Fanfic: Prudentibus

No dia seguinte, quando acordei, estava frio, meu quarto pelo menos estava, meu irmão entrou como uma flecha rápido e sorrateiro, só percebi que ele estava lá quando de repente começou a falar.

- nossa isso aqui tá frio, o que andou fazendo?

- eu não andei fazendo nada, ultimamente a temperatura tem caído bem mais do que costuma perto de mim – eu fiz uma brincadeira, mas vi os olhos do meu irmão se arregalarem como se eu tivesse levantado um difundo, na verdade eu estava levantando um assunto do passado.

Ele foi ate a janela, a passos lentos e silenciosos, tinha a facilidade de fazer nenhum barulho ao andar, um andar elegante e predador, assim é meu irmão, como um grande predador, olhou para fora e fez uma cara de socorro, como o semblante que vi no rosto de Samantha.

- Evelyn ainda não se recuperou do que aconteceu.

- eu sei, ela não podia me ver tomar um tombo, que ficava toda histérica – eu ri mas, meu irmão continuou serio – Dan isso foi a muito tempo, sem contar que hoje em dia eu não posso mais entrar em uma piscina de bolinha,  Evelyn está melhor, já não me manda olhar para atravessar a rua – coloquei a mão em seu ombro e ele relaxou quase por completo, esboçou um sorriso – vou estar sempre com você minha garotinha boba.

- eu que sempre tenho que estar ao seu lado, um dia entenderá agora eu sei que você vai entender, nunca vou te deixar, e você não saia de perto de mim – ele me abraçou e foi para porta – e aliás, eu adoro ser uma garotinha, é o que sou, e você senhor loiro e bonitão, tenha orgulho de si mesmo, como Evelyn sempre diz, somos Robinson’s, majestosos por natureza.

(...)

Escola querida escola, mais conhecida como inferno da adolescência, pelo menos para os NERD’s, deslocados e desconhecidos, mas os senhores músculos, mais conhecidos como garotos do time de futebol, também tem seu dia, o dia dos testes para jogadores. Aqui no Small school as coisas são assim, todo ano um teste novo, e os velhos podem sim sair, ou por notas baixas, ou por queda de desempenho, é ai que está, no dia do teste eles ficam feito robôs treinando e esquecem de estudar, ou ficam estudando para não aprender nada e esquecem de se manter em forma, resumindo, a escola vira uma loucura.

- vou fazer o teste – disse Samuel, todo sorrisos – minhas notas não são como as da minha irmã, mas eu as mantenho na media, sou bom no futebol, tenho realmente chances de entrar.

- boa sorte, talvez eu também faça o teste, não sou tão bom, mas corro bem – ouvi o sino bater e Samuel fui para sua sala, eu fui ao banheiro que ficava ao lado da sala de biologia.

Ao entrar no banheiro tive uma tontura, como se os chão sob os meus pés tivesse sumido, fui ate o espelho, me abaixei e liguei a torneira, lavei o rosto, quando o levantei para olhar no espelho, saia fumaça da minha boca, como se estivesse nevando. Minhas pernas começaram a tremer, me senti fraco, estava acontecendo de novo, fiquei nervoso, lavei novamente o rosto e quando voltei a olhar para o espelho de novo, assim que foquei meus olhos, uma leve película de gelo cobriu o espelho, sai desesperado do banheiro e entrei na sala de biologia. Quando entrei o professor Colins me surpreendeu.

- olha, o senhor resolveu aparecer! – ele disse num tom de ironia, minha reação foi apenas confirmar com a cabeça baixa – o senhor fará par com a senhora Rives agora, já que o antigo parceiro dela se mudou da cidade – novamente confirmei de cabeça baixar e fui ate o balcão de Samantha.

- você está bem? – sua voz era imparcial – e continuava concentrada no sapo aberto a sua frente.

