Fanfics Brasil - Capítulo 040 Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada}

Fanfic: Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada} | Tema: AyA


Capítulo: Capítulo 040

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Matt observou os movimentos de Alfonso com interesse, preocupado com a intensidade incomum das reações do jovem. Então, disse com toda a cautela:

— Você sempre confiou nos seus instintos, que são geralmente acertados. Por que duvida deles agora?

Alfonso parou abruptamente, fechou os olhos fazendo um esforço enorme para controlar sua necessidade física de se livrar da tensão nervosa. Soltou um longo suspiro e os ombros relaxaram um pouco.

— Você tem razão. Estou exagerando. Só que é muito pior ficar vasculhando os horrores da mente de alguém do que ensinar pessoas cegas a serem confiantes. Faz algum tempo que não lido com esse campo da psiquiatria; não estou muito acostumado.
Matt lançou-lhe um sorriso confiante, querendo imensamente estender a mão e confortar seu jovem amigo que estava tão preocupado.

— Alfonso, é perfeitamente compreensível. Tanto para o psiquiatra como para o paciente, é uma carga emocional muito grande tentar alcançar o desconhecido, expondo todas as coisas feias que a mente insiste em manter trancadas. Você tem de ferir seus pacientes para poder curá-los, e a culpa que sente é uma decorrência natural.

O velho médico baixou a cabeça e, então, olhou para Alfonso com precaução, falando com suavidade:

— É especialmente difícil ferir essa moça, não é?

Os olhos de Herrera estreitaram-se perigosamente, porém, logo após, respirou profundamente e relaxou o corpo, dizendo com um sorriso enviesado:

— Você está bancando o psiquiatra do psiquiatra, Matt?

O dr. Franklin ergueu os ombros num gesto indiferente e riu com a expressão mais inocente do mundo.

— Desculpe. Está conseguindo algum progresso com ela?

— Talvez até demais. Esta manhã Any se lembrou de uma música que ela estava tocando ao piano no dia do acidente, porém o resultado foi quase desastroso.

— Já é um começo.

— Ou o fim. Peguei-a de surpresa desta vez. Não sei por quê, mas acho que isso não acontecerá outra vez, e, se a mente dela resolver montar defesas contra mim, não terei nenhuma chance.
— Tem certeza de que não está indo rápido demais com ela?

— Não. Na verdade, não estou certo.

O jovem caminhou para a porta e colocou a mão na maçaneta.

— Matt, gostaria de levá-la comigo para jantar na sua casa na sexta-feira. Você se importa? Quero ver como ela age numa situação em família; particularmente em relação a uma mãe junto com seus filhos. Katy é a melhor mãe que conheço.

— Tudo bem. Katy adorará. Espero que dê certo.

— Eu também. Obrigado.

Quando Alfonso entrou no salão de refeições e se dirigiu para a mesa de Anahí, ela estava voltada em sua direção, como se já soubesse da presença dele.

O médico notou que sua paciente agora usava uma blusa vaporosa e ralhou consigo mesmo por ter percebido isso.

— Sabia que você estava aí — Any disse simplesmente, quando ele ocupou a cadeira oposta à dela.

— E por que não? Não fiz nenhum esforço para disfarçar a minha presença. — Herrera quase se engasgou diante daquela mentira, sem saber bem por que agia desse modo.

— Não consigo entender — ela persistiu. — Antes de você entrar na sala, eu sabia que estava ali, parado à entrada, me observando.

— Sexto sentido. Não é nada extraordinário quando se trata de uma pessoa cega. Afinal, você é cega, não é? Os olhos não são, mas a mente é.

Any concordou com um gesto lento de cabeça, enquanto digeria o que o médico havia dito.

— Você está me encarando — ela disse subitamente.

— E daí?

A aspereza com que ele respondeu, surpreendeu Any e fez com que ficasse confusa.

— E daí que não é muito educado.

— Tenho certeza de que você está acostumada a ser observada.

— É lógico que estou! Sempre observam as pessoas cegas. Só que isso não os torna menos rude.

