Fanfic: A Dívida 1ª e 2ª temporada(Terminada) | Tema: Drama/Romance/Policial

No escritório, tudo estava completamente normal. Algumas pessoas vieram me parabenizar pelo casamento e pela festa, já outras perguntaram como foi a lua de mel, e senhor William como já era de se esperar, perguntou se já não era hora de finalmente eu voltar a trabalhar. Claro, num tom bem alto-astral. 


      Há um mês eu estava trabalhando em um caso que envolvia uma boca de fumo da parte desvalorizada da Califórnia. Mas como toda boca que se preze, ninguém nunca viu nada nem escutou nada. 
Era inacreditável o índice de maconheiros que morriam naquela área por ano, e nem todos morriam por overdose, a maioria tinha algum envolvimento com o trafico de drogas e armas, o que dificultava mais o meu trabalho. Numa terra onde quem conta um crime é acusado de X-9 e levado a morte, ninguém abria mais a boca para falar nada, ou seja, fofoqueiro na favela morre cedo. 
A vitima da vez era Trevis Lorence, um menor de 14 anos, que trabalhava vendendo drogas junto com uma gangue californiana. Já tinha passado pelo reformatório duas vezes e por internatos 3 vezes. Fugiu todas as vezes e voltou a trabalhar nas ruas. Começou a usar maconha com 8 anos de idade e aos 10 foi levado ao juizado de menores pela primeira vez. Os pais estavam presos e ele morava com um tio, tudo indica que também era viciado. Não estava matriculado em nenhuma rede de ensino e não praticava nenhum esporte. E Michael ainda querendo me falar sobre o poder do governo. Era disso que eu queria falar. Quando o governo esta mal, a vida de muita gente vai mal. Ou será que se os pais de Trevis tivessem um suporte, um emprego, uma casa, ele teria o fim que teve? Eu acho que não. Mas o mundo era cruel. Trevis morreu com um tiro no peito. Depois de algumas investigações eu fechei o caso. Uma gangue rival queria roubar a boca de fumo onde o menino trabalhava, e para intimida-los, atiraram em Trevis queima roupa.
Tudo o que eu podia fazer por ele, eu fiz. Descobri o que aconteceu e fechei o caso. 
  
         Agora, a boca de fumo era problema da policia. Como o próprio Jake uma vez me disse: Meu trabalho é com os mortos, os vivos eu deixo pra policia.


                        William: Jennifer? – Ele perguntou, me olhando torto. 

                       Jennifer: Ah, oi senhor. Me desculpe.
                       William: Eu perguntei se você estava ocupada.

                        Jennifer: Não senhor. Eu só estava fechando um caso aqui no computador, mas acabei.

                       William: Bom, tem uma pessoa aqui que eu quero que você conheça.

                       Jennifer: Tudo bem. Quem é?
                       William: É um novo detetive. Veio transferido. Chegou aqui ontem, não é um cara muito social, mas é extremamente competente. Trabalha a alguns anos com isso e é um especialista em crimes. 

                      Jennifer: Mas isso tem a ver comigo, porque....

                       William: Porque eu o escalei para descobrir o que aconteceu com Jake.

 Um arrepio invadiu meu corpo ao escutar aquelas palavras. Mas eu mantive a pose e disfarcei bem a tensão. 

                     Jennifer: Claro. E onde ele está?

                     William: Foi resolver a papelada da transferência, mas não se preocupe. Vocês ainda vão trabalhar muito juntos. 


                   Jennifer: Juntos?

                   William: Quero que você o ajude com o que ele precisar. Jake era mais do que um funcionário e sim um amigo que eu tive. Devemos isso a ele, não é Det. Donavan?

       Ele me deu uma boa encarada antes de voltar ao seu gabinete. Bom, era impossível que ele desconfiasse de alguma coisa. Michael não deixou rastros, e a prova disso era que assim que Jake foi assassinado, Nancy fez uma investigação e não achou nada. 
E tudo o que incriminava Michael estava no notebook, que agora pertencia ao falecido Simon, policial local que investigou a cena do crime, amigo de Tommy que morreu tentando proteger nossas vidas no atentado ao milionário colombiano no galpão. 


     Era um beco sem saída. Mesmo que esse tal detetive novo fosse o James Bond, ele não acharia um fiapo de pistas. 
Eu dei de ombros para o novato e continuei finalizando o caso do menino Trevis. Imprimi todo o caso e o coloquei em uma caixa de papelão, onde a depositaria na sala de arquivo, junto com os milhares de documentos e casos concluídos.