- sim só um pouco de enjoou - eu disse e peguei nossa lista de exercícios, o que nunca imaginei era que existisse alguém tão bom em biologia quanto eu, ela tinha a irritante mania de morder a pontinha do lábio quando estava concentrada, me deixava louco, minha linda Samantha tinha lábios carnudos e vermelhos, extremamente convidativos para serem beijados.

- droga! Como ficou tão frio de repente? – ela disse, mas sem nem se arrepiar, eu me senti nervoso novamente, minhas mão começaram a ficar mais frias e suarem – tem certeza que está bem? Olha, sobre o que falou comigo lá em casa, sobre ter alguém com quem conversar, eu pensei e descobri que realmente você está certo, eu me sinto sozinha às vezes, então estou oficialmente, nos decretando como conhecidos, espero que seja algo para você, porque para mim é um enorme passo, não sou muito sociável

- para mim isso vai além de importante – quando ia emendar algo, eu já não podia mais, estava ficando com as pontas dos dedos azuis, olhei para Samantha, que encarava meus olhos, com um ar de desespero, o ar não entrava em meus pulmões, ela não me tocou em momento algum – por favor, me ajude a sair daqui – eu sussurrei, com completo desespero.

- com sua licença professor, nós terminamos o exercício, podemos sair para resolver algo – ela disse com sua voz rouca e forte, de modo quase intimidante, Colins acenou com a cabeça, e saímos apresados da sala e fomos direto para o banheiro masculino, que a está hora estava vazio por causa das aulas.

- eu só preciso respirar – sentei no chão e tentei a todo custo fazer com que o ar entrasse em meus pulmões, ela se agachou ao meu lago e ficou me olhando fixamente, comecei a esfregar as mãos freneticamente, uma na outra para tentar esquenta-las, não parava.

- me deixe te ajudar – ele estendeu as mãos em direção as minhas, eu me afastei por instinto – olha eu só vou tentar esquentar suas mãos um pouco, com as minhas, nada mais – ela se aproximou de novo e colocou suas mãos nas minhas. Aquela foi à sensação mais reconfortante que já tive, era quente acolhedor, nada no mundo me fazia sentir algo quente, ai chega uma garota, mal humorada, que me rejeita, e me faz sentir acolhido, amado, confortado, nem todos os abraços de minha mãe eram tão quentes quanto as mão de Samantha, eu fui começando a me esquentar, o ar em meus pulmões. Oh meu deus! Isso não estava acontecendo.

- isso já aconteceu antes? – seu olhar era ilegível.

- Samantha eu... – quando ia dizer alguém abriu a porta em um baque enorme, o que fez Samantha levantar em um pulo, e arregalar os olhos para a figura em pé na porta do banheiro.

- Samantha! O que você está fazendo aqui? – o garoto perguntou num tom autoritário, como se fosse intimo dela, eu me levantei para encarar bem a figura, era alto forte, com uma jaqueta do time de futebol, aquele tipo moreno alto bonito e sensual.

- não fale assim com ela! – eu falei encarando o guarda roupa.

- ei! Eu posso me defender – ela disse seria para mim – e você não fale assim comigo! Charlie, eu estava ajudando o Shane, ele não estava se sentindo bem – eu enrijeci, ela percebeu, pois não tocou no assunto – eu já estou de saída.

- agora tem um Shane, rápido assim né, serio você e superações combinam, na verdade fria e calculista é seu forte.

- não fale assim com ela, eu não vou avisar duas vezes – dessa vez eu tinha um olhar de ameaça, e não para me gabar, eu tinha um bom olhar de ameaça.

- vem – Samantha me puxou pela mão ate o lado de fora da escola, sim ela era tão intimidadora que saímos quinze minutos antes e o zelador nem se manifestou, meu irmão já estava parado do lado de fora, eu já ia me afastando dela quando Samantha me pegou pelo braço, sua mão tão quente e acolhedora – o que aconteceu?

- eu tenho que ir – eu disse e fui correndo em direção ao carro do meu irmão que viu meu estado e foi em minha direção com um olhar preocupado – aconteceu de novo, só que diferente.

Ele me olhou nos olhos, sim agradeci por Evelyn estar longe.