Fanfic: Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada} | Tema: AyA
Deslizou a mão pelo braço do porteiro até atingir a face, beijando-a, então, com carinho.
— Agradeço muito por ter me ajudado durante o funeral. Obrigada por tudo. Estarei de volta daqui a alguns meses.
Any teve a impressão de sentir uma lágrima em sua mão ao retirá-la do rosto de Robert, porém não estava certa.
Sentou-se no banco traseiro do veículo e ouviu o motorista fechar a porta com cuidado. Voltou o rosto para a janela e sorriu, acenando um adeus para o velho porteiro. Nesse mo¬mento, pensou se ele estaria olhando para ela ou não. Any achava que o maior problema de uma pessoa cega era nunca saber se retribuem o seu cumprimento.
Viajaram por duas horas ao longo do rio Hudson até chega¬rem a Windrow. Metade desse tempo foi gasta percorrendo a cidade e Any imaginou muitas histórias com os milhões de ruídos que ouviu no meio do caminho, evitando que o tédio tomasse conta dela. Mas, ao saírem daquele burburinho, a monotonia dos sons provenientes dos campos fez com que pegasse no sono.
Acordou quando o carro parou.
O chofer abriu a porta, ajudou-a a descer e colocou as malas na calçada, a seu lado.
— Você está bem em frente do edifício principal, moça — disse. — É só subir os degraus e entrar.
Então, ele se afastou rapidamente, quase correndo, como se a cegueira fosse uma doença contagiosa. Mas ela já estava acostumada com esse tipo de pessoa. Por um momento, lamentou que seu pai tivesse morrido, pois ele conseguia mantê-las a distância. Então, pensou em Mark, o motorista da família por muitos anos, que jamais agira dessa forma. Na verdade, tornara-se quase como um parente, mas, quando seu pai faleceu, fora obrigada a dispensá-lo junto com os outros empregados. Estava sentindo saudades dele...
Inclinou a cabeça, esperando distinguir algum som produzido por alguma pessoa que pudesse ajudá-la a entrar no prédio, já que o maldito motorista não se dignara a levá-la até a porta. Porém, não ouviu nada. Suspirou desanimada. Começou a se mover para o lado com passos minúsculos, sem ousar levantar os pés do chão, até que eles se chocaram contra as malas. Tateou a superfície de ambas, em busca da maior, sentando-se com todo o cuidado.
— Maravilhoso — falou num tom de voz alto, só para sentir o som de uma voz humana. — Uma escola para cegos e não há uma única criatura para me ajudar a subir as escadas.
— Por que não sobe sozinha? — ouviu uma voz distante, à sua direita, acima de onde se encontrava, e levantou-se sobressaltada.
— Quem é? Quem está aí?
— Sou eu. E insisto, por que não sobe sozinha?
Anahí retesou o corpo, erguendo o queixo com determinação.
— E eu perguntei quem é você.
Por alguns instantes, somente o silêncio, sem resposta alguma. Então, a voz chegou até ela, seguida de uma risada.
— Sou Alfonso Herrera.
— Bem — suspirou aliviada. — Graças a Deus. Já começava a pensar que tudo estava deserto. Como parece não haver nin¬guém por perto, que tal me ajudar?
— Gostaria de poder auxiliá-la. Estou aqui para isso. É só me dizer como.
Any gostou do tom de voz dele: era profundo e melodioso, como a de um barítono.
Respondeu com um ar bastante indiferente:
— Bem, para começar, poderia me ajudar a subir os degraus para entrar naquele edifício. Também trago alguma bagagem comigo.
— Deixe as malas que alguém cuidará delas mais tarde. E, no que se refere à escada, parece ser uma mulher bastante jovem e saudável. Observei-a usar as duas pernas, portanto não é aleijada. Suba os degraus sozinha.
Ela sorriu, demonstrando paciência e fechando os olhos ligeiramente.
— Acho que não percebeu, sr. Herrera. Sou cega.
A resposta veio decidida e imperiosa.
— Porém, como já disse antes, não é aleijada.
Autor(a):
Este autor(a) escreve mais 14 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
— Quer dizer que sabia que eu não podia ver?— Claro.— E ficou aí plantado, me observando o tempo todo sem ao menos me ajudar?— Todos ao nosso redor são cegos. Se as poucas pessoas dessa escola que conseguem enxergar gastassem seu tempo guian¬do cegos, não haveria tempo para mais nada...Sentindo-se frustrada, ela vocifer ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1153
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
Angel_rebelde Postado em 24/03/2014 - 23:55:37
Adoorei sua história ! Concordei com o Poncho no começo dizendo pra ela o quanto era protegida demais e que deveria lutar pelo objetivo dela de voltar a enxergar. Parabéns pela bela história. Acho que ele poderia ter dito a mesma coisa de outro jeito mas a experteza e sensibilidade dela o fizeram mudar de ideia. Adorei !
-
giovanaponny Postado em 23/11/2013 - 21:48:24
Muito booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooa
-
jeessyayasiempre Postado em 17/03/2013 - 22:05:10
Nossa, nunca chorei tanto na minha vida, li os últimos capítulos com a música Moonlight Sonata (Sonata ao luar) a que ela toca no piano do Beethoven... Me debulhei em lágrimas! NUNCA CHOREI TANTO LENDO UMA WEB! Podia fazer uma continuação né? Nossa, Parabéns!
-
elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
-
elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
-
elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
-
elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
-
elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
-
elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
-
elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu