Fanfic: Um Acordo Irresistível- AYA | Tema: AYA

Anahi ficou tão atônita que mal soube o que dizer.
— Acha que eu o estava enganando para forçá-lo a continuar casado?
— Não seria a primeira mulher a fazer isso.
Como podia Alfonso lhe dizer essas coisas? Como? Depois de tudo que haviam compartilhado?
Ou quem sabe ela estaria imaginando coisas. As feições de Alfonso eram frias e Anahi teve a impressão de que olhava para um estranho.
— Não posso acreditar que esteja me falando isso.
— E eu não posso acreditar que você tivesse tanto medo de ficar grávida. Sendo verdade, não teria se esquecido das pílulas.
— Mas eu esqueci. Estavam aqui no quarto porque eu as tomava todas as noites antes de dormir, e assim não me esqueceria. Mas quando me preparei para ir ao acampamento, peguei todas as minhas coisas no banheiro, e… me esqueci das pílulas.
— E está tentando me dizer que durante dois dias nem pensou nisso?
Ela não pensara. Nem uma vez. A temporada fora tão maravilhosa, a atmosfera tão diferente da de casa, que não se lembrara de nada até o instante em que viu Alfonso segurando as pílulas.
— Talvez você não tenha lido bem nosso acordo pré-nupcial. Sob nenhuma circunstância você terá direito a um dólar sequer da venda da fazenda.
Anahi ficou horrorizada.
— É isso que você está pensando? Que eu quero seu dinheiro?
— É claro que quer. Vinte e cinco mil dólares pelo menos.
— Pois pode ficar com seus vinte e cinco mil dólares.
— Oh, posso? Então, se não quer os dólares, o que quer?
Alfonso encarou-a, desafiando-a, forçando-a a declarar seus verdadeiros motivos. Não tinha idéia sobre o que ela estava pensando, sobre o que pensara durante semanas até agora, e o que desejava lhe contar. Mas custou para encontrar coragem.
—- Quero você, Alfonso. É o que eu quero. É o que venho querendo há muito tempo. Apenas você. Alfonso se manteve impassível.

— Sinto muito, querida, mas não acredito nisso. As mulheres todas têm os olhos em minha carteira desde o dia em que me conhecem e nunca tiram os olhos dali.
— Isso porque essas mulheres não o amam.
Os dois ficaram muito tempo sem falar. Só por um instante Anahi viu uma luz nos olhos dele, uma abertura, um meio de atingir-lhe o interior. Mas tão depressa quanto veio, a luz sumiu, e o rosto de Alfonso escondeu-se outra vez em ceticismo.
— Quer dizer que me ama? — ele disse com uma risada fria. — Acho que não tem prestado atenção. Vivemos juntos nesta cidadezinha por tanto tempo que deve ter se esquecido de quem realmente sou. Continuo sendo aquele homem que a induziu ao casamento visando seu próprio benefício financeiro. O mesmo homem que a maioria das pessoas considera como autor de um incêndio criminoso. O mesmo homem que não acha nada demais ter uma mulher diferente em sua cama a cada noite. Talvez eu tenha posto tudo isso de lado por algum tempo, mas a longo prazo, é quem eu sou, e se for esperta nunca se esquecerá disso.
Anahi fazia esforço para não chorar, porém lágrimas molharam seus olhos. Sentia-se atordoada, como se não pudesse absorver suficiente ar, como se o quarto balançasse de um lado para o outro. Aquele não era o Alfonso que ela conhecia. Por que estaria agindo daquela maneira? Por quê? Tinham estado tão unidos, e agora…
Mas era assim.
Confiara nela, Alfonso pensou. Dera-lhe um pedaço de seu coração, apenas para certificar-se de que Anahi tirava vantagem disso. Mesmo que não naquele instante, seria inevitável algum dia. Devia, portanto, terminar com tudo agora. E se Anahi na verdade pensasse que o amava, ele a faria se lembrar que pessoa desclassificada era.