Fanfic: A Dívida 1ª e 2ª temporada(Terminada) | Tema: Drama/Romance/Policial

Assim que o relógio despertou, eu pulei da cama. Com aquela costumeira sensação de que tinha dormido muito. E como já era de se esperar, ainda era cedo ate demais.
     Chegamos em casa completamente exaustos da viajem e tudo o que procuramos foi cama. Nem sequer jantamos. Quando eu finalmente despertei, já era hora de ir trabalhar. 
    Enquanto tomava meu banho e fazia a higiene matinal, me perguntei como seria enfrentar mais um dia de trabalho sem Jake. Já havia se passado muitos meses desde sua morte, mas eu nunca aprendi a lidar com isso. Ele era um cara honesto, focado, e tinha gosto pelo o que fazia, e o fazia bem, talvez isso fosse o que mais chamasse a minha atenção a ele. Ele sempre foi extremamente competente. Tao competente que cavou a própria cova. 
O mais doloroso não era saber que havia perdido um amigo, e sim, ter a certeza de que o meu marido o havia matado. Eu nunca o perdoaria por isso. Nunca.


      Eu vesti uma saia de cintura alta preta e uma camisa social de seda branca. Cabelos soltos, salto alto, e maquiagem leve completavam o que eu usava. Quando voltei ao quarto, Michael já estava de pé na sacada, vestindo um roupão preto, tomando uma xicara de café e lendo um jornal.
  
                     Jennifer: Qual é a manchete de hoje?

     Ele se surpreendeu, observando-me aproximar, mas logo voltou a ler:


                      Michael: Bom...`Bolsa de valores está em alta, e o país agradece.`

                     Jennifer: De fato, o país agradece. Agora só falta readmitir todas as pessoas que perderam o emprego. 

                     Michael: Que não foram poucas. Talvez ainda demore um bom tempo para o país se reerguer definitivamente. 
                      Jennifer: Acaba se tornando uma grande bola de neve. Se as pessoas não tem emprego, elas não pagam impostos, e se não pagam impostos, o governo não recebe dinheiro, e se o governo não tem dinheiro, a educação e a saúde publica do país são seriamente implicadas. 

                      Michael: Bom, é o preço que se paga por morar em uma das maiores potencias do mundo.

                     Jennifer: Como assim?

                      Michael: Sejamos sinceros, querida. Vivemos num pais onde se prioriza os altos investimentos, as classes mais...Beneficiadas. As classes de acesso sempre são gravemente atingidas quando alguma coisa desse tipo acontece. 
                      Jennifer: Então, ta dizendo que os pobres são os culpados pelos problemas do governo?

                     Michael: Não é isso, meu amor. Eu estou dizendo que muitas pessoas se mudam para os Estados Unidos com o sonho americano de ganhar dinheiro e finalmente conseguir estabilidade financeira. Mas quando se deparam com um caso desses...

                       Jennifer: Ninguém esta errado por correr atrás de estabilidade, Michael. Muitos desses imigrantes tem uma família enorme pra sustentar.


    Ele deixou o jornal de lado e sorriu. Virou-se completamente para mim e ficou me olhando. 

                         Jennifer: O que foi?

                         Michael: Você está incrivelmente essa manhã!

Eu sorri, sem graça e ele me olhou por inteiro, dos pés a cabeça.

                          Michael: Eu gosto desse seu lado...Justiceira de ser.
                         Jennifer: Fico feliz que goste!


     E novamente ele abriu aquele sorriso que descongelaria a geleira do ártico. Puxou minha cintura para junto do corpo dele e com as mãos, segurou firme meu rosto, alisando meus cabelos suavemente:

                           Michael: Porque não fica em casa hoje?

                           Jennifer: Porque eu preciso ir trabalhar, amor, preciso mesmo!

                           Michael: Você pode dizer que está gripada.

                           Jennifer: Depois de três dias de licença pela lua de mel? Quer que eu seja demitida? –Brinquei.

                           Michael: Você sabe que não precisa trabalhar, não é? Você é a minha mulher, é a dona de tudo isso, não precisa...

                         Jennifer: Opa, opa, opa! Pode parando com essa conversa, Michael. – Comecei a me afastar dele.

                          Michael: Mas querida...

                         Jennifer: Nem mais, nem meio mais. Eu tenho cara de quem vai ficar o dia todo comendo caviar dentro de casa, e fazendo compras no shopping? Nem pensar!

                          Michael: Querida, eu quero dizer, que no dia em que você desejar parar de trabalhar...

                          Jennifer: Obrigada amor, mas eu não desejo isso. Eu amo o que eu faço e jamais, em hipótese nenhuma, eu vou largar o meu trabalho pra ficar em casa fazendo um monte de nada.

      Imediatamente ele levantou as mãos em forma de rendição, e correu para me puxar novamente pra ele, dessa vez com mais força e agressividade, fazendo meu corpo colar no dele com bastando impacto.

                         Michael: Tudo bem então, senhora Independência! – Ele sorriu e me calou com um beijo quente e intenso. 

    Aquela era definitivamente uma das coisas mais estupidas que Michael já havia falado. Será mesmo que ele imaginou que um dia eu fosse parar de trabalhar pra viver as custas dele? Tudo bem que eu não ganhava tão bem quanto ele, mas convenhamos: 4.500 dólares por mês é o suficiente pra que uma pessoa viva bem ate demais. 

                            Jennifer: Eu preciso ir agora, querido!
                            Michael: Quero te fazer um convite.
                            Jennifer: Huum, e qual seria ?

                            Michael: Mais tarde eu te explico melhor. Mas eu tenho certeza que você vai gostar. Bastante!