— Eu a estou contemplando não porque é cega e sim por causa de sua beleza.

Any calou-se imediatamente erguendo as sobrancelhas num gesto de incerteza.

— Já vi que este elogio a incomoda. Pois não deveria. Está na hora de saber como é a sua aparência. Você se recorda da cor de seus cabelos? Dos olhos?

Ela concordou com um gesto, os pensamentos disparando em sua mente, tentando descobrir qual a intenção dele.

— Sabia que seus olhos são maravilhosos? Não me lembro de ter visto outra pessoa com a mesma cor de olhos. E contrastam terrivelmente com o loiro platinado de seus cabelos. É como se um artista tivesse desenhado o seu semblante e pintado somente os olhos, deixando o resto branco. E está também muito pálida. Você jamais saiu de casa?

Anahí corou como que para contrariá-lo.

— Acho que já chega de me descrever. Muito obrigada, mas prefiro não saber como sou a ficar ouvindo você.

— Não gosta de ser elogiada.

— Elogiada? Não sabia que afirmar que não tenho colorido algum fosse elogio.

— A maioria de meus pacientes não tem muita certeza de seu aspecto físico. As pessoas cegas têm uma tendência em achar que a cegueira as torna desfiguradas. Até que percebam que a aparência física delas não é repulsiva, não têm confiança para conseguir nenhum resultado positivo.

— Então, diz a todas que são muito bonitas.

— Absolutamente. Minha última paciente perdeu a visão num acidente ao ser projetada contra o vidro da frente do automóvel. A conseqüência do desastre não poderia ser chamada de beleza, todavia não era tão medonha quanto ela imaginava que fosse. Na hora em que descobriu isso ficou ótima. E eu jamais disse que ela era bonita, pois será uma mentira cruel. Disse a você que é bonita porque é mesmo. Estava simplesmente falando a verdade.

Anahí contorceu-se na cadeira sentindo-se pouco à vontade. Aquelas palavras poderiam significar um elogio, mas não eram, pois o médico falou num tom de voz totalmente indiferente. De repente, ela ergueu a cabeça de supetão, recordando-se de algo. Perguntou, então, num tom inocente:

— Foi por isso que me beijou? Porque sou bonita?

A pergunta pegou-o completamente desprevenido. Alfonso remexeu-se no assento e pigarreou para limpar a garganta.

— Acho que sim.

— Você beija todas as pacientes?

— É claro que não!

— Somente as bonitas?

As perguntas tinham o simples objetivo de esclarecer uma situação que ela desconhecia e, por algum motivo, isso fez com que fossem mais difíceis ainda de responder.



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Alfonso fechou os olhos, respirou fundo e falou bastante irritado:— Considere isso um simples erro, srta. Portilla. Nada mais. Um engano que não vou cometer novamente.Any baixou a cabeça lentamente, concordando. As mãos tensas do médico agarraram-se à beirada da mesa com força. Ele suspirou aliviado quando Helen aproximou-se.&m ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1153



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  • Angel_rebelde Postado em 24/03/2014 - 23:55:37

    Adoorei sua história ! Concordei com o Poncho no começo dizendo pra ela o quanto era protegida demais e que deveria lutar pelo objetivo dela de voltar a enxergar. Parabéns pela bela história. Acho que ele poderia ter dito a mesma coisa de outro jeito mas a experteza e sensibilidade dela o fizeram mudar de ideia. Adorei !

  • giovanaponny Postado em 23/11/2013 - 21:48:24

    Muito booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooa

  • jeessyayasiempre Postado em 17/03/2013 - 22:05:10

    Nossa, nunca chorei tanto na minha vida, li os últimos capítulos com a música Moonlight Sonata (Sonata ao luar) a que ela toca no piano do Beethoven... Me debulhei em lágrimas! NUNCA CHOREI TANTO LENDO UMA WEB! Podia fazer uma continuação né? Nossa, Parabéns!

  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00

    ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu

  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00

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  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00

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  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59

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  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59

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  • elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59

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