cada vez maior: fui visitar alguns parentes em outra cidade. Acabei arrumando um trabalho por lá.
Chris: que bom! E o que te traz de volta a nossa humilde cidade?
Felipe: eu... é...
Chris: achou que a poeira já tinha baixado por aqui, não é? – ele solta o braço, mas pega no colarinho da camisa de Felipe. – Pois poderia passar 100 anos que eu nunca ia me esquecer do que você me fez.
Felipe: eu não fiz nada!! – fala com medo da fúria que pôde ver nos olhos de Chris.
Chris: ah não? Foi VOCÊ que me avisou sobre o Colunga ter declarado ser gay no site dele.
Felipe: mas eu realmente vi essa declaração no site pessoal dele. – ele se solta de Chris.


Chris: sabe qual foi seu erro, Felipe? Ter sumido logo depois de me falar da declaração. Se você tivesse ficado aqui e falado pra mim que me ligou apenas porque viu a declaração, eu poderia até acreditar que você também tinha sido enganado. Mas acabou se tornando coincidência demais. Você viu a reportagem e depois simplesmente sumiu. Não acredito em você!
Felipe percebe que Chris não ia engolir a desculpa dele: tudo bem! Eu vou te explicar tudo que aconteceu.
Chris: ahhh, mas é claro que você vai me explicar. E eu espero que você comece a fazer isso agora mesmo.
Felipe: eu acompanhei de longe tudo que aconteceu com você por causa da informação que te passei e queria dizer que sinto muito.
Chris ri, irônico: você sente muito? Foi VOCÊ que me deu a informação errada e vem falar pra mim que sente muito?
Felipe: você pode não acreditar, mas é a verdade. Desde que me ligaram e me pediram pra fazer isso com você que não achei certo. Mas eu estava precisando do dinheiro que me ofereceram.
Chris: então você me enganou por dinheiro?
Felipe: eu precisava! A minha vida estava em risco e o dinheiro que me ofereceram veio a calhar. Não dava pra recusar. Mesmo sabendo que isso podia balançar sua carreira.
Chris: você era a fonte que eu mais confiava, Felipe. Você sujou feio comigo. A minha sorte é que eu tinha pessoas ao meu lado que confiavam em mim.
Felipe: me desculpa, Chris. Nem eu mesmo imaginei que o estrago poderia ser tão grande.
Chris: deixe de se fazer de arrependido. Suas palavras não estão me comovendo. Só me interessa saber quem te pagou pra fazer isso comigo.
Felipe: Foi a Rebeca.
Chris: Rebeca? Que Rebeca? – pergunta sem ligar o nome a ninguém.
Felipe: a que trabalha com você na Estilo. Que fez algumas das capas quando você estava afastado.


Chris olha pra ele sem acreditar. Não conseguia processar a idéia de que Rebeca havia armado contra ele.


Chris: você tá de brincadeira com a minha cara?
Felipe: não! Foi ela que armou tudo contra você e me procurou pra ajudá-la em troca de dinheiro.
Chris: Meu Deus! Eu não posso acreditar que a Rebeca foi capaz. Eu nunca fiz nada pra ela.
Felipe: mas pra ela você fez. Mesmo ela não me contando porque queria te prejudicar eu entendi qual era a dela. Desde que a tal Anahí passou a tomar conta da Estilo que as capas eram quase todas suas. Ela queria te derrubar. Nada melhor do que colocar em prova sua índole pra te queimar diante da sua patroa.
Chris: a minha fonte, o hacker, tudo foi idéia dela? – pergunta ainda não acreditando.
Felipe: se ela tinha algum cúmplice eu não sei. Quem me procurou foi ela. Mas acho que ela planejou tudo sozinha. Ela queria te derrubar e parecia não medir esforços pra alcançar o objetivo.


Chris ficou em silêncio. Sua cabeça estava a mil. Finalmente sabia o que realmente tinha acontecido e agora parecia não querer acreditar. Não conseguia imaginar como rebeca pôde ser capaz de fazer isso com ele. Achava que fossem amigos. Mas estava completamente enganado. Estava muito transtornado e acabou deixando Felipe ali, sozinho.

Entrou no carro e dirigiu até a editora. Aos poucos a ficha de tudo ia caindo e no lugar na surpresa aparecia a raiva. Sua vontade era subir até o andar da Estilo e tirar satisfações com Rebeca. Queria gritar com ela, queria saber como ela havia sido capaz de fazer aquilo com ele. Por pouco não conseguiu arruinar sua carreira. A raiva tomou conta dele e era apenas nisso que pensava enquanto o elevador subia até o andar da Estilo.


