Fanfic: Um Acordo Irresistível- AYA | Tema: AYA
Sentou-se de novo, e desejou que tivesse deixado o tique-taque.
O silêncio foi pior.
Ela disse que me amava.
Amor. A palavra mais sem sentido no vocabulário inglês. Claro que Anahi lhe diria isso. Ela queria dinheiro. Qualquer mulher faria o mesmo à vista de recompensa tão grande. E o que seria uma pequena gravidez comparada com aquele tipo de saque?
Fora miragem, só isso. Um punhado de areia nas mãos.
Alfonso não estava mais zangado, apenas entorpecido. Aquela cozinha estivera um dia cheia de calor e de risos, mas não poderia mais sentir isso agora. Tentava lembrar-se do que fora beijar Anahi , do que fora escutar-lhe a voz, sentir o corpo dela sob o seu, ouvi-la gemendo de prazer, mas era como se seu sistema nervoso se fechasse, deixando-o sentir… o nada.
Tanto fazia, porque a mulher pela qual sentira alguma coisa tentara usá-lo, talvez de maneira pior do que o modo como ele a usara. Alfonso riu um pouco, uma risada que soou vazia a seus ouvidos.
De qualquer maneira, tudo aquilo estaria acabado em uma semana e meia. Poria então a fazenda à venda e voltaria a Dálias. Com sorte, nunca poria os pés em Coldwater de novo.
Murphy levou duas semanas para perceber que algo acontecia.
Alfonso apareceu no celeiro uma manhã e encontrou-se com ele.
— Onde está Anahi ? — o velho perguntou.
— Trabalhando, imagino. — Ele queria muito que Murphy sumisse, que o deixasse só.
— Não. Anahi não aparece aqui há alguns dias já, e não vi o carro dela.
— Foi passar alguns dias com uma amiga.
— O que você fez para ela, Alfonso?
— O que eu fiz para ela? O que quer dizer com isso? O que eu fiz para ela? O que há de tão estranho em passar alguns dias com uma amiga?
— É claro que há alguma coisa aí — disse Murphy.
— Mesmo que haja, não é de sua conta.
— Sim, acho que é de minha conta. Sei como vem usando Anahi , e por quê. Ela é tão jovem, tão ingênua… Você comprou uma esposa por vinte e cinco mil dólares. Não conheço todos os detalhes mas aposto que o jogo não foi honesto. Até a fez assinar um contrato, não fez?
— Fiz.
— Foi o que pensei.
— Nunca menti para Anahi . Nunca.
— Não em muitos aspectos. Mas vi vocês dois juntos aqui no celeiro. Posso dizer…
— Pare, Murphy.
— …que há alguma coisa entre vocês dois. E o fato de você estar agindo como se não houvesse…
— Não há nada entre mim e Anahi ! Não quero nada com ela!
— Santo Deus! — Murphy gritou. — Alguns homens esperam uma vida inteira por uma mulher que olhe para eles como Anahi olha para você! Está cego?
Num momento, a imagem de Anahi surgiu em sua mente, um rosto suave que o encarava como nenhuma outra mulher fizera antes. Com bondade. Com compaixão.
Com amor, se existisse tal sentimento.
— Não posso resolver nada agora — disse Alfonso, um pouco nervoso. — Tenho negócios em Dálias…
— Oh, sim, é sempre o próximo trabalho, não é? É o mais importante para você. É como seu pai. Mais cedo ou mais tarde…
Alfonso agarrou Murphy pela camisa e o atirou de encontro à porta.
— Nunca mais repita isso! — exclamou. — Não sou nada como meu pai!
— Ele também sempre teve mau gênio. Não conseguia se controlar, tanto quanto você. A única razão pela qual entrei nesse negócio foi por Edna querer que eu cuidasse das condições do testamento. Mas Anahi não está mais aqui agora, o que significa que não estão mais vivendo juntos. Por direito, posso cancelar a herança a qualquer momento que eu quiser. Pode me levar ao tribunal, porém uma vez que eu explique como forjou a situação…
— Então, por que não faz isso? Faça! Destrua todo o negócio. Fique com a fazenda, venda-a, queime-a. Não me importo. Mas não ouse pronunciar o nome de Anahi na minha frente nunca mais!
— Não sei exatamente o que você fez para aquela moça, mas me alegra muito saber que ela foi bastante inteligente indo embora. Anahi merece alguém bem melhor do que você. Espero que encontre.
Murphy saiu do celeiro deixando Alfonso respirando poeira de feno e se detestando mais a cada minuto. Porque o velho senhor estava certo.
Bem tarde naquela mesma noite, Alfonso sentou-se à mesa da cozinha, abriu um envelope que continha a licença de casamento dele e de Anahi , olhou o selo dos documentos e a assinatura dos proprietários da Pequena Capela de Amor do Cupido. Depois havia a assinatura de Anahi em letra pequena, feminina. Uma assinatura que retratava a personalidade dela, exatamente.
Jogou esse documento de lado e pegou o contrato. Páginas e páginas de vocabulário legal, que pagara a um advogado para redigir, mesmo que ele não pudesse entender na totalidade. Fora feito para intimidar sua parceira. Quisera se garantir que, qualquer mulher com quem se casasse, não poderia se esquivar de cumprir o que estava escrito e que assim ele teria total controle da situação.
De súbito, não tinha agora controle algum da situação.
Gravidez. Anahi poderia estar grávida. O que significava que iria ser pai.
Assustou-se. A gravidez assustou-o mais do que qualquer coisa que lhe acontecera na vida. Até a palavra despertava imagens em sua mente que ele passara a existência tentando esquecer.
