Fanfics Brasil - 9 Um Acordo Irresistível- AYA

Fanfic: Um Acordo Irresistível- AYA | Tema: AYA


Capítulo: 9

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Enquanto cuidava da mãe, outras mulheres se casavam, faziam amor, e tinham filhos.

Mais cedo ou mais tarde teria de economizar dinheiro para cursar uma faculdade e, então, começar uma vida nova. Mas bancárias não ganhavam muito, em especial quando trabalhavam no Banco Estadual de Coldwater, Texas, onde os aumentos de salário vinham tão freqüentemente quanto o cometa Halley.

Portanto levaria anos, e não poderia esperar tanto assim para se divertir como o resto do mundo fazia.
Cantou o tempo todo e corria pela estrada. Quando já começava a cansar, do alto de uma colina enxergou o lugar para onde ia.

O Lone Wolf Saloon era um edifício gigantesco, com seu nome em vermelho e azul ao lado, iluminado a néon. Anahi ouvira falar tanto daquele lugar!

O pátio do estacionamento estava quase cheio. Ela encontrou espaço entre duas caminhonetes. Desligou o carro e permaneceu ali sentada algum tempo, ouvindo a voz da mãe ecoando em sua cabeça.

Lugares como esse deviam ser proibidos por lei. São antros de perdição. Isso é o que são. Pecaminosos.

Ela respirou fundo algumas vezes, dizendo a si mesma que, se se divertir era pecado, o inferno deveria estar cheio e não haveria lugar para ela.

Anahi segurou a bolsa com força, desceu do carro e trancou-o. Entrou e ficou abismada no instante em que abriu a porta.

A música, executada por uma banda do Oeste, explodia no ar quase ensurdecendo as pessoas. Uma cerveja. Era do que precisava.

Foi ao bar, passando por mesas repletas de gente bebendo e fumando. O lugar todo parecia estar em movimento, do ritmo dos instrumentos musicais ao vaivém do brim e do couro na pista de dança, ao caminhar das garçonetes de mesa em mesa. Cada molécula do ar estava saturada de fumaça de cigarro, dando à sala uma atmosfera surrealista.

Ela encontrou um banco vazio no bar e sentou-se. O barman aproximou-se.
— Uma cerveja, por favor — Anahi pediu.
— Um tipo especial?
— Na garrafa.




O barman sorriu com sarcasmo e afastou-se, deixando-a sentir-se como uma idiota. Mas felizmente ele voltou com a cerveja, serviu-a e disse:
— Três dólares.

Ela pagou e encostou o copo nos lábios. A cerveja estava gelada. Tomou um gole e sentiu-a queimando sua garganta enquanto descia até o estômago.
Ok. Aquilo não era tão mau. E por estar ainda entre os vivos, achou que talvez Deus estivesse de férias.

Ninguém parecia notá-la, o que não deixava de ser bastante bom. Ela era uma dessas pessoas que não falavam muito, sentia-se perdida numa multidão até de dois. Assim fora durante toda sua vida, e não esperava que as coisas mudassem da noite para o dia.

Contanto que mudassem um dia.

Os pares que dançavam moviam-se com perfeição, os pés caindo sempre nos lugares certos. Uma dúzia de pares se alinhava em uma quadrilha, e cada um sabia para onde dirigir o próximo passo evitando dar um pontapé na pessoa da frente.
E por toda parte os freqüentadores riam.

Logo Anahi começou a se acalmar, e após ter esvaziado a garrafa de cerveja estava relaxada... e um pouco tonta também. Pediu mais uma cerveja achando que, se uma a fizera se sentir tão bem, duas teriam um efeito ainda melhor.

Aí a banda começou a executar um número suave. Pares dançavam bem juntinho um do outro. Anahi teve a impressão de que o mundo de repente passara a viver aos pares e ela era uma mulher posta de lado.

Encostou o cotovelo no balcão do bar, o queixo contra a palma da mão, observando as mulheres felizes que sabiam o que era sentir um homem junto delas, encostar a cabeça contra um ombro másculo, e movimentar-se ao som da música, deixando o resto do mundo sumir.

Nem uma vez em sua vida um homem a tocara. Nunca tivera um encontro amoroso, nunca fora beijada, nunca conversara com uma amiga sobre homens. Nunca um homem a fitara com desejo no olhar ou lhe dissera que era linda. Ela não era, claro.




Talvez tudo dependesse do modo como uma mulher se movia. Era de certo no que aquela loura dançando na pista acreditava, ao se ondular contra seu par. Fazia amor de pé? Era o que parecia. Não que Anahi conhecesse os detalhes do ato, mas até uma freira reclusa poderia ver o que aquela mulher tinha em mente.
Anahi não a culpava.

