Fanfic: Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada} | Tema: AyA
Recomeçaram a caminhada e Anahí analisou aquele homem por instantes. Parecia ironia que uma pessoa tão abertamente hostil em relação aos cegos tivesse pensado em facilitar alguns aspectos da estada deles em Windrow. Ela respirou profundamente, aproveitando o ar fresco da noite.
— Isto é muito agradável. Posso caminhar após o jantar todas as noites?
— Quando quiser, pois a calçada circula o campus. Se andar bastante, chegará sempre no lugar por onde começou. Não há o que errar.
— E o edifício principal?
— Vai perceber logo — ele riu. — Foi contribuição de Dulce. É o único prédio com dispositivos sonoros. Como é que não notou ainda?
Ela estremeceu, aconchegando-se mais para perto dele.
— Está com frio?
— Um pouco. Oh, aí está! — Any exclamou de repente, parando para inclinar a cabeça para o lado. Ao fazer isso, os cabelos loiros escorregaram do ombro e Alfonso acompanhou o movimento suave das mechas. Nesse momento, os olhos alcançaram o decote do vestido da paciente, que não escondia a sensual curva dos seios.
— Estou ouvindo os dispositivos sonoros. São sinos movidos pelo vento. Parece um minicarrilhão. Que graça!
Any puxou-o na direção do tilintar dos sinos, contornando o caminho e parando bem diante do delicado som musical. Só assim Alfonso conseguiu tirar seus olhos desejosos daquela parte do corpo dela.
— O que vocês fazem quando não há vento?
O médico repetiu várias vezes para si mesmo que ela era uma de suas pacientes cegas, tentando se convencer de que não podia agir dessa maneira, assim tão sedento...
Ele respondeu com um tom de voz natural:
— É só prestar atenção na fonte. Poderá contar os passos amanhã. A fonte está exatamente a meio caminho entre o edi¬fício principal e o prédio dos médicos.
Any fez um gesto com a cabeça e se voltou para ele com um ar pensativo.
— Vai para casa agora?
— Sim.
— E amanhã?
— Encontro você durante o café da manhã. Às oito. Dulce vai telefonar para acordá-la às sete.
Ela franziu a testa e suspirou.
— Amanhã vai começar de verdade, não é?
— Com firmeza.
— Bem, sei que pode parecer ridículo, mas gostaria de dizer que tive uma noite maravilhosa, apesar de tudo...
Alfonso ergueu as sobrancelhas e sorriu, parecendo um adulto que se divertia com os prazeres de uma criança.
— Você se satisfaz com muito pouco — comentou suavemente.
— Quando não está querendo demonstrar o que não é, torna-se uma pessoa muito agradável — ela respondeu, erguendo as mãos para tocar-lhe o rosto.
Era um gesto comum para Anahí, pois, todo o tempo em casa, fazia o mesmo com o pai e os criados. Queria dizer alô, até logo e uma série de outras coisas. Para os cegos, a linguagem das mãos é muito mais eloqüente do que as palavras. Ela se esquecera de tudo o que Alfonso fizera, vendo-o simplesmente como uma companhia que tivera durante a caminhada. Quando pegou no seu rosto, estava propondo que fossem bons amigos e não perdessem mais tempo se agredindo.
Mas sentiu alguma tensão nas faces de Alfonso e franziu a testa, achando que havia feito algo de errado. Deixou os braços caírem ao longo do corpo e, então, sobressaltou-se ao perceber que ele agarrara seus dedos, apertando-os com força.
Ele a observava. Apesar da cegueira, podia sentir seu olhar e sua tensão. Nesse momento, o ar se deslocou na direção do rosto dela e os lábios do médico cobriram os seus... E voltou a sentir aquela sensação devastadora e incrível que percorria todo o corpo, impedindo-a de respirar. Any não conseguia acreditar na deliciosa fraqueza que começou a tomar conta dela.
Ela entreabriu os lábios, correspondendo a cada gesto de Alfonso. Naquele exato momento, não era cega, diferente, nem desamparada. Pela primeira vez na vida, sentia-se uma mulher plena... desejada, acariciada, tocada, beijada.
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Mas no momento mais apaixonado daquele encontro, quando tudo levava a crer que se entregariam sem reservas um ao outro... Alfonso se lembrou de que estava com uma paciente e se afastou, surpreso com a situação em que se deparava. Então fechou os olhos com força, lutando para se controlar, e, quan-do os abriu, percebeu a expressão confusa e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1153
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Angel_rebelde Postado em 24/03/2014 - 23:55:37
Adoorei sua história ! Concordei com o Poncho no começo dizendo pra ela o quanto era protegida demais e que deveria lutar pelo objetivo dela de voltar a enxergar. Parabéns pela bela história. Acho que ele poderia ter dito a mesma coisa de outro jeito mas a experteza e sensibilidade dela o fizeram mudar de ideia. Adorei !
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giovanaponny Postado em 23/11/2013 - 21:48:24
Muito booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooa
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jeessyayasiempre Postado em 17/03/2013 - 22:05:10
Nossa, nunca chorei tanto na minha vida, li os últimos capítulos com a música Moonlight Sonata (Sonata ao luar) a que ela toca no piano do Beethoven... Me debulhei em lágrimas! NUNCA CHOREI TANTO LENDO UMA WEB! Podia fazer uma continuação né? Nossa, Parabéns!
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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