Fanfic: Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada} | Tema: AyA
Herrera, por sua vez, estudou os detalhes do rosto da moça. Era parte de seu trabalho tornar-se familiarizado com cada nuance presente nas expressões faciais, pois precisava saber se seus pacientes estavam mentindo ou dizendo a verdade.
Anahí era tão incrivelmente perfeita que ele sentiu o impulso infantil de tocá-la para assegurar-se de que era real. O rosto tinha a forma de coração, as sobrancelhas arqueadas, os olhos grandes e inteligentes de um azul uniforme e cristalino. As maçãs do rosto possuíam uma ligeira saliência e estavam delicadamente coradas. O nariz de linhas perfeitas e os lábios carnudos e sensuais combinavam maravilhosamente com o queixo delicado e redondo. Todo o conjunto dava-lhe uma aparência marcante e expressiva.
Feita a análise, Alfonso procurou armazenar as informações na mente, para quando precisasse usá-las. Ele continuava a afirmar a si próprio que era parte de seu trabalho estudar o paciente de forma tão meticulosa. Mas, mesmo assim, jamais encontrara uma mulher que provocasse nele tanto desejo de tocá-la.
— O que está fazendo? — Any indagou, suspeitando do silêncio tão prolongado.
— Observando o seu rosto — respondeu com honestidade.
— Como é que eu sou?
— Diga-me você.
Ela negou com um gesto de cabeça, os cabelos loiros deslizando sobre os ombros.
— Não. Não quero brincar de psiquiatra. Quero saber como você acha que eu sou.
O médico riu com gosto.
— Você me paga uma fortuna para "brincarmos de psiquiatra".
Any fez uma pausa, colocou os dedos nos lábios, e, finalmente, pediu:
— Posso tocá-lo?
Era um pedido comum, Alfonso pensou, pois vários de seus pacientes sentiam essa curiosidade e ele já estava acostumado ao eterno e irrequieto gesto de dedos trêmulos reconhecendo seu rosto.
— É claro.
Anahí levantou-se e se ajoelhou no banco; Herrera ajeitou o corpo de modo a facilitar o exame.
— Não está machucando o seu joelho? — ele indagou.
— Que pergunta mais estranha vinda de alguém que já fez de tudo para me ver de cara no chão.
Ele riu, até que as mãos da moça tocaram seu peito. Nesse momento, recompôs a expressão séria do rosto e esperou pelos movimentos de Any. Ela tateou-o até chegar à altura das faces, permanecendo, então, com as mãos completamente imóveis. Ele se controlou para não franzir a testa, pois estava intrigado. Aquela desenvoltura era totalmente diferente dos gestos trêmulos e ligeiros que aconteciam diante de Dulce, fazendo com que se sentisse imediatamente constrangido.
Os dedos de Any começaram a deslizar lentamente, quase languidamente, descrevendo círculos suaves ao redor das sobrancelhas, ao longo das têmporas, os polegares percorrendo cada lado do nariz. Depois descobriram o bigode que começava a crescer, sentindo a leve aspereza que ele tinha, quase provocando cócegas. Nesse momento, a paciente riu.
Os olhos azuis, grandes e arregalados, permaneciam fixos no rosto de Herrera, o que o deixava ainda mais constrangido. Seus pacientes normalmente costumavam fechar os olhos, num instinto para fixar na memória todas as percepções sensoriais das pontas dos dedos. Por que com ela tudo acontecia de uma maneira tão diferente?
Alfonso, num gesto nervoso, passou a língua sobre os lábios no momento exato em que Anahí examinava-lhe a boca e ela percebeu a onda de calor que invadiu o rosto do médico, hesitando um instante antes de traçar o contorno dos lábios com o dedo.
Os olhos de Herrera não conseguiam se afastar da face delicada, que apenas demonstrava concentração ao estudar cada detalhe. Quando o polegar atingiu o lábio inferior, ele entreabriu a boca, prendendo a respiração. O movimento instantâneo permitiu que Any sentisse o tecido interno, macio e delicado, e, numa resposta automática, ela também separou os lábios ligeiramente. Alfonso retesou o corpo e cerrou os pulsos imediatamente, incapaz de desviar a atenção daquela boca suave e bastante próxima.
As mãos de Anahí circundaram-lhe o pescoço, deslizaram para os ombros e depois para os cotovelos, chegando até as mãos, que se abriram um segundo antes do toque dela, para que não percebesse a tensão dos pulsos. Ele estremeceu quando Any analisou a pele de suas palmas e novamente retesou o corpo no momento em que ela começou a estudar a textura de suas coxas.
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Ao senti-lo tão tenso, Anahí indagou inocentemente:— O que houve?Ele molhou os lábios e tentou falar num tom de voz natural.— Nada. É que jamais passei por um exame tão detalhado. Só isso.— O que quer dizer? Na certa, a essa altura, está acostumado a esse tipo de coisa.— Os pacientes, geralmente, limita ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1153
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Angel_rebelde Postado em 24/03/2014 - 23:55:37
Adoorei sua história ! Concordei com o Poncho no começo dizendo pra ela o quanto era protegida demais e que deveria lutar pelo objetivo dela de voltar a enxergar. Parabéns pela bela história. Acho que ele poderia ter dito a mesma coisa de outro jeito mas a experteza e sensibilidade dela o fizeram mudar de ideia. Adorei !
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giovanaponny Postado em 23/11/2013 - 21:48:24
Muito booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooa
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jeessyayasiempre Postado em 17/03/2013 - 22:05:10
Nossa, nunca chorei tanto na minha vida, li os últimos capítulos com a música Moonlight Sonata (Sonata ao luar) a que ela toca no piano do Beethoven... Me debulhei em lágrimas! NUNCA CHOREI TANTO LENDO UMA WEB! Podia fazer uma continuação né? Nossa, Parabéns!
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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