Fanfic: Prudentibus
Depois daquele final de semana na casa dos Rives Samantha me cumprimentava quando me via nos intervalos, grande avanço, em minha opinião é claro. Depois do treino, eu e Samuel sempre íamos a praça para jogar basquete, algumas semanas depois do fim de semana, eu esperei Samuel na porta da escola, mas ele não apareceu, eu fiquei me perguntando o que será que tinha acontecido, nunca conheci uma pessoas tão pontual quanto Samy. Samantha passou do meu lado, ela estava numa de me dar um "oi Robinson", daqueles bem secos e sem graças, dessa vez ela passou direto, e estava discutindo com alguém no telefone. Algo aconteceu.
- Samantha! – eu gritei, ela se virou,
seus olhos estavam arregalados, assustados, negros como a noite, o que era estranho já que os olhos de Samantha eram de um intenso chocolate – viu o Samuel?
- Não, por quê? Tem noticias dele? – ela perguntou com a voz irregular.
- Não, na verdade nós sempre vamos a praça depois da escola, e ele sumiu – eu disse e vi a pele de Samantha avermelhar.
- Por favor, se tiver noticias dele, me ligue - ela disse e entrou em um carro preto que saiu cantando pneu.
Eu fui para casa já que eu tinha um trabalho enorme de biologia, minha família estava em casa também, milagre, amém senhor.
- Fala prego – meu irmão estava na sala jogando um Xbox, na nossa enorme televisão de plasma.
- Oi Dan, porque a felicidade?
- Eu estou namorando.
- Sério? Que estranho – eu disse e recebi um olhar assassino de Danny – Qual é, eu nunca te vi namorando.
- Sabe, Jackson resolveu tentar, e eu vou esse fim de semana conversar com ele sobre a nossa situação, eu estou feliz.
- Eu também estou feliz por você, quero só ver a cara da Samantha quando ficar sabendo disso – quando mencionei ela, me lembrei de Samuel – Por falar nela, Samuel sumiu, Samantha estava muito esquisita, sabe de algo? – quando mencionei o sumiço de Samy meu irmão deu um pulo do sofá.
- Não, eu não sei de nada – ele disse pegando o celular e falando com o que parecia ser Alex – Eu vou dar uma volta, os seus pais estão lá em cima.
Subi as escadas, e meu pai estava no escritório, se levantando de sua cadeira de rei, atrás de sua mesa.
- Oi pequeno – ele disse me abrindo um largo e lindo sorriso, meu pai era lindo, não entedia com conseguia ser um cientista louco, e não aparentar isso.
- Pai eu estava pensando, você ainda tem aquele arquivo sobre genética dos macacos?
- Sim tenho, por quê?
- É que eu tenho um trabalho da escola, e resolvi fazer uma redação sobre isso. E olhar pelas suas anotações, sabe que sempre tem algo interessante.
- Sim claro, está aqui no computador, eu vou buscar sua mãe no salão e já volto – ele passou por mim e deu um beijo em minha cabeça sumindo pela porta.
Fui até a mesa e liguei seu notebook, tinha uma quantidade enorme de pastas, aquilo era uma bagunça, sempre foi. Mas algo me chamou a atenção, tinha escrito mutação genética, mas não me lembrava do meu pai ter aberto nenhum projeto sobre esse tipo de pesquisa, pelo menos não que eu me lembrasse. Eu era fanático pelo trabalho dele, resumindo, ele não havia aberto o projeto. Passou pela minha cabeça ser algo novo, então abri para dar uma conferida, ao abrir a pasta tinha uma nova pasta chamada, caso Ford, isso para mim era loucura, que tipo de projeto seria esse, por algum tempo eu hesitei, mas por algo de força maior, eu abri a pasta, e dentro destas, tinha várias pastas, cada uma com nomes. Com meu nome, com o nome de Samantha, Jackson, Danny, Alex, Samuel, Evelyn, e alguns outros, eu abri minha pasta, e nela tinha uma serie de arquivos, e em um vídeo nomeado como alteração de DNA, quando eu ia abrir o vídeo meu celular tocou.
- Alô!
- Shane, sou eu – eu ouvi uma voz que para mim já era familiar - Eu preciso da sua ajuda, eu estou tão confuso, por favor, vem me buscar.
- Tudo bem, calma, onde você está? – sua voz parecia ofegante, como se estivesse nervoso.
- Eu estou assustado, não sei o que fazer, estou na praia na saída da cidade, por favor, venha me ajudar.
- Não sai dai, eu to indo te buscar – eu desliguei o telefone e passei a pasta com os arquivos para meu celular, levantei indo em direção a porta e trombei com meu pai.
- Aonde vai pequeno? – ele perguntou, por um instante, olhei em seus olhos e me perguntei se realmente conhecia meu pai, mas essa conversa ia ficar para depois.
- Eu tenho que ajudar um amigo, nos vemos mais tarde – eu disse e sai correndo em direção a garagem, antes de sair eu tirei meu celular do bolso, e liguei para Samantha.
- Alô – do outro lado da linha uma voz rouca e muito arrastada, frágil eu diria, atendeu ao telefone.
- Alô Samantha? sou eu, Robinson, eu achei seu irmão, estou indo buscar ele agora.
- O que? Como? Onde ele está? – ela perguntou de repente, a voz ainda frágil, mas agora com desespero também.
- Calma, ele esta na praia na saída da cidade, está nervoso, eu acho deveria ver ele sozinho. Olha, só estou ligando para dizer que o encontrei, mas nós temos que conversar sobre algo, muito sério por sinal.
