Fanfic: UNIDAS PELO DESTINO AYA DYC MYC [FINALIZADA]

Lupe: Bom dia! (abrindo as cortinas do quarto de Maite)
Maite: Bom dia Lupe!
Lupe: Dormiu bem?
Maite: Não muito! Não consigo parar de pensar na tal condição para a herança. Aquela Loira não dá notícia e não sei o que ela pretende. (levantando-se)
Lupe: Ela me pareceu bem decidida.
Maite: Ela não pode fazer isso. (indo ao banheiro) A editora era tudo o que meu pai mais amava. Ela não pode ir parar nas mãos da tia Lucrecia.
Lupe: Então vcs vão ter que dar um jeito de convencer aquela loirinha lá. Não acho que ela vá voltar.
Maite: Ela tem que voltar. Não sei o que farei, mas ela tem que voltar. (entrando no boxe para tomar banho)

Lupe voltou para o quarto e arrumou a cama de Maite. Arrumou as coisas que ela tinha deixado espalhada e desceu para ajeitar o café de Mai. Esta saiu do banheiro, pegou um vestido leve azul-claro, calçou um tamanco e desceu. Lupe estava na cozinha junto com Juliana, uma das outras moça que trabalhava na casa.

Lupe: Venha tomar café.

Ela sentou-se a mesa e Lupe foi servi-la.

Maite: Senta aqui comigo. Não quero comer só.

Lupe sentou-se e se serviu também.

Lupe: Não fique assim minha menina. Tudo vai se resolver.
Maite: Se ela não volta Lupe? Como vou me sustentar? Eu ainda nem trabalho, estou na faculdade.
Lupe: Esqueceu que seu pai deixou um dinheiro pra mim. O que é meu é seu.
Maite: Não Lupe. Meu pai deixou pra vc. Se a garota não vier eu vou ter que me virar.
Lupe: Vc vai ficar comigo, como sempre ficou.
Maite: Brigada Lupita. Mas acho que tenho que aprender a andar com minhas próprias pernas.
Lupe: Deixe de ser boba! Nunca sairei de perto de vc. Ainda mais agora. Vc é minha menina, meu bebê que criei com muito amor.
Maite: Eu já cresci viu?!
Lupe: Eu sei! Mas pra mim será sempre aquela menininha de maria-chiquinha que corria pra minha cama quando tinha um pesadelo.
Maite: E vc sempre estava lá pra me acalmar.
Lucrecia: Bom dia! (entrando)
Maite: Bom dia tia!
Lucrecia: Como estão as coisas por aqui? (sentando-se)
Maite: Tudo bem.
Lucrecia: E as suas irmãs? Deram notícias? (servindo-se de café)
Maite: Não! Ainda não.
Lucrecia: Que pena...
Maite: A ruiva, a Dulce, disse que viria.
Lucrecia: E a loira? Como é o nome dela mesmo?
Maite: Anahí.
Lucrecia: Anahí... Ela vem?

Maite: Ainda não sei.
Lucrecia: Naquele dia ela estava bem decidida. Acho que ela não virá.
Maite: Ela tem que vir.
Lucrecia: Não se preocupe meu amor. (segurando a mão de Mai) Se isso não der certo eu não te desampararei. Vc pode contar comigo.
Maite: Muito obrigada tia. Mas quero cumprir o desejo do meu pai. Ele queria que a editora ficasse com nós três.
Lucrecia: pense bem Maite. Vc acha que seu pai quisesse que vcs ficassem com a empresa dele, ele colocaria essa condição?
Maite: Não sei. Como ele disse no testamento ele queria que eu e minhas irmãs nos conhecêssemos.
Lucrecia: Me poupe né Maite! Seu pai nunca foi ligado a essas coisas de família. Se ele quisesse que vcs se conhecessem ele teria ido atrás delas antes. Ele nunca deu importância para aquelas garotas. Vamos concordar que nem a vc ele deu muita importância. Vc sempre foi criada pela empregada.
Lupe: Deixa a menina em paz.
Lucrecia: Estou falando a verdade. Se a mãe dela não tivesse morrido de parto, ele iria fazer com ela igual fez com as outras. Não se iluda meu bem. (dirigindo-se a Mai) Não sei por que tanta preocupação em satisfazer a vontade de seu pai, se ele nunca te deu amor.
Maite: Ele me amava sim. ( Com os olhos cheios de lágrimas) me amava do jeito dele, mas me amava.
Lucrecia: Muito estranha essa forma de amar.
Lupe: Já falei pra deixar a menina em paz. Deixe o morto descansar.
Lucrecia: Falo pro bem dela. Só Deus sabe como eu amava meu irmão. Porém não concordava com tudo que ele fazia. Coitadas daquelas meninas.
Maite: E por que a senhora não as procurou? Afinal, elas são suas sobrinhas, seu sangue...
Lucrecia: Por que isso não cabia a mim. Cabia a seu pai. Porém hoje me arrependo.
Maite: Quem sabe essa também não seja a oportunidade da senhora conhece-las...

