Fanfic: Um Acordo Irresistível- AYA | Tema: AYA
— Quanto a mim — Murphy comentou — penso que Edna sonhava. Eu acho que você trilha o mesmo caminho de seu pai. Claro, faz coisas de mais vulto, mas no fim o resultado é o mesmo.
Murphy levantou-se e jogou algumas notas sobre a mesa. Em seguida, baixando a voz continuou:
— Mais uma coisa, fiz questão de que ninguém, além de você, eu e o advogado que conduz o testamento, soubesse das condições estabelecidas por Edna. Se alguém souber, vai pensar que ela é louca. Estamos entendidos?
— Sim — Alfonso concordou.
— Até domingo então. Espero conhecer sua esposa.
Alfonso levantou-se, em seguida sentou-se de novo com um suspiro. Murphy estava certo sobre uma coisa. Dali a um ano, quando ele vendesse a fazenda e pusesse o dinheiro no banco, a avó o olharia do céu, muito desapontada. Mas, apesar de todas as boas intenções, ela não entendera que poderia fazê-lo agir como um marido trabalhador, porém nunca iria transformá-lo num bom marido.
Nessa mesma época no ano anterior, o prefeito de Dálias aplaudira os esforços de Alfonso para dar nova vida à cidade. O Dálias Monthly o citara como um dos homens solteiros que fizeram esse trabalho sem a ajuda de uma mulher.
E estava prestes a fazer mais dinheiro do que sonhara um dia. Mas seu sonho ruíra por terra. Agora, através da venda da fazenda, com o tempo poderia obter tudo de volta e algo mais. Por quê, então, iria jogar fora sua vida preso a uma mulher e a filhos, numa fazenda no meio do mato?
Tinha o dia seguinte até à meia-noite para encontrar uma esposa.
Anahi Portillo deu uma volta em seu carro e entrou no posto de gasolina. Pegou a sacola de compras a seu lado, desceu do carro è pediu a chave do banheiro a um dos atendentes.
Abriu a porta, esperando encontrar tudo limpo, mas logo notou uma parede pichada por grafiteiro e uma dúzia de grilos no chão. Por segundos desejou ter voltado para casa a fim de trocar de roupa, mas seriam vinte e cinco quilômetros de distância de onde estava. Assim perderia o entusiasmo e ficaria em casa.
Fechou a porta do banheiro e empurrou os insetos para longe com seus sapatos de lona. Despiu-se e jogou no lixo o vestido florido que sua mãe lhe dera no último verão. Trocou o sutiã por um de renda, que também acabara de comprar, com enchimento suficiente para rechear um colchão.
Mulheres de moral duvidosa usavam sutiãs como aquele, sua mãe sempre dizia. Prostitutas que procuravam problemas.
Anahi vestiu-se com a roupa nova que trouxera na sacola e olhou-se no espelho. Gelou.
Cortara o cordão umbilical. Pela primeira vez em sua vida o sentiu-se separada da mãe.
Fixou o olhar na mulher assanhada do espelho e segurou a respiração, o pulso acelerado, esperando, esperando...
Enfim relaxou. Ok. Deus não a matara na hora. Bom sinal. Talvez sua mãe não dividisse seu poder com o de Deus, coisa que Anahi sempre acreditara que ela fizesse.
Vestiu o jeans e achou-se linda com o primeiro que usava na vida. Treze dólares não representavam todo seu salário, afinal, e a calça tinha um elástico atrás permitindo que respiras
Pensando melhor, desabotoou o terceiro e afastou as beiradas do decote para que aparecesse um pouco mais o busto recentemente desenvolvido. Gelou de novo, segurou a respiração, esperando o inevitável. Mas ele nunca veio.
Talvez Deus tivesse mudado de idéia.
Calçou botas de cowboy marrons sabendo que não podiam ser de couro pelo preço que custaram, mas pareciam, de qualquer maneira.
