Fanfic: Um Acordo Irresistível- AYA | Tema: AYA

Será que Alfonso esperava que dividissem a mesma cama por seis meses? Achou que iria desmaiar. Não sabia como contar a ele.

Encontrou-o na sala e achou-o mais sexy que nunca.
— Alfonso?

— Sim?
— Você sabia que esta casa tinha apenas um quarto?
— Sim, sabia.
— Por que não me contou?
— Teria sido importante você saber?

— Claro! A casa é mínima! Com duas pessoas morando aqui...

— Ok, ok, Anahi. Tudo bem. Eu durmo no sofá, você fica no quarto. Está bom assim?
Ela sentiu-se um tanto aliviada, contudo havia apenas um banheiro, um guarda-roupa, uma cômoda...
Nada iria ser fácil naquele arranjo que haviam feito. Absolutamente, nada. Mas ela poderia agüentar muita inconveniência em troca dos vinte e cinco mil dólares.

— Acho que esta bom assim — Anahi respondeu — contanto que você respeite minha privacidade.
— Não duvide disso.

— Porém, a única possibilidade desse plano funcionar, é planejarmos antes — Anahi declarou. — Não é justo você dormir no sofá o tempo todo. Podemos nos revezar. Podemos fazer um revezamento também para o banheiro e para o preparo dos alimentos. — Um carro parava à porta. — Quem será?
Alfonso olhou pela janela.
— Parece que Murphy nos viu chegar.

Anahi viu um senhor de certa idade descer de uma van vermelha em excelente estado e subir as escadas do pórtico. Um chapéu cobria-lhe quase todo o rosto e o inseparável palito estava no canto da boca.
— Vi que cumpriu as exigências — ele disse a Alfonso olhando para o relógio. — Seis horas adiantado,

— Murphy, aqui está minha esposa Anahi. Anahi, Ben Murphy. O marido de minha avó.
Anahi deu um passo à frente, sem saber o que devia fazer. Quis estender-lhe a mão mas logo percebeu que ele não estava para essas gentilezas sociais.

— Diga-me — Murphy dirigiu-se a Alfonso — há quanto tempo estão casados?
— Dezessete horas.
— Eu esperava por isso.
— O testamento de minha avó é muito claro...

— O testamento de sua avó é resultante de grande boa vontade. Nada mais.
Anahi lembrou-se de que Cole lhe dissera que ele e Murphy nunca se deram muito bem.
— Eu conheço você, não conheço? — Murphy dirigia-se agora a Anahi.
— Não. Acho que não.
— É caixa do banco, não é?

— Sou.
— Parece ser uma boa moça. Não exatamente o tipo de mulher com quem eu esperava que Alfonso aparecesse.
— Estamos casados — Alfonso disse. — É o que importa.
— Presumo que tenha trazido a certidão consigo.
— Trouxe. Quer ver?

— Não é necessário. Acredito que tenha todos os papéis em ordem. Mas, se espera que eu lhe facilite as coisas, está enganado. E lembre-se do que lhe disse antes. As condições do testamento ficarão apenas entre você e mim. E agora, suponho, sua esposa.
Ele pronunciou a palavra esposa de tal modo que, apesar do calor de uma tarde de junho, Anahi tremeu. Depois Murphy continuou, dirigindo-se a Alfonso:

— Não quero que o modo como se referir às condições da herança faça de Edna uma idiota. — Autoritário, Murphy prosseguiu: — Vai dizer a todos que voltou à fazenda para ser meu sócio. No fim dos seis meses diremos que eu vou me aposentar e que você irá assumir a fazenda sozinho. Não é da conta de ninguém saber mais do que isso. Vamos ter um dia cheio amanhã. Esteja no celeiro às oito horas da manhã.

Ele entrou na van e partiu para a casa na colina. Alfonso tinha uma expressão de pedra, sem emoção alguma.

De repente Anahi sentiu vergonha do que fizeram. Era legal. Mas, estava certo? E por que não parara ela com aquilo quando ainda estava em tempo?
— Será que agimos certo? — ela murmurou.