Fanfic: Um Acordo Irresistível- AYA | Tema: AYA

— Para o sofá.
— Não. Fique aqui.
Anahi não sabia o que estava pedindo. Se ele ficasse a tomaria nos braços com tanta força tão depressa, que ela nem perceberia o que tinha acontecido até quando tudo acabasse.
Alfonso não poderia esperar o próximo mês. Iria vê-la todos os dias, desejá-la todos os dias, e cada beijo que lhe desse, cada carícia que lhe fizesse, o conduziria a…
— Até o próximo mês não poderei tocar em você? — ele perguntou.
— Não abolimos já essa regra?
— Sim, e essa decisão quase me matou. Sinto muito, Anahi , mas preciso ter tudo ou nada.
Ela fitou-o, estarrecida.
— Então… nada?
— Certo. Vou dormir no sofá.
— Isso é bobagem.
— Dormirei aqui só no próximo mês.
— Mais bobagem ainda. Mas sinto muito. É como vai ser, Alfonso.
Ele beijou-lhe a testa, cobriu-a melhor e levantou-se. Tirou um cobertor e um travesseiro do armário.
— Vou sentir falta de você — Anahi murmurou, sonolenta, enquanto ele saía do quarto. Alfonso teve que resistir ao desejo de voltar.
No sofá, jogou o cobertor e o travesseiro e atirou-se em cima de tudo, tentando em vão ficar confortável. Não conseguiu.
Vou sentir falta de você também, Anahi . Mais do que possa imaginar.
No instante em que Anahi chegou ao trabalho na manhã seguinte, disse a Ruby que queria falar com ela sobre a nova posição, e Ruby imediatamente a fez entrar em seu escritório. Anahi sentou-se em frente à escrivaninha. Tinha as mãos úmidas de suor, a garganta seca. Não sabia como iria falar, sem contar o fato de não poder tirar da mente a experiência que tivera com Alfonso na última noite. A possibilidade de ela dar uma boa impressão era muito remota, mas não tinha escolha. Tratava-se do último dia de inscrição para o emprego e Ruby era fanática quanto a datas preestabelecidas.
— Então — disse Ruby — você está interessada no novo trabalho.
— Sim. Sim, estou.

— Nossa entrevista vai ser muito simples, Virgínia. Graças ao bom Deus, Anahi pensou, considerando sua própria condição emocional.
— Diga-me, Virgínia, por que acha que deve ter esse trabalho? — Ruby perguntou.
— Bem, trabalho no banco há seis anos — Anahi começou. — As avaliações de meu desempenho sempre foram excelentes. Gosto de trabalhar como caixa mas aprendi tudo o que podia nessa posição e acho que estou pronta para mudar. Tenho bons conhecimentos básicos em contabilidade, porém sei que há muito mais que posso aprender se puder mudar de lugar. Possuo bom relacionamento com a maioria dos clientes e sei que posso com isso obter mais negócios para o banco se entrar na seção de empréstimos.
— Algo mais? — indagou Ruby.
Anahi ouvia as palavras de Alfonso soar em seus ouvidos: Você é uma pessoa muito especial, Anahi . Nunca receba nada menos do que merece. Me entende?
— Sim, Ruby. Não há dúvida de que sou a melhor candidata para o trabalho. E conhecendo-me como me conhece, não deve haver dúvida para você também.
— Palavras bem poderosas, Virgínia.
Anahi percebeu o desafio nas palavras de Ruby, mas não podia voltar atrás agora.
— Sim, bem poderosas, Virgínia — Ruby repetiu.
O coração de Anahi começou a palpitar tão rapidamente que ela se pôs a perguntar quais eram os sintomas de um ataque cardíaco.
— Para lhe dizer a verdade, Virgínia, você foi a primeira pessoa em quem pensei quando esse cargo foi criado. Mas só queria considerar os candidatos que expressassem interesse. Quando você não se apresentou, concluí que não queria. — Anahi sentiu uma pontada de decepção. Esperara demais, e agora… — Mas uma vez que apareceu para se candidatar — Ruby prosseguiu — o emprego é seu.
— Como? — Anahi indagou, atônita.
— Disse que o emprego é seu. Vá ver Alice e conversar sobre os detalhes. Começará o mais depressa possível. Agora, não pense que terá aumento de salário. Por enquanto trata-se de posição de treinamento.

Mas espero que saia logo desse estágio e, quando assumir sua posição oficialmente, conversaremos sobre um aumento.
— Oh… sim.
— Virgínia — disse Ruby pausadamente, com cuidado. — A entrevista está terminada. Tem o emprego. Agora vá.
Anahi levantou-se, agradeceu a Ruby, e foi para seu guichê.
— Conte-me — Rhonda sussurrou. — O que aconteceu?
— Tenho o emprego. Rhonda bateu palmas.
— Oh, querida, eu sabia que você conseguiria!
Pelo canto dos olhos Anahi viu Susan fitando-as com irritação. Ela devia ter sabido o que se passara na sala de Ruby, pois espiara o tempo todo. Quando Susan enfim apareceu de novo foi para apanhar a bolsa e sair do banco.
— Por Deus — Rhonda disse inocentemente. — Ela parece um pouco irritada. Anahi , acha que Susan está agastada com você?
Anahi quis dar uma resposta desagradável, porém no momento a única coisa em que podia pensar, era: Consegui o trabalho. E mal posso esperar para contar tudo a Alfonso.
Alfonso voltou para casa naquela noite cansado, transpirando por causa do trabalho pesado que fizera, por isso ficou preocupado quando abriu a porta da cozinha e Anahi atirou-se em seus braços.
Ele abraçou-a automaticamente, mas considerando como devia estar suado e de mau aspecto, teve certeza de que Anahi lamentaria a recepção que lhe dera.
— Alfonso, consegui… Consegui o trabalho!
— O trabalho do banco? Conseguiu?
— Consegui. Ruby disse que eu fui a primeira pessoa em quem ela pensou, mas uma vez que não apareci logo para me apresentar, achou que eu não queria. Quando disse que sim, que queria, ela o deu para mim imediatamente.
— Sabia que você ganharia.
— Eu não sabia… Só tive esperanças depois que você me disse que eu poderia. Obrigada, Alfonso.
— Quero que você me dê todos os detalhes durante o jantar.
— Darei. Tome um banho rápido que o jantar estará pronto em alguns minutos.