Lucrecia: Talvez... Bom! Tenho que ir. Só vim ver como vc estava. Thau meu bem. (saindo)
Lupe: Essa mulher é uma cobra.
Maite: Por que vc não gosta dela Lupe?
Lupe: Não gosto. Cuidado com ela.
Maite: Tá bom que ela nunca foi essas coisas todas de tia, mas...
Lupe: Cuidado com ela.

Maite levantou-se e foi para o escritório do pai. Tudo ali a fazia lembrar dele. Olhava para uma foto que estava em cima da mesa.

“Por que tudo isso papai? Eu não sei se irei conseguir... Aquelas garotas são muito diferentes de mim. Eu não as conheço como poderei conviver com elas?”

Ficou ali a manhã toda. Precisava pensar, precisava pensar em algo para convencer Anahí a ficar.

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Dulce tinha passado uma noite muito apreensiva, queria saber a resposta de Anahí, mas tinha quase certeza que ela não aceitaria. Um dia de manhã, Dulce acordou e foi para a cozinha onde encontrou a amiga Lu lendo um jornal na mesa do café.

Dulce: Bom Dia Lu. (sentando-se na mesa do café)
Lu: Bom Dia Dulce. Como passou a noite?
Dulce: bem.

Depois disso as duas se calaram, Dulce tomou seu café muito pensativa, ela estava assim há uma semana já, e isso deixava Lu um pouco preocupada. Quando ia se levantar.

Lu: o que aconteceu? Está quieta demais.
Dulce: que? (voltando de seus pensamentos)
Lu: você está esquisita Dulce, o que há com você?
Dulce: vou abrir o jogo com vc Lu. Você sabe que meu pai me sustentava, ele não era muito presente na minha vida, mas nunca me deixou faltar nada quando minha mãe morreu. E agora se aquela Loira não aceitar a condição que o doido impôs, não sei o que farei.
Lu: como assim?

Dulce: não terei como te ajudar a pagar as contas. Não receberei nada.
Lu: Dul, sei que não é sua culpa, mas eu não terei como pagar tudo sozinha.
Dulce: E isso me preocupa muito, como faremos?
Lu: Não sei. O nosso futuro está nas mãos dessa Loira que nem conheço.
Dulce: Acho que não só o nosso, mas como o da Maite, a minha outra irmã, também está.
Lu: Então será que ela será tão insensível assim?
Dulce: Não sei, ela me pareceu muito mimada, fútil, não deve se importar com os outros.
Lu: Tanta gente que daria tudo para estar no lugar de vocês e ela se recusando.
Dulce: Falta uma semana, vamos ver o que ela decide.

As duas ficaram conversando um pouco, de noite Dulce foi para a faculdade e ficou pensando que também tinha a mensalidade para pagar, ela sentiu muita raiva de Anahí, por ela só pensar nela e não ver que as outras precisariam do dinheiro, ela estaria acabando com a vida das irmãs. Dulce, naquele dia, nem prestou atenção na aula direito, ficou pensando em como seria doloroso deixar a faculdade, deixa o seu sonho para trás.

