Fanfic: Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada} | Tema: AyA

Anahí, automaticamente, entrou em pânico diante da possibilidade de ficar privada da compreensão carinhosa da assistente.

— O que quer dizer? Que regras foram violadas por Dulce?

— Ela está conduzindo você por todo o lado como se fosse um cachorrinho. Tem substituído a pessoa que fazia o mesmo com você em casa.
Tentando ser educada, Any inclinou-se na direção da voz do médico e disse suavemente, procurando se controlar:

— Este é o meu primeiro dia aqui e não posso afirmar que tenha sido muito agradável. Entrar nessa sala tropeçando em tudo à minha frente para chegar até a mesa teria sido a última gota d`água. Dulce foi suficientemente bondosa para compreender o problema e, por isso, me ajudou. Muitas pessoas estranhas agiriam da mesma forma, embora eu tenha certeza de que esse tipo de gentileza jamais passou pela sua mente.

Alfonso sorriu ao verificar que as faces dela estavam coradas e admirou o esforço que a moça fazia para se controlar. Porém, só falou quando estava certo de que sua voz não demonstraria nenhum sinal de simpatia.

— Não há desculpas para o que Dulce fez e esteja certa de que não acontecerá novamente. De hoje em diante, a senhorita estará por sua própria conta nem que eu tenha que suspender Dulce durante todo o tempo em que você ficar nesta instituição. Quer você goste, quer não, Any, você vai aprender a ser cega.

Ela empalideceu e sua resposta foi uma acusação direta:

— Você gosta do poder que goza neste seu pequeno reino, não é? Bem, saiba que não é o único psiquiatra na face da Terra. Estou certa de que poderá ser substituído com facilidade.

O sorriso dele se alargou.

— Srta. Portilla, isto aqui não é o mundo exterior. Não está em posição de me demitir e seria uma tola se o tentasse. Sou o que há de melhor. Para falar com franqueza, tem sorte por se encontrar em minhas mãos.

Anahí refreou a cólera, tentando disfarçar a irritação que aquele homem lhe causava.

Toleraria o dr. Herrera como se fosse um empregado competente de que necessitava e por isso engoliu a indignação que sentia com as suas excentricidades, permanecendo calada. Mas estremeceu ao se recordar da pressão do corpo dele contra o seu quando estavam juntos, no riacho. Lutou contra o pensamento que teimava em vir à baila, afastando-o da mente como quem se livra de um incômodo pernilongo.