Fanfics Brasil - - Caçada - Sleeping

Fanfic: Sleeping


Capítulo: - Caçada -

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Dois dias se passaram desde que eu havia tido aquele sonho.


Era tudo tão real, as cores, os lugares, as pessoas!


Eu sempre acreditei na existência de outro mundo ao dormirmos. E essa fatídica tese, nunca provada, continua a ecoar em minha mente.


 


-Paulie! Vem, você está atrasada! – Gritou Clara através da janela do meu quarto-


 


-O que? Hoje é sábado Clara! Me deixe em paz! – resmunguei atirando o travesseiro contra ela-


 


-Sim! Mas você disse que queria ver as borboletas! E olhe o sol! Terá milhares delas no vale! – Ela rebateu sabendo que venceria.


 


-Você trapaceou! Não vale me convencer dessa maneira, em geral eu sempre ganho! – Falo como uma garota mimada.


 


-Em geral, mas não hoje- Ela sorriu pra mim como alguém que ganhara o premio.


 


Levantei-me em primeiro lugar decidindo qual roupa vestiria para uma jornada de aventura como essa.


Clara como sempre, estava delicada a sua maneira. Apesar do sol o clima estava sempre húmido.


 


Vesti-me de forma pratica e eficiente. Meus velhos All-star, jazidos das mais tristes características de um tênis surrado pela enorme quantidade de uso, já faziam parte do meu figurino permanentemente nessas buscas por aventura.


 


 Clara me esperava sentada a varanda, brincando com pequenas pedrinhas de cor marrom chocolate quente.


 


-Estou pronta! – Eu gritei puxando-a pelo braço.


 


-Aff- ela resmungou.


 


Seguimos em direção as montanhas de Catskill.


No inverno, são ocupadas por montanhistas, atletas e praticantes assíduos de esportes na neve. Ao seu norte, se encontra o Windham Mountain, um resort de esqui com quarenta e seis trilhas e nove elevadores.


 


-Anda logo Clara! -


 


-Ai P! Assim que você pretendia que eu deixasse você em paz? – Ela tagarelou sobre minha repentina mudança de humor.


 


 -Você sabe muito bem qual o meu problema todas as manhãs... – Eu disse entediada sabendo que nós já havíamos conversado sobre esse assunto milhares de vezes.


 


-É eu sei. O problema é que isso me irrita. Você parece gastar mais tempo tentando sonhar do que viver a sua vida aqui fora com seus melhores amigos.


 


-Eu a olhei em silencio- Você sabe que é diferente... – eu protelei.


 


-Sim, eu até entendo esse seu lado fanático da coisa, mas sabe, David acha que você acabará dormindo pra sempre por causa disso... – Ela sorriu parecendo esconder o resto da frase.


 


--Dormir e não acordar? – Sorri com a idéia.


 


-Talvez o David tenha que te acordar com um beijo... – Ela falou baixinho quase sussurrando.


 


-Clara! Que idéia absurda! Argh! – Andei mais rapidamente demonstrando minha irritação com o argumento louco da minha melhor amiga.


 


Pegamos uma das quarenta e seis trilhas das montanhas, o elevador numero sete nunca estava a nossa espera, então resolvemos pegar o de numero seis; que nos levou rapidamente ao topo da montanha.


 


Ao descermos notamos uma fina camada de neve se formando; era o sinal de que o nosso lindo verão estava acabando.


 


-Ah, não! Isso não! – Resmungou Clara – Eu não quero que o inverno chegue tão rápido!


 


-Você está sendo um tanto quanto infantil... - Eu disse descendo pela trilha a esquerda. -


 


-Eu sei, mas não é culpa minha! Eu juro que tento gostar do frio, mas ele simplesmente insiste em ser... Gelado... E... Eu não gosto de coisas geladas.


 


-Falando em coisas geladas, mas não tão geladas; onde está o Dave?


 


-Agora que você pergunta? Ótima amiga você Paulie... – Clara me disse mais como uma advertência.


 


-Ah qual é! Não podemos ter um dia de garotas sem ele?- eu disse fazendo biquinho.


 


-Na realidade... – Clara respirou fundo.


 


-Olá garotas! – Davis gritou ao nos avistar no termino da descida para o vale.


 


-Eu ia te avisar agora... - Murmurou Clara.


 


 


 


Fomos ao encontro de David, passando por arbustos ainda não cobertos pela fina camada de neve. As cores estavam mais vívidas, sinalizando a partida.


A mãe natureza parece fazer rituais de despedida, cada ave, cada planta e insetos; chamando atenção para o seu melhor antes de partir.


 


Como diria minha mãe: “Partir deixando as portas abertas para a próxima temporada”.


 


-Hey!  Cara, vocês garotas demoram muito! – David disse nos puxando para um abraço conjunto.


 


-Na verdade a culpa é dela – Clara apontou em minha direção sugestivamente.


 


-Eu já imaginava! A mimadinha aqui não consegue sair sem amarrar os All-star de forma diferente todos os dias- David bagunçou meu cabelo enquanto me traia com seu comentário absurdo.


 


-Que tal vocês traidores pararem de encher a minha paciência e irem procurando por borboletas? – Falei pegando a rede na minha mochila-


 


Borboletas pra mim significam inconstância, mudança em busca de um novo começo.


 


No Japão ela pode ser vista como símbolo da mulher, por ser graciosa. Mas também à saída do túmulo sendo representado pelo casulo.


 


-Mais uma tentativa falha de montar um mapa que só existe na mente da Paulie! – David gritou ao vento.


 


-Não fala assim! David! – Clara resmungou o advertindo.


 


-Deixa ele, ele nunca vai entender. – Eu disse por fim.


 


-Nem eu entendo Paulie! – disse minha melhor amiga já com duas redes em suas finas mãos.


 


-Não precisa entender ta? Só preciso que me ajudem nisso. – Eu falei entrando completamente no vale.


 


-Isso tem a ver com seu Psyche?- Perguntou David um pouco mais serio que o esperado.


 


-O que quer dizer com isso? – Eu e Clara perguntamos ao mesmo tempo.


 


-Bom eu não sei, ouvi minha tia conversar com meu avô sobre coisas como missões divinas. Sabe; algo com o qual você tem que lidar, não importando as circunstâncias. Algo que você deve fazer. – Ele disse encarando as próprias mãos.


 


-Talvez... - Eu concluí sem muito entender os devaneios do meu melhor amigo.


 


 



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Autor(a): Ian ᵔᴥᵔ

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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A palavra grega Psyche possui dois significados originalmente. Um deles era alma e o outro borboleta que simbolizava o espírito imortal. Para muitos antigos, quando o corpo morria, o espírito era trazido à vida de forma humana, mas com asas de borboletas. David havia feito a pergunta correta? Era esse o sentido das minhas buscas incessantes por um mapa ...


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