Fanfic: A Dívida 1ª e 2ª temporada(Terminada) | Tema: Drama/Romance/Policial

Era óbvio que ele estava desviando do assunto, dependendo de alguma resposta mal formulada, toda aquela viajem seria prejudicada. 
   Nós seguimos conversando sobre coisas cotidianas, e planos para um futuro próximo como: Reforma na mansão. Era hora de mudar, reformar, e modelar a casa ao meu modo. Aquelas paredes retratavam uma era de solidão, tristeza, e crueldade, um tempo que já não existia mais. Essa palhaçada de linhagem e sistema eram passado, agora era a vez de Jennifer ,eu era a senhora Donavan no momento, cabia a mim decidir certas coisas sobre a nossa vida. 


                  Michael: Sabe a quanto tempo os Donavan moram lá ? 

                 Jennifer: Não me interessa, Michael. Nós somos os Donavan, nós decidimos o que deve ou não ser feito na nossa casa e nossa vida, não é?

                 Michael: O que eu estou querendo dizer, querida, é que toda a sua família morou aqui, anos e anos de tradição familiar.
                 Jennifer: Minha família não, sua família. E nós dois sabemos que a tradição dos Donavan não é lá muito positiva... Enfim, eu não vou morar numa casa onde eu não me sinto bem e...

                 Michael: Tudo bem querida, eu não quero te questionar, seus desejos são como ordens pra mim. 


   Ele sorriu, e eu aproveitei a oportunidade para fazer um pedido crucial:


                 Jennifer: Bom, então eu quero que Mary e Pedro se mudem para a casa principal. 

  Ele me olhou perplexado, definitivamente não esperava por essa:

                Michael: Meus pais?

               Jennifer: Eles são as melhores pessoas que eu conheço, Michael. E são meus sogros, seus pais. Não tem cabimentos eles morarem numa casa pequena, feita para empregados. Eu quero que eles se mudem para um dos quartos da mansão.
                Michael: Você, - ele suspirou e sorriu. – sempre me surpreendendo. 

               Jennifer: Porque diz isso?

               Michael: Porque além de serem meus pais, eles são de fato empregados da casa. E por milhares de vezes eu tentei traze-los para a casa principal, mas eles se recusam, dizem que lá não é o lugar deles. 

               Jennifer: E porque ainda os deixa trabalharem...

               Michael: Eles pediram isso. Assim que Olivia e Jhonnatan Donavan faleceram, eles me pediram que os deixassem lá, fazendo o que sabem fazer e o que sempre fizeram. 

               Jennifer: E assim, eles sempre ficariam perto do filho querido. – Eu finalizei em voz baixa, repetindo as mesmas palavras que Pedro havia me dito uma vez. 

                Michael: Se você conseguir traze-los para dentro da casa, será um grande acontecimento. Mas não se engane com o rostinho angelical da minha mãe, ela pode ser bem cabeça dura as vezes.

              Jennifer: Acredite, eles vão se mudar!!! – Eu sorri triunfante.

A viajem foi bem longa. Chegou num ponto em que nós dois caímos num sono tranquilo, curtindo aquela sensação de calmaria nos céus de um lugar onde eu já nem sabia mais qual era. 

   Quando eu acordei, tive a sensação de que tinha se passado algumas poucas horas e do lado de fora, tudo o que se via era neblina e água. Do meu lado, Michael ainda dormia, tranquilo como uma criança, inocente e pura. E na minha mente a pergunta que pairava era: Será mesmo que vai dar certo? Será que tudo acabou, ou eu acabei entrando numa canoa furada?
    Seja lá qual fosse a resposta mais sensata, tudo o que eu não queria era ficar longe daquele homem. Ele era a personificação clara do desejo, perigo, paixão, irresponsabilidade e...Cumplicidade. Sim, cumplicidade. Eu perdi um filho pra salvar a vida dele, fui cumplice dele, fiz parte do mundo dele por um momento. E por mais doloroso que fosse não ter dito o meu filho, eu não me arrependia. Se não fosse por isso, Michael não estaria ali, do meu lado.

    Eu me inclinei para o lado dele, segurando seu rosto suavemente e lhe beijando com calma, com o propósito obvio de acordá-lo.

                 Michael: Huuum, o que você ta fazendo ? – Grunhiu, ainda grogue.
                Jennifer: Acordando o meu amor, não posso?


   Enfiei a mão dentro do cabelo dele, apertando com mais força, trazendo o corpo dele para mais próximo do meu, e ele não negou. 

                 Michael: Se eu soubesse que seria acordado assim, teria dormido mais cedo. 

   Ele puxou meu corpo para cima do dele, me fazendo sentar em cima do seu colo, de frente pra ele. Segurou minha cintura firme, me olhando nos olhos:

                Michael: Você é uma tentação pra mim, sabia?

               Jennifer: Eu estou tentando você, senhor Donavan?


   Eu apertei o cabelo dele com mais força o fazendo olhar para cima, e encostei os lábios levemente nos dele:

                Michael: Você sabe que sim, não sabe? – Ele apertou a minha bunda, me encaixando bem em cima do pau dele.

      
                Jennifer: Quer que eu pare? – Eu sussurrei.

               XxXx: Senhores passageiros, o avião pousará em 10 minutos.

    Para minha decepção, uma voz grave, muito provavelmente do piloto, anunciara o fim do meu joguinho de sedução.

                Michael: Isso me deixa ainda mais ansioso pra mais tarde. – Ele sorriu, puxando meu cabelo pra trás da orelha. 

               Jennifer: Hum, é mesmo? E o que vamos fazer mais tarde?

               Michael: é a nossa lua de mel, querida, e tenho uma surpresa pra você essa noite. 
              Jennifer: Surpresas e mais surpresas...Será que agora, eu posso pelo menos saber onde vamos?


  Ele apertou os olhos em cima de mim, e propôs:
               Michael: Porque não olha na janela?


   Eu encarei receosa, mas a curiosidade foi tanta, que imediatamente eu voltei ao meu lugar, e abri a pequena janela. 

               Jennifer: Eu não acredito nisso!


    Foi tudo o que eu consegui dizer. Aquele nó na garganta me pegou de jeito, me deixando a beira de uma crise de choro, mas eu fui forte e me recusei a estragar aquele momento.
                 Michael: Bem vinda de volta!

     Brasil. Sim, eu estava de volta no Brasil.