Fanfics Brasil - Don't Wake Me Up Paper Cuts

Fanfic: Paper Cuts


Capítulo: Don't Wake Me Up

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Estava há quase duas horas em frente ao computador. Seus olhos estavam secos e os nós de seus dedos doloridos, porém se parasse naquela parte, não teria animação para escreve-la posteriormente. A cada atualização de SilentWatcher, os leitores surtavam, sugando sua história como se fosse um remédio para qualquer tipo de dor, preocupação, ansiedade, receio... Seth queria que suas histórias trouxessem um pouco de paz para sí e apesar de desafar por trás de seus personagens, não era o suficiente. Ainda tinha que viver.



Terminando a última linha daquele capítulo, começou a revisá-lo. Quando escrevia para descontar raiva ou para aliviar-se do peso da vida, acabava por cometer muitos erros gramaticais e sempre que revisava, ficava espantado com isso. Quando finalmente terminou e postou o capítulo, fechou a tampa do laptop. A repercução era imediata e assim como haviam pessoas que amavam o que escrevia, existiam as que odiavam e aquele não era o dia certo para lidar com elas.



Passando a mão pelos fios negros, levantou-se, espreguiçando o corpo. O quarto estava escuro, as janelas e porta estavam fechadas, permitindo que mantivesse sua expressão magoada e não o sorriso que sempre adotava em frente aos outros.



Odiava aquilo. Odiava o que sentia e por mais que tentasse negar, sempre que constatava a verdade triste, corria para casa, vestindo seus personagens e fazendo com eles, o que desejava fazer de verdade. Gritar, brigar, amar e ser amado.



Era isso. Amava Ethan. Por mais que odiasse ama-lo, não havia nada que pudesse fazer em relação a isso.



Suspirou e sem pique para tomar seu demorado banho de sempre, foi direto para a cama. Cobriu-se até a cabeça e tentou esquecer a zoação que havia sofrido na faculdade naquele mesmo dia. E sofrido de quem? Ethan, logicamente. O acéfalo.



Fazer moda nunca foi nenhuma vergonha para Seth, afinal era uma coisa da qual sempre gostou e hoje em dia não existia mais esteriótipos em relação a isso. Mas tem sempre um desocupado que ao invés de ler uma página do dicionário, para tentar injetar um pouco de inteligência no cérebro atrofiado, não, prefere fazer da sua vida um inferno. O que o louro havia dito, ainda ecoava em sua mente.



"Nem mesmo se você fizesse engenharia, mecânica ou qualquer outra profissão de macho, eu diria que você é um. Olhe para você, aproveita que se parece com uma garota para se vertir e agir como uma."



Agora, porque o amava? Esta é uma ótima pergunta. Por mais que sua massa cinzenta tentasse achar uma resposta, não conseguia. Não existia uma.


"Uma deformação no meu cérebro, talvez..."


- SETH!!! - Ouviu-se o grito, em seguida um estrondo na porta, fazendo com que ela batesse na parede e um Tom eufórico estrasse correndo, saltando na cama em que Seth estava. O moreno encolheu-se embaixo do cobertor, tentando evitar o outro. - O SilentWatcher postou! Meu Deus, eu sempre tenho a sensação de que vou morrer enquanto leio as histórias dele... - Suspirou.


- Tom, sai de cima de mim, por favor. - Grunhiu. - E portas fechadas, servem para que as pessoas não entrem e não para que arrombem-as.



- Nossa, até mesmo quando você está rabujento você fala como um professor de gramática? - Tom, divagou. O pequeno saiu de cima dos joelhos do amigo, onde esteve sentado e parou do lado da cama. Havia visto quando Seth deixou a faculdade. Na metade da terceira aula. Preocupado, cutucou-o e tentou puxar a ponta do cobertor. - Ei, você está bem? Fiquei preocupado quando te ví indo embora. O que houve?



- Nada. Eu estou bem, só preciso dormir um pouco. - Respondeu a contra gosto. Não gostava de mentir para Tom, ele era a pessoa em que mais confiava, mas não queria ter que ignorá-lo, para não contar a verdade.



- Ok, vou buscar um remédio para ajudá-lo a dormir. - Tom saiu e logo em seguida voltou com um copo de água e uma cartela de comprimidos verde água. - Vamos, tome dois deste que você acordará revitalizado. - Entregou-os ao moreno. Seth olhou receoso para os comprimidos. Eram grandes demais para serem de uso oral.



- Tem certeza que não é nada que o Ian te deu de presente? Porque isto com certeza não foi feito para ser ingerido por vias orais.