Por que esquecera ela de levar as pílulas?
Se tivesse tanto medo de ficar grávida como dizia, não poderia ter esquecido. O que significava que esquecera de propósito.
Mesmo?
Pare com isso. Ela o traiu, sem a menor dúvida. Não poderia ter esquecido.
Porém, apesar dos esforços que fazia para acreditar que fora um ato intencional de Anahi , não conseguia. Ela não faria tal coisa.
Alfonso começou a sentir-se mal. Tinha uma queimação nos olhos.
Lágrimas.
O que havia com ele? O telefone tocou.
— Alô?
— Alô, McCallum. Tenho notícias para você.
Era Dave Fletcher. Oh, não! Naquele momento, ele era a última pessoa com quem queria conversar.
— Você não vai acreditar — Dave continuou. — A área onde está localizado o prédio foi declarada histórica. O valor do imóvel subiu vinte por cento, mas estamos segurando o velho preço. O que acha disso, sócio?
Alfonso continuou sentado onde estava. Em outros tempos essas palavras teriam acendido chamas em seu interior. Agora, não eram nada além de um ruído insignificante.
— McCallum? Você está aí?
— Sim. Estou.
— Vamos pegar essa oferta? Um presente.
Alfonso lembrou-se das palavras que dissera a Anahi , como um tipo de pesadelo.
Como pudera tê-la acusado de coisa tão horrível. Anahi era a única pessoa deste mundo que o amava, que o entendia como ninguém mais. Viveram o mesmo tipo de dor, com o mesmo sentido de estarem sozinhos no mundo, sem ninguém se importando que vivessem ou morressem. Quando a fitava bem nos olhos via refletido neles uma compreensão que jamais esperara encontrar em outro ser humano.
"Foi tudo o que eu desejei durante muito tempo, Alfonso. Você."
Ele lançou um olhar para os papéis do divórcio.
Fletcher continuava falando ao telefone. Queria saber da compra do imóvel, mas Alfonso deixou que as palavras entrassem por um ouvido e saíssem pelo outro. Tudo em que pensava era em quanto amava Anahi , um amor que parecia crescer a cada minuto. Por que não vira isso antes?
Durante os últimos seis meses concentrara-se tanto no dinheiro que iria receber que se esquecera da única coisa que o faria feliz pelo resto da vida, com dinheiro ou sem. Porém como convencer Anahi , depois da cena que fizera, de que nada era mais importante para sua felicidade do que ela?
Olhou para os papéis do divórcio, verificou as datas. Ainda havia tempo para cancelar.
— McCallum! Alô! Você está aí?
— Sim, estou aqui.
— Então, o que acha?
— O que acho do quê?
Autor(a): Duda
Este autor(a) escreve mais 14 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
CAPÍTULO 17— Como vai sua situação de dinheiro? Homem, não está me ouvindo? Consegui um ano de prazo para o primeiro pagamento. Mas dê-me uma data de quando poderá ser.— Sinto muito, Fletcher. Desisti do negócio.— Como?— Desisti.— Está louco? Trata-se de uma mina de ouro!— Com t ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1451
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
Sofia Postado em 17/07/2015 - 09:55:06
Oi duda adorei a fic,sera que você poderia me disser qual o nome desse livro que você adaptou para fanfic !?
-
aamandda12 Postado em 18/04/2015 - 00:51:00
Duda amei sua Fanfic, muito Linda, Alfonso e Anahi, que lindos, casal apaixonado <3 amo amo, um baby , familia linda!!!!!
-
camillatutty Postado em 07/05/2013 - 01:20:27
Aaaaah que linda que essa web terminou, Duda! Obrigada por trazer ela pra gente!!!! Beijo e até a próxima!!!
-
dezzasilva Postado em 03/05/2013 - 21:18:36
MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIS!
-
Postado em 28/04/2013 - 03:02:25
Ai Duda, tanta coisa pra falar! Auto controle gigante do Poncho no maneiro hein? Prometeu e cumpriu!!!! Gargalhei com ele capitaneando a preparação dos biscoitos pra ela ir pra casa mais rápido!!! Todo atencioso, querendo saber dos sentimentos dela... Como as pessoas mudam! Ela também tá beeeem Safadjeenha!!! Quem não estaria né, gente? Com o Poncho marcando assim tão firme!
-
isajuje Postado em 25/04/2013 - 11:00:42
Como as coisas mudam de repente, não? Eles já estão vivendo como um casal apaixonado >.<' eu já isso tãão romântico e sentimental <3' KKKKKKKKKKKK' e que bom que você voltou, que bom que está viva! E que bom que você postou, senti saudade tbm, não some mais não, pfv. K
-
dezzasilva Postado em 24/04/2013 - 22:06:55
MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIS!
-
isajuje Postado em 31/03/2013 - 08:53:10
É u.u' como ela pode parar num momento crucial como este? Que malvada. KKKKK' será que ele vai dizer que a ama? Oo'
-
camillatutty Postado em 25/03/2013 - 01:28:43
Duda... Como é que tu pode ser tão má assim! Haushuahsauhs Parar agora é maldade comigo! Tive que ficar longe por um tempo, aí agora volto toda empolgada e tu me joga um balde de água fria! Hahahaha Ok. eu espero!
-
camillatutty Postado em 05/03/2013 - 02:59:30
Também acho que o Poncho e o velho serão bons amigos assim que deixarem de ser turrões. Um tem uma visão errada do outro. E só vão se respeitar através de atitudes...