Fanfic: Um Acordo Irresistível- AYA | Tema: AYA

As mulheres foram cuidar disso. Nem cinco minutos se passaram quando se ouviu uma pancada, mais depois três, muito insistentes e altas, na porta da frente.
Todas se entreolharam, curiosas.
— Quem pode ser? — inquiriu Rhonda, indo para a porta, seguida pelas outras duas. Espiou pelo olho mágico e sussurrou: — Anahi , é Alfonso. Parece furioso. Quer que eu abra a porta, não quer?
— Claro — Anahi murmurou. — Ele vai ficar ainda mais furioso se a porta não for aberta.
Rhonda abriu a porta e Alfonso entrou.
— Onde está Anahi ?
Ele olhou pela sala. Quando enfim Anahi o viu, sentiu um calor no estômago… e mais abaixo. Não pôde resistir. Cruzou os braços sobre o peito e sorriu, e por um momento achou que Alfonso iria carregá-la sobre os ombros como um homem primitivo e levá-la, esperneando e gritando, para sua caverna.
Mas Alfonso foi vagarosamente ao encontro dela, sua expressão ficando mais intensa a cada passo que dava. Parou bem diante de Anahi e ela acreditou que a história do homem da caverna fosse uma real possibilidade.
— Os biscoitos são para uma causa muito boa — ela sussurrou, esboçando um sorriso inocente.
— Está tentando me dizer que só voltará para casa depois de terminar com os biscoitos?
— Acho que sim.
— Bem, nesse caso há apenas uma coisa que posso fazer. — Ele encarou as outras mulheres com a intensidade de olhar de um sargento em revista das tropas antes da batalha. — Ok, senhoras, soube que temos quarenta dúzias de biscoitos a assar. Mãos à obra.
As mulheres pareciam estar em estado catatônico, mas Alfonso as pôs em movimento mostrando que abandonar o trabalho não era uma opção. Em instantes instruiu Rhonda que pusesse todas as vasilhas sobre a mesa e ordenou que se fizesse a mistura dos ingredientes.
— Agora vejam como o trabalho é mais eficiente — ele disse, limpando a farinha dos dedos. — Você têm dois fornos, não têm? Por que não acendeu o outro?
— Não está funcionando. Mas uma vez que somos só eu e Earl na casa, não precisamos dele. Não nos preocupamos em consertá-lo.

Alfonso abriu a porta do forno e examinou o interior.
— Bem, vejam isto. É apenas a chama do piloto, vou dar um jeito num segundo.
Ele pediu fósforos a Rhonda, acendeu o piloto, e logo tinham dois fornos cheios de biscoitos assando ao mesmo tempo.
— O que há com Alfonso? — Rhonda sussurrou para Anahi . — Ele não é o tipo do homem que cozinha.
— Alfonso apenas quer ajudar. Só isso.
A um dado momento ele perguntou a Darlene por que motivo punha apenas doze biscoitos na assadeira quando cabiam quinze.
Anahi foi ao banheiro. Quando saiu, Alfonso segurou-a pelo braço e a abraçou no corredor escuro, suas mãos deslizando até os quadris e para cima de novo. Depois beijou-a, pela primeira vez num mês, e de súbito os biscoitos não lhe pareceram mais de muita prioridade.
— O que houve com nossa regra de não nos tocarmos? — Anahi perguntou, contente por estar nos braços dele mais uma vez.
— Estou apenas lhe dando uma amostra do que você terá esta noite.
— Bem, mas a noite ainda não acabou, acabou?
— Espero que tenha dormido bem na noite passada, querida, porque não vai dormir um segundo nesta.
— Não posso acreditar que você esteja se comportando tão mal aqui, na casa de amigos — Anahi comentou.
— E se não terminarmos com esses biscoitos depressa, você verá alguém se comportando de maneira bem pior. Entendeu?
Anahi levou-o a sério. Tão a sério que, quando voltou à cozinha, começou a colocar vinte biscoitos em cada assadeira.
Enquanto Alfonso se ocupava preparando outra batelada, Darlene disse a Anahi :
— Com toda essa bela aparência, ainda sabe cozinhar também?
— Ele está apenas tentando ajudar — Anahi respondeu.

— Inacreditável — Loretta comentou. — Realmente inacreditável. Lembro-me de como Alfonso era na escola. E sei o que as pessoas desta cidade falam dele, que é um criminoso e muitas coisas mais. Sabe, Anahi , decidi não acreditar numa palavra disso tudo.
— Não acredita?
— Não. Qualquer homem que é louco por sua mulher como Alfonso é por você, não pode ser mau. Confie em mim. Conheci muitos, por isso sei.
— Eu também — Darlene concordou.
Só naquele momento Anahi entendeu como os habitantes da cidade o julgavam mal. Concluíram que ele era culpado do incêndio, embora o júri o tivesse declarado sem culpa, só por causa do que fora como adolescente.
— Obrigada — disse Anahi . — Aprecio seu parecer.
Em mais duas horas o trabalho estava terminado. Alfonso lavou as mãos pela última vez e dirigiu a Anahi um olhar que dizia estar na hora de ir.
Anahi sentiu uma onda de excitação. Sabia que Alfonso não a amava mas a desejava de uma maneira que jamais esperara que um homem a desejasse.
Quando disseram boa-noite e saíram da casa de Rhonda, Alfonso pegou Anahi pelo braço e ordenou:
— Entre em seu carro e siga atrás de mim. Não diminua a marcha e não pare em nenhum lugar. Entendeu?
— Entendi. Mas eu estava precisando comprar sabão…
— Esqueça desse maldito sabão. Vamos para casa imediatamente.
— Alfonso? Você não está começando a ser mandão outra vez, está?
— Estou! Quarenta dúzias de biscoitos me dão direito a ser mandão! Está claro?
— Sim. Perfeitamente claro!
— Bom.
Ele a fez entrar no carro, fechou a porta, e entrou no dele. Anahi gostava do tom da voz de Alfonso, mesmo autoritário. Especialmente porque era autoritário. Sorriu o caminho todo até em casa. Mas quando passaram os portões da fazenda, de repente lembrou-se do que iriam fazer, e teve dificuldade em respirar.
Pararam em frente à porta. Alfonso pulou de seu carro, abriu a porta para ela, deu-lhe a mão e puxou-a para fora. No instante em que entraram em casa Alfonso abraçou-a. Anahi contornou-lhe o pescoço com os braços.