- Cala esta boca e engole isso logo! - Ordenou, vendo o outro enrrolar para colocar o remédio na boca e ao tentar engolir com a água quase morrer engasgado. Quando finalmente conseguiu ingerir os dois comprimidos, Seth voltou a deitar. Tom ainda ficou por lá enchendo o saco por mais um tempo e quando estava de saída, o moreno mal conseguia manter-se acordado. O amigo disse algumas frases antes de sair, mas tudo o que pôde ouvir foi um monte de coisas sem sentido e no segundo seguinte estava dormindo.



(...)


 


- Tá de brincadeira. - Ethan sussurrou. Não conseguia acreditar no que seus olhos viam. Seu cérebro só podia estar pregando uma peça épica nele. Abrindo a mochila que carregava e tirando seu tablet, Ethan entrou no blog, só para ter certeza absoluta do que havia descoberto. Prendendo o riso, deixou tudo como estava quando chegou, mas ao virar-se em direção a cama, deparou-se com um Seth confuso.
- Ah, por favor, me diga que isso é um pesadelo. - Sussurrou, esfregando os olhos e voltando a olhar para o louro. - O que infernos você está fazendo aqui!? - O moreno grunhiu, levantando-se de maneira desajeitada da cama. - Saia agora, ou eu vou chamar a polícia!



Ethan apenas riu do nervosismo tipicamente feminino de Seth. Sempre achou-o parecido com uma garota, e ao notar que o moreno se aborrecia com aquilo, começou a zoá-lo como se não houvesse amanhã. Mas a calça de moleton cinza que deixava suas entradas aparentes e o peito liso e nú, provava que por mais que parecesse, não era.



- Calma, eu vim pra cá porque o Tom pediu. Ele teve que sair com o Ian e me disse que você não estava muito bem. Ele não queria deixa-lo sozinho e pediu para que eu ficasse cuidando de você até que ele voltasse. - Disse calmamente. O contrário da reação de Seth.



- Então pegue toda a sua ajuda e vá para o inferno com ela. - Andando ainda um tanto tonto em direção á porta, abriu-a e apontou para fora. - Eu quero você fora daqui, neste exato momento. - Arfando e com o rosto começando a suar repentinamente, o moreno encostou-se na parede. Suas pernas começaram a fraquejar e suas mãos a tremer, mesmo sentindo-se péssimo, tentou manter-se firme para que Ethan fosse embora, mas rapidamente o sorriso de deboche que o louro sempre possuía, desapareceu, transformando-se em um semblante de pura preocupação. Com dois passos, o louro já o segurava pela cintura, para que não caísse no chão e pegando-o no colo, depositou-o novamente na cama.



- O que está sentindo? - Perguntou sério, deixando que os dons médicos de sua família, fluíssem. Seth responderia, se conseguisse falar. Sua boca estava entreaberta, mas não tinha forças para colocar uma só palavra pra fora. - Ei! Seth, não durma! Eu preciso te examinar, é rápido, mas você tem que ajudar e não pode dormir, ok? - Ethan ajeitou o moreno melhor na cama e começou a apertar levemente seu rosto, ombros , braços, pernas. - Pisque se conseguir sentir meu toque. - Em todos os lugares que o louro tocou, o moreno piscou, mostrando que conseguia sentir. Aquelas mãos tão desejadas, fazendo-o sentir até mais do que desejava. - Tomou algum tipo de remédio?


Seth Piscou.


- Qual? Analgésico? Cortisona? Calmante? - O moreno piscou três vezes para sinalizar o calmante.



- Tomou dois, não foi? - O louro perguntou com cara feia. O outro conseguiu unir forças para balançar positivamente a cabeça. Ethan bufou e levantou. Seth sentiu-se extremamente estúpido por ter aceito aqueles comprimidos de Tom. Mataria-o quando chegasse. - Você vai ficar bem, só tem que dormir mais. Ficarei aqui até você acordar. - Disse enquanto seguia em direção ao computador, vendo nos olhos do moreno o mais verdadeiro desespero. Mas para acalmá-lo, apenas sentou-se na cadeira.



Seth relaxou, Ethan não seria louco de entrar na casa dos outros e ainda fuçar no computador sem permissão. Por mais que ele fosse terrível, não chegaria a este ponto. Aproveitou para agradecer aos céus por estar paralisado, se não estaria tremendo e corando nervosamente. Enquanto trancava o sentimento estranho que sentia pelo louro no fundo de sua mente, procurou dormir logo, para acordar bem. Concentrou-se na respiração do diafragma e quando estava quase pegando no sono, ouviu ao fundo.



- Conversaremos sobre isto depois. Eu adorei a novidade, até porque eu amo o que você faz. SilentWatcher.



Tarde demais, o sono o levou antes que pudesse dizer algo.



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Autor(a): silentwatcher

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