Se estivesse dançando com um homem sexy como o par daquela mulher, ele poderia fazer com que seus hormônios se pusessem em atividade. O homem era alto, talvez com um metro e noventa de altura, dançava como se tivesse nascido fazendo isso. Anahi o observava dos pés à cabeça. Tinha ombros como rochas, Cintura estreita, coxas se movendo conforme o ritmo da música dentro de um jeans bastante gasto.

Cabelos escuros. E a loura percorria com os dedos aquela cabeleira farta. Anahi se perguntava o que sentiria, caso fosse ela o par do homem. O prazer da dança, do toque, de um beijo... Corou, mas sua mente não parou de vagar até chegar a um território seu desconhecido. Virou-se então para ver melhor o homem e deparou com um rosto incrivelmente atraente.

Não podia ser.
Alfonso Herrera...

Havia muitos anos não o via, mas ele não era um tipo de homem facilmente esquecido. Contudo, um homem como Alfonso Herrera jamais se interessaria por uma mulher tímida que poderia ter um ataque cardíaco se ele lançasse o olhar em sua direção.
A banda parou de tocar e Alfonso saiu da pista de dança, a loura grudada nele como musgo em árvore. A idade o beneficiara, transformara um adolescente sexy num maduro, confiável homem sexy.

Anahi pediu outra cerveja e logo a sala começou a girar de um jeito prazeroso. Fechou os olhos e ouvia pouco a voz de sua mãe, pois o álcool a abafava.
Pela primeira vez na vida sentiu-se livre.

Ninguém a observava, censurando-a. Ninguém lhe dizia sobre o que pensar. Ninguém clamava aos céus punição para os mais insignificantes pecados. Sentia-se responsável por seu próprio destino e não obedecia a ninguém.


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Autor(a): Duda

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dedicado a sasa minha primeira leitora       CAPÍTULO IIViu Alfonso dançando com outra mulher e seguiu os passos dele como uma mariposa segue a luz. A cerveja número três conseguia o milagre e talvez não mais houvesse muita diferença entre ela e as outras mulheres. E era possível, não era, que at&eacut ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1451



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  • Sofia Postado em 17/07/2015 - 09:55:06

    Oi duda adorei a fic,sera que você poderia me disser qual o nome desse livro que você adaptou para fanfic !?

  • aamandda12 Postado em 18/04/2015 - 00:51:00

    Duda amei sua Fanfic, muito Linda, Alfonso e Anahi, que lindos, casal apaixonado <3 amo amo, um baby , familia linda!!!!!

  • camillatutty Postado em 07/05/2013 - 01:20:27

    Aaaaah que linda que essa web terminou, Duda! Obrigada por trazer ela pra gente!!!! Beijo e até a próxima!!!

  • dezzasilva Postado em 03/05/2013 - 21:18:36

    MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIS!

  • Postado em 28/04/2013 - 03:02:25

    Ai Duda, tanta coisa pra falar! Auto controle gigante do Poncho no maneiro hein? Prometeu e cumpriu!!!! Gargalhei com ele capitaneando a preparação dos biscoitos pra ela ir pra casa mais rápido!!! Todo atencioso, querendo saber dos sentimentos dela... Como as pessoas mudam! Ela também tá beeeem Safadjeenha!!! Quem não estaria né, gente? Com o Poncho marcando assim tão firme!

  • isajuje Postado em 25/04/2013 - 11:00:42

    Como as coisas mudam de repente, não? Eles já estão vivendo como um casal apaixonado >.<' eu já isso tãão romântico e sentimental <3' KKKKKKKKKKKK' e que bom que você voltou, que bom que está viva! E que bom que você postou, senti saudade tbm, não some mais não, pfv. K

  • dezzasilva Postado em 24/04/2013 - 22:06:55

    MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIS!

  • isajuje Postado em 31/03/2013 - 08:53:10

    É u.u' como ela pode parar num momento crucial como este? Que malvada. KKKKK' será que ele vai dizer que a ama? Oo'

  • camillatutty Postado em 25/03/2013 - 01:28:43

    Duda... Como é que tu pode ser tão má assim! Haushuahsauhs Parar agora é maldade comigo! Tive que ficar longe por um tempo, aí agora volto toda empolgada e tu me joga um balde de água fria! Hahahaha Ok. eu espero!

  • camillatutty Postado em 05/03/2013 - 02:59:30

    Também acho que o Poncho e o velho serão bons amigos assim que deixarem de ser turrões. Um tem uma visão errada do outro. E só vão se respeitar através de atitudes...


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