Chris: onde está a Rebeca? – perguntou a mulher que estava na mesa ao lado da de Rebeca, já que não a viu.
Mulher: ela saiu pra fazer uma matéria.
Chris: sabe se ela vai demorar?
Mulher: acho que ela não volta mais hoje. Ela disse que ia fazer a reportagem que precisava e depois ia trabalhar em casa.
Anny: Chris? Aconteceu algo? – ela voltava da lanchonete e passou por eles.
Chris: eu preciso falar com a Rebeca. É urgente.
Anny: Nossa! Você está nervoso. O que aconteceu?
Chris: acho melhor conversarmos na sua sala. É muito grave.
Anny: você está me assustando. Vamos!


Os dois seguiram até a sala de Anny e ela fechou a porta. Assim que a fechou se virou pra Chris.


Anny: e então? O que aconteceu? Por que essa pressa em falar com a Rebeca?
Chris: lembra quando estourou a história do Colunga que eu procurei o Felipe, que foi a minha fonte, e não o encontrei.
Anny: sim! Claro que me lembro.
Chris: eu o vi agora quando estava voltando da entrevista com a Lújan.
Anny: sério?
Chris: sim! Estava parado no semáforo quando o vi passando na minha frente. Não pensei duas vezes e fui atrás dele. Eu queria uma explicação.
Anny: e o que foi que ele te disse?
Chris: armaram realmente pra mim, Anny. Não foi só um hacker mal intencionado. Colocaram aquela reportagem lá única e exclusivamente pra eu ver e me ferrar.
Anny: ahhh se eu coloco a mão no desgraçado que fez isso. – fala com raiva.
Chris: O Felipe me disse quem foi.
Anny: e quem é? – ela pergunta e antes mesmo que Chris possa responder, começa a falar de novo. – Ahh não! Não, não. Não vai me dizer que foi a...
Chris: Rebeca. Foi ela mesma. Felipe me garantiu que foi ela que o procurou e ofereceu dinheiro em troca da ajuda dele.
Anny: que cachorra!! – fala e dá um murro no ar.



Chris: eu não pensei que ela fosse capaz de fazer isso. Rebeca quase acabou com a minha carreira. – ele passa as mãos pelos cabelos, tentava se acalmar.
Anny: eu não duvido de nada vindo daquela mulherzinha. Nunca fui com a cara dela. Ela fez tudo isso por inveja.
Chris: ela queria me ver fora da editora, assim ela teria mais espaço, já que desde que você entrou aqui que as capas dela diminuíam cada vez mais.
Anny: mas é óbvio. Eu dava as capas pros meus melhores jornalistas e nunca confiei muito no trabalho dela. Além do meu santo não ter batido com o dela. Me irritava o fato dela querer me bajular pra fazer média.
Chris: eu queria falar com ela hoje. Queria olhar na cara dela e ver a reação dela ao saber que já sei de tudo.
Anny: ela não volta mais hoje. Mas não se preocupe. Amanhã ela tem que estar aqui e assim que ela chegar ela vai ganhar um belo presente.
Chris: o que você pensa em fazer?
Anny: vou mandar ela embora, lógico. Depois dessa não consigo confiar em deixar ela aqui nem mais um segundo. Assim que ela chegar a carta de demissão dela estará pronta na minha mesa. E quero você aqui comigo quando formos conversar.
Chris: achei que se eu descobrisse o que tinha acontecido eu ficaria mais aliviado, mas aconteceu o contrario. Tô decepcionado.
Anny: no seu caso, até eu ficaria. Você a considerava aqui dentro e acabou sendo apunhalado pelas costas.
Chris: não entra na minha cabeça, cara. A Rebeca. Namorou meu melhor amigo por tanto tempo. Eu a considerava minha amiga.
Anny: meu amigo, com uma amiga dessa você não precisa de inimigos. – ela ri e faz Chris rir também. – O plano dela era perfeito. Ela só pecou em um detalhe.
Chris: hum.
Anny: confiança. Ela não contou que eu, Poncho, Mai, todos fossemos acreditar em você. Ela pensou que assim que tudo fosse exposto na mídia, a minha primeira decisão seria a de mandar você embora.


Chris: e era isso mesmo que ela queria. Rebeca queria reinar absoluto aqui na Estilo.
Anny: pois sinto informar a ela, mas agora ela não arruma emprego na área dela tão cedo. Se ela quer reinar, terá que reinar em outras áreas.