- Nos encontramos na praia e falamos sobre tudo – ela disse e desligou o telefone na minha cara, não sei por que, mas eu não estava surpreso.
Peguei minha moto e fui para a praia na saída da cidade, estava com o meu notebook na mochila que nunca saia de minhas costas. Fui andando pela beira da praia de areia clara e fina, boa sob os dedos, que pena que eu estava de tênis. Bem a frente Samuel estava sentado onde a água das ondas batia em seus pés descalços, ele tinha lágrimas nos olhos. Cheguei mais perto, ele se virou para mim, e vi uma imagem que eu achei que nunca veria, Samuel tinha desespero nos olhos, como se não soubesse mais quem era.
- O que ouve Samy?
- Eu estava morrendo de dor de cabeça, eu estava ouvindo vozes, de todas as direções, como se a escola inteira estivesse falando comigo. Eu estava desesperado, então eu pensei na praia, no silêncio, no cheiro do mar, e do nada apareci aqui, como se num piscar de olhos, eu conseguisse ir para onde eu quisesse – eu pensei que aquilo só podia ser loucura, Mas eu sabia que para mim também fazia sentido, coisas estranhas acontecem comigo a minha vida inteira, alteração de DNA, o que fizeram conosco?
- Como assim alteração de DNA? Do que você está falando? – ele falou, e foi ai que eu gelei como ele podia saber disso se eu somente pensei, droga! O QUE ESTAVA ACONTECENDO?
No momento que Samuel ia me dizer algo
Samantha nos chamou da beirada da praia, olhamos e ela veio até nós, mas não estava sozinha, estava com Alexander, Jackson, e meu irmão.
- Vocês dois estão bem? – ela perguntou, e como pela manhã seus olhos que eram de um chocolate lindo estavam negros, sua voz era fraca, e tinha a região em volta dos olhos vermelha, tive vontade de abraçá-la, fazer toda aquela expressão de fracasso ir embora – Droga Samuel, eu fiquei tão preocupada! – sua voz rouca se alterou para uma bronca, mas também num tom de alivio.
- Desculpe Sam, eu estava tão perdido e tão confuso, ainda estou – ele disse enquanto chorava feito uma criança, ela amoleceu e o abraçou. Atrás dela meu irmão tinha um olhar severo, Jackson a cabeça baixa e Alex um sorriso torto bem sacana.
- Temos que contar Samantha, não tem mais como esconder – meu irmão disse firme, seus olhos vagos, ele ficava assim quando algo ia mal, ele raramente ficava assim, parecia um predador, mirando os costumes de sua caça.
- Não agora Daniel – ela disse firme.
- Agora sim, eu também não to entendendo nada, dá pra alguém me explicar o que está acontecendo?! – eu disse perdendo totalmente meu controle, o que quase nunca acontecia, na verdade eu não me lembro a última vez que perdi o controle a ponto de gritar com alguém.
- Vamos com calma Shane, vamos para casa, e ai sim vamos conversar – meu irmão disse com sua voz persuasiva.
- Eu não saio daqui até ter uma explicação. O garoto está em choque, vocês não estão vendo? Eu sei que isso tem a ver com os arquivos de alteração de DNA que achei no computador do meu pai
- Calma ai, como achou isso? – Samantha indagou, mas ela não esperou resposta, balançou a cabeça – Você não devia saber disso. Droga garoto, você sempre está ferrando com as coisas né.
- Então vocês sabem o que está acontecendo com agente?! Eu não acredito! Eu confiei em você, pensava que pudesse confiar em você.
- Não culpe ela, era nosso dever proteger vocês – meu irmão disse tentando me acalmar.
- Pera ai, quer dizer que você sabia também? Como pode me trair assim?
- Ei, não te trai droga! Eu tinha a missão de te proteger, como ainda tenho. Era essa a regra depois do incidente, o irmão mais velho protege o mais novo, cuida pra que ele não descubra o poder. Você não entende, foi por isso que nos mudamos quando criança, quanto mais perto um do outro ficamos, mais o DNA manifesta sua alteração.
- Do que tá falando? O que eu tenho? Que incidente foi esse?
- Não posso responder agora é perigoso, estamos com mais problemas do que você imagina. Precisamos sair daqui e ir pra casa, todos nós – meu irmão disse e tentou pegar minha mão, mas eu me afastei, minha mão estava azul, e soltando fumaça, estava fria, era como se todo gelo dentro de mim criasse força e tentasse sair. E estava saindo, meu controle foi escapando entre os meus dedos, minha roupa estava ficando molhada, a água era muito fria.
- Temos que sair daqui – Samantha disse incisiva. Seus olhos agora totalmente negros, não se via nenhuma parte branca, o que me fez ficar estático – AGORA!
- Por que temos que sair daqui!? – gritei nervoso.
- Tarde demais – disse Jackson mole, e ao mesmo tempo se empertigando todo. Olhando para um ponto fixo, quando olhei na mesma direção, algo vinha em nossa direção, rápido demais. Senti um solavanco no meu corpo e cai no chão e meu irmão estava ao meu lado já se levantando, e me levantando também pelo braço, quando minha vista desembaçou, homens de preto seguiam em nossa direção armados.
- Tudo bem, não tinha que ser assim, mas fiquem preparados, o negócio vai ficar feio – Samantha disse com sua voz rouca quase gutural. Seus olhos negros, suas mãos entraram em chamas, sim senhoras e senhores, as mãos dela estavam pegando fogo, éramos diferentes.
Autor(a): cassiolukas
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