Fanfic: Sleeping
Não era comum alguém de fora fazer parte das nossas comemorações, muito menos escolher o local para onde iríamos. O problema era que esse garoto estranho e novato parecia influenciar meu cérebro de forma indistinta.
O Sims não era muito longe, nossa caminhada foi rápida. Ele não falou muito desde que saímos do Ginásio. Clara e David pareciam estar em seu próprio mundinho. Só restara eu e Adam.
Às vezes eu sentia seu olhar sobre mim, então; eu desviava o rosto pro lado contrario tentando parecer indiferente a corrente elétrica que avançava por mim. Minhas mãos formigavam e eu Mal sentia o peso de meus patins.
-Você esta silenciosa de mais. - Ele observou.
-Isso te incomoda? – Eu perguntei fitando-o ligeiramente.
-Um pouco. Normalmente vocês meninas falam de mais. - Ele retrucou com um tom zombeteiro.
-Interessante. Sua perspectiva sobre as mulheres parece um tanto quanto clichê não acha? - Eu sorri enquanto mudava o peso dos patins para outra mão.
-Deixe que eu carregue- Ele me disse baixinho enquanto tirava a mochila pesada de minha mão.
-Hum, obrigada – Eu disse surpresa.
-Você sempre parece ficar atônita com minhas ações. Posso saber o porquê disso? - Ele me olhou buscando sinceridade em meus olhos.
-Você é das antigas, ainda vou me acostumar- Eu disse sorrindo.
-Me acha um velho repugnante? – Ele brincou.
-Na verdade, costumes antigos são pra mim algo extremista de mais. É uma dupla face. A junção do que é belo... Os costumes, a integridade e tudo mais. Mas também há o preconceito, a igreja acima de tudo e chá as cinco. O que pra mim é bem cafona. – Eu o expliquei a minha maneira.
-Ah, você vê as coisas de maneiras diferenciadas. Apesar de que eu também penso assim... Em tese – Ele me disse mexendo um pouco em seu cabelo.
Chegamos ao Sims e nos sentamos em uma mesa central. Fizemos um pedido simples. Apesar de ser uma comemoração, David decidiu não comer muito, pois haveria um jantar em sua casa.
O Milk Shake era delicioso, tinha pedacinhos de morango e uma calda avermelhada. Nossa manha havia passado tão rapidamente através das incontáveis horas. O ponteiro do meu relógio marcava 14h.
-Olha gente... Eu tenho que ir. – Eu falei afastando um pouco minha cadeira da mesa arredondada.
-Eu vou te levar em casa – David falou apressadamente.
- E você Clara? – Eu perguntei.
-Ah, vou pegar uma carona com o Pedro, daqui uma hora ele sai da loja. – Ela explicou.
Pedro era o irmão mais velho de Clara. Ele trabalhava na loja de ferragens. Era útil as vezes que ele pudesse trabalhar perto de nós. A carona sempre era bem vinda.
-Vou pra casa também, já está na minha hora... - Adam disse levantando-se da mesa e deixando o dinheiro dentro da pequena caderneta preta.
- Onde você mora? – Eu perguntei curiosa.
- Perto da sua casa, ao que me parece... Você mora em frente ao parque não é?- Ele piscou pra mim, obviamente lembrando-se do nosso primeiro e horrivelmente desagradável encontro.
-É... - eu disse mais como um gemido.
-Posso te levar se quiser e então o David pode fazer companhia pra Clara – Ele propôs olhando David seriamente.
Aquilo era um pedido de permissão? Só o que me faltava eu ter que dar satisfações da minha vida ao David.
-Por mim tudo bem – Eu disse irritada com aquela situação constrangedora.
David ficou em silencio, ele estava me afrontando?
- Okay, nos vemos por aí. Clara, David... – Ele cumprimentou meus amigos e saiu rumo à porta do Sims.
-Clara eu te ligo hoje à noite, preciso falar com você. – Eu beijei a bochecha dela e sai.
Adam e eu ficamos em silencio durante todo o trajeto. Ele parecia estar indiferente ao fato de estarmos voltando juntos pra casa.
-Com quem você mora? – eu o perguntei.
-Moro com meu avô- ele me disse sem sequer levantar o rosto. No que ele estava pensando?
-E seus pais?- Eu o instiguei a falar.
-Olha, já estamos chegando, ele me disse sorrindo e apontando pra minha casa.
-É... - Eu subi à calçada.
-Nos vemos outro dia então? – Ele me perguntou passando levemente os dedos em seu cabelo, bagunçando-o.
-Sim... Pelo visto moramos perto né? – Eu disse fingindo não notar a diferença no humor dele.
-Sim, irei te procurar no facebook. – Ele me disse pegando o celular na mão e respondendo a um torpedo.
-Tudo bem... – Eu disse subindo as pequenas escadas que davam até minha porta.
-Então até mais ver Paulie. – Ele disse acenando atravessando a rua.
-Tchau – eu disse baixinho.
O que havia acontecido com os pais dele? E porque aquela mudança tão repentina em seu humor? Eu fiz a pergunta errada e na hora errada?
Autor(a): Ian ᵔᴥᵔ
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