Fanfic: Prudentibus
Passaram-se algumas semanas, as coisas estavam na mesma, mas os fins de semana eram sozinhos e horríveis na medida que se podia imaginar. Depois que eu e Samuel começamos a andar juntos, as coisas estavam andando muito bem entre nós, mas em compensação Samantha parecia fazer questão de me deixar bem longe, falava o mínimo possível comigo, evitava me tocar sempre que podia, resumindo ela tinha aversão a mim.
Em um fim de semana, onde eu sempre estava sozinho, jogado em minha cama, meu celular tocou, ACDC bem alto pelo quarto, pulei da cama tomando um tombo feio, e fui mancando a até minha mochila.
- Alô! – disse com um grito pela dor na canela. Ouvi uma respiração do outro lado da linha, e sim eu adoro o Megamente.
- Sou eu Rinbin (apelido idiota) – eu ouvi uma voz infantil do outro lado da linha, sim era Samuel, tinha um voz extremamente infantil ao telefone.
- Não me chame assim Samuel – eu disse suspirando, isso me lembrava a irmã dele, e eu nem sei porque – Por que estamos nos falando no fim de semana?
- Bom é que você me falou que sempre fica sozinho, eu meio que torturei minha irmã pra ela vir te buscar.
- Calma ai! Vim me buscar, você tá aqui?
- Sim na verdade eu estou no seu portão, e que portão heim! Desce logo, e traga uma mochila com uma muda de roupa.
- Mas já que você teve que torturar sua irmã quer dizer que ela não queria que eu fosse, olha eu não quero ser um incomodo, se sua irmã não quer minha companhia eu não devo ir
- Eu não sei se disse antes mas eu não to aceitando um não como resposta – eu ouvi uma voz rouca e sensual no fundo dizendo “fala para ele parar de se fazer de vitima injustiçada e vir logo” e depois “deixa de ser ranzinza Sam”.
- Sério cara, valew mas eu... – nesse momento um barulho estranho
- Você pode por favor arruma suas coisas e descer? - sua voz rouca soou pelo telefone, sensual, como o pecado, como fogo, atraente e traidor, meu anjo era puro pecado.
- Eu estou bem obrigada, e não sei se vou, você nem gosta de mim.
- Não me faça entrar ai Robinson, cresça!
- Estou descendo – desliguei o telefone e fui colocar algumas roupas na mochila. Ela falou de um jeito que minhas pernas ficaram bambas e a única coisa que pude fazer foi obedecer. Fiz tudo depressa e desci, fui até o carro em que eles estavam e percebi que era o carro da senhora Rives.
- Oi gente – eu disse baixo, quase reprimido, Samantha estava no volante e arrancou como se estivéssemos em um rally, silenciosa. O engraçado era que ela parecia até um pouco nervosa, mas isso me parecia também impossível, a dama de gelo não ficaria nervosa na minha presença, não na minha.
Paramos em frente ao Castelo do Drácula, como era acolhedor aquele lugar. Eu sai e fui atrás de Samuel, a senhora Rives veio ao meu encontro e me deu um abraço apertado (sonho de todo adolescente de Small Steps).
- É muito bom ver você, estava achando que não vinha – ela disse se separando de mim e deixando o senhor Rives apertar minha mão, mas sem sorrisos.
- Eu também - disse baixo mas ela escutou, pois soltou uma gargalhada, como um som suave e melódico, uma orquestra não seria tão perfeito quanto esse som.
- Não seja dramático – ela me disse e olhei para Samantha que tinha um expressão impassível atrás da mãe – Ela é assim mesmo, daqui a dois meses ela te olha sem sentir ódio.
- MÃE! – Samantha grunhiu com sua voz rouca e aquilo fez tudo dentro de mim se agitar, principalmente a parte da virilha.
- Tudo bem foi uma brincadeira, suba e deixe suas coisas no quarto de Samuel para jantar conosco – ela disse olhando para mim, sem me dar chance de contrariar, ai estava a delegada. Eu subi correndo atrás de Samuel.
- Sua mãe é assustadora quando quer – eu disse colocando minha mochila em um canto
- Ela não te lembra ninguém?
- Na verdade tem um diferencial, sua irmã é assustadora o tempo todo, já sua mãe é a criatura mais carinhosa que já conheci.
