Fanfic: Pela Lente do Amor-AyA {Finalizada} | Tema: AyA
Um sorriso iluminou o rosto da moça e ela tentou bater as mãos na água; porém, Alfonso ainda a mantinha presa. Ela começou a rir e rir, querendo desesperadamente liberar através de movimentos físicos a animação que sentia.
Herrera sacudiu-a, frustrado, imaginando como poderia recobrar a hostilidade com que sempre se dirigia para provocar a mente adormecida da moça e percebeu, com tristeza, que poderia ter perdido a chance para sempre. Pessoas felizes não examinam seu subconsciente, nem os fantasmas da memória.
Alfonso deixou cair os ombros e, embora não percebesse, Any ouviu o longo suspiro que soltou. De repente, ela notou que ele não era mais o invencível dr. Herrera, mas um simples homem que podia ser atingido por frustração e emoções comuns a qualquer pessoa. Era como se ela tivesse recebido um presente, descobrindo que por trás da frieza do robô havia um ser humano. Nem o racionalismo do médico conseguia superar a força dos instintos.
Ela mergulhou de repente, fugindo das garras dele.
Herrera sentiu um puxão na perna, perdeu o equilíbrio, e caiu de costas, boquiaberto de surpresa, engolindo a água com sabor de cloro.
Quando recuperou o equilíbrio, mal pôde respirar, pois Any movimentava os braços rapidamente, jogando ondas sucessivas no rosto dele.
— Que diabo você... — Ele permaneceu como um idiota, sendo constantemente bombardeado por punhados de água sem nenhuma noção de com agir diante de um comportamento tão atípico. Então, sua resposta veio automaticamente. Sem mesmo pensar no que fazia, provocou ondas imensas com os braços, lançando água acima da cabeça dela. Não sentiu remorsos ao ver que Anahí retrocedera, rindo muito, enquanto cobria o rosto com as mãos.
Por um instante, agiram como crianças, livre das responsabilidades dos adultos, as suas deliciosas risadas ressoando no imenso salão.
Quando a onda frenética de movimentos diminuiu, Alfonso foi atingido pela constatação de quem ele era e o que estava fazendo e parou imediatamente.
Dirigiu-se para a beirada, dizendo bruscamente:
— Chega por hoje.
— Por quê? — ela protestou, tentando alcançá-lo. Estendeu a mão e agarrou o braço dele com firmeza. — Você disse que ficaríamos aqui por duas horas. Ainda não acabou o tempo.
Herrera abaixou o olhar quando ela surgiu diante dele. À água escorria pelos ombros e seios e gotas brilhantes permaneciam presas às pestanas. Anahí franziu a testa, demonstrando seu desagrado.
Ele não estava seguro ao responder:
— Porque isto não está levando a nada.
Any, exasperada, bateu a palma da mão na superfície da água, lançando-a contra o rosto dele.
— Será que tudo tem que servir para um objetivo clínico? Você nunca tem tempo para se divertir?
— Só quando o tempo é meu, não seu. Você não está pagando para se divertir.
— Já percebeu que sempre menciona o valor do meu dinheiro? Vai me dizer que quando planejou que iríamos nadar não estava querendo chegar a alguma coisa?
Ele franziu a testa, fazendo força para manter os braços bem junto do corpo.
— A maioria dos cegos tem pavor da água. Quando superam esse medo, confiam mais em mim e, conseqüentemente, neles próprios. É óbvio que você não tem temores para superar.
Anahí sorriu de repente, colocando as mãos de leve sobre os ombros dele.
— Então, devia estar satisfeito. É uma lição a menos. Já confio em você e em mim mesma.
Alfonso sentiu a pele queimar diante daquele toque e tentou se afastar dela. Any, porém, jogou-se para trás, espalhando água e rindo como se fosse uma brincadeira.
Ele deu alguns passos na direção da beirada. O movimento flutuante de Anahí fez com que batesse o rosto contra o peito dele inesperadamente. A moça ficou em pé, o sorriso morreu nos seus lábios e um silêncio constrangedor se abateu sobre os dois. Somente se ouvia o som de suas respirações entrecortadas.
Com os lábios entreabertos, num impulso que jamais sentira antes, Anahí moveu as mãos na direção do rosto de Poncho, tentando, com as pontas dos dedos, memorizar todos os contornos e linhas. Percebeu que ele contraiu as mandíbulas e retesou o pescoço. Explorou os músculos da nuca com maior insistência com uma das mãos, enquanto a outra passava pelos cabelos negros e embaraçados. Então, ela murmurou com suavidade:
— Estou apenas olhando você. Já devia estar acostumado com isso, lembra-se?
Any deslizou as mãos pelos ombros lisos, através do peito, até juntá-las no centro para brincar com um punhado de pêlos, enrolando-os nos dedos.
Alfonso fechou os olhos e entreabriu os lábios para respirar, sem revelar através do som da respiração a intensidade de suas reações. Ele ergueu a cabeça um pouco para observar o rosto da moça e se encolheu ao ver que os olhos dela aparentemente focalizavam diretamente os seus. Herrera fechou os olhos com força, pressionando as mãos contra o corpo e se concentrou nos vestígios de força de vontade que ainda restavam para controlar seu impulso físico,
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1153
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Angel_rebelde Postado em 24/03/2014 - 23:55:37
Adoorei sua história ! Concordei com o Poncho no começo dizendo pra ela o quanto era protegida demais e que deveria lutar pelo objetivo dela de voltar a enxergar. Parabéns pela bela história. Acho que ele poderia ter dito a mesma coisa de outro jeito mas a experteza e sensibilidade dela o fizeram mudar de ideia. Adorei !
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giovanaponny Postado em 23/11/2013 - 21:48:24
Muito booooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooa
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jeessyayasiempre Postado em 17/03/2013 - 22:05:10
Nossa, nunca chorei tanto na minha vida, li os últimos capítulos com a música Moonlight Sonata (Sonata ao luar) a que ela toca no piano do Beethoven... Me debulhei em lágrimas! NUNCA CHOREI TANTO LENDO UMA WEB! Podia fazer uma continuação né? Nossa, Parabéns!
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
ai carol suas webs são incríveis, amei tudo, e principalmente qdo ela voltar a ver, foi lindoooo, valeu
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:56:00
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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elizacwb Postado em 13/02/2013 - 15:55:59
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