Fanfic: Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada} | Tema: AyA
O médico observou a expressão que demonstrava uma depressão aguda, sabendo que a mente dela estava escapando daquele sintoma através do sono. Mas isso ele podia controlar.
— Vou ficar sentado aqui, só um pouquinho. Nada mais.
Herrera sentou-se na cadeira mais próxima, ruidosamente, e ficou contente ao verificar que ela se dirigia lentamente para a cama. Tentou falar com um tom de voz suave:
— Você gostou do dr. Franklin, não é verdade?
Ela balançou a cabeça, concordando, já sentada na cama.
— Ele tem uma casa muito agradável não muito longe daqui. A esposa dele é adorável. Chama-se Katy. Você gostaria de jantar com eles na sexta-feira, saindo daqui para mudar um pouco?
A moça novamente concordou com apenas um gesto, sem dizer nada. As mãos dela agarravam-se firmemente na beirada da cama e os dedos brincavam nervosamente com os fios da colcha de chenile.
Ele prosseguiu, num tom de voz natural:
— O dr. Franklin e eu trabalhamos juntos há anos e nos damos muito bem. Tão bem que ele, certa vez, fantasiou na mente que eu deveria me casar com a sua filha.
Any franziu a testa, parecendo se concentrar.
— É claro que ele não imagina que sei disso e jamais lhe direi, mas as tentativas de bancar o santo casamenteiro eram muito evidentes. Só faltou me agarrar e me jogar nos braços da filha.
Os lábios dela se curvaram num sorriso leve e Herrera fechou os olhos, aliviado.
Estava conseguindo, pouco a pouco, diminuir a tensão, provocando-a com aquela conversa cautelosa, tentando afastar os pensamentos dela do que havia acontecido na colina.
— Vai ver que não formavam um casal perfeito — Anahí comentou suavemente, e o médico soltou um suspiro de satisfação ao ouvi-la falar.
— Nem um pouco. Marianne não podia me ver nem de longe. Casou-se com um perfurador de petróleo, ou coisa parecida, e escapou dos planos do pai o mais depressa possível.
Anahí sorriu e, então, bocejou, num gesto genuíno de que estava relaxada.
— Estou cansada. Gostaria de dormir agora.
— Num instante — ele disse com impaciência. — Mas, antes, queria que me contasse o que foi que viu quando estávamos na colina. Pode me relatar?
— Não há muito o que dizer. Vi fogo e isso me assustou. É tudo.
— Mas, neste instante, ao se recordar do fato, não fica com medo?
— Não. Na verdade, não. Está nebuloso, como se fosse um filme que tivesse visto há anos.
— Como a música do piano. Uma vez que se recorda, o medo desaparece. Compreende isso? O receio do que há na memória é pior do que a recordação em si.
Herrera inclinou-se, enlaçando os joelhos com as mãos, e seu olhar estava estranhamente intenso.
— Any, seria mais fácil para você se pudesse reconstruir o acidente de carro conscientemente. Sempre é mais fácil do que forçar o subconsciente. É como passar por tudo novamente, não somente recordar-se. Vai tentar se lembrar?
Ela concordou com um gesto tenso e triste.
— Está bem, então. É óbvio que o fogo pode estar relacionado ao acidente, portanto o carro deve ter incendiado. E você o presenciou.
Herrera observou o semblante dela em busca de alguma reação. Prosseguiu num tom de voz suave e envolvente:
— Você viu sua mãe presa, sem conseguir sair do carro em chamas. Não podia ajudá-la. Deve ter sido horrível de suportar essa tragédia. Frustração, raiva e, acima de tudo, culpa... tudo isso poderia ter criado um bloqueio mental. Pense. Pode se lembrar de alguma coisa desse tipo?
Anahí fechou os olhos, fazendo um esforço enorme para se concentrar, tentando recordar-se, porém, logo após, fez um gesto indiferente e disse:
— Sinto muito, mas não consigo. Nada.
Alfonso respirou profundamente para se preparar, levantou-se da cadeira num impulso e berrou bem próximo da cabeça dela:
— Droga, vê se cresce!
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Ela se sobressaltou, arregalando os olhos, atônita. A fala de Herrera transformou-se em algo arrastado e sinistro, mesclando as palavras com um tom de desdém:— Como quer que um homem adulto a trate com seriedade, se é uma criança se escondendo num corpo de mulher, evitando recordar o que poderia transformar você numa pessoa inteira? Voc ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1153
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Angel_rebelde Postado em 24/03/2014 - 23:55:37
Adoorei sua história ! Concordei com o Poncho no começo dizendo pra ela o quanto era protegida demais e que deveria lutar pelo objetivo dela de voltar a enxergar. Parabéns pela bela história. Acho que ele poderia ter dito a mesma coisa de outro jeito mas a experteza e sensibilidade dela o fizeram mudar de ideia. Adorei !
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giovanaponny Postado em 23/11/2013 - 21:48:24
Muito booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooa
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jeessyayasiempre Postado em 17/03/2013 - 22:05:10
Nossa, nunca chorei tanto na minha vida, li os últimos capítulos com a música Moonlight Sonata (Sonata ao luar) a que ela toca no piano do Beethoven... Me debulhei em lágrimas! NUNCA CHOREI TANTO LENDO UMA WEB! Podia fazer uma continuação né? Nossa, Parabéns!
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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