Fanfic: Prudentibus
Fui em casa e tirei minhas roupas suadas, tudo bem que eu estava indo para morte. Mais cedo quando vi na cara dela ao dizer que poderíamos conversar, como se dissesse "tente me enganar e morrerá", imponente e fria, minha Sam.
A casa estava vazia e pouco iluminada, meus pais estavam fora, como sempre. Dan sumiu, disse que ia sair, mais eu sabia perfeitamente que tinha ido se encontrar com Jackson.
Quando cheguei a garagem tinha algo coberto com uma lona em meio a garagem com uma folha de ofício escrito "Para melhorar seu humor e deixar de atormentar seu irmão". Puxei a lona e embaixo tinha uma Ducati preta, meus olhos brilharam, sim meus pais não eram os melhores, mais eram bons em presentes. Quando ouvi o roncar do motor, voei para fora da garagem em direção a casa dos Rives.
Cheguei na casa de Samantha junto com uma viatura, parei a moto e de lá saiu o Senhor Rivers fardado e a Senhora Rivers com uma calça jeans e uma blusa social, linda como uma Deusa. Eita linha de pensamento ruim.
- Ei, Senhora Rivers! - Eu corri até ela, ela me olhou de cara deia e sorriu de elve - Desculpe Abigail, poderia chamar a Samantha?
- Claro querido, entre e tome um chá conosco - Ela me deu o braço e entramos, com o Senhor Rives furioso atrás de nós. Eu estava adorando aquilo e algo me dizia que Abigail também estava. - Espere aqui na sala, acho que ela está no segundo andar.
Abigail saiu da sala me deixando perdido no meio do cenário macabro da Transilvânia, fui até uma janela onde entrava luz e iluminava uma cadeira, olhei a vista da frente da casa era linda iluminada pelo crepúsculo do fim da tarde. Quando ouvi um barulho o meu primeiro pensamento foi "Oh Meu Deus, é o Drácula". Depois me virei para olhar meu segundo pensamento foi "Como ela está gostosa com essa roupa simples".
- Está pensando muito Robinson - Ela disse irônica e séria, parou na poltrona e inclinou a cabeça.
- Estou tentando entender como não vi essa janela e essa poltrona aqui antes - Eu disse baixo e deprimido.
- Ta assim por causa da poltrona?
- Não - Eu disse e me virei de frente para encarar aqueles olhos encantadores daquela garota corajosa e irredutível - Eu estou assim pelo fato de não conseguir esconder as coisas de você Sam - Eu ri de mim mesmo, olha o grande babaca que estou mostrando ser - Eu disse que a coisa já tinha acontecido antes. Bom, eu tinha uns 8 anos, era o aniversário de uma colega minha, eu estava brincando em uma piscina de bolinhas, daquelas enormes e com um monte de coisas dentro. Nós estávamos no quarto andar do brinquedo, eu e Evelyn - Eu disse pausadamente, tentando me lembrar do que realmente tinha acontecido - Eu de repente senti algo que não conhecia... Frio, solidão, medo, tudo começou a ficar frio, eu não me lembro direito. Eu só acordei meses depois, disseram que eu tive uma hipotermia, cai e bati de cabeça. Enfim, meus pais disseram que foi a Evelyn que me tirou de lá.
- Como você não apago no banheiro? - Ela perguntou exasperada
- Eu não tenho certeza, mas acho que foi você - Eu disse com um tom baixo, como se eu mesmo estivesse duvidando do que eu dizia - Samantha , eu não sei como, mas você foi a única pessoa que já senti o calor na vida. Tudo bem, pode até parecer patético, mas eu nunca senti como se tivesse alguém comigo, sempre senti que estava sozinho, perdido. É a primeira vez que me sinto humano, entende? - Eu disse e levantei a cabeça em sua direção.
- Eu acho que sim - Ela disse séria e vaga, com sua voz rouca e grossa, tão excitante. Droga, estava ali desabafando e pensando besteira com a garota, e que garota!
- E essa Evelyn?
- Não quero falar sobre isso, me desculpe, mas não é negociável - Eu disse sério. Droga, eu estava tão apaixonado que um segundo depois de ter falado sério com ela meu coração apertou - Me desculpe, é que não gosto de falar sobre isso - Eu disse olhando em seus olhos.
- Sério? Eu nem percebi - Ela disse irônica e levantou a sobrancelha pra mim.
- Olha vamos para o espanhol, ta bem?
Eu acenei com a cabeça e fomos a minha muito bem redigida aula de espanhol.
(...)
