Fanfics Brasil - Capítulo 33 Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada}

Fanfic: Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada} | Tema: AyA


Capítulo: Capítulo 33

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Mas no momento mais apaixonado daquele encontro, quando tudo levava a crer que se entregariam sem reservas um ao outro... Alfonso se lembrou de que estava com uma paciente e se afastou, surpreso com a situação em que se deparava. Então fechou os olhos com força, lutando para se controlar, e, quan-do os abriu, percebeu a expressão confusa e desesperada no rosto de Any.

Não, isso não podia ter acontecido! Tinha se preparado durante todo o dia para resistir à atração que Any exercia sobre ele, procurando se lembrar constantemente de que ela era a sua paciente e, portanto, intocável. Porém, quando a sentiu tocar seu rosto, acariciando-o com uma mão tão delicada como só os cegos têm, perdeu o controle.

Torturou-se de remorsos e raiva, lutando contra emoções que não faziam sentido. Ela agira tão naturalmente, era completamente inocente, e ele, culpado de tudo. Não só violara o relacionamento de ambos duas vezes num único dia, como também abusara da ingenuidade de uma moça totalmente indefesa contra os instintos do próprio corpo.

— Preciso ir agora — Alfonso falou num tom áspero, odiando-se a si próprio.

— Sinto muito — ela murmurou, baixando a cabeça, dominada pelas emoções que desconhecia, não compreendendo o beijo nem a hostilidade fria que se seguiu.

— Não tem de se desculpar. Você não tem culpa por eu não conseguir controlar as reações que provoca em mim. A culpa é minha.

Anahí sentiu o ar sair de seus pulmões, como se alguém a socasse. O que significava aquilo? Por que ele não conseguia dominar suas reações? Havia algo nela além da cegueira que pudesse conquistar um homem, fazendo-o corresponder e, até mesmo, perder o controle? Ela girou o corpo, surpresa diante daquela constatação. Era a primeira vez que uma chama acendia dentro dela, iluminando no seu rosto todo o orgulho que uma mulher podia sentir ao ser desejada.

— Vejo você no café da manhã — ele disse, os punhos cerrados, o cenho franzido.

Ela piscou rapidamente enquanto tentava encontrar forças para responder.

Repentinamente, a perspectiva de passar duas semanas com esse homem não parecia tão assustadora. Girou nos calcanhares, ergueu os ombros e, com um ar de aventura, caminhou na direção da casa, deixando Alfonso para trás. Ia feliz como uma criança que descobre um esconderijo no fundo do quintal.

Alfonso ficou olhando Any caminhar com passos seguros até a escada do seu prédio e subiu os degraus com uma desenvoltura de pessoa normal. Não fossem as circunstâncias, o médico se daria por satisfeito com a confiança que demonstrou ao conseguir chegar até a porta.⋆Belle .  -
Na manhã seguinte, Any acordou bem cedo e já estava pronta para descer quando Dulce telefonou.

— Pode tomar café comigo hoje, Dulce?

— Estarei no salão de refeições daqui a meia hora.

— Ótimo. Encontro com você lá, assim poderemos conversar um pouco antes de o dr. Herrera chegar.

Ao desligar o telefone, Anahí sentiu-se desanimada e se pôs a imaginar que poderia levar mais do que trinta minutos para encontrar o salão de refeições. Porém, logo após, afastou a preocupação com um gesto indiferente. Afinal de contas, ela havia conseguido chegar ao seu quarto na noite anterior sem nenhuma ajuda. Em poucos dias, conheceria aquela casa como a palma de sua mão. Seria como o seu lar.

Fechou a porta atrás de si com todo o cuidado e contou vinte passos ao longo do corredor até encontrar o corrimão. Desceu a ampla escada circular com vagar e fez uma pausa quando atingiu o andar inferior, saboreando o prazer de ter conseguido chegar até ali. Então, virou para a direita e avançou com passos curtos até que, simultaneamente, sentiu o cheiro da samambaia e o aroma delicioso de café. Girou para a esquerda e ergueu o queixo com determinação.
— Está bem, Dulce, pode fazer barulho agora. Sei que está aí.

A assistente riu e se debruçou sobre a mesa para pegar a mão de Any, que deslizou para o assento com rapidez.

— Você esteve ótima! Onde está aquela moça cega de ontem, infeliz e assustada?

— Oh, Dulce, estou tão contente por ter vindo para cá! Quanta coisa maravilhosa está acontecendo comigo. Consegui voltar lá do riacho, dei uma volta após o jantar, encontrei-a esta manhã sem quebrar a perna...

Anahí falava com entusiasmo, mal pausando para respirar. Dulce franziu a testa enquanto servia café para ambas.

— Any, você já conseguiu bastante, mas precisa se lembrar de que as coisas se tornarão ainda mais difíceis. Alfonso exigirá cada vez mais e vai querer que faça tarefas que lhe parecerão impossíveis.

— Não importa, Dulce. Agora posso fazer qualquer coisa. Ah, mas você não pode compreender...

Fez um gesto impaciente com a mão e mudou de assunto.

— Mas, chega de falar sobre mim. É o que tenho feito todos esses anos. Fale-me sobre você, Dulce.
A assistente arregalou os olhos, surpresa. Muito raramente os alunos demonstravam curiosidade em conhecer a vida particular do pessoal administrativo. Poucas vezes se importavam com assuntos que não lhe diziam respeito.

— O que quer saber? — falou hesitante, esperando perguntas sobre a sua aparência física ou de como viera trabalhar em Windrow.

— Onde você mora?... O que faz quando não está trabalhando?... Você tem namorado?... Algum animal de estimação? — Any parou para respirar e riu. — Tudo, Dulce! Conte-me tudo!

A assistente também riu, compartilhando daquele entusiasmo, pois, pela primeira vez, parecia que um aluno se interessava em trocar confidencias com ela. E, quando começou a falar, fez com que Any se sentisse mais feliz do que nunca, tratando-a como uma pessoa normal.



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— Moro numa casinha a um quilômetro daqui, embora só passe os fins de semana lá.Nos outros dias, fico aqui, como parte do meu trabalho. É um tipo de casa vistosa, mas não muito cara, como aquelas que se vêem nas ilustrações de livros de histó¬ria infantil... já viu alguma desse tipo?— Sim, si ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1153



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  • Angel_rebelde Postado em 24/03/2014 - 23:55:37

    Adoorei sua história ! Concordei com o Poncho no começo dizendo pra ela o quanto era protegida demais e que deveria lutar pelo objetivo dela de voltar a enxergar. Parabéns pela bela história. Acho que ele poderia ter dito a mesma coisa de outro jeito mas a experteza e sensibilidade dela o fizeram mudar de ideia. Adorei !

  • giovanaponny Postado em 23/11/2013 - 21:48:24

    Muito booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooa

  • jeessyayasiempre Postado em 17/03/2013 - 22:05:10

    Nossa, nunca chorei tanto na minha vida, li os últimos capítulos com a música Moonlight Sonata (Sonata ao luar) a que ela toca no piano do Beethoven... Me debulhei em lágrimas! NUNCA CHOREI TANTO LENDO UMA WEB! Podia fazer uma continuação né? Nossa, Parabéns!

  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00

    ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu

  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00

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  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00

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  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00

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  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59

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  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59

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  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59

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