- Ela gosta de você, se não ela nem olharia na sua cara – ele disse e me puxou pela mão escada a abaixo. Me sentei a mesa, na cadeira ao lado a que Samantha estava sentada, ela me olhou de canto e voltou a se concentrar em seu pai.
- O que será que ela deve fazer hoje? – o pai dela perguntou, ele tinha uma voz feito um trovão, forte marcante, como ela era a mistura perfeita dos dois.
- Calma pai, hoje tem visita, talvez fique bom – ela disse sem se alterar, calma e fria, eu olhei para ela assustado – Minha mãe não cozinha nada bem, só achei que devia saber.
- Obrigada pelo aviso, estou realmente aliviado em saber.
- Não se preocupe, as vezes dá pra comer- Samuel disse do outro lado da mesa, rindo de lado.
A senhora Rives entrou na sala com um frango assado, o cheio era bom, o que parecia ser novo também, já que Samantha tinha os olhos chocolate arregalados, sensuais, como se suas órbitas soubessem que iam me seduzir apenas de se assustar, senti um certo incomodo e desviei meu olhar.
- Eu caprichei, por favor Samantha dá pra parar de fazer má fama da sua própria mãe?
- Desculpe mãe – ela disse baixa e séria, acho que Samantha não tem o costume de levar as coisas na brincadeira – E você, porque fica sozinho nos fins de semana? – ela se virou para mim com um semblante de interesse, o que fez meu coração saltar uma batida. Ela me olhava direto nos olhos, quente, bom.
- Meus pais costumam viajar para a capital, pra ver como anda a matriz da empresa e a divulgação. Agora estão levando meu irmão junto, ai tenho ficado sozinho – eu disse baixo e tímido diante de sua intimidadora aura.
- Não deviam fazer isso – ela disse baixo e simples, como se estivesse cogitando a possibilidade de ficar sozinha.
[...]
O jantar depois daquele momento seguiu muito tranquilo, Abigail ficava me olhando estranho e Samantha a todo tempo reprimia ela com olhares também.
Estávamos na sala, todos sentados e conversando banalidades, como o tempo era ruim aqui, em um momento estávamos apenas escutando a musica que soava baixa na sala, Abigail levantou em um pulo e deu um grito histérico.
- Vem querido, é a nossa música.
- Sério? Já passamos dessa fase de amor adolescente – ele disse com preguiça de levantar da poltrona.
- Se não tem amor agora, não teve em nenhuma outra ocasião – ela disse séria e ele levantou mais que depressa para dançar de forma colada, e carinhosa com ela. Parecia tão natural, algo que eu não estava acostumado a ver, eles pareciam se amar.
- Mãe, pai estou indo dormir porque amanhã vou ter um amigo para desgastar. Sim, estou feliz – disse e subiu, logo uns segundos depois Abigail também anunciou que estava cansada e foi se deitar puxando o marido escada acima, deixando só eu e Samantha na sala, quando ela ia levantar eu segurei seu pulso.
- Fique um pouco – eu disse com cara de cachorro pidão e ele balançou a cabeça concordando, mas ao mesmo tempo em duvida.
- O que quer? – ela perguntou seca e direta, fiquei com medo, mas a minha cara de pau era maior, muito maior. Fui puxando seu braço de leve, até que seu corpo estivesse perto do meu, passei o mesmo braço em volta de sua cintura, e comecei a balançar o corpo de eleve. No ritmo da música de fundo.
Ela deixou seu corpo balançar junto ao meu, mas com uma certa distância. Olhava nos meus olhos como se estivesse vendo um fantasma, como se meu toque para ela fosse tão impressionante como o dela era para mim.
Quente, acolhedor, o momento para mim parecia assim, Samantha me passava uma segurança fora do normal.
- Eu sei que você não gosta de mim, mas eu não entendo por que me evita tanto.
- Porque é isso que eu sempre faço, evito as pessoas, e devia estar te evitando. Eu e toda essa família, mas minha mãe ignora isso.
- Eu devia ir embora não é? – perguntei olhando fixamente em seus olhos, e sentindo o calor que nossa pele fazia em quanto o contato ia aumentando.