Eu estava confuso, meio deprimido com o fato de que Samantha não ficou nem um pouco alterada com o que me aconteceu, como se não tivesse acontecido nada, isso era muito estranho, muito.
Parei com a moto em frente a um bar, eu sabia que quando chegasse em casa não ia ter ninguém, como sempre. Deixei a moto encostada na calçada e entrei no bar, sentei em uma mesa para lanches em um canto. Alex comia umas batatas fritas velhas, pelo menos pareciam, ele me viu com uma cara de merda na porta e acenou para que eu me juntasse a ele. Quando cheguei mais perto ele tinha umas três garrafas de cerveja vazias e outra pela metade.
- Como você está? - Ele perguntou entre algo arrastado
- Bem, na verdade, acho que bem. Mas você não parece estar - Eu disse e me sentei de frente para ele - O que está acontecendo?
- Eu to deprimido cara, já te contei que no meu último ano de escola eu fui para um reformatório? Perdi um ano de escola e eu tenho um potencial enorme para o futebol, ou tinha. Eu até ganhei uma bolsa, mas estou preso nessa droga de cidade.
- Por que você não simplesmente vai? - Eu perguntei confuso não entendendo o que o prendia aqui.
- Porque meus pais são idiotas, eu tenho um irmão e não posso deixá-lo sozinho no meio de toda essa bagunça. Porque depois que a sua família voltou as coisas ficaram piores, tenho que ficar de olho no Jackson, no seu irmão, em você, na poderosa e inatingível entojada da Samantha e o irmão dela. Porque eu infelizmente nasci primeiro - Ele disse como se uma incógnita gigante tivesse ficado grudada na minha cabeça, por que ele estava assim? Por que estava preso aqui? - E sabe de uma coisa irmãozinho?
Balancei a cabeça levemente e o olhei.
- Desculpe, desculpe mesmo eu não poder te ajudar, é que não estou te entendendo...
- Eu quero tanto me livrar disso tudo que estou perdido.
- E nem deve entender - Ele disse ríspido, se levantou e saiu do bar com um tiro.
(...)
Eu entrei em casa e tudo estava escuro, ouvi pequenos ruídos vindo do quarto do meu irmão. Fui subindo as escadas e de lá vi uma luz vim para o corredor, parecia uma pessoa. Ela se aproximou, era Jackson, ele estava vermelho feito um pimentão e se assustou quando me viu.
- Aconteceu algo? - Eu perguntei a Jackson que parecia ter visto um fantasma.
- Não, é só que... - Eu olhei para ele e depois abri a porta do meu quarto para que ele entrasse e entrei logo atrás. Ele entrou e olhou em volta, se semblante perdido, ele estava diferente.
- Meu irmão te fez algo? - Eu perguntei, mesmo não acreditando que Dan seria capaz de fazer algo a alguém, pelo menos não intencionalmente.
- Ele não fez nada, o problema é comigo. Eu estou confuso e perdido, não sei o que estou fazendo, não sei o que estou sentindo...
- É sobre o que falamos naquele dia?
- Sim e não, quer dizer eu não sei.
- Tenta explicar
- Eu acho que sou gay, mas ai está o problema, eu não sei como é ser gay. Tenho certeza que não tem haver com gostar de outros caras.
- Eu não sei como te dizer isso, mas o principal é gostar de outros caras. Sente algo pelo meu irmão? - Eu perguntei inclinando a cabeça, só agora agora fazendo uma ligação com o rubor de Jackson enquanto saia do quarto de Dan.
- Desejo sexual conta?
- Ele perguntou vermelho feito um pimentão.
- Meu Deus! E ainda tem dúvidas, onde está o Dan?
- Foi tomar banho, mas por favor, eu estou muito confuso, eu preciso pensar em como falar isso pra minha família, pode dizer que eu fui embora e que amanhã eu ligo?
- Claro, eu digo. Tenho um conselho.. Se aceite primeiro.
- Vou me lembrar - Ele disse e saiu rápido do meu quarto, como um tiro. Me joguei na cama, a conversa com Alex, com Samantha, por que minha chegada aqui está afetando a todos assim? A cada dia que eu passava aqui parecia mais confuso.
Autor(a): cassiolukas
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Passaram-se algumas semanas, as coisas estavam na mesma, mas os fins de semana eram sozinhos e horríveis na medida que se podia imaginar. Depois que eu e Samuel começamos a andar juntos, as coisas estavam andando muito bem entre nós, mas em compensação Samantha parecia fazer questão de me deixar bem longe, falava o mínimo poss ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo