Fanfic: Tell me a Story | Tema: Phillip Phillips
Capítulo 1 – Man on the moon
N/A: primeiro capítulo, primeira fic.. sejam bonzinhos!
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=NbPJVwJil8E
POV Kate
O vento gelado que entrava pela janela entreaberta me despertou levemente. Eu tinha pegado no sono enquanto fazia as malas. Fui até a maldita janela que ficava abrindo sozinha pra dar um jeito de mante-la fechada e o vento forte me acordou completamente. Senti o familiar aperto no peito: ansiedade. Eu estava ansiosa pra sair daquela casa, daquele quarto e me afastar das lembranças.
Sim, era a minha casa, o meu quarto e o último lugar onde eu me sentia a vontade. A menina que dormia naquela cama de dossel cor de rosa não estava mais ali a muitas semanas, e eu temia que ela tivesse ido embora para sempre. A ideia de passar o natal na casa da minha avó no interior não parecia tão ruim, apesar de entediante. É claro que eu preferia estar no Brasil, em todas as viagens de férias que fiz para estar com os parentes do meu pai percebi que o país era rico em... distrações. Ideal pra quem precisa esquecer.
A realidade me atingiu quando o vento reabriu a janela me tirando do meu devaneio. Nada de Brasil esse ano, a minha nova vida adulta não me permitiria viagens tão longas por um bom tempo. Então eu fiquei feliz por um momento pelos meus pais terem pena e não viajarem sem mim, passaríamos o natal em Leesburg com a família da minha mãe. Comecei a dobrar as roupas jogadas na cama quando o meu celular vibrou em cima do criado mudo. Dou um leve sorriso em antecipação quando vejo que é uma mensagem da minha melhor amiga: Alex.
“Me diz que vc já ouviu o CD novo do Phillip? Omg, Ele é tão perfeito! “
“Até tenho que ouvir, mas não comecei. A revista me pediu pra escrever a crítica sobre ele para a próxima edição. Pretendo ouvir e analisar bem as músicas do cawboy casanova durante o meu animadíssimo feriado na roça.”
Me distraí por um momento da conversa no celular pegando o CD jogado na escrivaninha e comecei a analisar a foto da capa.* Luzes vermelhas se misturavam ao escuro do que parecia ser um palco, o homem na foto usava um terno moderno e segurava um violão. Nada podia ser mais sacana do que aquele meio sorriso e os seus olhos pareciam ter encontrado algo extremamente interessante na suposta plateia. “Idiota” – Pensei – “Como tanta gente pode idolatrar um cafajeste assumido? Ridículo”. Respirei fundo olhando a bagunça que ainda estava em cima da cama e um pensamento no mínimo engraçado me ocorreu: “Meio sorriso sacana. Talvez seja disso mesmo que eu precise.”
POV Phillip
A água quente caía forte sobre o meu corpo. Eu desejava que a sensação fosse de que aquela enxurrada levasse um peso dos meus ombros, mas ele parecia aumentar. Aqueles momentos eram cada vez mais frequentes: de repente tudo ficava silencioso ao meu redor, e o meu coração pulsava agoniado. Eu queria gritar ou chorar, mas ficava ali parado, olhando pro nada, deixava as lembranças me invadirem e sentia o peso de cada uma se acumular sobre os ombros.
Suspirei profundamente desligando o chuveiro. Andei pelo quarto de hotel escuro com uma toalha enrolada na cintura. Abri o frigobar esperando secretamente encontrar algo que preenchesse todo o vazio que a minha vida tinha, mas só achei cerveja. “Cerveja então. Vai ser uma noite longa.”
Não tinha muito tempo que as coisas eram assim, mas a intensidade dos últimos meses tinha o peso de anos. Ainda não tinham se completado dois anos desde o American Idol e a minha exposição repentina. Ganhar o programa, gravar o meu primeiro CD. As lembranças vinham rapidamente...
“E o vencedor da décima primeira edição do American Idol é: PHILLIP PHILLIPS!”
“PHILLIP.. AHHH.. EU TE AMO.. TIRE UMA FOTO COMIGO.”
“Tem DEZ MIL pessoas lá fora, cara! Vai ser um show incrível”
Muito barulho.
Comecei a cantarolar baixinho uma das minhas músicas:
---“It`s hard to know where i stand, / É difícil saber onde eu estou
Even a man on the moon couldn`t tell me where to land. / Mesmo um homem na Lua não poderia me dizer onde pousar
But, i wanted to fly in the sea with no gravity to pull me down/ Mas, eu queria voar no mar sem gravidade para me puxar para baixo”
Depois de dois anos eu ainda me sentia assim: completamente perdido, “no mundo da lua”. Com certeza eu fui completamente absorvido, seduzido e esmagado por esse mundo, mas não posso dizer que o entendo, e acho que nunca vou. Quando eu compus aqueles versos tinha esperança de entender o que passou a me cercar, mas eu desisti de entender. Eu ainda me lembrava nitidamente da sensação de novidade, de explorar o desconhecido e de me sentir inteiramente despreparado. Era o caos dentro de mim. Foi quando meu agente me apresentou a Victoria, minha RP. É claro que um garoto tímido do interior precisa de um Relações Públicas se quiser ser um rock star, isso eu nunca questionei. E a mulher era mesmo um gênio.
Depois dos primeiros 3 meses após o lançamento do CD eu comecei a ser esquecido tão rápido quanto fiquei famoso. - Você tem talento, mas precisa fascinar o público – Victoria dizia – o problema é essa sua carinha de bom moço, essa imagem não vende! As mulheres só se interessam por homens charmosos. Sexy é o novo preto! Você precisa escolher entre ser o “menininho doentinho do sul” ou “Phillip VOLCANO Phillips”.
Você pode imaginar o que eu escolhi.
A ideia de mudar não me agradava muito, mas o que eu sabia afinal? Victoria escolhia jaquetas de couro, um novo corte de cabelo e sapatos caros... Produzia polêmicas, casos relâmpago com supermodelos, comerciais de perfume. – “Eu quero ver aquele homem que cantou “Desease” no Idol. Ache esse cara dentro de você.” – E quando eu entendi o que ela queria não foi muito difícil incorporar um novo Phillip. Os resultados foram rápidos. A cada meio sorriso sacana dado em uma entrevista milhares de novas fãs cada vez mais enlouquecidas (e cada vez mais jovens) surgiam e a minha popularidade aumentava.
Agora eu estava aqui sozinho num quarto de hotel depois de mais um show lotado. O último do ano de 2013. Esta era a pior hora do dia: O silêncio. O que antes me envolvia, agradava e era parte de mim agora parecia sufocante. O único Phillip suportável era o que vivia no barulho, o Phillip do silêncio estava enterrado em algum lugar. Talvez passar algumas semanas na minha cidade natal seria um meio de encontra-lo. Ou não.
* A foto mencionada é a mesma da capa da fic.
Compartilhe este capítulo:
Autor(a): lufogueira
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
- Links Patrocinados -
Loading...
Autor(a) ainda não publicou o próximo capítulo