Fanfic: No Ritmo Do Amor | Tema: Romance, Comedia . Amizade
Antes mesmo de me virar, sei a quem pertence esse sotaque espanhol. Ikuto fica tenso e dá um passo atrás.
– Precisa de algo, Layla?.
– Depois de ontem á noite, ainda precisa perguntar?- Ela ergue uma sobrancelha.
Olho para ikuto, imaginando o que téra acontecido ontem á noite.
– Estamos ensaiando- ele avisa, com impaciência.
Bom.
– Ah, sei . Ensaiando.- Ela o encara, erguendo ainda mais sobrancelha e me ignorando por completo. - Conheço esse discurso muito bem, Ikuto. Mas acho que certas coisas nunca mudam.
– Está passando do limite,como sempre, Layla . E, sim, acho que algumas coisas nunca mudam mesmo. - O sotaque dele está mais forte, então sei que está realmente irritado.- E também sei quais sao seus motivos.
Ela o encara,com olhar de cãozinho carente.
– Ikuto, está tão enganado... Eu nem mesmo sabia o que tinha feito com o Estúdio Star antes de chegar aqui.
– Ela gesticula dramaticamente.- Eu estava no exterior, como poderia saber?.
Saber o que ? Será que esta falando do que ele teve de fazer para salvar seu estúdio quando ela o abandonou?
Layla aponta o dedo em minha direção.
– E acha que ela é diferente?
– Sim , acho.
Layla diz algo em espanhol, nervosa, e imagino que seja a meu respeito, pois olha para mim antes de afastar os cabelos para atrás dos ombros. ikuto responde em um tom baixo e firme, também em espanhol. É muito irritante não poder entender o que dizem. Mas creio que ele deve ter pedido que saísse , pois Layla ergue o queixo dá meia- volta e rebola apressada pela porta. Sim, ela rebola. A mulher tem um quadril solto como nunca vi antes.
– Perdão, Amu.
Gostaria de lhe dizer que não foi sua culpa e talvez reunir coragem para perguntar sobre o que foi toda aquela discussão e o que é que Layla sabe, mas infelizmente ela e seu gênio explosivo atraíram a atenção da equipe de filmagem, que aponta a câmera em nossa direção, então não digo nada.
O cinegrafista parece desapontado por perder o que poderia ser o grande chamariz para o programa desta semana.
Meu giro descontrolado já deve estar perdendo a graça.
ikuto olha para o relógio.
– Já está quase na hora do almoço, amu. lembre de assistir ás fitas de rumba e venha ensaiar depois, está bem ?
Preciso coreografar os minutos extras da nossa apresentação, assim podemos treinar todos os passos esta tarde.
– Está bem.- Ele está bastante chateado e gostaria de poder ficar a seu lado e conversar, mas as malditas câmeras estão esperando por algo interessante. Vejo você ás duas horas então.
Ele assente, distraído, não sei se pela discussão com Layla ou pelos novos passos a serem criados. Mas como não posso perguntar, simplesmente deixo o salão e vou ate o refeitório. Lá , me surpreendo com um almoço empacotado para piquenique. já que estamos tendo alguns dias de clima ameno, nos dão a opção de ir comer no jardim em vez de no salão de jantar.
Sair um pouco parece maravilhoso. Apanho uma pequena cesta de vime, uma garrafa de suco gelado e vou procurar um lugar para me sentar lá fora . sinto o ar fresco, com aroma de pinheiros, invadir meus pulmões, e o calor suave dos raios de sol em meu rosto. Quero usar esse tempo sozinha para colocar os pensamentos em ordem e tentar compreender a discussão entre ikuto e Layla, mas Nadeshiko me vê e acena, sorrindo.
– Olá ! quer se sentar a meu lado? - Ela dá tapinhas no tronco onde está sentada .
Em outros tempos , eu teria recusado o convite, mas agora que deixei o passado para trás , caminho até o tronco e faço companhia a ela.
– Que dia lindo , não ?
Concordo com a cabeça,e Nadeshiko deve reparar que estou pensativa, pois pergunta:
– Aconteceu alguma coisa?
– Não sei. - tomo um gole do meu suco de abacaxi.
– Me conte.
Hesito por alguns segundos.
– Promete não contar a ninguém?
– É claro. - Nadeshiko mastiga uma batata frita. - Mas não preciso jurar de novo, preciso?
– Não. Por mais que eu tente , não consigo ignorar meus sentimentos por ikuto.
– Então não os ignore. - Ela retira a proteção de prático de seu sanduiche. - Não deixe passar a oportunidade de estar com o homem que ama, Amu. Se fizer isso, vai se arrepender depois.
Penso a respeito, enquanto abro meu sanduiche e espio o que há entre as fatias de pão. Fico aliviada ao encontrar peito de peru, alface e tomate.
–Sim mas estou aqui para vencer esta competição. Se perseguir ikuto for arriscar isso, então terei muito mais do que me arrepender. Parece haver saída...
Nadeshiko engole um pedaço do sanduiche e se inclina em minha direção.
– Em minha opinião, poder ter os dois.
– Então não acha ter um relacionamento com ele poderia estragar minhas chances de vencer?.
– Nadeshiko mastiga e reflete por alguns segundos.
– Bem, a não ser que a relação não de certo. isso poderia mexer com sua cabeça.
– Entao acha melhor manter as coisas apenas num nivel profissional?
– Poderia dizer que sim, Amu, mas voce já passou dessa linha. Então , por que não ir atrás do pacote inteiro?
Nada digo e sinto-me corar.
– Meu Deus, você já experimentou o pacote inteiro?.
Agora tenho certeza de que estou vermelha como um pimentão.
– Não se preocupe, seu segredo está guardado comigo.
Penso em negar, mas o olhar de Nadeshiko deixa claro que não terei sucesso.
– Entao acha que devo correr atrás dele em vez de respeitar nossa regra de resistência?
– acho .
– Mas como eu posso convencê-lo?
– Vão dançar a rumba esta semana, nao?
– Sim.
Nadeshiko ergue as sobrancelhas.
– Bem, então faça o maravilhoso ikuto suar.
– Ele quase nunca chega a suar e tem um quadril que se move como nunca vi antes.
– Eu nao quis dizer por exaustão. Quis dizer , faça-o desejar você. Amu, você pode seduzi-lo com a dança , garota!
É tão fácil....
– Acha mesmo? - Não estou convencida de que seja um bom plano, ou que eu consiga executa-lo .- Nadeshiko, não sei....
Ela dá de ombros.
– Depende de você. Só não deixe aquela tal de Layla ficar com ele.
– Se você não deixar que ela fique com Tadase!
Um onda de tristeza invade o rosto dela.
– Ah, não faça isso. Você não pode se conformar, Nadeshiko.
Não podemos deixar essa mulherzinha chegar aqui e agir como se fosse a dona do pedaço, podemos?.
– Não mesmo! Kyoto é nosso território.
Batemos nossos garrafas de suco, num brinde.
Autor(a): aelita
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