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Anny: chegou cedo, Dul. – disse ao ver a irmã chegar.
Dulce: só tive aula no primeiro tempo. Depois fui ao shopping ver se achava um livro que estava querendo.
Anny: trouxe presente pra mim?
Dulce: o que te leva a crer que eu me lembrei que você existia enquanto estava no shopping? (rsrs)
Anny: porque eu sei que você me ama e não ia esquecer-se de trazer algo pra sua irmã do coração.
Dulce: pois sinto lhe informar que me esqueci. (ahusahusa)
Anny: chata!
Dulce senta no sofá e começa a mexer em uma sacola, tirando de lá um livro: toma! (rs)
Anny: AAAAAAAAAAAAA eu sabia que você não tinha se esquecido de mim. – ela levanta do sofá e senta ao lado de Dulce, lhe dando um abraço e depois pega o livro. – “Eu sei que vou te amar”. Eu tava doida pra ler esse livro. Brigada!
Dulce: eu sei! (rs) Por isso eu trouxe pra você.
Anny: sabia que você é um amor de vez em quando?
Dulce: eu sou sempre um amor. xD
Anny: nem sempre. (rs) Você quer comer algo?
Dulce: sim! Tô morta de fome.
Anny: esfomeada como sempre. (rs) Vamos até a cozinha. Eu arrumo algo pra gente comer.


As duas levantaram e foram para a cozinha. Ao chegar lá, Anny foi a até a geladeira e a abriu. Pegou algumas vasilhas e colocou em cima da mesa. Só então percebeu que sua irmã estava ainda parada na porta, com o olhar vago.


Anny: o que foi?
Dulce: ainda não me acostumei a entrar aqui e não ver a Lupe. Sempre que entrava ela já vinha logo perguntando se não queria comer algo, tomar um suco. Sinto falta disso.
Anny: eu também sinto. Muita falta! A Lupe era muito especial. Sem ela aqui parece que a casa não tem o mesmo encanto.
Dulce: vamos mudar de assunto porque eu não quero chorar. – fala limpando uma lágrima que teimava em cair.
Anny sorri ao ver a irmã tentar ser forte e resolve mudar de assunto: senta aí que tenho uma coisa pra te contar.
Dulce senta-se à mesa enquanto Anny olhava o que tinha de comer: sobre o que ou quem?
Anny: sobre o Chris.
Dulce: lá vem o cupido. (rs)
Anny: besta. (rs) Por enquanto não é nada sobre vocês dois não. É sobre a história do Colunga. Lembra?
Dulce: claro que sim. Mas achei que isso tinha ficado pra trás. Ele foi inocentado.
Anny: sim sim. Mas é que hoje o Chris viu o cara que tinha dito a ele sobre a declaração do Colunga. Ele tinha sumido na época, mas hoje eles se encontraram. Chris fez ele abrir a boca e dizer o que realmente tinha acontecido.
Dulce: e aí?
Anny: o tal Felipe contou ao Chris que o procuraram e ofereceram dinheiro pra que ele ajudasse. O cara tava precisando de dinheiro e aceitou.
Dulce: então não foi só um engano? Armaram tudo pra realmente acabar com a carreira do Chris?
Anny: sim sim.
Dulce: e o cara abriu a boca? Falou quem foi?
Anny: sim sim. Descobriu-se que quem armou pro Chris estava bem debaixo dos nossos narizes e nunca iríamos desconfiar dela.
Dulce: dela?
Anny: sim sim.
Dulce: você tá me deixando curiosa. Fala logo quem foi a vaca que fez isso com o Chris. Nessas horas eu queria dar de cara com uma gentinha assim. Ia quebrar no meio. – fala com muita raiva.


Anny fica olhando pra Dulce e começa a rir. Depois de alguns segundos Dulce percebe o olhar da irmã.


