Fanfic: Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada} | Tema: AyA
— Quer dizer que sabia que eu não podia ver?
— Claro.
— E ficou aí plantado, me observando o tempo todo sem ao menos me ajudar?
— Todos ao nosso redor são cegos. Se as poucas pessoas dessa escola que conseguem enxergar gastassem seu tempo guian¬do cegos, não haveria tempo para mais nada...
Sentindo-se frustrada, ela vociferou:
— Não me venha com sermões! Sei que se espera que os cegos deste lugar sejam independentes! Por isso estou aqui! Porém, acabo de chegar. Poderia, pelo menos, me ajudar a chegar até a porta!
— Está bem! Acaba de me convencer. Os degraus estão bem à sua frente.
— Quantos são?
— Jamais os contei.
Os lábios dela tremiam de raiva ao jogar a cabeça para trás. Os cabelos, que chegavam até os ombros, cintilaram à luz do sol. Alfonso Herrera controlou o assobio que assomou à boca. Aquela moça possuía cabelos lindos e imaginou se ela sabia disso.
Anahí começou a se mover, arrastando os pés, os braços tensos, estendidos para frente.
— Não faça isso! — ele ordenou. — Abaixe as mãos! Parece uma pessoa cega!
— Eu sou cega! — berrou em resposta.
— O que não significa que precisa agir como tal! Ande! Abaixe esses braços! Não há nada à sua frente. Pode confiar em mim.
— Confiar em você, sr. Herrera? Posso ser cega, mas não sou maluca!
O som da risada gostosa enfureceu-a. Decidida, caminhou um pouco mais depressa até que os dedos do pé se chocaram contra o degrau. Começou a subir devagar, sentindo cada um deles com a ponta dos pés, contando-os automaticamente. Quando alcançou o nono degrau, bateu o pé suavemente, tentando ouvir o som. Chegara ao topo.
Sorriu satisfeita com a tarefa cumprida e começou a se movimentar vagarosamente, os braços estendidos diante do corpo num gesto de desafio, até que seus dedos tocaram a parede. Analisou o espaço à sua frente com ambas as mãos em busca da maçaneta da porta. Girou-a, escancarou a porta e voltou a sorrir com gosto. Ouviu o som de passos se aproximando na direção da porta, agitados.
— Puxa! Você deve ser a srta. Portilla! Deus! Sinto muito! — O tom de voz jovial de uma moça fez com que esquecesse do tratamento rude que o sr. Herrera lhe dispensara. — Srta. Portilla, não sei nem o que dizer. Deveria tê-la esperado, porém o tempo passou voando esta manhã. Perdi a noção de tudo. Deixe-me vê-la.
Mãos pequenas, porém firmes, agarraram-na pelos ombros com delicadeza, segurando-a à altura dos cotovelos.
— Nossa! Você é linda, não é? Não ligue para mim. Acaba de chegar, não conhece nada e eu fco aqui tagarelando. Meu nome é Dulce María, sou irlandesa e tenho cabelos ruivos.
— Você é professora? Médica? — Anahí perguntou sua¬vemente, feliz por ouvir um tom de voz tão agradável.
— Eu? Oh, não. Sou um tipo de mãe para todos. Mas no seu caso poderia ser chamada de irmã, pois temos quase a mesma idade. Minha função é colocar os recém-chegados à vontade e ajudá-los a se adaptar. Sou uma espécie de assistente, aquela pessoa que ouve tudo o que vocês têm para desabafar, um ombro amigo. Ah, dr. Herrera, o senhor está aí?
— Dr. Herrera! — O sorriso desapareceu dos lábios de Any.
— Vocês já se conhecem? Foi ele quem a ajudou a entrar?
O tom de voz de Anahí soou incrédulo:
— Ajudou-me a entrar?! Fico grata por não ter posto o pé na frente para eu tropeçar enquanto subia as escadas.
Dulce piscou um olho para o doutor, porém seu tom de voz demonstrava censura:
— Oh, ele é terrível! Dr. Herrera, o senhor espera muito das pessoas e num prazo de tempo muito curto.
Any indagou num impulso:
— Como é ele?
Alfonso ergueu as sobrancelhas e encarou Dulce, que sorriu, perguntando:
— Como você acha que ele é?
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Anahí hesitou. Girou o corpo e sentiu que o médico esta¬va bem à sua frente. Tateou o peito com as mãos, inspecionando-o, numa viagem lenta até o rosto. Tocou-lhe as faces e sentiu que ele estava tenso. Deixou cair os braços, afirmando com certeza:— Tem um metro e oitenta e sete, cabelos pretos e olhos verdes, que sã ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1153
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Angel_rebelde Postado em 24/03/2014 - 23:55:37
Adoorei sua história ! Concordei com o Poncho no começo dizendo pra ela o quanto era protegida demais e que deveria lutar pelo objetivo dela de voltar a enxergar. Parabéns pela bela história. Acho que ele poderia ter dito a mesma coisa de outro jeito mas a experteza e sensibilidade dela o fizeram mudar de ideia. Adorei !
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giovanaponny Postado em 23/11/2013 - 21:48:24
Muito booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooa
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jeessyayasiempre Postado em 17/03/2013 - 22:05:10
Nossa, nunca chorei tanto na minha vida, li os últimos capítulos com a música Moonlight Sonata (Sonata ao luar) a que ela toca no piano do Beethoven... Me debulhei em lágrimas! NUNCA CHOREI TANTO LENDO UMA WEB! Podia fazer uma continuação né? Nossa, Parabéns!
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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