Fanfic: Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada} | Tema: AyA
O solo era ligeiramente inclinado e se tornava cada vez mais macio sob seus pés, até que ela percebeu o som das águas, correndo entre as pedras.
— Que som maravilhoso — Any sussurrou, fazendo uma pausa para ouvir.
Herrera observou-a, notando que havia uma expressão de serenidade estampada no rosto de traços perfeitos. Pigarreou ruidosamente para chamar-lhe a atenção.
— Você dá passos mais longos com a perna esquerda do que com a direita. Procure se lembrar, pois isso faz com que você comece a se desviar para a esquerda. Agora, terá de compensar o desvio para poder encontrar o banco de que lhe falei. Está numa linha reta em relação à fonte.
A serenidade dela desvaneceu-se e o semblante demonstrava determinação quando Anahí começou a andar em ângulo, ligeiramente para a direita. O som da água acentuou-se e Alfonso observou-a ao aproximar-se do banco. Subitamente, ela parou.
— O carvalho está logo ali — ela apontou. — Não sei a que distância o banco se encontra do tronco da árvore e não preten¬do esfolar minhas canelas.
Herrera franziu a testa, surpreso.
— Como sabia que este era o carvalho?
— É o único que encontramos até agora e, se caminhasse mais um pouco, cairia no riacho.
— Pode sentir o cheiro de uma árvore?
— Sim, o hobby de meu pai era horticultura. E então? Vai me ajudar a chegar ao banco?
— Certamente que não.
— Dane-se! — Bateu o pé no chão, todavia o gesto não surtiu efeito no relvado macio. Girou o corpo decidida, os cabelos longos acompanhando o rodopio numa onda loira e acetinada. A seguir, com um movimento rápido dos pés lançou os sapatos a distância e jogou-se ao chão sem nenhuma cerimônia.
— Você chutou seus sapatos — Alfonso disse com um tom divertido na voz.
— E daí?
— Vai levar um bom tempo tentando encontrá-los.
Anahí cerrou os lábios, frustrada, e contou mentalmente até dez. O pior é que percebera o erro quase que instantaneamente e agora não havia nenhuma governanta por perto. Só conseguiu falar quando chegara ao número trinta e sete.
— Pode deixar. Eu os acharei sozinha.
— Pode estar certa que sim. — O sorriso de Alfonso era quase terno ao observar o perfil carrancudo, todavia não demonstrou ternura no tom de voz, que soou bastante indiferente.
— Uma vez ou outra, costumamos encontrar cobras aqui em Windrow.
Any ergueu-se de um salto, os olhos arregalados e a cabeça inclinada tentando captar qualquer som de réptil deslizando na grama. Ouviu-o rir baixinho e virou o rosto para ele, os dentes cerrados, furiosa.
— Está bem! Vou procurar a droga desse banco!
Moveu-se em direção ao banco, engatinhando, a mão estendida à frente. Bateu os nós dos dedos contra algo sólido e levou-os imediatamente à boca, franzindo a testa.
Ergueu-se e instalou-se no banco de concreto que circundava o pé de carvalho.
O médico sorriu satisfeito e se sentou ao lado dela. Recostou-se no imenso tronco e suspirou, contente, esticando as pernas à sua frente e voltando-se para encará-la.
— Minhas meias estão arruinadas — Any queixou-se ao passar os dedos sobre os furos à altura dos joelhos.
— Você pode comprar outras.
— Eu não posso... — De repente, lembrou-se do segredo. — Não se devem desperdiçar as coisas.
— Então, da próxima vez, caminhe em vez de andar de quatro.
Furiosa, Anahí bateu no banco com a mão espalmada e ele riu com gosto. Não conseguia entender como um homem tão grosseiro tratava de casos tão delicados...
— Suponho que já esteja acostumado a ser odiado.
— Estou.
— E não se importa nem um pouco.
— Não mesmo.
Any virou o rosto para ele e permaneceu em silêncio por vários segundos. Os olhos dela fixavam-se diretamente nos dele e, embora Alfonso soubesse que ela não podia ver e que era pura coincidência, mesmo assim, sentiu uma sensação desagradável, como se estivesse sendo examinado.
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Herrera, por sua vez, estudou os detalhes do rosto da moça. Era parte de seu trabalho tornar-se familiarizado com cada nuance presente nas expressões faciais, pois precisava saber se seus pacientes estavam mentindo ou dizendo a verdade.Anahí era tão incrivelmente perfeita que ele sentiu o impulso infantil de tocá-la para assegurar-se de que ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1153
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Angel_rebelde Postado em 24/03/2014 - 23:55:37
Adoorei sua história ! Concordei com o Poncho no começo dizendo pra ela o quanto era protegida demais e que deveria lutar pelo objetivo dela de voltar a enxergar. Parabéns pela bela história. Acho que ele poderia ter dito a mesma coisa de outro jeito mas a experteza e sensibilidade dela o fizeram mudar de ideia. Adorei !
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giovanaponny Postado em 23/11/2013 - 21:48:24
Muito booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooa
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jeessyayasiempre Postado em 17/03/2013 - 22:05:10
Nossa, nunca chorei tanto na minha vida, li os últimos capítulos com a música Moonlight Sonata (Sonata ao luar) a que ela toca no piano do Beethoven... Me debulhei em lágrimas! NUNCA CHOREI TANTO LENDO UMA WEB! Podia fazer uma continuação né? Nossa, Parabéns!
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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