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Cristian chegou ao hospital para visitar a tia. Anny já estava acordada. Na verdade ela nem conseguira dormir direito.

Cristian: Bom dia! (entrando)
Anny: Bom dia! (abraçando-o)
Cristian: Como ela está?
Anny: Tá dormindo. Ontem contamos o que aconteceu a ela.
Cristian: E aí?

Anny: Ela reagiu muito mal. Eu já imaginava isso. Foi muito difícil Cris.
Cristian: Desculpa por não ter estado aqui com vc.
Anny: Sem problemas...
Cristian: Vc tá precisando de alguma coisa?
Anny: Eu queria que vc ficasse aqui com ela. Eu preciso arrumar dinheiro. As despesas do hospital são caras e ainda tem todo o tratamento.
Cristian: Eu tenho algum dinheiro. Se vc quiser, eu te arrumo.
Anny: Não Cris. Eu tenho que me virar sozinha. Eu vou em casa ajeitar algumas coisas e vou procurar um trabalho. Não posso perder tempo. Vc fica com ela?

Anny tentava ser forte, mas só ela sabia o que estava passando. Ninguém nunca poderia se colocar no lugar dela.

Cristian: Fico sim. Pode ir tranqüila.
Anny: Qualquer coisa me liga no celular.
Cristian: Tá bom.

Anny foi até sua mãe e a beijou.

Anny: Eu volto logo mãezinha. Vou resolver a nossa vida.

Deu um abraço em Cris e saiu. Foi até o seu apartamento, pois precisava de um banho e trocar de roupa. Tinha que estar apresentável para procurar um emprego. Vestiu um terninho bem elegante e saiu. Foi em vários lugares aquele dia. Estava cansada. A única coisa que conseguiu foi um estágio de meio período, mas não valia a pena, pois o salário era muito pouco e não daria para pagar nem a condução.

Os dias iam passando e Anny não conseguia nada. Sempre argumentavam que ela não tinha experiência, ou que ela ainda não tinha uma formação. E trabalho para a sua área era muito concorrido.

Voltou mais uma vez exausta para o hospital. Sua mãe já estava internada há uma semana e ainda não aceitava a realidade que estava vivendo.

Anny: Boa noite!
Cristian: E aí priminha? Conseguiu alguma coisa?
Anny: Nada. (jogando-se no sofá) Como vc está mamãe?
Mari: Como vc gostaria que eu estivesse? Não agüento ficar em cima dessa cama. Não agüento te ver desse jeito. Vc está a cada dia que passa emagrecendo e com aspecto de mais cansada. Seria melhor que eu morresse logo.
Anny: Não fala assim mãezinha. (levantando-se e indo pra perto da mãe) Tudo vai dar certo.
Mari: Como tudo vai dar certo Anahí? Olhe só pra mim... Olhe para vc... (chorando) Não conseguiremos pagar esse lugar. Eu só estou te trazendo problema.
Anny: Não está não. Eu vou resolver tudo. Não se preocupe.

Nisso o médico entra no quarto.

Médic: Boa noite! Vim ver a senhora antes de ir.
Anny: Boa noite doutor.
Médic: Pronta para voltar pra casa amanhã?
Mari: Voltarei para casa?
Médic: Claro que sim. A senhora já está bem. Amanhã terá alta.
Mari: O que farei em casa?
Médic: Viverá a sua vida. A senhora não pode se entregar assim.
Mari: Para o senhor é fácil falar. Que está em cima dessa cama sou eu e não o senhor.
Médic: E do que adianta ficar reclamando da vida? Vai melhorar em algo? É melhor a senhora fazer com que ela valha a pena. Se não fizer pela senhora, faça por sua filha.


Mari olhou para Anny... Viu os olhos da filha. Só encontrou ali tristeza e cansaço... A pessoa que mais amava estava dando de tudo pra que ela se sentisse bem. Conhecia a sua filha, mas não podia imaginar o como ela era forte. Sua menina estava crescendo... De uma forma muito dura, mas estava crescendo...

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