Dulce: o que foi? Porque tá me olhando e rindo?
Anny: toda essa raiva aí é apenas sua ou a dá minha afilhada também já tá inclusa? (ahushaushaus)
Dulce: ¬¬
Anny: é sério. (rs) Pra algum assunto te deixar com raiva assim só se ele mexer intimamente com você.
Dulce: tava demorando pra ela vim com essa conversa.
Anny: agora me responde sério. Tudo isso é irritação sua ou a Aninha também ajudou mandando sua irritação pelo que fizeram com o papi dela? (ahusahushaus)
Dulce: eu vou te bater.
Anny: bate nada. Tu é igual o ditado cão que ladra não morde. (rs)
Dulce: você tá pedindo pra apanhar. – fala levantando da mesa e encarando a irmã.
Anny não conseguia parar de rir: não adianta levantar e ficar me olhando assim não. Você não me intimida.
Dulce: ela tá pedindo, Aninha. – fala olhando pra barriga.
Anny faz voz de bebê e fala como se fosse Ana: bate nela não, mamãe.
Dulce: HÁ HÁ HÁ... Quando minha filha nascer ela vai é me ajudar a bater em vocês.
Anny: só nos seus sonhos. (rs) Agora senta aí e vamos comer o sanduíche que eu fiz.
Dulce: não irei morrer se comer isso não?
Anny: ¬¬


Anny colocou dois pratos em cima da mesa e Dulce aproveitou pra pegar um suco na geladeira. Foi até o armário e pegou dois copos, os colocando em seguida em cima da mesa. Antes de se sentar ela deu pedala em Anny.


Anny: aiiiiii, sua chata!
Dulce: pra você ver se aprende.


Nesse momento Maite entrou na cozinha.


Maite: quem bateu e quem apanhou? (rs) Da sala deu pra ouvir o grito.
Dulce: é óbvio que eu bati, neh? (rs) Oi Mai.


Maite vai até Dulce e lhe dá um beijo: Oi Dul. (rs) Oi Anny. – ela caminha até a irmã e faz o mesmo, sentando em seguida ao seu lado.
Anny: Oi, mana. Essa vaca fica me batendo. Mas ela que me aguarde. Deixa só minha afilhada nascer que irei mostrar a ela a minha fúria.
Dulce: tô morrendo de medo. (rs)
Anny: você já comeu?
Maite: tomei um suco na faculdade.
Anny: pega esse sanduíche pra você. – ela entrega o prato a irmã. – Eu faço outro pra mim.
Maite: não precisa. Eu como qualquer outra coisa.
Anny: pega logo. Eu faço outro. É rapidinho.
Maite: pode comer o seu primeiro. Eu não estou com tanta fome assim.
Dulce: vocês duas vão ficar aí brigando pra ver quem não vai comer? Eu vou começar a comer o meu agora, se quando acabar ainda ninguém tiver tocado nele, eu como.
Anny: gulosa. – ela levanta e vai fazer outro sanduíche pra ela.


Dulce ia dar a primeira mordida, mas devolve o sanduíche no prato.


Maite: o que foi? (rs)
Dulce: pensando bem, acho que não irei comer isso não.
Anny: por que não? Você disse que estava com fome.
Dulce: tipo... Eu estava aqui com você enquanto você fazia, mas nem prestei atenção no que você colocou. Vai que tem veneno?
Anny: é bem capaz. ¬¬
Dulce: é sério. Acho bom você não comer também não, Mai. Ela não quis comer esse aí. Vai que ela colocou nos dois?
Anny: larga de ser besta, ô coisa.
Dulce: dá uma mordida no meu pra eu ter certeza.
Maite: (ahusahusas) ela é doida.


Anny: daqui uns dias teremos que levá-la ao médico. Porque isso só vem piorando. (rs)
Dulce: ok ok. Eu irei me arriscar e comer. E Barbie, me faça o favor de continuar a contar o que você estava me contando. Falou, falou e me deixou curiosa sobre quem fez aquilo.
Maite: do que estavam falando?


Anny voltou a história desde o inicio e contou a Maite o que já tinha falado a Dulce. Quando revelou o nome de Rebeca as irmãs ficaram pasmas. Ficaram ali na cozinha falando sobre esse assunto enquanto saboreavam o sanduíche que Anny havia preparado. Depois foram para a sala.


