Fanfic: A Dívida 1ª e 2ª temporada(Terminada) | Tema: Drama/Romance/Policial

Quando o avião pousou, nós pegamos um carro e fomos direto para o hotel. Rio de Janeiro, Copacabana Palace, suíte máster. Esse era o meu endereço naquele exato momento. 


                    Michael: Desculpe, querida. A suíte presidencial não está disponível no momento. Parece que o presidente da Rússia está hospedado aqui. – Ele disse, entrando no enorme quarto, carregando nossas pequenas malas. 

                  Jennifer: Esse quarto é grande demais, Michael.

    Era um branco absoluto. Teto, paredes, cortinas, cama, tapetes, móveis... Sinceramente, parecia um quarto de hospício. Tudo bem, o quarto era extremamente sofisticado, era maior do que muita casa por ai, mas eu não ligava para aquele luxo todo. Qualquer quartinho com uma cama mais ou menos já estava de bom tamanho pra mim.


                    Michael: Você não gostou? – Ele perguntou, deixando as malas na cama e me dando um abraço caloroso. 

                   Jennifer: Claro que eu gostei querido. Eu amo tudo o que você faz pra mim.
                   Michael: Então que tenho certeza que você vai amar o que eu preparei pra você essa noite!

                  Jennifer: Porque não acaba com esse mistério todo e me conta tudo?
                   Michael: Porque eu vou adorar ver sua cara de surpresa.

     Ele segurou meu rosto com as duas mãos e me encarou como um adolescente apaixonado, observando cada detalhe de mim, tentando gravar aquela cena na memoria, tomando pra si um momento somente nosso, sem intervenção de ninguém...Somente eu e ele. 


                     Michael: Eu quero que você desça, tome um banho de piscina ou vá ate o spar, você escolhe. Mas em duas horas quero que fique pronta para mim. 

                    Jennifer: Pronta? Mas para o que?
                    Michael: Não posso dar mais detalhes, mas tenho certeza de que você vai acertar. 

                   Jennifer: Agora eu não entendi nada, Michael...Pra onde você vai?
                   Michael: Eu vou resolver burocracias, mas volto em duas horas, nem um minuto a mais. 

   Ele me deu um beijo rápido e saiu em direção a porta. Mas parou antes de fechar a porta e me chamou:

                    Michael: Querida?
                   Jennifer: Sim?
                    Michael: Apenas aproveite, ok?!

Eu fiquei um tempo aérea, me situando no espaço e no tempo, afim de saber o que eu faria da vida naquele momento.
    Estar do Brasil, no Rio, trazia a minha mente um turbilhão de lembranças e emoções. Era como se eu estivesse em casa novamente, mas claro que em circunstancias extremamente diferente. E como não pensar no meu pai? Eu estava lá, na cidade onde eu nasci e cresci. Se bem que eu não tinha nascido ali, teoricamente. Mas eu tinha uma vida, uma historia e ela não se parecia nada com a que me contaram. Antônio Santiago era meu pai. E sempre seria. 
Talvez o receio de estar ali novamente, tenha me travado um pouco. 

   Quando eu abri a porta do quarto e caminhei pelo o hotel, eu tive a sensação de que todos estavam me olhando, me julgando por estar de volta com o assassino do meu pai, por estar casada com ele. Como se isso fosse imperdoável, inaceitável. Talvez fosse mesmo, ate um tempo atrás, isso também era inaceitável pra mim. Mas as coisas não eram como pareciam. Ninguém estava me olhando e eu não estava infeliz. Eu estava vivendo a minha escolha, eu quis, eu desejei estar ali hoje, e eu não deixaria que um súbito sentimento de nostalgia e apreensão estragasse tudo. 

              Jennifer: Oi, er, com licença. 

   Eu cheguei ate a recepção, completamente perdida, dessa vez no idioma. Depois de seis anos falando inglês constantemente, eu tinha me perdido um pouco no português, como se os papeis tivessem se invertido: Inglês era meu idioma natural e português um idioma que eu já não mais usava.

               Recepcionista: Posso ajuda-la? 
              Jennifer: Sim, vocês tem algum guia recreativo pra que eu possa me orientar melhor pelo hotel?

    Ela me atendeu educadamente e em seguida me entregou alguns panfletos que anunciavam teatros, festivais, coquetéis, exposições...Tudo isso dentro do próprio hotel. Mas o panfleto que mais me chamou a atenção, foi o de um salão de beleza sofisticado montado dentro do hotel. Dizia que era uma empresa internacional que estava de passagem pelo Brasil e que ia ficar apenas uma semana instalada no hotel. 
    Bom, não custava nada arriscar. Eu segui as coordenadas indicada pelo panfleto e logo cheguei na porta do salão grandioso, onde dezenas e mais dezenas de lindas mulheres se arrumavam. 
E eu não exagerei. Somente por olhar para as mulheres, era perceptível que o padrão de vida delas era alto. Estavam bem arrumadas, portando joias pesadas e caras, roupas de grife e um sorriso as vezes falso estampado no rosto.

                    XxXx: Posso ajuda-la?
                   Jennifer: Ar, er, sim! – A recepcionista do lugar me abordou. – Eu quero a ajuda de vocês.

     Ela sorriu pra mim. Era uma ruiva, alta, magra, de cabelos cortados bem curtos, jogados em uma franja bem moderninha.

                      XxXx: Nós podemos e vamos ajuda-la.