Fanfic: O segredo de Jessie Halley

- Cheguei mãe! – fui anunciando assim que eu cheguei em casa.

- Tá meia hora atrasada filha, onde você estava? – ele perguntou.

- Detenção! – disse desanimada.

- Jessie! É a terceira vez essa semana, primeiro o refrigerante na lider de torcida, depois ameaçou um dos jogadores do time, agora o que aconteceu?!

-Calma mãe! Um garoto idiota tentou me agarrar, ai eu bati naquele imbecil.

- Eu acho que você não precisa ficar brava com ela, foi um motivo justo!

- Peter! – Minha mãe gritou.

Peter é meu pai, ele odeia qualquer garoto que tente contato físico comigo. Mas ele cofia em mim e sabe que nenhum garoto vai fazer isso e sair ileso. Ele entrou na cozinha limpando uma das armas dele. Olhou pra mim e disse:

- Quer ir treinar?

- Com certeza! – respondi animada.

- Daqui meia hora o almoço vai estar pronto, não demorem!

Eu lembrei da conversa que tive com a minhas amigas e perguntei aos dois:

-Pai, como você conheceu minha mãe?

Os dois se entre olharam e tive a impressão de estarem bem nervosos. Meu pai começou a suar e a balbuciar:

- Bom...er...eu e sua mãe...isso faz um bom tempo e bem...você sabe...sua mãe vai adorar te contar!

-  Fala aí mãe.

- Bom...eu e seu pai...nós trabalhávamos em uma agencia de turismo e bem...nos conhecemos lá e começamos a sair.

-Ah...entendi! – respondi meio desconfiada – Que coincidência os dois lutarem e serem apaixonados por armas! Deve ser o destino...

Eu e meu pai fomos para a parte de trás do nosso quintal, lá, tem um campo de treinamento de tiro bem pequeno.

-Qual arma você quer hoje filha?

- Uma Glock-21! É a minha favorita.

- Tá na mão! – Ele disse dando a pistola pra mim

- 10 tiros. Quem acertar mais perto do centro da cabeça ganha! Topa pai?

- Quem é seu professor de tiro mesmo?

Nós dois rimos  começamos a atirar, no fim, eu ganhei porque ele errou um tiro depois que eu gritei por causa de um gambá! Minha mãe nos chamou e nós dois fomos almoçar.

No geral, eu não podia pedir uma família melhor. Nós éramos muito unidos e não tínhamos segredos. Nós sempre comíamos juntos e eles me apoiavam em tudo que eu queria fazer. Mas, pra falar a verdade, eu não sabia muito sobre a vida dos meus pais. Nunca perguntei sobre o passado deles, então, não tinha um momento melhor pra fazer isso.

- Pai, você e a mamãe trabalhavam com que antes de eu nascer?

Eu juro que o meu pai quase teve um ataque quando ouviu minha pergunta. Ele estava comendo e engasgou com a comida, não parava de tossir.

- Por que você está perguntando isso filha?

-Qual é o problema pai? Você e a mamãe tão escondendo alguma coisa de mim?

-Claro que não filha – disse minha mãe com uma voz calma – Como eu tinha dito, eu e seu pai nos conhecemos enquanto agente trabalhava em uma agencia de turismo.

-Ahh...é verdade!

-Filha - meu pai disse depois que se recuperou - por que você não sobe no seu quarto e pega seu kimono para nós treinarmos depois do almoço?

- Já estou indo – falei subindo as escadas.

Quando cheguei no andar de cima, percebi que meus pais estavam conversando. Resolvi parar para escutar os dois. Minha mãe disse:

-Você precisa parar com essas coisas. Logo ela vai começar a desconfiar.

- Mas você viu as coisas que ela perguntou, parecia que ela sabia de alguma coisa!

- Bobo, é claro que ela não sabe de nada!

Era óbvio que alguma coisa estava errada, mas eu ia descobrir. Será que os meus pais estavam escondendo alguma coisa de mim? Não, eles nunca fariam isso. Mas o que era então?

Depois que peguei meu kimono, desci as escadas e vi que minha mãe e meu pai estavam me esperado, sentados na mesa com uma pasta na mão. Fiquei um tanto quanto assustada, já que eu nunca tinha visto uma cena como aquela antes. Sentei na mesa e minha mãe começou a falar:

- Filha, sabemos que seu aniversário de 16 anos é só no mês que vem mas, eu e seu pai temos uma surpresa. Eu e ele vamos te dar duas semanas num resort em Tóquio.

- Ahh...obrigado, aos dois, pode ter certeza que eu vou aproveitar muito.

Quando eu acabei de agradecê-los, abracei os dois, então era isso que eles estavam escondendo. Um presente surpresa pra mim.

Depois de uma cena meio melosa eu escutei a campainha tocar e disse:

- Vou ver quem é.

Quando eu abri a porta, vi uma mulher alta, morena, de cabelos encaracolados. Eu não a conhecia então eu perguntei:

-Posso ajudar?

- Jessie! Como você cresceu! Não se lembra de mim? Claro que não, você era muito pequena. – Ela disse entrando em casa.

-Moça, desculpe, mas você não pode entrar na casa dos outros sem pedir permissão. E eu nem te conheço.

- Agente Carmem, chefe de um departamento do FBI.

-O que?!