Anny: vamos mudar de assunto agora porque ficar falando daquela vaca depois de comer irá me dar indigestão. (rs)
Dulce: eu tenho um presente pra você, Mai.
Maite: pra mim?
Dulce: sim sim. Eu fui à livraria e comprei um livro ótimo pra você.
Maite: tenho até medo de perguntar que livro. (rs)
Anny: que nada. Ela me deu um também. Até que pra livro ela tem bom gosto. Tudo bem que ela me ouviu falando sobre esse livro, mas isso é o de menos. (rs)
Dulce: eu tenho bom gosto sim. E tenho certeza que a Mai vai adorar o livro. Ele será bastante útil pra vida dela.
Anny: uau! Quero ler depois também então, Mai.
Dulce tirou o livro da sacola e entregou a irmã: toma! Preste bastante atenção quando for ler e qualquer dúvida é só voltar a ele. Use-o como seu dicionário. – disse séria, como se fosse algo realmente muito importante.
Maite pega o livro e então lê o seu nome em voz alta: 101 posições sexu... – antes de terminar de ler ela sente o rosto ruborizar.
Anny: (kkkkkkkkkkkkkkkkk) você não tem jeito, Maria.
Dulce: oxe! O que foi? Esse livro é muito bom e é importante também.
Anny: sim sim. Muito importante. (ahsuahsuas)
Maite: cara... pela primeira vez, ouvindo ela falar do tal livro, achei que fosse algo realmente MUITO sério.
Dulce: ahh qual é, gente? Vocês vão me dizer que isso não é sério e importante? “101 posições sexuais”. Isso é muito útil para toda mulher. (ahsuhaushaus)
Maite: você não presta, Dulce. (ahsuahsuahsu)


Anny: depois que você ler, me empresta, Mai. (ahusahusahus)
Maite: oxe! Você acha que eu vou ler esse livro?
Dulce: oxe oxe oxe. Mas é lógico que você vai ver. Vai me fazer essa desfeita?
Maite: ô moh deuso. (ahsuahsuahsu)
Anny: tadinha dela, gente. Comprou o livro mais inocente pra Mai e agora ela não quer ler. (ahsuahsuas)
Dulce: é assim. A gente lembra-se dela, compra presente e ela nem vai ler.
Maite: ai meu Deus! (rsrs)
Anny: é, Mai. Você terá que ler. (haushaush)
Maite: ok ok. Eu leio.
Dulce: mesmo se você falasse pra mim que não ia ler, eu não acreditava. (ahsuahsuahs) Uma hora ia te bater uma curiosidade e você ia ler.
Maite: boba. (rs)
Dulce: mas agora falando sério. Leia. Ele vai te ajudar muito, menina. (ahsuahsuash)
Anny: você comprou um desse pra você também, Maria? (ahuahsuahsu)
Dulce:
Anny: qual livro você comprou pra você?
Dulce: ahh... um aí.
Maite: que é um aí a gente sabe. (rsrs) queremos ver qual o nome. É bom?
Dulce: acho que sim.
Anny: anda logo, Maria. Deixa a gente ver.
Dulce: não é dos gostos de vocês não.
Maite: oxe! Como você sabe?
Anny: ela tá enrolando muito pra dizer. Aí tem coisa. (rs)
Dulce: não tem nada. Eu só peguei uns livros. Nada demais.
Anny levanta do sofá e pega a sacola antes que Dulce pudesse impedir: não quer mostrar, eu vejo.
Dulce: tu é curiosa demais.
Anny: “Mãe... e agora?” – ela leu o nome do primeiro e pegou o outro. – “A vida do bebê”. Que fofo. *_*
Maite: ô gente. *_*
Anny senta e começa a folhear o livro: olha que fofo as fotinhas desses bebês. *_*
Maite: nossa afilhadinha vai ser fofinha assim. *_*
Anny: se ela puxar o pai, vai sim. (rsrs)
Dulce: não achei graça.


Maite: que fofo, Dul.
Anny: que lindinho. Ela comprou livros pra ler por causa do bebê.
Dulce: não comecem. Eu só senti vontade. Sei lá. Eu nunca tinha pensado nesse assunto. Queria algo pra ler sobre isso.
Maite: isso é sinal que você já tá bem envolvida com sua filha.
Anny: e quer não só saber como ser uma boa mãe como também saber como é a vida dela. *_*
Dulce: eu tenho algumas dúvidas, sabe? Achei que pudesse esclarecê-las lendo alguns livros que abordassem esse assunto.
Anny: eles me parecem muito bons. Tenho certeza que te vão te ajudar.
Maite: só que tem uma coisa que livro nenhum ensina. Uma coisa que, creio eu, ajuda muita mãe a cuidar de seus filhos. O amor. Você não precisa de um livro pra aprender a amar sua filha. E acho que o seu amor por ela irá te guiar a fazer o seu melhor.
Dulce olha pra Maite e sorri, depois pergunta: será que eu serei uma boa mãe?
Anny: mas é claro que sim!
Maite: eu não tenho duvidas de que sim.