- Sim, é o certo a se fazer – ela disse e desviou os olhos dos meus, eu comecei a me afastar, mas suas mãos seguraram as minhas.
- Mas pela primeira vez algo que minha mãe fez é realmente comestível, e meu irmão te adora...
- E você? – eu perguntei e vi seus olhos chocolate escurecerem, sua pele esquentou, agora me fazendo sentir calor, me peguei pensando se alguma vez eu já senti calor na vida. Que eu me lembre, essa era a primeira vez.
- Eu sou grata a você, por você proteger meu irmão – ela disse com duvida na voz. Eu sorri de lado e ela se emburrou – Se não fosse tão convencido eu até teria uma simpatia por você, mas nem isso.
- Mas eu gosto de você Samantha, mesmo você não suportando ficar perto de mim, eu gosto muito de você, posso até dizer que... – nesse momento Abigail apareceu no pé da escada e Samantha se separou de mim em um pulo.
- MÃE! – ela disse vermelha e olhando para a senhora Rives – Eu já estava indo dormir, Boa Noite Robinson, boa noite mãe – ela subiu as escadas correndo, e eu fui logo atrás
Naquela noite eu sonhei com ela, seus olhos chocolate povoavam minha cabeça, sua pele quente, a imaginação de como seus lábios deviam ser quentes também, seu corpo, como seria ela com aquela voz rouca e misteriosa sussurrando meu nome, me fazendo arrepiar. Robinson saia de sua boca a todo momento, de um modo ríspido, como se algo estivesse rasgando a pele, e por incrível que me parecesse aquilo eu estava amando. Acordei em um sobressalto, Samuel ria da minha cara descaradamente, estava jogando vídeo game na cama de cima.
- Cara sonhar com minha irmã é exagero.
- Vai se ferrar – eu disse joguei meu travesseiro nele – Vou lá embaixo tomar água.
Desci as escadas a galopes, fazendo até mais barulho do que devia, quando cheguei a cozinha tive a visão que com certeza atormentaria meus sonhos por um bom tempo, Samantha estava com um baby doll, verde agua, todo curtinho e agarrado ao corpo, mostrando todas as suas curvas bem definidas. Pernas torneadas e longas, barriga lisinha como a de uma boneca Barbie, seios médios, do tamanho perfeito para se apreciar, pele leitosa e levemente rosada, o cabelo solto, emoldurando o rosto lindo ao acordar. Um anjo, meu anjo, tão contraditório anjo, pois via nela, meu angelical e majestoso ser uma perdição que nem a maior das tentações poderia se comparar, me levava a quase cometer um pecado com a imaginação.
- Não devia me secar assim – ela disse, foi ai que foquei minha atenção no seu rosto levemente corado, e o incrível nisso tudo era que sua expressão era acanhada
- Me desculpe, é que fiquei um pouco abalado, não tenho garotas em casa, me senti à-vontade demais, me desculpe – eu disse baixo e rouco pela minha excitação, de repente o que parecia ser leite transbordou do copo de alumínio em sua mão, eu fui correndo até ela e a ajudei – Tome cuidado isso pode queimar sua mão – eu disse limpando sua mão que ao menos ficou vermelha, curioso, muito curioso...
- Obrigada – ela tirou a mão rápido da minha e abaixando a cabeça, logo depois levantou e sorriu meio de lado para mim
, nessa hora meu coração pulou uma batida, me fazendo esquecer do que era estranho, do que era frio, do que era solitário, do que era difícil, uma luz. Senti algo me esquentar de dentro para fora, uma sensação de paz, como achei que nunca fosse sentir na vida, eu senti amor, um amor que eu nunca senti por ninguém, por uma pessoa que nem ao menos não gostava de mim, PARA TUDO!, ela tem simpatia por mim, MEU DEUS! Samantha estava sorrindo, QUE VENHA O FIM DO MUNDO!
Autor(a): cassiolukas
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Depois daquele final de semana na casa dos Rives Samantha me cumprimentava quando me via nos intervalos, grande avanço, em minha opinião é claro. Depois do treino, eu e Samuel sempre íamos a praça para jogar basquete, algumas semanas depois do fim de semana, eu esperei Samuel na porta da escola, mas ele não apareceu, eu fiquei me per ...
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