Fanfic: Um Acordo Irresistível- AYA | Tema: AYA

CAPÍTULO 17



— Como vai sua situação de dinheiro? Homem, não está me ouvindo? Consegui um ano de prazo para o primeiro pagamento. Mas dê-me uma data de quando poderá ser.
— Sinto muito, Fletcher. Desisti do negócio.
— Como?
— Desisti.
— Está louco? Trata-se de uma mina de ouro!
— Com tanta vantagem assim, Fletcher, você não terá dificuldade em encontrar outro sócio.
— Eu sei, mas você é o sócio que eu quero.
— Sinto muito. Mas terá de entrar no negócio sem mim desta vez.
— Herrera, acho que não sabe o que está fazendo. Alfonso dobrou os papéis do divórcio e colocou-os no envelope.
— Na verdade, Fletcher, pela primeira vez na vida sei o que estou fazendo.

ias mais tarde, na cozinha da casa de Rhonda, Anahi segurava uma folha de papel. Lá estava o telefone da clínica onde fizera o teste de gravidez, bem cedo naquele dia.
Já eram mais de quatro horas e ela queria saber o resultado. Se não estivesse grávida, nunca mais veria Alfonso. Se estivesse, receberia os cheques dele nos anos que viriam. Qualquer possibilidade fez brotar lágrimas em seus olhos.
— É agora ou nunca, querida — disse Rhonda. Anahi pegou o telefone.
De repente, ouviu uma pancada na porta. Rhonda levantou-se para abri-la. Anahi levantou-se a tempo de ver Alfonso entrar na cozinha.
— Olhe, não vá atormentá-la — Rhonda dizia. — Entendeu? Anahi encarou-o, e seu coração quase parou de bater. Ele estava ainda mais atraente do que ela podia se lembrar, alto e majestoso, com um paletó de couro, jeans e botas.
— Não vou atormentá-la, Rhonda — ele disse.
— Nesse caso, por que está aqui? Posso chamar a polícia num segundo.
— Rhonda? Você se importa de deixar-nos a sós por um minuto apenas? — Alfonso pediu.
Anahi fez, com a cabeça, um sinal afirmativo para a amiga.
— Se precisar de alguma coisa, querida, é só me chamar. Ok?
Assim que Rhonda saiu, a cozinha ficou tão em silêncio que Anahi jurava ter ouvido seu coração bater.
— Preciso falar com você, Anahi . — Alfonso puxou uma cadeira e sentou-se, apreensivo.

— Já falou bastante.
— Eu sei. Mas, por favor, ouça-me um pouco mais.
— Na verdade, Alfonso, eu ia telefonar para a clínica a fim de saber o resultado do meu teste de gravidez. Suponho que você também queira saber, e esta é uma boa hora.
Alfonso tirou o papel das mãos dela, amassou-o e jogou-o ao lado.
— O que está fazendo, Alfonso? Não pode se esquivar disso. Temos de conhecer o resultado.
— Primeiro outras coisas, Anahi .
Ele tirou do bolso um documento legal, dizendo:
— Esta é sua cópia de nossos papéis do divórcio, assinada e registrada.
Anahi imediatamente começou chorar.
Não. Pare. Não ouse chorar.
Mas ele já a fizera chorar. Já registrará o documento. E queria forçá-la a esperar um pouco mais para saber o resultado do exame a fim de ter certeza absoluta de que estavam divorciados e de que não poderia prendê-lo, embora grávida.
Anahi pegou os papéis com mãos tremulas. Lágrimas obscureciam sua vista. Enfim, focalizou as palavras.
Leu e releu o documento e notou que a data estava errada.
— Não entendo — disse. — Você está um dia adiantado. Devia esperar até amanhã para a execução do divórcio.
— Eu sei.
— O testamento está bem claro.
— Sei disso também.
— Se Murphy vir, ele…
— Murphy já viu. Dei-lhe uma cópia.
— E o que ele disse?
— Que não cumpri as condições do testamento.
Anahi não podia acreditar que, depois de tudo por que passaram, ele desistia da fazenda criando toda aquela confusão no último instante. E agia como se não se incomodasse a mínima.
— Sabe o que está fazendo? — Anahi lhe perguntou.
— Sei, Anahi , eu sei.
Alfonso segurou-lhe a mão. A dele tremia. Começou a falar, parou, baixou a cabeça, e não disse nada. Quando a ergueu de novo seus olhos brilhavam.
— Espero que tenha sido sincera quando disse que tudo o que queria era minha pessoa, porque, a partir de agora, é tudo o que tenho a lhe oferecer.
Anahi fitou-o, atônita. Aos poucos, começou a entender.

Ele jogara fora a fazenda no momento final, despindo-se de tudo o que achou que sempre desejara. E vinha até ela com apenas uma coisa para lhe dar.
Ele mesmo.
— Disse coisas horríveis a você na fazenda aquele dia — Alfonso confessou. — Palavras que eu daria qualquer coisa para apagar. Sei que não se esqueceu das pílulas de propósito e tem todo o direito de me mandar para o inferno agora. Porém lhe suplico, Anahi não me deixe. Por favor, não me abandone. — Ele tinha os olhos cheios de lágrimas. — Você falou que me amava. É verdade?
— Muita coisa aconteceu entre nós, Alfonso. Não sei se posso esquecer. Não sei…
— Não, não diga nada. Não diga que nossa união não vai funcionar. Farei qualquer coisa, Anahi , qualquer coisa… Sei que até agora agi como se fôssemos apenas amigos. Que sexo entre nós era apenas sexo. Mas não era. Havia muito tempo já que quando eu fazia amor com você era amor de fato. Eu te amo, Anahi . Nunca disse isso a mulher alguma. Mas eu te amo e nunca vou deixar de te amar. Nunca.
— E eu também nunca deixarei de te amar, Alfonso.
— Isso quer dizer…
Anahi atirou-se nos braços dele, chorando copiosamente agora. E Alfonso abraçou-a com carinho.
— Oh, Deus, pensei que a houvesse perdido… — Ele beijou-a na testa, nos lábios. — Perdoe-me, Anahi . Juro que nunca a magoarei de novo.
Anahi desejou, naquele momento, ficar nos braços de Alfonso para sempre.
— Mas temos um problema — ele declarou.
— Um problema?
— Estamos divorciados. — Alfonso tomou-lhe a face nas mãos. — Anahi , quer se casar comigo?
Ela lembrou-se do dia em que pela primeira vez Alfonso lhe dissera aquelas palavras, e lembrou-se de como lhe fora difícil embora se tratando de um casamento sem significado. Porém agora as palavras fluíram de sua boca com facilidade, cheias de emoção, cheias de energia. Cheias de amor.
— Sim — ela respondeu. — Sim, quero me casar com você. Alfonso beijou-a, um beijo demorado. Aí ela olhou para o papel sobre a mesa, todo amassado.
— Alfonso, a clínica. Precisamos saber.