Dulce olha para as irmãs e recebe de volta um sorriso confiante de ambas. Elas realmente tinham certeza que Dulce daria uma ótima mãe. Dulce às vezes ficava insegura quanto a isso. Queria ser uma boa mãe e saber guiar bem sua filha.


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Anny estava em sua sala conversando com Chris. Como Anny havia pedido no dia anterior, queria que ele estivesse presente quando fosse falar com Rebeca. Enquanto ela não chegava, os dois discutiam novas idéias para as próximas edições da Estilo.


Anny: eu estava trabalhando em um projeto esses dias. Montei algumas coisas, mas acabei deixando de lado. Dá uma olhadinha. – ela entregou a ele uma pasta.
Chris: tô gostando de ver. (rs) Sempre desenvolvendo projetos aqui pra revista.
Anny: alguém tem que trabalhar aqui dentro neh? (haushaus) Mas eu até que gostei desse projeto aí. Eu tava sem nada pra fazer a noite e comecei a traçá-lo.


Chris: bem organizado ele está. Eu posso ficar com ele pra dar uma analisada melhor?
Anny: claro! Se você tiver mais alguma idéia e quiser acrescentar, fique a vontade. Acho que depois de quase um ano trabalhando aqui, posso dizer que me adaptei e sei exatamente o que estou fazendo. (rs)
Chris: você sempre soube o que estava fazendo. Ficou insegura no começo, mas é normal. Toda a pressão de reerguer a revista em cima de você que era praticamente uma leiga no assunto acabou a deixando com medo de fracassar. Mas você deu conta muito bem do recado.
Anny: eu tive ajuda. (rs) Realmente não teria conseguido fazer isso sozinha. É difícil gerenciar uma revista. (rs)
Chris: mudando um pouco de assunto, como será depois que o ano acabar? Você pretende voltar pra NY?
Anny: sinto lhe informar, senhor Christopher, mas me agüentara por aqui ainda como sua patroa. (rs) Um dia larguei minha vida em NY pra vir pra cá. Acabei construindo novamente minha vida aqui e não quero largá-la de novo.
Chris: fico feliz em saber que ficará aqui. E quanto a ser minha patroa, acho que ainda consigo te agüentar por mais um tempinho. (rs)
Anny: e tem também minhas irmãs. Agora que as conheci e a aprendi a gostar delas, não quero deixá-las. Além de não poder deixar minha afilhada. *_*
Chris: acho que vocês ficaram mais empolgadas com a minha filha que a própria Dulce. (rs)



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Autor(a): anyponcho

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meninabad!!! amei a divulgação.. bjs   Gente, mais tarde vejo se consigo postar mais um pouco tá!!!!


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 487



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  • franmarmentini Postado em 06/11/2013 - 10:35:13

    nossa chorrei muito tambem...agora vou começar a ler a sua nova web...parabéns vc consegue escrever maravilhosamente bem!!!

  • elizacwb Postado em 22/01/2013 - 12:40:03

    amei o final dessa web, foi tudo muito lindo e chorei mmo aki lendo, foi mtooooo lindoooo

  • elizacwb Postado em 22/01/2013 - 12:40:02

    amei o final dessa web, foi tudo muito lindo e chorei mmo aki lendo, foi mtooooo lindoooo

  • elizacwb Postado em 22/01/2013 - 12:40:02

    amei o final dessa web, foi tudo muito lindo e chorei mmo aki lendo, foi mtooooo lindoooo

  • elizacwb Postado em 22/01/2013 - 12:40:02

    amei o final dessa web, foi tudo muito lindo e chorei mmo aki lendo, foi mtooooo lindoooo

  • elizacwb Postado em 22/01/2013 - 12:40:01

    amei o final dessa web, foi tudo muito lindo e chorei mmo aki lendo, foi mtooooo lindoooo

  • elizacwb Postado em 22/01/2013 - 12:40:00

    amei o final dessa web, foi tudo muito lindo e chorei mmo aki lendo, foi mtooooo lindoooo

  • elizacwb Postado em 22/01/2013 - 12:39:59

    amei o final dessa web, foi tudo muito lindo e chorei mmo aki lendo, foi mtooooo lindoooo

  • elizacwb Postado em 22/01/2013 - 12:39:59

    amei o final dessa web, foi tudo muito lindo e chorei mmo aki lendo, foi mtooooo lindoooo

  • elizacwb Postado em 22/01/2013 - 12:39:59

    amei o final dessa web, foi tudo muito lindo e chorei mmo aki lendo, foi mtooooo lindoooo


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