Fanfic: A Dívida 1ª e 2ª temporada(Terminada) | Tema: Drama/Romance/Policial

 E de fato não demorou muito para eu pegar no sono, ainda mais com Michael fazendo carinho no meu cabelo e conversando sobre tudo o aconteceu nesses dias. 

    O sistema agora era passado, como se nunca tivesse existido em nossas vidas. Michael disse que nunca mais viu ou ouviu falar desses homens, nos provando que a palavra de Dennys devia ser levada em consideração. 
Ele contou que algumas de suas contas bancárias foram bloqueadas, e em outras o dinheiro foi completamente retirado, provavelmente porque uma boa parte da fortuna dele era vinda da máfia. Mas isso não o deixava menos milionário do que ele já era. Michael era um empresário internacionalmente conhecido, e o papel que ele representava na sociedade era honesto, bom, pelo menos esse era. 
    Pelo o que ele falou, o capanga de Dennys que levou Tommy no carro, era homem de confiança dele, então foi fácil impedir o rapto de Tommy. 
Logo após o episódio do depósito, Tommy desapareceu de nossas vidas, não disse nada, apenas foi embora para Nova Iorque. Michael disse que procurou por ele para saber do ferimento da perna, mas a casa já estava fazia. O que me deixou um pouco triste, ele nem ao menos foi ao hospital me ver, nem se despediu.
     E a cada dia eu sentia mais a falta dele. Um dia, Camillie telefonou para Michael, disse que ele estava quase completamente recuperado, que já tinha voltado ao trabalho e que eles estavam se dando bem, que ele era um cara legal. Eu pensei que ia ficar com ciúmes disso, ciúmes de saber que a fila dele tinha andado e que ele não ia mais ficar atrás de mim, mas isso não aconteceu, eu fiquei feliz. Tommy mais do que ninguém merecia alguém que estivesse disponível para fazer dele o homem mais feliz desse mundo. 


     Quando se passaram 15 dias, completando um mês desde a morte de Simon, eu tive alta do hospital. 
O que não foi tão ruim pelo fato de Michael ter passado todos os dias lá comigo, se certificando de que eu ficaria bem logo e me distraindo daquele clima horrível de hospital:

                        XxXx: Senhora. Donavan? –Perguntou um homem de terno ao me ver sair do hospital.

                        Jennifer: Sim.
                       
                        XxXx: O senhor. Donavan pediu que eu a levasse pra casa. 
                        Jennifer: Ele não veio me buscar?

                        XxXx: Não, senhora. Ele pediu que eu viesse. 


   Eu sorri de lado, insatisfeita, mas o quão antes eu me livrasse daquele cheiro hospitalar melhor. 

                       Jennifer: Tudo bem então. Vamos pra casa!

 Nós estávamos a poucas semanas do natal e apesar de ser inverno o clima na Califórnia ainda era fresco, sem sinal de neve como no resto do país. 

   A volta pra casa parecia cada vez se tardar mais, o transito era intenso e o tumulto nas ruas era frenético. Dentro do carro, refletindo sobre tudo o que se passara na minha vida, a coisa que eu mais sentia falta naquele momento era do meu bebê. Era como se aquele pequeno ser, quase imperceptível fosse um pedaço de mim, um pedaço do qual era fundamental para a minha existência, um pedaço que...eu matei. 
O meu filho, ou filha, seria a personificação do meu sentimento pelo Michael, seria a nossa redenção, o nosso ponto de partida para uma nova vida, para diferentes horizontes e prioridades. E a idéia de ter um filho, sem sistema, sem máfia ou mortes, era...maravilhosa. Aquele bebê ia crescer dentro de mim, ia mexer ao ouvir minha voz, ao ouvir a voz do pai, ia esperar nove meses ansiosamente para nascer e finalmente ia vir ao mundo, cheio de vida e saúde. 
     Essa sensação de perda, de vazio dentro de mim era constante, claro que com Michael por perto, era bem mais fácil suportar, mas...Ainda era a pior sensação do mundo. 
Era o meu filho, e eu o perdi.