Tornando a se olhar no espelho passou os dedos por entre os cabelos, esperando que, naquela altura de sua vida, Deus a abençoasse em vez de amaldiçoá-la. Passou batom. Não era vermelho-rubro conforme planejara, mas tinha um tom rosa não de todo mau. Empoou o rosto.
Ok, pensou, olhando-se mais uma vez no espelho, afastando-se um pouco agora para ter melhor vista. Nada mal.
Tudo bem desde que não me pareça com Anahi Portillo.
Minutos mais tarde estava de volta na estrada. Abriu as janelas do carro, ligou o rádio, cantando junto. A brisa sacudia um pouco seus cabelos, o sol que se punha na linha do horizonte lançava sombras nas árvores. Seria noite quando chegasse ao destino.
Feliz aniversário, Anahi, ela disse a si mesma. Está na hora de você viver!
Naquela noite ela se dava um lindo presente. Iria a um lugar onde havia centenas de pessoas desconhecidas. Pessoas para quem seu nome não significava nada. Pessoas que não iriam condená-la por ser a filha de um homem que sumira, ou porque não se vestia bem, ou porque era uma tímida ninguém que nunca aprenderia a ser alguém.
Enquanto trabalhava na biblioteca depois da escola, para ajudar a mãe, as outras meninas conversavam no telefone, pintavam as unhas umas das outras, e falavam sobre namorados. Enquanto pagava as contas da casa e controlava o dinheiro nos talões de cheque, as outras meninas namoravam no banco traseiro dos carros.
Autor(a): Duda
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Comentários da Fanfic 1451
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Sofia Postado em 17/07/2015 - 09:55:06
Oi duda adorei a fic,sera que você poderia me disser qual o nome desse livro que você adaptou para fanfic !?
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aamandda12 Postado em 18/04/2015 - 00:51:00
Duda amei sua Fanfic, muito Linda, Alfonso e Anahi, que lindos, casal apaixonado <3 amo amo, um baby , familia linda!!!!!
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camillatutty Postado em 07/05/2013 - 01:20:27
Aaaaah que linda que essa web terminou, Duda! Obrigada por trazer ela pra gente!!!! Beijo e até a próxima!!!
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dezzasilva Postado em 03/05/2013 - 21:18:36
MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIS!
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Postado em 28/04/2013 - 03:02:25
Ai Duda, tanta coisa pra falar! Auto controle gigante do Poncho no maneiro hein? Prometeu e cumpriu!!!! Gargalhei com ele capitaneando a preparação dos biscoitos pra ela ir pra casa mais rápido!!! Todo atencioso, querendo saber dos sentimentos dela... Como as pessoas mudam! Ela também tá beeeem Safadjeenha!!! Quem não estaria né, gente? Com o Poncho marcando assim tão firme!
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isajuje Postado em 25/04/2013 - 11:00:42
Como as coisas mudam de repente, não? Eles já estão vivendo como um casal apaixonado >.<' eu já isso tãão romântico e sentimental <3' KKKKKKKKKKKK' e que bom que você voltou, que bom que está viva! E que bom que você postou, senti saudade tbm, não some mais não, pfv. K
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dezzasilva Postado em 24/04/2013 - 22:06:55
MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIS!
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isajuje Postado em 31/03/2013 - 08:53:10
É u.u' como ela pode parar num momento crucial como este? Que malvada. KKKKK' será que ele vai dizer que a ama? Oo'
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camillatutty Postado em 25/03/2013 - 01:28:43
Duda... Como é que tu pode ser tão má assim! Haushuahsauhs Parar agora é maldade comigo! Tive que ficar longe por um tempo, aí agora volto toda empolgada e tu me joga um balde de água fria! Hahahaha Ok. eu espero!
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camillatutty Postado em 05/03/2013 - 02:59:30
Também acho que o Poncho e o velho serão bons amigos assim que deixarem de ser turrões. Um tem uma visão errada do outro. E só vão se respeitar através de atitudes...